Documento
precioso
É
da História: a 3 de Setembro de 1931, o Le
Petit Vingtième,
suplemento do diário belga Le
Vingtième Siècle, iniciava
a publicação de Les
Aventures de Tintin, reporter, en Amérique,
que, em álbum, acabaria por se chamar apenas Tintin
en Amérique.
Menos
de seis anos volvidos, a 16 de Abril de 1936, Tintin era publicado
pela primeira vez fora dos países francófonos, na revista
portuguesa O
Papagaio,
a partir do seu número 53. Intitulado Aventuras
de Tim-Tim na América do Norte,
era também a primeira publicação a cores de Tintin em todo o
mundo.
Essa
versão, com o colorido da responsabilidade da redacção da
publicação lusa e cheia de atropelos editoriais, está agora
compilada numa edição que é um documento precioso na
historiografia da banda desenhada portuguesa, europeia e tintinófila.
Tempo
para respirar
Um
dos problemas que afectam muitas adaptações em banda desenhada de
obras literárias, é a falta de espaço para a história respirar.
Quer pelo excesso de texto (original) nas vinhetas, que leva ao
atrofiamento do desenho, quer pela falta de páginas para desenvolver
convenientemente o relato.
No
Início Eram Dez,
mais um volume da colecção Agatha
Christie que
a
Arte de Autor está
a editar de forma regular e continuada, é um bom exemplo de como as
coisas devem funcionar.
Contrariar um título revelador
Uma obra com
um título revelador, como é o caso desta - Matei
o meu pai e foi estranho
- tem tudo para deixar o leitor desconfiado e até desmotivado por
conhecer antecipadamente o final. Para mais, quando a
informação em causa é confirmada logo nas primeiras páginas.
Tendo
arriscado tanto, resta ao autor conseguir criar um relato
suficientemente estimulante e, ainda assim, capaz de surpreender o
leitor. André Diniz, brasileiro de 46 anos, a residir no nosso país
há alguns anos, consegue fazê-lo.
Solidez
Com o
renascimento do western
a
ser hoje uma realidade, Lonesome
é
mais uma proposta interessante
no nosso mercado,
que traz consigo a apresentação aos leitores portugueses de Yves
Swolfs, um nome de créditos firmados no género, graças a Durango,
uma série já com 18 volumes.
À
espera do fim
Inicialmente
pensado para seis tomos, Duke
teve
direito a uma prorrogação do prazo com mais um (?) volume extra -
este - que nos serve um mergulho no passado de alguns dos
intervenientes, para ajudar
a
compreender quem são e o que os move.
Depois
do (exaustivo?) balanço feito a 2021, este texto serve para fazer um
apanhado - e dessa forma servir de guia aos leitores - d(e
alguma d)a
BD que poderemos ler ao longo do ano.
Pelo menos, daquelas que já foram anunciadas.
Um português no Brasil...
Até
ao fim da ditadura no nosso país - aqui considerada apenas como
marco temporal, embora não isenta de responsabilidades
- houve dois autores que fizeram carreira de sucesso fora das nossas
fronteiras.
Um,
naturalmente, foi Eduardo Teixeira Coelho (1919-2005), apreciado em
Espanha, França, Itália, tanto na BD como na ilustração.
O
outro, foi Jayme Cortez (1926-1987), que o Brasil acolheu a partir de
1947.