Começar de novo
Em
Março deste ano, as edições principais da Turma da Mônica,
lançadas pela Panini Comics Brasil, reiniciaram (outra vez) a
numeração.
Algumas
dessas revistas - Mônica,
Cebolinha,
Cascão,
Chico
Bento,
Magali,
Turma
da Mônica,
Almanaque
da Mônica, Almanaque do Cebolinha
e
Almanaque
do Cascão (as
restantes serão distribuídas no próximo mês) - estão actualmente
em alguns quiosques e bancas portugueses.
Por detrás destes reinícios cronológicos, está sempre a vontade de conquistar novos leitores que se sintam tentados por ‘novos’ títulos, embora esta seja sempre uma opção penalizadora para os antigos coleccionadores que gostam de ver as suas colecções crescerem e atingir números históricos - 100, 200, 500…
A título de exemplo, refira-se que a revista Mônica em vez do número #1, deveria ostentar o #617, uma vez que, desde o seu início foi editada pela Abril (200 edições), Globo (246) e Panini (100+70+1=171). Noutros casos, a numeração ‘correcta’ seria: Cebolinha - #585; Cascão - #752; Chico Bento - #752; Magali - #574; Turma da Mônica - #336 (dados do blog Planeta Gibi).
Esta decisão editorial acontece pela terceira vez desde que a Panini Comics Brasil assumiu a edição das revistas de Maurício de Sousa, sendo que a série anterior foi a de vida mais curta de sempre.
Desta vez o reinício da numeração fica associado a uma remodelação gráficas das capas - teoricamente mais modernas e atraentes, mas nisto, o que conta verdadeiramente é o gosto do leitor e eu, por exemplo, por razões nostálgicas ou como animal de hábitos, preferia o modelo anterior - ao aumento das páginas de passatempos, à passagem para agrafes e ao ajuste a 80 páginas de todos os títulos, com excepção dos Almanaques que terão 96.
Em termos de conteúdo, da análise destes primeiros números #1, saliento dois aspectos que ma perecem positivos: em primeiro lugar, (com pesos diferentes) uma maior variedade dos protagonistas das histórias, menos centradas no titular da capa e mais na vasta galeria que Maurício criou ao longo de décadas.
Por outro lado, algumas das revistas incluem no final quatro páginas com tiras de Maurício de Sousa publicadas originalmente dos anos 1960 e 1970, com óbvio valor histórico e que mereciam (alg)um enquadramento.
Fora isso, o humor, a promoção da amizade e da sensibilidade social e as paródias a temas da actualidade continuam a marcar a linha narrativa das histórias.
A reter
- O chamariz para novos leitores...
- ...e para os antigos voltarem a espreitar;
- A maior variedade de protagonistas das histórias;
- A recuperação de tiras clássicas.
Menos conseguido
- A penalização de quem já coleccionava;
- Mais páginas de passatempos, implicam menos páginas de BD…
Comentário final
Em termos mediáticos, a mudança é sempre importante; quanto aos leitores, uns ficarão satisfeitos, outros torcerão o nariz; em termos práticos, a mudança é mais cosmética que formal e, o que mais importa, as revistas manterão a linha editorial conhecida e de comprovada popularidade.
No caso específico dos leitores - coleccionadores… - portugueses, acima de tudo eles esperam que as revistas cheguem a Portugal mensalmente, sem falhas, ao contrário do que aconteceu pontualmente em situações anteriores.
Ver estes a recomeçar fizeram ter saudades da Disney ...
ResponderEliminarPena que a loja online da Panini não os vendas (apesar de estarem presentes, estão bloqueados...)
ResponderEliminarAs experiências com as papelarias perto de mim deixam muito a desejar (uns por não cumprir as minhas reservas, outros por não ter todas as séries e outros por não vender nada :)...)