O grande camaradão de todos os sábados
José Azevedo e Menezes (concepção, pesquisa e paginação)
Bonecos Rebeldes (Portugal, 2010)
210 x 300 mm, 116 p., cor e pb, brochado com badanas, 20 €
Para quem escreve regularmente sobre banda desenhada, como é o meu caso, por vezes querer mergulhar no passado dos quadradinhos nacionais revela-se um caso bicudo, dada o limitado acervo que possuo de edições de tempos mais distantes e a inexistência de publicações dedicadas em especial aos seus títulos mais marcantes e importantes.
Os poucos que existem, ou tiveram um forte apoio institucional, geralmente estando associadas a exposições, ou devem-se à paixão pelos quadradinhos dos seus autores.
Este estudo sobre o Diabrete, agora disponível, encaixa no segundo caso.
Sem fazer considerações de conteúdo e forma, nem o enquadramento da publicação no seu tempo e em relação a outras publicações “concorrentes” – aspecto que já tem sido considerado em obras de outros autores – José Menezes optou por compilar e tornar acessíveis dados “estatísticos” relativos a um dos jornais infantis mais significativos do panorama nacional, publicado entre 1941 e 1951.
Desta forma, através de uma paginação simples e legível, mostra todos os cabeçalhos que o Diabrete utilizou, compila, com exemplos, separatas e suplementos, aborda brevemente, mostrando páginas, os principais autores (Adolfo Simões Müller, Fernando Bento) e histórias publicados a par da lista completa de uns e outros, resume secções e colaborações de leitores, indica curiosidades, gralhas, concursos e espectáculos, etc…
E, como não podia deixar de ser, como bom “tintinófilo”, dedica especial atenção às bandas desenhadas de Hergé publicadas, desde as alterações feitas em pranchas de Tintin à reprodução de 27 episódios de Quick e Flupke (conhecidos no Diabrete como Trovão e Relâmpago…) por não terem sido incluídos nos doze álbuns que a Verbo editou em português.
Trabalho de dedicação e paciência, este estudo dedicado ao Diabrete surge na sequência de um outro similar, que o autor tinha editado em 2005, sobre O Papagaio.
Fico a aguardar o próximo… (sobre o Cavaleiro Andante?!)
Tenho desde o nº.1 ao último (encadernados) do diabrete e volta e meia ainda os vejo :)
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