06/04/2013

Carmine Infantino (1925-2013)












Esta continua a ser uma semana negra para a banda desenhada. Depois de JOBAT e de Fred, chegou agora a vez de Carmine Infantino ser chamado para o paraíso dos desenhadores.

Nascido a 24 de Maio de 1925, no Brooklyn, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, era um dos grandes nomes da chamada Era de Prata dos comics norte-americanos.
Iniciou a sua longa carreira nos quadradinhos em 1942, entrando na DC Comics cinco anos mais tarde, onde chegou a director artístico, em 1967, e a director editorial, em 1971, tendo sido responsável pela contratação de nomes como Dick Giordanno, Neal Adams e Denny O’Neil, com quem promoveu uma verdadeira revolução no estilo e na temática dos principais heróis.
Criador gráfico do segundo Flash (Barry Allen), em 1956, a partir de argumentos de John Broome e Robert Kanigher, foi também responsável por grande parte dos vilões que o homem mais rápidos da BD teve de enfrentar, como Captain Cold, Mirror Master ou Gorilla Grood, cujos direitos tentou – infrutiferamente - resgatar à DC Comics, em 2004 num processo judicial conjunto com outros criadores.
Distinguiu-se igualmente como capista e desenhador de Batman (cujo visual modernizou em 1964), tendo sido um dos mentores do primeiro crossover entre a DC Comics e a Marvel que originou uma aventura conjunta de Superman e Spiderman, em 1976, cuja capa também desenhou.
Nos anos 80, então na Marvel, desenhou alguns dos primeiros episódios aos quadradinhos de “Star Wars”, incluídos na colecção “Comics StarWars”  actualmente à venda em Portugal.




Os autógrafos do Pedro - Fred


05/04/2013

A arte de... Surzhenko

Paulo Monteiro editado na Polónia












O álbum de banda desenhada “O amor infinito que te tenho e outras histórias”, da autoria do português Paulo Monteiro, acaba de ser editado na Polónia, noticia o boletim electrónico do Camões, IP em Varsóvia.

O livro, editado em Portugal em finais de 2010, foi traduzido por Jakub Jankowski e dado à estampa pela editora "timof comics".
Esta extraordinária colectânea de contos de tom poético, que estavam dispersos por fanzines e outras publicações antes de reunidos e editados pela editora Polvo em Portugal, é o quinto livro de BD portuguesa a ser editado na Polónia, segundo o boletim electrónico do Camões, IP de Varsóvia.
Paulo Monteiro é um autor português de BD e, desde 2005, director do Festival de Banda Desenhada de Beja. Em 2011, o álbum agora publicado na Polónia foi galardoado com o prémio para o melhor álbum de banda desenhada, no Festival Internacional Amadora BD. Em 2012, Paulo Monteiro foi o autor em destaque na 23.ª edição do mesmo festival.

(Texto retirado do site do Instituto Camões, com alteração da grafia para a versão pré-acordo ortográfica da responsabilidade de As Leituras do Pedro)

04/04/2013

Na pista do Marsupilami












Um ano depois da estreia francesa, chega hoje às salas de cinema nacionais “Na pista do Marsupilami”, que transpõe para o grande ecrã uma das mais originais criações da banda desenhada.

Dirigido por Alain Chabat, que também o interpreta o protagonista, o repórter Dan Geraldo, foi o terceiro filme mais visto em França em 2012, com 5,3 milhões de espectadores. O comediante francês já tinha acumulado a realização com um dos papéis noutra adaptação de uma BD, “Astérix e Obélix: Missão Cleópatra”, em 2001.
Para o sucesso do filme, a par da popularidade da persona-gem dos quadradinhos, contribuiu também o tom familiar da película, escrita e montada de forma a poder agradar a todos os públicos, graças aos vários níveis de humor explorados. As dificuldades esperadas de transpor do papel para o ecrã uma personagem tão dinâmica quanto este estranho animal, acabam por ser relativamente bem resolvidas no filme, que privilegia os resultados das suas acções, deixando-o muitas vezes na sombra, o que alimenta a curiosidade do espectador e aumenta o impacto das suas aparições, pontuais mas decisivas.
Igualmente bem acolhido pela crítica francesa, “Na pista do Marsupilami” começa quando Geraldo chega a Palômbia, uma república das bananas sul-americana, em busca de um furo jornalístico. Longe de imaginar que vai descobrir uma criatura mítica, desconhecida do mundo civilizado, o extraordinário Marsupilami com a sua longa cauda, apurada inteligência e grande irritabilidade quando contrariado, contrata como guia um pequeno aldrabão local, Pablito (interpretado por Jamel Debbouze, apresentador da cerimónia de entrega dos Césars deste ano e o arquitecto Numerobis do filme de Astérix referido), e juntos embrenham-se na densa selva onde depararão com piranhas esfomeadas (o pitéu preferido do Marsupilami), um ditador com um grande segredo e uma tribo indígena que preserva uma antiga profecia…
O elenco, que inclui ainda o comediante Fred Testot, (a também realizadora) Géraldine Nakache ou Lambert Wilson, na versão dobrada emportuguês conta com as vozes de Alice Santos, António Vaz Mendes, Joana Carvalho, Jorge Mota, Rui Oliveira e Teresa Queirós.

Estreia na BD em 1952
Com cerca de um metro de altura, várias vezes multiplicada na sua cauda interminável, que lhe serve para mil e uma funções, amarelo com bolas negras, ovíparo, carnívoro e dotado de uma enorme inteligência o Marsupilami é uma das mais extraordinárias criações dos quadradinhos.
Imaginado por Franquin, estreou-se a 31 de Janeiro de 1952 na etapa final de “Spirou e os herdeiros”, na qual encontrá-lo era uma das condições para Fantásio receber uma herança. Capturado o Marsupilami e ganho o desafio, Spirou e Fantásio decidem devolvê-lo à sua selva natal, na Palômbia. Afeiçoado aos seus novos amigos, o extravagante animal segue-os para casa, passando a integrar as suas aventuras, até Franquin deixar a Dupuis, no final da década de 1960, levando consigo o extravagante animal, que protagonizaria histórias a solo, a partir de 1986.
Agora, tudo indica que Spirou, Fantásio e o Marsupilami se poderão reunir novamente, pois no passado mês de Março a Dupuis comprou a Marsu Productions que detinha os direitos do Marsupilami (e também de Gaston Lagaffe).

(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de hoje, 4 de Abril de 2013)

Lucky Luke em Abril

(Público/ASA)

As Colinas Negras
3 de Abril 


Os Dalton no Canadá
10 de Abril 


Os Dalton regeneram-se
17 de Abril

O 20.º de Cavalaria
24 de Abril

03/04/2013

Fred (1931-2013)









A banda desenhada acaba de perder um dos seus maiores poetas, Frédéric Othon Théodore Aristidés, mais conhecido como Fred.

Francês de ascendência grega, nascido a 5 de Março de 1931, publicou a sua primeira banda desenhada, “Journal de bord”, em 1954, na “Zero”. Aí conheceu Georges Bernier (o célebre professor Choron) e François Cavanna, com quem fundara a “Hara-Kiri”, em 1960, de que foi director artístico.
Cinco anos mais tarde, juntou-se à equipa da “Pilote”, dando um contributo decisivo para fazer da banda desenhada uma arte (também) para adultos, assinando as primeiras aventuras de Philémon, uma série poética, filosófica e experimental, cujo protagonista, um sonhador, começou por saltar de letra em letra, na palavra Atlântico, pois cada uma é uma ilha no meio daquele oceano, e depois partiu à descoberta de novos mundos e realidades paralelas.
O último álbum da série, “Le train où vont les choses”, que Fred fez ponto de honra terminar para “fechar o círculo”, foi publicado há poucas semanas, constituindo assim uma espécie de testamento artístico de um autor que Angoulême distinguiu com o Grande Prémio, em 1980, e que homenageou de novo com uma exposição antológica na edição deste ano.
Autor inquieto, crítico da sociedade e em busca da diferença, que foi capaz de inovar na narrativa aos quadradinhos cuja estrutura soube explorar graficamente como poucos, Fred, a par dos 16 álbuns de “Philémon” (apenas o primeiro, “O Náufrago do ‘A’” foi editado em português, pela Meribérica/Líber), legou-nos também obras como “Le Petit Cirque” (1973), “Le Journal de Jules Renard lu par Fred” (1988; “O Diário De Jules Renard lido por Fred”, Bertrand Editora), “L’Histoire du corbac aux baskets” (1993; Melhor Álbum de Angoulême 1994; “A história do corvo de Ténis”, Meribérica/Líber), “L’Histoire du conteur électrique” (1995; “A História do Contador Eléctrico”, Meribérica/Líber) ou “L’Histoire de la dernière image” (1999) cuja (re)leitura vivamente aconselho.



Almanaque Tex #44














Mythos Editora
Brasil, Agosto de 2012
135 x 176 mm, 114 p., pb, brochada
R$ 7,90 / 4,00 €

Disney em Abril


(Goody)

Carros #35
 1 de Abril

Comix #18
3 de Abril

Comix #19
10 de Abril

Comix #20
17 de Abril

Hiper #5
19 de Abril

Comix #21
24 de Abril

02/04/2013

A arte de... Marc-Antoine Mathieu


















Julius Corentin Acquefacques 6. Le décalage
Marc-Antoine Mathieu
Delcourt
França, Março de 2013

'Tamos Tramados - Lançamento



No próximo dia 5 de Abril, terá lugar na Casa da Cultura de Cabeceiras de Basto  o lançamento oficial do livro “’Tamos tramados”, conjunto de bandas desenhadas curtas, gags e cartoons de Mário José Teixeira (Olivo).
Na ocasião terá também lugar uma exposição de alguns originais do autor.
Mais informações aqui.

Moderação de comentários




Acabei de apagar 19 comentários de spam, que surgiram aqui no blog nas últimas 8 horas!
Face a esta situação, que se tem vindo a agravar e que não é só problema d’As Leituras do Pedro, como me tenho podido aperceber nos últimos dias, vejo-me na necessidade de passar a fazer moderação de comentários até a situação acalmar.
Espero que percebam esta opção e que isso não seja impedimento para continuarmos a trocar impressões sobre as leituras que fazemos e os quadradinhos de que gostamos!

01/04/2013

JOBAT (1935-2013)







João José André Batista, mais conhecido como JOBAT entre os apreciadores de banda desenhada portuguesa, faleceu no passado fim-de-semana, contava 77 anos.

Natural de Loulé, onde nasceu a 18 de Dezembro de 1935, frequentou o curso de Desenhador-Litógrafo na Escola de Artes Decorativas António Arroio em Lisboa.
Grande parte da sua carreira, iniciada aos 18 anos, foi passada na Agência Portuguesa de Revistas, onde desempenhou funções de paginador, legendador, ilustrador e retocador de revistas de BD, tendo feito ilustrações para muitas das publicações da época.
Neste período, em termos de banda desenhada, destacam-se as histórias “Ulisses” (publicada no Condor Popular”, em 1956, e reeditada nos Cadernos MouraBD, em 2005), “A Conquista de Santarém” (Colecção Audácia), e "O Voto de Afonso Domingues" e "Luís Vilar" (“Mundo de Aventuras, 1958).

Na década de 1960 foi responsável por diversas colecções de cromos para a APR, tendo-se dedicado igualmente ao desenho de capas e à ilustração de livros.
Quando Roussado Pinto lançou o “Jornal de Cuto”, em 1971, JOABT foi um dos seus colaboradores desde o número inicial, ilustrando contos e poemas e assumindo mesmo a chefia da redacção, já em 1973.
“A Vida Apaixonada e Apaixonante de Camões”, um argumento de Michel Gérac publicado no Diário Popular, em 1972, e editado em álbum em França, diversas narrativas de temática bélica ambientadas na II Guerra Mundial, para a editora britânica Fleetway, e "25 de Abril: Requiem para uma Ditadura", de novo no Diário Popular, em 1975, que ficou incompleta, são outras bandas desenhadas significativas no conjunto da sua obra.
A partir de meados da década de 1970, dedicou-se à cerâmica decorativa e às artes gráficas, bem como ao ensino de Educação Visual.
Há cerca de uma década criou no semanário “O Louletano” a rubrica “9.ª Arte - Memórias da Banda Desenhada” (que o blog Kuentro2 tem vindo a recuperar) onde reeditou algumas das suas bandas desenhadas e passou ao papel uma série de memórias sobre o tempo que passou na Agência Portuguesa de Revistas, que constituem um contributo importante para a história da BD portuguesa que está por escrever.

Imagens retiradas do Kuentro2
(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 1 de Abril de 2013)


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