“Deadpool”, o primeiro filme da Marvel de 2016, que hoje
estreia um pouco por todo o mundo, destoa da linha até agora seguida pelos
outros filmes de super-heróis, pelo humor negro e pela violência.
Fiel, aliás, à imagem de marca do protagonista, como é
possível comprovar na colectânea recém-editada.
Também conhecido como Mercenário
Tagarela, pelos seus excessos verbais, Deadpool foi criado em 1991 por Rob
Liefield e Fabian Niciesa, como vilão. O seu humor ácido, os excessos cometidos
no cumprimento dos contratos e a destruição maciça que muitas vezes provocava,
fizeram-no ganhar popularidade que lhe proporcionou a primeira revista a solo
em 1997.
De seu verdadeiro nome Wade Wilson, teve uma infância e
adolescência conturbadas, devido à morte da mãe quando tinha 5 anos e ao
tratamento violento que sofreu às mãos do pai.
Após um percurso errante como mercenário, semeado de
assassinatos e violência, descobriu que tinha um cancro em estado avançado,
sujeitando-se a um tratamento experimental por parte de um departamento do
governo canadiano, onde lhe foi administrado o factor de cura de Wolverine. Se
isso serviu para retardar o avanço da doença, também afectou o seu aspecto
físico e tornou-o mentalmente instável.
Transformado em (pouco convencional) herói, como mercenário
ao serviço apenas de causas just(ificad)as e tentando atenuar os danos
colaterais – no limite porque só mata aqueles que lhe pagam! – Deadpool, chegou
até a integrar os Vingadores.
No filme de Tim Miller que hoje chega às salas portuguesas,
assistimos à transformação de Wilson em Deadpool e ao seu desejo de vingança em
relação ao homem que o transformou. O papel está entregue a Ryan Reynolds, que
já o tinha interpretado na sua breve passagem por “X-Men Origens: Wolverine”
(2009), e que conta ao seu lado com Morena Baccarin, Ed Skrein, T. J.
Miller e Gina Carano, para além de duas breves aparições de Stan Lee e Rob
Liefield.
O registo violento adoptado, a acidez de algumas piadas, as
alusões sexuais e alguma nudez levaram o filme a ser classificado como R (para
maiores de 17) nos Estados Unidos ou para maiores de 16 no Brasil, mas em
Portugal o filme de Tim Miller é para maiores de 12 anos.
A banda desenhada
Aproveitando a estreia do filme, a Panini espanhola lançou a
colectânea Masacre [pois, ninguém é
perfeito…] – La Promessa, que compila
várias histórias retiradas do vol. 3 da revista Deadpool (2000/2001).
A sua fraqueza por mulheres de belo físico, o humor irreverente,
a verborreia constante, a violência a rodos, marcam estas páginas que mostram
um herói (?) politicamente incorrecto envolvido em temáticas surpreendentes no
seio de uma editora como a Marvel, mas que resultam num todo que, se não deve
ser levado demasiado a sério, é divertido e dispõe bem.
Fin del camino, em
que defronta o Justiceiro, na sequência de Justiceiro:
A Ressurreição de Ma Gnucci, publicado no ano passado na colecção Poderosos Heróis Marvel, é um dos
pontos altos do livro, a par de La
promessa, sobre a “adopção” de um órfão que involuntariamente causou, e de Verano Cruel que abre – bem - um volume
que pode ser uma excelente porta de entrada para descoberta de uma personagem
pouco convencional, à qual encontramos ligados nomes como Jimmy Palmiotti e
Buddy Scalera, como argumentistas, e Paul Chadwick, Darick Robertson e Karl
Kerschl, na parte gráfica.
Inclui Deadpool v3,
46-56 USA (2000/2001)
Jimmy Palmiotti, Buddy Scalera (argumento)
Paul Chadwick, Michael
Lopez, Darick Robertson, Anthony Williams, Georges Jeanty e Karl Kerschl
(desenho)
Ron Randall, Jon Holdredge
e Andy Lanning (arte-final)
Panini Comics
Espanha, Dezembro de 2015
170 x 260 mm, 264 p., cor, capa mole
ISBN: 9788490943519
22,95 €
(versão revista e aumentada do texto publicado no Jornal de Notícias de 11 de Fevereiro de 2016)
Essa é da primeira série regular do Deadpool, as anteriores eram mini-séries. A surpresa é ver arte do Paul Chadwick na Marvel!
ResponderEliminarserá que sairá em Portugal ?
ResponderEliminarA Colecção Oficial de Graphic Novels Marvel tem anunciado um volume do Deadpool para o n.º 36... lá para Março de 2017!
ResponderEliminarBoas leituras
T.J.Miller tambem faz bom trabalho de dublagem. Definitivamente os filmes divertidos sempre são meus preferidos, e Emoji O filme é umo dos melhores T.J. Miller filmography preferidos é muito lindo, com bons personagens, vale a pena assistir a história é linda e mesmo que seja para criança eu desfrutei muito. E se você tiver crianças, eu tenho certeza que eles vão adorar também, garantido.
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