Se
às novas gerações o western
dirá
pouco, houve uma época em que o género imperava e seduzia. Na banda
desenhada, como no cinema, os grandes espaços naturais, o confronto
entre o homem branco,
dito
“civilizado”,
e os peles-vermelhas,
ditos
“selvagens”, e a necessidade de superação constante eram os
principais atractivos, a par de figuras marcantes que preencheram o
imaginário de muitos, do western
puro
e duro, com muitos tiros e poucas considerações, de que Tex
será um dos melhores exemplos, aos relatos humanistas, que têm em
Buddy Longway um dos mais relevantes.
Nos
últimos meses,
por razões que agora não vêm ao caso,
as minhas leituras, numa parte não desprezável,
têm sido marcadas por uma carga de pura
nostalgia,
num regresso a séries (Tiger
Joe,
Paul
Foran, Jess Long, Archie Cash, Yalek...)
que, numa segunda linha, marcaram a minha adolescência
e tinham ficado lá. Ou, de forma mais abrangente, numa
recuperação/descoberta de um género,
a BD franco-belga,
que continua a ser a minha principal praia, na sua vertente de séries
(Ric Hochet, Bob Morane, Sammy, Les Tuniques Bleues, Luc Orient...)
a que hoje devemos chamar clássicas.
Dia
15
de Abril
é o dia do Desenhador, em homenagem a Leonardo Da Vinci, e
foi esse o pretexto,
juntamente com os 30 anos de O
Corvo,
para uma entrevista com Luís Louro publicada no Jornal
de Noticias. A
versão integral, bem mais extensa, pode ser lida já a seguir.
Um
homem e uma criança empurram com dificuldade um carrinho de
supermercado ao longo de uma estrada. São pai e filho, como
descobrimos rapidamente, mas a condição que sem-abrigo que
intuíamos para eles revela-se errada. São sobreviventes de uma
catástrofe
que reduziu a humanidade a pouco mais do que à selvajaria animal e
que nunca é explicada e seguem passo após passo em busca da ilusão
de um local melhor para viver.