18/03/2013

Kassumai - lançamento














Segundo volume da colecção LowCCCost - porque é realmente barato viajar lendo estes livros de viagens. Depois de uma "Boring Europa", a Associação Chili Com Carne, edita agora uma experiência mais excitante e exótica na Guiné-Bissau pela mão de David Campos.

David Campos visitou a Guiné-Bissau entre Novembro de 2006 e Maio de 2007 no âmbito de um projecto de apoio à população de S. Domingos, numa parceria entre uma O.N.G., a Acção para o Desenvolvimento, e a Câmara Municipal do Montijo. Durante a sua estadia apaixonou-se pelas pessoas que conheceu e este livro, mais que um relato de viagens neste país africano, é um diário fragmentado de vivências e contactos humanos feitos pelo autor entre o seu trabalho como voluntário e os seus tempos livres. 
O autor nasceu em 1979 em Medons La Florett (França) mas veio para Portugal aos 4 anos, crescendo no Montijo. Tirou o curso de Formação Profissional de Desenho Animado (ETIC) e também o de Escrita para Multimédia e Audiovisuais, e na Ar.Co o curso de Ilustração e BD. Trabalhou em Cinema de Animação, têm editado alguns fanzines e participado em algumas antologias da Associação Chili Com Carne, nomeadamente “Destruição ou bandas desenhadas sobre como foi horrível viver entre 2001 e 2010” e “Futuro Primitivo”. 
Lançamento marcado para 22 de Março, às 19h, na Livraria Sá da Costa e ainda no mesmo dia: exposição + festa com unDJ Forrobodó no Adufe Bar, a partir das 22h.


(Texto da responsabilidade da organização)


15/03/2013

As Tiras Clássicas do Pelezinho #1










Maurcio de Sousa
Panini Comics
Brasil, Agosto de 2012
205 x 205 mm, 128 p., pb, brochado
R$ 19,80 / 7,30 €


Em 1976, quando se concretizou o acordo entre Maurício de Sousa e Pelé para uma versão infantil deste último protagonizar uma nova série de histórias aos quadradinhos elaboradas pelo criador da Turma da Mônica, isso aconteceu a dois níveis: em revistas e em tiras diárias publicadas na imprensa.


O actual volume, de momento disponível nos quiosques portugueses, é o primeiro da compilação integral destas últimas e tem prefácio do “Rei”. Nele, encontramos Pelezinho (que tantos de nós lemos em pequenos) acompanhado pela versão desenhada dos amigos que acompanharam o craque na sua infância (real): o guarda-redes Frangão, o exaltado e pouco inteligente Cana Braba, o cão Rex ou a sensual Bonga, entre outros.


A combinação entre o mundo da infância, imaginativo e inesgotável, e o mundo do futebol com tudo o que lhe é inerente, da arte à paixão, da competitividade aos ânimos acirrados, da imbecilidade à magia de que pelé foi um dos expoentes, revelam-se um campo fértil para ser (bem) trabalhado pelo humor característico de Maurício de Sousa, tão capaz de exagerar as características de cada interveniente quanto de os fazer interagir com as componentes da própria BD, numa hábil combinação de anedotas, nonsense e humor visual, capaz de agradar tanto aos que vibram com o futebol tanto aos que o detestam.

14/03/2013

Leituras a fazer

Edições publicadas recentemente, um pouco por toda a parte,
que eu gostava de ter.
E que nalguns casos até já tenho!


Hombre 1 (de 2)
Segura e Ortiz
EDT - Editores de Tebeos
Espanha

Segredo de Família
Eric Heuvel
Quadrinos na Cia.
Brasil

Rugas
Paco Roca
Bertrand Editora
Portugal

Principe Valiente (VIII) - Los hijos de Odin
Hal Foster
(restaurado por Manuel Caldas)
La Imprenta
Uruguai

Buck Danny - L'Intégrale Tome 8
Hubinon e Charlier
Dupuis
Bèlgica


Old Boy
Garon Tsuchiya e Nobuaki Minegishi
Nova Sampa
Brasil
 


Apresentação Banzai #3















O Festival Monstra recebe a equipa da NCreatures no Cinema S. Jorge, no próximo sábado, 16 de Março, das 18h às 20h, para o lançamento muito desejado da terceira edição da BANZAI, a revista de banda desenhada no estilo manga de autores portugueses.
Esta edição tem o destaque de capa para o manga "O Mundo de Joana Presunto", vencedora do evento 24H MANGA de Março de 2012.

(Texto da responsabilidade da organização)

13/03/2013

Ella Mahé #1


La joven de los ojos heterocromos







Maryse e Jean-François Charles (argumento)
Jean-François Charles e André Taymans (desenho)
Jean-François Charles e Bruno Wesel (cor)
NetCon2 Editorial
Espanha, Março de 2012
240 x 320 mm, 48 p., cor, cartonado
15,00 €



Resumo
Ella Mahé, restauradora de manuscritos antigos, aproveita um trabalho no Museu do Cairo para visitar alguns dos lugares mais emblemáticos da História do Egipto.
À chegada a Abu Simbel, conhece Thomas Reilly, arqueólogo e neto de um dos companheiros de Howard Carter na descoberta do túmulo de Tutankámon, que lhe revela estar na pista do túmulo de uma princesa que tinha uma particularidade física especial: um olho negro e outro azul. Tal como Ella Mahé.

Desenvolvimento
Por vezes, a proximidade dificulta a visão. Durante anos “fornecedora” de (boa) banda desenhada aos leitores portugueses, a Espanha parece hoje mais distante do que os “longínquos” Estados Unidos.
Alguns dirão que os gostos mudaram, mas para os que continuam a ler franco-belga, as edições em castelhano poderão ser uma boa alternativa, em especial se o francês é um impedimento…
A chegada da NetCom2 Editorial ao nosso país, despertou-me a curiosidade para o seu catálogo original (em castelhano) que conta mais de uma centena de títulos, divididos em três grandes categorias: obras de Jacques Martin, BD histórica e linha clara (nova e clássica).
Entre eles, encontrei este volume inicial de Ella Mahé (já integralmente editada em quatro tomos que abordam períodos específicos da História egípcia) cuja leitura evocou em mim boas recordações da viagem que fiza esse país já lá vão uns bons aninhos, pois com a protagonista pude rever alguns dos locais que então visitei.
A narrativa está dividida em duas partes, uma com 10 pranchas desenhadas por Jean-François Charles, correspondentes ao período actual, e as restantes com o traço de Bruno Wesel, que abordam o período do início do século XX em que se deu a descoberta do túmulo de Tutankámon.
Esta estrutura mantém-se nos tomos seguintes, que contam com outros desenhadores convidados: Francis Carin, Brice Goepfert e Christophe Simon.
No presente álbum, essa dualidade criativa é algo desconcertante, pois ao traço mais delicado, realista e sensual de Charles, servido por um colorido mais suave e diáfano, segue-se uma linha clara pura e de cores planas, embora em ambos os casos os tons e a luminosidade respeitem e se adeqúem ao cenário em que a trama decorre.
Esta, assume inicialmente um tom romântico e misterioso, que capta facilmente a atenção do leitor, mas que aos poucos se combina com um registo ficcional e histórico, para tudo terminar de forma algo inesperada e até desconcertante, deixando ao leitor a interpretação das questões que ficam em aberto.

A reter
- Tal como as edições lançadas em Portugal, este álbum tem bom papel, impressão e acabamentos, tendo o “bónus” de ter uma legendagem bem próxima da original da série.
- O clima de mistério e conspiração que se prolonga ao longo das páginas.
- O reencontro (para mim…) com locais que me marcaram bastante.


Disney em Março

(Goody)

Comix #14
06/03/13


Comix #15
13/03/13

Comix #16
20/03/13

Hiper#4
22/03/13

Comix #17
27/03/13


12/03/2013

Morro da Favela












André Diniz
Polvo,
Portugal, Fevereiro de 2013
165 x 230 mm, 128 p., pb e cor, brochado com badanas
16,85 €



Resumo
Uma biografia de Maurício Hora, fotógrafo brasileiro residente na favela do Morro da providência.

Desenvolvimento
Preconceitos.
Vivemos num mundo preconceituoso, somos educados com base em (mais ou menos) preconceitos – sociais, religiosos, rácicos, comportamentais… Que, mesmo que (parecendo) justificados, nos impedem de ver, de ver os outros, de ver para lá dos outros, do retrato que deles nos traçaram ou impuseram, de ver o que nos rodeia, de forma isenta, sem juízos prévios.
Acima de tudo, somos ensinados a temer a diferença, a evitá-la, a rejeitá-la.
 “Morro da Favela” é, de certa forma, também, um libelo contra os preconceitos. Destrói – destrói? – um dos mais arreigados no que ao Brasil diz respeito: que as favelas são lugares malditos, cheios de bandidos, drogados, traficantes, polícias corruptos, violência…
Não quer dizer que eles não existam e não estejam lá. E “Morro da Favela” não branqueia o que são ou o que fazem. Porque querem.
Mas também mostra – principalmente – que, nas favelas, há muitos que não são drogados, traficantes ou bandidos, gente como nós que está na favela porque nela nasceu, por opção (ou por falta dela), que passam ao lado – tentam passar – de tudo isto e levar uma vida normal.
Como Maurício Hora, cuja vida – real – serve de base a este livro.
Filho de um dos primeiros traficantes de droga, habituado a visitar o pai na prisão em criança – e que dias de festa eram esses! – resistente desde sempre a seguir o caminho mais fácil – o da dependência, do tráfico, do roubo, da violência – Hora (con)seguiu uma vida normal sem sair da favela e tornar-se um fotógrafo respeitado dentro e fora do Brasil.
A sua vida – sofrida, esforçada, empenhada, lutadora - serve de base a um retrato mais vasto de uma realidade que apesar de tanta mediatização desconhecemos quase totalmente.
E esse é o grande mérito de André Diniz, conseguir ter a favela “como cenário” sem contar “mais uma história de violência, embora soubesse que era impossível eliminá-la completamente…” como referiu na entrevista que me concedeu há algumas semanas.
Ao centrá-la em Maurício Hora, humanizou-a, conseguindo em simultâneo contar várias histórias – dos pais, dos vizinhos, dos amigos, também dos traficantes e dos polícias corruptos… - criando uma história de descoberta de uma realidade (que pode ser) diferente.
Da qual nos afastamos voluntariamente, de forma preconceituosa. Como André Diniz que, morador no Rio de Janeiro há 27 anos, “nunca havia pisado em uma favela”
A opção por um traço estilizado, anguloso, também semi-caricatural, revela-se bem acertada.
Primeiro, porque reduz a carga de violência que associamos ao local, afasta-nos da realidade mediatizada – despe a favela dos preconceitos?
Depois, passado o impacto inicial que obriga a redobrar a concentração para o interpretar e captar em toda a sua dimensão, revela-se até agradável, extremamente legível e capaz de transmitir de forma equilibrada a carga emocional associada ao relato.
Finalmente, ao ser trabalhado num preto e branco bem contrastado, mas mostrado em “negativo”, parece aproximar-nos de Maurício Hora e do seu trabalho fotográfico, mostrando como ele vê/vive num “mundo ao contrário” do que nós esperaríamos.

A reter
- A força do relato de André Diniz: contido, equilibrado mas poderoso.
- O traço adoptado, pela originalidade e eficiência.
- A boa edição da Polvo, complementada com algumas fotografias de Maurício Hora e, relativamente à edição original brasileira, enriquecida com ilustrações de alguns autores brasileiros: Marcelo e Magno Costa, José Aguiar, Laudo Ferreira, Pablo Mayer, Ricardo Manhães e Will…
- … que tem o mérito de divulgar em Portugal uma das muitas e muito interessantes obras recentes dos quadradinhos brasileiros, que raramente chegam a Portugal, apesar da estranheza que de certa forma causa ver editada entre nós uma obra brasileira – perfeitamente legível na língua original que (naturalmente) foi mantida nesta edição…


11/03/2013

daytripper chega a Portugal














Esta é para mim a melhor notícia do ano até agora: a distribuição de “daytripper”, dos gémeos brasileiros Fabio Moon e Gabriel Bá, em Portugal, juntamente com as revistas (Marvel, DC Comics, Turma da Mônica) de Março, o que deverá acontecer durante a próxima semana.

Não só pela notícia em si – “daytripper” foi, provavelmente, a melhor banda desenhada que li em 2012 – mas pela porta que abre em termos de futuro, pois cria fundadas esperanças de que outras edições similares possam chegar ao nosso país.
Como já escrevi sobre “Daytripper” aqui, deixo a nota de imprensa da Panini:

QUAIS SÃO OS DIAS MAIS IMPORTANTES DA SUA VIDA?
Conheça Brás de Oliva Domingos. Milagroso filho de um mundialmente famoso escritor brasileiro, Brás passa os dias escrevendo obituários e as noites sonhando em se tornar um autor de sucesso – ele escreve o fim da história de outras pessoas enquanto a sua própria mal começou. Mas, no dia que sua vida começar, ele será capaz de perceber?
Ela começará aos 21, quando ele conhece a garota dos seus sonhos? Ou aos 11, quando dá seu primeiro beijo? É mais adiante na vida quando seu primeiro filho nasce? Ou antes, quando pode ter encontrado sua voz como escritor?
Cada dia na vida de Brás é como a página de um livro. Cada um deles revela as pessoas e coisas que o fizeram ser quem é: sua mãe e seu pai, seu filho e seu melhor amigo, seu primeiro amor e o amor de sua vida. E, como em todas as grandes histórias, seus dias têm reviravoltas que ele nunca antecipou…
Em DAYTRIPPER, os ganhadores dos Prêmios Eisner e Jabuti Fábio Moon e Gabriel Bá contam uma história mágica, misteriosa e tocante sobre a vida – uma jornada lírica que usa os momentos silenciosos para fazer as grandes perguntas.










daytripper
Fábio Moon e Gabriel Bá (argumento e desenho)
Dave Stewrat (cor)
Panini Comics (Brasil, Abril de 2012)
170 x 260 mm, 260 p., cor, brochada
12,00 €


Star Wars em Março


(Planeta DeAgostini)

Comics Star Wars #5 – Clássicos 5
18/03/2013


10/03/2013

A arte de... Paolo Bacilieri

















La vie revée du Capitaine Salgari
Paolo Bacilieri
Delcourt
França, 20 de Fevereiro de 2013

Turma da Mônica Jovem #50









O Casamento do Século
Flávio T. de Jesus (argumento)
Estúdios Maurício de Sousa (desenho)
Panini Comics
Brasil, Setembro de 2012
160 x 210 mm, 128 p., preto e branco, brochada, mensal
R$ 7,50 / 3,00 €



Há cerca de seis meses, o Brasil - aos qua(dra)dinhos pelo menos – parou para ler “O Casamento do Século”, que agora está nas bancas e quiosques portugueses.
Na verdade, após praticamente meio século de zangas, discussões, planos infalíveis e coelhadas, a Mônica e o Cebol(inh)a finalmente iam dar o nó.
Na base desta história, estavam três objectivos: assinalar os 50 números da revista Turma da Mônica Jovem; criar um facto mediático que impulsionasse (mais?) as vendas da publicação (tal como já acontecera com o “primeiro beijo” dos dois no n.º 34); reforçar um dos princípios que presidiu à criação da Turma da Mõnica Jovem: orientar os leitores nas situações novas que a vida adolescente/jovem lhes depara.
E a verdade é que esta história – uma vez satisfeitos os dois pressupostos iniciais - cumpre bem este propósito, dando sentido a um relacionamento sério e de compromisso a dois, algo cada vez menos valorizado e defendido nos nossos (tristes) dias…
No entanto, essa carga pedagógica/moral – que existe e é intencional – numa história escrita primeiramente para agradar às leitoras (mas que pode fazer muito bem a muitos leitores…) e que aborda temas como o pedido de casamento, os preparativos, a cerimónia, a vida a dois, a rotina ou a primeira zanga, está bem contrabalançada com sucessivos e conseguidos momentos de humor típicos da Turma, evitando que a leitura se torne mais pesada ou mesmo aborrecida.


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