Colecção J.M. #4
Jorge Magalhães (texto)
C.M. Moura (Portugal, Junho de 2012)
208 x 290 mm, 56 p., cor, brochado
1.
Num país pouco dado à defesa do seu património
(também aos quadradinhos), não é demais destacar e enaltecer o trabalho que,
paulatinamente, a Câmara Municipal de Moura (através do labor de Carlos Rico)
tem desenvolvido nesta área.
2.
Não só pelo Salão Internacional de Banda
Desenhada, que atingirá a sua 18º edição em 2013…
3.
… mas principalmente pelos valiosos catálogos
que vem editando, dedicados aos autores homenageados em cada salão…
4.
… ou na “Colecção J.M.” (Jorge Magalhães,
entenda-se) onde, depois de “Banda Desenhada e Ficção Científica – As madrugadas
do futuro”, “O ‘Western’ na BD Portuguesa” e “Vítor Péon e o ‘Western’ – De Denver
Bill a “Tomahawk” Tom”…
5.
… surge agora “Franco Caprioli - No centenário
do desenhador poeta”, edição integrada na comemoração do centenário de Franco Caprioli.
6.
Esta recuperação de algum do património nacional
aos quadradinhos, tem tido como sustentáculo o saber e a erudição de um dos
maiores conhecedores da BD nacional, Jorge Magalhães, responsável pela formação
de muitos leitores de quadradinhos – nos quais me incluo - no tempo em que a existência
de revistas periódicas o permitia…
7.
Agora, debruçou-se sobre a obra de Franco
Caprioli, um mestre clássico e um virtuoso do desenho, cuja biografia traça de
forma sóbria, sem ser exaustivo mas destacando os seus principais momentos, a sua técnica apurada e original (baseada num magnífico traço fino e no uso de pontilhado para definir sombras e volumes) asa
suas preferências e motivações, as obras que criou e onde foram publicadas...
8.
Como complementos, são indicadas todas as
publicações nacionais que reproduziram obras do mestre italiano, uma lista
longa e que me surpreendeu pela quantidade de álbuns editados com a sua
assinatura, e é reproduzida, a cores, um episódio da série "Olac, the gladiator", realizado para a "Tiger Annual", em 1962.
9.
A edição, em papel brilhante, de boa gramagem –
que merecia uma capa mais consistente ou no mínimo lombada quadrada – é profusamente
ilustrada, quase sempre a cores – uma agradável surpresa para quem, como eu,
sempre tinha lido Caprioli a preto e branco - constituindo-se assim um
importante elemento, não só de divulgação mas também de consulta.
10. Fica
o lamento – apenas – em relação à sua curta tiragem (500 exemplares) e fraca
(inexistente?) distribuição, que não permite que chegue a todos os leitores que
o texto de Jorge Magalhães e a obra de Caprioli mereciam.