Volto
a pedir emprestada uma frase de uma entrevista do Luís Louro que já utilizei por aqui: "sempre
gostei mais de ler aventuras de heróis que já conhecia, do que
histórias isoladas… Permite irmos conhecendo e desenvolvendo as
personagens de um modo mais consistente." Mas
o ideal,
acrescento eu,
é quando herói que (re)conhecemos se apresenta de modo completamente
diferente
e nos surpreende, sem deixar de ser ele. Como acontece, desta vez, com o Corvo.
Preservar
a memória é fundamental num tempo em que a informação - e a falta
dela - é tão etérea e passa tão depressa quanto surge: à
velocidade de um clique.
Táxi
Amarelo
é mais uma prova - completamente desnecessária porque isso é algo
adquirido - do talento narrativo de Chabouté, do seu virtuosismo a
preto e branco, comprovado pelo facto de serem as páginas sem texto
aquelas que adquirem maior impacto - visual e narrativo.
A minha
geração - possivelmente por influência da anterior, que viveu,
mesmo que à distância (e com a sombra guerra colonial de perto) os
efeitos
da II Guerra Mundial, sempre teve uma apetência especial por esta
temática.
Black
Rowan e Morgan Chaffey são parceiros na polícia de Portsmouth. A
sua relação tem anos e prolonga-se para lá do trabalho, no domínio
particular, abrangendo a mulher dele, grávida do primeiro filho. A
relação de ambos, com a profunda confiança que o trabalho obriga,
é uma profunda amizade, que esvazia a evidente atracção sexual
entre ambos.