Três...
digitais
São propostas
digitais, para
as
quais, possivelmente,
estamos mais disponíveis neste
tempo de pandemia e confinamento, foram divulgadas no Calendário BD
deste mês mas, para os mais distraídos - e porque se justifica -
deixo
breves notas sobre elas.
[Para
aceder às versões digitais, basta clicar nos respectivos títulos.]
Marcas...
Para
um leitor de banda desenhada franco-belga (clássica...), o que
primeiro marca
nesta
edição,
é a homenagem, evidente na capa, a uma das obras-primas de Edgar P.
Jacobs, A
Marca Amarela.
No
entanto, ultrapassada essa referência, potenciada pelo muro de
tijolos, e pela 'marca vermelha' nele desenhada com um 'W' - ou um
'M' invertido... - no
interior de um círculo aberto, para
além de uma e outra narrativa decorrerem numa Londres nevoenta e de
os protagonistas se relacionarem com a Scotlland Yard, nada mais une
este Dylan Dog e aquele Blake e Mortimer.
Erros
grosseiros e grande desilusão
Posta
à venda esta semana, a colecção Snoopy - A Peanuts
Collection podia ser o
lançamento do ano mas,
afinal, não passa de uma
grande desilusão.
As
razões - e todas as características - estão expostas já a seguir.
Para
lá do universo...
O
universo de As
Cidades Obscuras é
um dos mais originais e estimulantes projectos que a banda desenhada
nos proporcionou nas últimas décadas.
Hábil
combinação de humanidade e arquitectura, de passado e futuro, de
reflexão e desafio, assenta tanto nos argumentos consistentes de
Benoit Peeters, quanto no desenho realista de François Schuiten.
Embora,
segundo os autores, seja exterior a esse universo, Rever
Paris
dificilmente será visto sob
outro prisma pelos
leitores.
Contrastes
Três
meses depois da distribuição em Portugal do primeiro tomo - na
origem mediou meio ano entre os dois números - Miles
Morales está de volta às bancas portuguesas - nesta renovada vida
das edições brasileiras em Portugal - numa edição que se destaca
pelos contrastes que evidencia.
A
Grande História
18
de Março de 1871.
Cercada
há quatro meses pelos prussianos, Paris acorda sob a humilhante
notícia da capitulação. Face ao desejo de armistício manifestado
por Adolphe Thiers, chefe do governo, a população revolta-se contra
as autoridades e, durante nove semanas, vai viver a aventura da
auto-governação, rapidamente baptizada de Comuna de Paris.
Tomando
como ponto de partida
um romance de Jean Vautrin, Jacques Tardi fez deste evento um imenso
fresco em banda desenhada, considerada por muitos a sua obra-prima.
Guia
turístico...
Depois
de narrar as suas viagens a Pyongyang e Shenzen, Guy Delisle leva-nos
desta vez com ele até à Birmânia
(como
se chamava
noutros
tempos)
- ou Myanmar
(como
se diz
agora),
que (infelizmente...)
está
de novo no topo da actualidade - narrando-nos o ano que lá passou a
acompanhar a
sua mulher, membro dos Médicos Sem Fronteiras.
Entre
o guia turístico (pouco), apontamentos locais e embirrações
pessoais, este é um livro mais divertido e informativo do que à
partida poderia parecer.