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27/06/2016

J. Kendall #118







O regresso de Myrna, a serial killer que, à distância, ama e odeia Julia, marca mais um volume duplo da criminóloga de Garden City, actualmente - finalmente! - distribuído em Portugal, em mais uma lição de escrita de Giancarlo Berardi.

25/04/2015

J. Kendall #112













Mais duas histórias com a participação de Julia Kendall, numa edição actualmente distribuída em Portugal, que mostram a enorme capacidade de escrever – e surpreender - que Giancarlo Berardi patenteia.

27/10/2014

J. Kendall #108






Quem leu na altura certa – e continua a ler… - banda desenhada de aventuras, habituou-se a encontrar heróis com adversários eternos como Blake e Mortimer/Olrik, Lefranc/Borg ou - dando um salto aos super-heróis – Homem-Aranha/Dr. Octopus – que atingiu extremos inimagináveis no estimulantearco Homem-Aranha Superior.
Da mesma forma, séries houve em que, pelas suas características intrínsecas, não vemos de todo o protagonista sempre face ao mesmo opositor.
Continuo já a seguir.

23/08/2012

J. Kendall #86

A sangue quente








Giancarlo Berardi e Murizio Mantero (argumento)
Laura Zuccheri (desenho)
Mythos Editora (Brasil, Janeiro de 2012)
135 x 178 mm, 132 p., pb, brochado, mensal
4,00 €

  

1.       Se é normal na banda desenhada – nos comics de super-heróis e na maior parte das séries franco-belgas a existência de um “vilão de serviço” recorrente, sempre pronto a opor-se aos desígnios dos heróis, de forma algo surpreendente isso é pouco habitual nos heróis Bonelli, pese todo o potencial para que tal acontecesse.

2.      E se surgem alguns inimigos que se destacam – Mefisto em Tex, Hellinger em Zagor, de forma mais evidente, Hogan em Mágico Vento – na maior parte dos casos as suas aparições são quase residuais se considerado o elevado número de histórias de cada um daqueles heróis.

3.      Por maioria de razões – desde logo pelo realismo do relato e pelo evidente privilegiar das componentes emocionais e psicológicas – isso também não acontece em Julia Kendall.

4.      O que - apesar da evidente contradição – não impede que “A sangue quente” apresente o terceiro confronto entre a criminóloga de Garden City e a serial killer Myrna, que foi, recorde-se, o centro da sua primeira investigação nos três números iniciais desta colecção.

5.      Fugida da cadeia, há longo tempo desaparecida, Myrna “ressuscita” aqui para se vingar como não podia deixar de ser, mais engenhosa e inteligente, também mais perigosa e, sem dúvida, mais desequilibrada, demonstrando uma obsessiva – e até quase incómoda para o leitor – relação de amor/ódio por Julia, na qual paixão e vingança se confundem (e atrapalham?), numa espiral de sexo e sangue apresentada num crescendo ao longo deste tomo - onde a violência e a sensualidade atingem níveis invulgares no contexto da série - mesmo que o(re)encontro final entre ambas se revele breve e defraude mesmo – mas apenas sob certo ponto de vista - as perspectivas criadas ao longo de uma centena de pranchas repletas de grande tensão emocional.

6.      Embora – por isso – deixe em aberto nova confrontação, num futuro que se adivinha mais ou menos distante, que se espera tenha (pelo menos) a mesma qualidade, força e emoção deste.

7.      Este regresso de Myrna, se evoca duas das mais fortes narrativas de Berardi nesta série – que mais uma vez confirma a elevada qualidade da sua escrita pela forma como desenvolve o relato aproximando pouco a pouco Julia e Myrna - evidencia também as mudanças que a “sósia” de Audrey Hepburn sofreu ao longo destes mais de sete anos de investigações.

8.     Porque Julia tem mudado. Mudou. Como qualquer leitor atento facilmente percebeu. Sem perder a sua feminilidade e a sua fragilidade, tem agora uma maior auto-confiança, uma forma diferente de se abrir, de se relacionar (e de se dar), uma outra capacidade de enfrentar as situações limites que as suas escolhas tantas vezes provocam, a exemplo do que acontece neste número quando – finalmente – se vê de novo frente a frente com Myrna.






31/01/2011

J. Kendall #69/#70





Giancarlo Berardi, Maurizio Montero (argumento)
Laura Zuccheri (desenho)
Mythos Editora (Brasil, Agosto e Setembro de 2010) 
135 x 178 mm, 132 p., pb, brochado, mensal, 4,00 € 

Resumo Julia Kendall desloca-se à pequena cidade de Wylmeth, no Texas, por motivos que só mais tarde nos serão relatados, sendo recebida com desconfiança e pouca hospitalidade pelos habitantes locais. Começa assim mais uma delicada investigação da criminóloga, que a levará a enfrentar situações limite que nunca viveu.

05/01/2010

J. Kendall #56

Giancarlo Berardi e Maurizio Mantero (argumento) 
Valerio Piccioni e Laura Zucchi (desenho) 
Mythos Editora (Brasil, Julho de 2009) 
135 x 178 mm, 132 p., pb, brochado, mensal

Resumo Uma família norte-americana, os Norton – pai, mãe, filho, filha, avô e uma empregada mexicana – planeia deixar o apartamento em que vive para se mudar para uma casa numa zona mais tranquila. Combinam a visita à nova moradia e, depois, desaparecem sem deixar rasto. 

Desenvolvimento Após esta introdução, entra o primeiro dos vários flashbacks que integram a narrativa, um artifício que faz a história avançar e que serve também para prender o leitor, que assim vai sendo actualizado e recebendo a informação ao mesmo tempo que os protagonistas. Curiosamente, ao fim de trinta e poucas páginas, aparentemente o caso que desta vez é investigado pela polícia de Garden City, com o auxílio de Júlia, parece já estar resolvido, com um suspeito a confessar o crime. Pelo que de imediato avança a sua avaliação psiquiátrica e o respectivo julgamento. Mas na sua confissão há algo que não convence a criminóloga, que decide continuar por sua conta e risco, levantando questões, situando cada um, ouvindo pessoas – tão importante que isto é! – até chegar ao desfecho, de todo inesperado, onde se adivinha uma homenagem a uma obra-prima do cinema, que não refiro para não estragar o prazer da leitura e da surpresa que ela encerra, mostrando que nem sempre são os motivos mais óbvios que provocam os maiores estragos. Giancarlo Berardi, mais uma vez, tece uma trama complexa, credível e interessante, que desenvolve a seu bel-prazer, obrigando o leitor a segui-lo ao ritmo que ele impõe. Um ritmo calmo tranquilo, apesar de um ou outro sobressalto. Pelo caminho, com mestria, aproveita para traçar um retrato decadente da instituição familiar norte-americana – e da própria sociedade -, feito de forma exemplar nas primeiras pranchas, em que os curtos diálogos durante o pequeno-almoço definem e marcam cada um dos Norton. Retrato que conclui, sem dúvida de forma incómoda, no final da história. Um retrato duro que fala de falta de diálogo, da convivência de (parentes) estranhos dentro da mesma casa, da incapacidade de expressar sentimentos, do avanço do individualismo, da falta de objectivos, da solidão. Ao mesmo tempo que continua a definir – de forma bem humana - a protagonista, a mostrar o que a move e inquieta, as suas qualidades e defeitos, o que a faz forte e quais as suas fragilidades, medos, receios, (des)ilusões. Embrenhado no argumento de Berardi, quase se esquece o desenho – realista, firme, anatomicamente correcto, ritmado, de planificação clássica mas dinâmico nos movimentos de câmara que variam planos e enquadramentos – mas que, no entanto, tem um papel determinante, pela forma como define estados de espírito, sensações e emoções, expressos pelos olhares e pelos gestos. 

A reter - Não tenho dúvidas que este é um dos melhores títulos mensais distribuídos actualmente em Portugal. Por isso, desafio quem ler estas linhas a procurá-lo numa banca (perto - ou longe - de si…!), onde neste momento está disponível, pondo de lado eventuais preconceitos em relação à edição, em brasileiro, de pequeno formato, a preto e branco, papel de fraca qualidade e impressão por vezes com problemas nas zonas mais escuras.
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