Paco Roca continua a narrar a (sua) história do século XX espanhol, em
particular dos anos das guerras - Civil e II Mundial - e das décadas
que se lhe seguiram. É uma forma muito pessoal de
a contar, entre o realismo histórico e a sua realidade pessoal e
familiar, esta última assumida de forma púdica e e num patamar
inferior em relação à ‘Grande História’. Continua
a fazê-lo de forma extremamente sensível e original, enquanto
explora - revela? - potencialidades do meio que lhe serve de veículo:
a banda desenhada.
A atribuição do Prémio Jorge Magalhães para Argumento de BD a
Derradé, pelo seu livro O Fogo Sagrado, foi o mote para
breve entrevista, feita à distância, que serviu de base ao texto
publicado no Jornal de Notícias online de 3 de Dezembro de 2022, e à
sua versão em papel publicada no dia seguinte.
A seguir, fica a versão integral dessa mini-entrevista, com aspectos
que fazem pensar.
Depois
de quarenta volumes editados e quase um milhão de exemplares
vendidos, o Bando
das Cavernas,
criação a solo de Nuno Caravela, descobre a banda desenhada.
Literalmente.
Membro
do projecto ComicArte e da organização do Salão do Porto, Paulo J.
Mendes regressou à banda desenhada há dois anos com O Penteador
(edição Escorpião Azul) que, em pleno pandemia, se revelou uma
lufada de ar fresco pelo humor absurdo e pelo apelo a convívios,
jantaradas e passeios. Dois
anos volvidos, Elviro
confirma o autor que se (re)descobriu
na altura, com a vantagem de ser uma obra mais estruturada, assente
numa pesquisa cuidada, com um fio condutor mais sólido, sobre
relações humanas e a forma como encaramos o passado. E
com 0 colorido que se adivinhava/desejava em O
Penteador.