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23/09/2022

J. Kendall #153

Grandes mudanças... inconsequentes






Demasiada proximidade de uma personagem de ficção - no caso de banda desenhada - tem um risco: perdermos (alguma) noção da realidade e deixarmos que ela, de alguma forma, entre na nossa vida e se torne quase parte da nossa família. Risco que se revela acrescido, quando começamos a fantasiar (com) situações da vida delas E que a nossa, de leitores empedernidos, já nos ensinou serem irrealizáveis.

16/01/2013

J. Kendall #89





  

Um mundo de violência
Giancarlo Berardi e Lorenzo Calza (argumento)
Marco Soldi e Luigi Pittaluga (desenho)
Mythos Editora
(Brasil, Abril de 2012)
135 x 178 mm, 132 p., pb, brochado, mensal
R$ 8,90 / 4,00 €


“Reencontro” poderia ser o título desta crónica.
Reencontro com Julia Kendall, depois de meses de ausência devido à decisão da VASP de não distribuir este título da Mythos em Portugal.
Reencontro possível porque mãos (muito) amigas me fizeram chegar um bom lote de números de “J. Kendall – Aventuras de uma criminóloga” e agora o difícil é resistir a lê-los todos de enfiada e voltar a enfrentar (longos) meses de privação.
Em “Um mundo de violência”, após a morte de um atleta no ringue, a pedido do detective Leo Baxter – que desempenhará um papel crucial na história - a Julia envolve-se com o lado mais negro do (baixo) mundo do boxe, dos combates vendidos, dos atletas comprados e explorados e das apostas ilegais.
Retrato duro e incisivo de um submundo que todos fingem não existir, esta é uma nova oportunidade para Berardi e Calza traçarem um retrato assertivo das piores facetas da sociedade de Garden City – da sociedade norte-americana, da nossa sociedade ocidental – em que uns quantos controlam, exploram, violentam, condenam à morte ou descartam quando já não têm mais serventia um grande número de infelizes que da vida não conseguem mais do que sonhar pequenos sonhos, que quem os domina torna inatingíveis.
De forma contrastante com aquele universo violento, as habituais inseguranças e vulnerabilidades de Julia – que fazem dela um caso tão especial nos quadradinhos dos nossos dias – levam-na a expor-se mais do que é vulgar e a quase terminar a sua carreira de forma violenta e definitiva, como mais alguém desfeito pelo mundo do boxe, em mais um relato desenhado, de final trágico em que ainda há tempo para redenção, numa prova de crença no melhor do ser humano.


31/01/2011

J. Kendall #69/#70





Giancarlo Berardi, Maurizio Montero (argumento)
Laura Zuccheri (desenho)
Mythos Editora (Brasil, Agosto e Setembro de 2010) 
135 x 178 mm, 132 p., pb, brochado, mensal, 4,00 € 

Resumo Julia Kendall desloca-se à pequena cidade de Wylmeth, no Texas, por motivos que só mais tarde nos serão relatados, sendo recebida com desconfiança e pouca hospitalidade pelos habitantes locais. Começa assim mais uma delicada investigação da criminóloga, que a levará a enfrentar situações limite que nunca viveu.

23/12/2011

J. Kendall #79

Sangue do meu sangue
Giancarlo Berardi e Maurizio Mantero (argumento)
Federico Antinori (desenho)
Mythos Editora (Brasil, Junho de 2011)
135 x 178 mm, 132 p., pb, brochado, mensal
4,00 €
 

Resumo
O assalto a uma clínica de fertilidade e o “rapto” de alguns embriões congelados, pertencentes a pessoas influentes, leva a polícia de Garden City a recorrer uma vez mais à assessoria da criminóloga Julia Kendall, numa história que coloca questões incómodas sobre temas actuais.

Desenvolvimento
Esta é mais uma história de Julia na qual o factor humano se sobrepõe largamente à intriga base policial.
Para começar, atente-se no modo como a trama esta construída, a dois tempos, e como os seus protagonistas – os criminosos, por um lado, e as autoridades policiais e Júlia, por outro – só se cruzam, tangencialmente, uma única vez ao longo de todo o relato, para além do desfecho a posteriori. E sem que isso, em momento algum, ponha em causa a identidade do culpado primordial ou retire consistência ou interesse à narrativa, bem pelo contrário.
Depois, a forma como o seu desenrolar serve para Berardi e Mantero colocarem várias questões actuais, prementes, de resposta difícil - não única nem absoluta - relativas às escolhas que a vida obriga a fazer – porque não escolher já é optar – sobre profissão, carreira, casamento, filhos, amizades, religião, relações, métodos de fertilidade, momento de início da vida… E como cada uma dessas escolhas, implica novas opções, quase sempre igualmente difíceis e fundamentais.
A história, mais uma vez, é muito bem narrada, com os diferentes momentos dos dois níveis de acção a decorrerem a ritmos diferenciados mas apropriados, maioritariamente de forma lenta, para que o leitor possa absorver as pistas que os autores propõem – sem tomar partido ou fazer campanha - e fazer a sua própria reflexão. E a temática em causa, actual, incómoda, sensível, tem, sem dúvida, muito sobre que reflectir. 

A reter
- Mais uma vez em J. Kendall, a forma original e consistente como a narrativa é construída e desenvolvida.
- A actualidade e relevância das questões - éticas, pessoais… - que a trama base permite aos argumentistas colocar.
- A maior consistência física da edição, devido à utilização de um papel de gramagem superior.

13/02/2015

J. Kendall #110












Julia Kendall capturada por um predador sexual e no papel de detective particular são as iguarias oferecidas no menu desta edição, actualmente à venda em Portugal.
São duas variações na continuidade de uma série que merece leitura atenta.

25/04/2015

J. Kendall #112













Mais duas histórias com a participação de Julia Kendall, numa edição actualmente distribuída em Portugal, que mostram a enorme capacidade de escrever – e surpreender - que Giancarlo Berardi patenteia.

29/08/2022

J. Kendall #151

Sem (a) protagonista



Nas histórias de Julia Kendall, é normal que ela partilhe o protagonismo com os criminosos que acabará por investigar. Menos normal, penso eu - confesso que não fui verificar - é que lhes entregue completamente a boca de cena, deixando-se ficar no fundo, quase na sombra.
Escrito de outra forma, nas duas histórias deste volume, Julia apenas aparece em 40 das 126 pranchas de A gangue e em 35 do segundo relato, O quarto de pânico.

10/03/2020

J. Kendall #141

Inevitavelmente





Inevitavelmente, Julia Kendall voltou às minhas leituras.Voltou às minhas leituras, da mesma forma que a noite sucede ao dia ou após a chuva regressa o sol. Mesmo que possa demorar. [Mas, confesso, no caso de Julia, luto contra mim próprio para dosear esses regressos, de forma a não devorar todas as edições de uma vez, querendo ter sempre - quase sempre - edições por ler…].

27/12/2010

J. Kendall: Requiem para uma criminóloga?

O título deste post refere-se à notícia, revelada no início de Julho, de que a revista mensal brasileira “J. Kendall – Aventuras de uma criminosa”, editada pelo Mythos Editora desde Novembro de 2004 e presença regular neste blog, podia chegar ao fim no nº 67, “devido às baixas vendas e aos altos custos redaccionais e gráficos”. A onda de pesar levantada, levou a editora a fornecer-lhe um curto balão de oxigénio garantindo a sua publicação até ao nº 71, datado de Outubro de 2010. “Era uma manhã tediosa. Daquelas invadidas por uma subtil inquietação. Uma sensação que eu sabia que ia durar o resto do dia, deixando cinzento até o meu humor. Há tempos eu já havia aprendido que basta pouco para modificar o próprio comportamento. Um acto de vontade pode impor uma lufada de optimismo capaz de iluminar o horizonte mais sombrio. Mas eu também sabia que era muito agradável deixar-se embalar por uma pitada de melancolia. É um modo para se colocar à espera. À espera que chegue alguma coisa ou alguém para movimentar a vida.” (In “Júlia #1”, Mythos Editora, Novembro de 2004, página 20. Não, não há engano no título da revista: intitulada “Julia” em Itália, esta série teve o mesmo título no Brasil, mas apenas durante os primeiros quatro números, tendo depois que ser mudado para o actual “J. Kendall – Aventuras de uma criminóloga” para não ser confundida com uma outra publicação homónima, dedicada a romances cor-de-rosa.). Esta é a primeira vez que o leitor “ouve” os pensamentos de Julia – ou que os lê no seu diário, se preferirem. Acontece logo na edição de estreia, após uma longa (e dupla) sequência muda bastante violenta (um exemplo da dicotomia realidade/sonho, comum ao longo da série) e um entreacto mais ligeiro/cómico. E desta forma, numa vintena de páginas, Giancarlo Berardi lança as bases do que seria – do que é! – Julia, que apesar de estar em perigo (editorial) no Brasil, mesmo sendo muito louvada pela crítica - o anúncio do fim da revista levou à criação de uma série de iniciativas em sites e blogs para tentar obstar ao seu cancelamento e, já neste início de Outubro, a publicação foi distinguida com o Troféu HQMix (o mais importante do género no Brasil) como melhor Publicação de Aventura/Terror/Ficção publicada no Brasil no último ano. - mantém boa saúde em Itália onde neste mês de Outubro a edição original da Sergio Bonelli Editore atinge a edição #145, com a qual começa o seu 13º ano. Moradora de Garden City, uma cidade relativamente pacata nos arredores de uma grande metrópole, Julia divide o seu tempo entre as aulas de criminologia na universidade e as suas colaborações como consultora junto da procuradoria local. Julia, graficamente (bem) inspirada na bela e frágil Audrey Hepburn, é trintona - A par da série principal, desde 2005 é publicado em Itália (e desde 2006 no Brasil) um especial anual – “Almanacco del Giallo”/”Almanaque Mistério” – que narra as aventuras de Julia quando ainda era estudante da faculdade, com as contradições e hesitações próprias da idade mas já com todas as suas características futuras: a queda para se apaixonar pelo(s) homem(ns) errado(s); a insegurança, embora condimentada com mais ilusões e alguma impetuosidade, próprias da sua juventude; a inteligência e capacidade dedutiva que lhe garantirão o sucesso profissional futuro, embora atenuadas pela sua inexperiência. -, solteira e divide a moradia com a sua pachorrenta gata Toni. Órfã de pai e mãe, falecidos muito cedo, quando Julia tinha apenas três anos, foi educada pela avó, Lillian Osborne, para quem a actriz Jessica Tandy serviu de modelo gráfico, actualmente a viver num lar por opção própria, para dar espaço a Julia para viver a sua vida. Quase sempre fisicamente ausente, devido à exigente carreira de modelo profissional de sucesso (pesem alguns problemas relacionados com toxicodependência), Norma, a irmã mais nova de Julia, está muitas vezes no seu pensamento e é alvo de grande um cuidado protector por parte da criminologista. Durante o dia, Julia vê-se também a braços com Emily Jones (“clone” de Whopi Goldberg), uma espécie de governanta, negra, muito enérgica e opinativa, para quem dois princípios são sagrados: os brancos só servem para tramar os pretos e uma mulher – Julia em especial – só pode realizar-se se tiver um homem. Ela é a responsável pela maior parte dos momentos divertidos ou inesperados, geralmente utilizados para quebrar a tensão das narrativas. Casada e divorciada várias vezes, Emily tem vários filhos, um dos quais, Lutero (Spike Lee), é um hacker que por vezes auxilia Julia quando os meios legais não são suficientes ou suficientemente expeditos. Do ponto de vista profissional, da galeria de personagens fazem parte também o tenente da polícia Alan J. Webb (fisicamente inspirado no actor John Malkovich), que geralmente encabeça os casos que Julia acompanha e que com quem ela partilha uma relação de (quase) amor/ódio, não só pela atracção mútua que sentem mas também pela quase repulsa que as ideias opostas de um e outro provocam em ambos. Enquanto Julia é mais sensível, ponderada e liberal, Webb revela-se mais conservador, inflexível e repentista, o que frequentemente provoca acesas discussões entre os dois. Como mediador surge muitas vezes o “bom” sargento “Big” Ben Irving (cuja base foi o actor John Goodman), amante de boa comida, bonacheirão e bem-disposto, mas também competente na sua tarefa. Entre as personagens recorrentes, embora menores na sua importância, contam-se o médico-legista James Tait, o Capitão Carter, um afro-americano (inspirado em Morgan Freeman), conciso e equilibrado que surge apenas em casos de maior importância, e o Procurador Michael Robson. O lote completa-se com Leo Baxter, robusto detective particular que se assemelha a Nick Nolte, decidido e atlético, capaz de usar métodos menos ortodoxos quando necessário e amante de belas negras. E que de certa forma constitui com Julia e Webb os vértices de um inesperado triângulo amoroso, embora, pouco interessado numa relação duradoura, prefira considerar Julia mais como uma irmã do que uma mulher disponível. Situação que Julia, por vezes, parece desejar que fosse diferente. Série policial realista, esta banda desenhada não tem um “vilão de serviço” como acontece frequentemente a outros níveis. A única adversária recorrente de Julia (se assim a podemos classificar), é a serial killer lésbica Myrna Harrod, atraída e obcecada pela criminóloga, que, depois de protagonizar o tríptico inicial das aventuras de Julia, regressa uma vez por outra a Garden City para espalhar o terror e a morte, sem que até agora tenha havido o confronto decisivo. Estes são os protagonistas principais da série criada pelo italiano Giancarlo Berardi - que nasceu em Génova, na Itália, a 15 de novembro de 1949. Depois de experiências como autor e actor teatral e guitarrista da banda Gli Scorpioni, virou-se para os quadradinhos onde chegou a escrever histórias de Tarzan, Diabolik ou Mickey. Em 1974, criou Ken Parker com Ivo Milazzo, um western humanista muito saudado pela crítica e que lhe proporcionou uma legião de fãs, mesmo fora do meio habitual dos quadradinhos -, cujo primeiro número viu a luz em Itália em Outubro de 1998, como mais uma integrante do (já de si imenso) universo Bonelli. Contando já no seu currículo com uma série de peso (e de culto) como Ken Parker, Berardi não desapontou os seus muitos seguidores e fãs, impregnando de novo com uma forte componente pessoal e intimista um relato que (apenas) de forma ligeira pode ser classificado como policial. Porque, se o crime (passional, informático, político…), o roubo e/ou o assassinato estão sempre presentes, a verdade é que as histórias têm também (e sempre) uma forte componente humana. Porque Julia, geralmente, mais do que desvendar o mistério ou apanhar os criminosos, pretende compreender as suas razões e motivações. Prefere investigar a fundo o que motivou o criminoso, mais do que (ou tanto como) apanhá-lo. Como ela afirma, “Para a polícia, um assassino é somente um culpado. Já para a criminóloga, também interessa o quanto por sua vez é vítima. A violência é sempre fruto de outra violência” (“Júlia #1”, Mythos Editora, Novembro de 2004, página 94). E a forma como ela analisa cada caso, como encara cada culpado (ou inocente), muitas vezes é-nos revelada pela protagonista no seu diário, um artifício recorrente utilizado por Berardi, através do qual vamos também conhecendo os seus sentimentos, desejos, anseios e frustrações. A par disto, a heroína – que só se pode definir assim enquanto protago-nista de uma banda desenhada - vai bem para além das duas dimensões do papel em que as suas aventuras são impressas, revelando-se uma mulher com espessura, com vida própria, com vida para além da criminologia. Ou com falta dela pois, Julia revela-se tão decidida e eficaz profissionalmente, quanto insegura e temerosa no que respeita ao seu relacionamento com o outro sexo. O que não significa que relações com alguns dos homens com quem se vai cruzando não tenham lugar – e sejam muitas vezes consumadas sexualmente – embora terminem sempre ao fim de mais ou (geralmente) menos tempo, quer porque Julia receia avançar demais e perder a sua individualidade e auto-suficiência, quer porque os pontos comuns afinal não eram tantos como pareciam e Julia, embora carente, é sem dúvida exigente. Neste contexto, não surpreende que Julia se envolva algumas vezes com os próprios criminosos quer afectiva (quando entende e de certa forma subscreve as suas motivações) quer mesmo fisicamente. Ao lado de Berardi, na escrita dos guiões surgem por vezes Giuseppe De Nardo, Maurizio Montero e, principalmente, Lorenzo Calza. Este último, também músico de rap, trouxe para a série uma musicalidade – patente no ritmo das histórias em que participa e na utilização de temas musicais em diversas cenas – até aí pouco presente. Isso não retira, longe disso, a cada história tempo para respirar, para os avanços (e recuos) se fazerem ao ritmo das pausas ou da acção, tempo para os componentes da galeria de personagens ganharem consistência criarem (mais) cumplicidades com os leitores, tempo para os (novos) protagonistas em cada relato serem suficientemente desenvolvidos para ganharem credibilidade e sustentarem a(s suas) história(s). Até porque, em muitas das histórias, mesmo que por vezes o leitor já conheça mais da sua base do que os protagonistas, pois normalmente ela é narrada com o(a)(s) criminoso(a)(s) como protagonista(s) nas primeiras páginas de cada revista, há tempo para os investigadores seguirem pistas erradas ou paralelas, formularem teorias diversas, tal como, aliás, acontece com certeza na vida real. Através das suas histórias, Berardi vai traçando retratos lúcidos mas não abonatórios da sociedade actual, da decadência de instituições como a família ou a polícia, questionando métodos e objectivos, para dar sempre o primeiro lugar ao ser humano, com as suas dúvidas e contradições. A nível gráfico, como é normal nas edições Bonelli, Julia passa regularmente pelas mãos de diversos desenhadores - Laura Zuccheri é um dos nomes mais recorrentes, mas pelas suas páginas também já passaram autores como o grande Sergio Toppi (! – no nº11), Steve Boraley ou Giorgio Trevisan, entre diversos outros - , o que obviamente provoca algumas oscilações a nível de traço e acabamento (de uma qualidade média bastante interessante) - aspecto que, que infelizmente, nem sempre é possível aquilatar através das edições da Mythos, no seu habitual pequeno formato (135 x 175 mm), papel fraco e uma impressão (a preto e branco) que muitas vezes deixa a desejar no que às manchas de preto diz respeito. Este é, aliás, um dos motivos (a par da pouca divulgação por parte da editora) que muitos apontam para as fracas vendas da revista no Brasil, onde tem que fazer face a um mercado com uma enorme quantidade de oferta, geralmente com maior qualidade gráfica. A versão original italiana é maior (160 x 210 mm) e tem melhor papel e impressão. Uma nota final para referir que, contrariamente ao que é habitual nas edições Bonelli, cada número da revista conta 132 páginas e não as habituais 100 -, menos notória no que diz respeito à planificação e uso diversificado de planos e pontos de vista, pois aqui os guiões de Berardi devem ter um peso mais específico. Globalmente, pode classificar-se o desenho como realista (ou não sejam tantos os actores utilizados como modelos para os intervenientes), firme, anatomicamente correcto, bem ritmado, de planificação pelo uso e (bom) abuso de pequenos gestos, olhares e da utilização de pormenores aparentemente sem importância mas que, todos juntos, ajudam a definir o ambiente exigido e a conduzir o relato ao ritmo pretendido. Recorrentemente apontado como um dos melhores títulos disponíveis no Brasil, “J. Kendall – Aventuras de uma criminóloga”, segundo as últimas informações resistirá pelo menos até à edição #79. Em Portugal, este mês de Dezembro, chegou às bancas o #68. Por isso, os leitores portugueses, poderão encontrá-lo ainda durante o próximo ano nos nossos quiosques e bancas. E acreditem que, mesmo que o aspecto da edição não seja convidativo para quem está habituado à cor e qualidade gráfica do franco-belga ou dos comics, vale a pena descobrir Julia e o universo realista que Berardi desenvolveu com mestria ao seu redor.


(Versão revista e retocada do texto publicado originalmente no BDJornal #26 de Outubro de 2010; para facilitar a leitura as notas de rodapé da versão original foram inseridas no texto, numa letra menor.)

20/04/2022

J. Kendall #148

O poder de uma capa



Costuma dizer-se que a capa é a porta de entrada num livro. É dela que, muitas vezes, depende a compra impulsiva de uma obra - ou, em sentido inverso, a recusa dessa compra. Mais a mais, numa publicação regular mensal como é Julia em Itália - e agora também no Brasil, travestida de Júlia - em que a capa pode ter papel preponderante na captação do leitor ocasional ou de passagem.

17/04/2017

Mythos suspende distribuição em Portugal


Segundo o Tex Willer Blog, a distribuição dos “fumetti editados pela Mythos Editora está temporariamente SUSPENSA pelo que nos próximos meses não será possível aos fãs e coleccionadores portugueses encontrarem nos quiosques nacionais as diversas séries de Tex, Zagor e J. Kendall”.

30/06/2011

Melhores Leituras

Junho de 2011
Batman - O Longo Dia das Bruxas – Edição Definitiva (Panini), de Jeph Loeb (argumento) e Tim Sale (desenho)

Dragon Ball #9 e #10 (ASA), de Akira Toriyama

E tudo Fernando Bento sonhou (CNBDI), de João Paulo Paiva Boléo

J. Kendall – Aventuras de uma criminóloga #72 (Mythos Editora), de Berardi e Mantero (argumento) e Boraley (desenho)

J. Kendall – Aventuras de uma criminóloga #74 (Mythos Editora), de Berardi, Calza e Ghè (argumento) e Piccioni (desenho)

Le Photographe #1, #2 e #3 (Dupuis), de Emmanuel Guibert (argumento e desenho, Didier Lefèvre (fotografias) e Frédéric Lemercier (montagem e cor)

Mágico Vento #102, #103 e #104 (Mythos Editora), de Manfredi (argumento) e Barbati, Di Vincenzo, Volante e Perovic (desenho)

Met le paquet! (CBBD+La Poste), de Merho

Mocifão - Dia a dia, com azia! (El Pep), de Nuno Duarte

Tintin #16 – Rumo à Lua e #17 – Explorando a Lua (ASA), de Hergé

08/06/2014

Bonelli em Junho

(Mythos Editora)

Em termos de edições Bonelli da Mythos, Junho fica marcado pelas mudanças em J. Kendall, Zagor e Zagor Extra, que duplicam, páginas e preços e passam a bimestrais.
Para além disso há duas edições que merecem uma chamada de atenção:
o segundo Tex Especial Colorido e, principalmente, a edição de homenagem a Sergio Bonelli, que bem mais do que uma edição de coleccionador, é um documento que deve figurar em qualquer biblioteca de banda desenhada.

 

Capas, resumos e fichas técnicas de todas as edições de Junho já a seguir.

26/03/2010

J. Kendall –#59

Giancarlo Berardi e Lorenzo Calza (argumento) 
Cláudio Piccoli (desenho) 
Mythos Editora (Brasil, Outubro de 2009) 
135 x 178 mm, 132 p., pb, brochado, mensal 

Resumo A morte misteriosa de um professor colega de Júlia, associada ao desaparecimento de sua casa de uma reprodução de Mana, um ídolo asteca de duas cabeças, metade deus e metade demónio, leva a criminóloga de Garden City a encetar mais uma investigação juntamente com a policia local, ao mesmo tempo que começa a ser afectada por uma série de estranhos pesadelos.

Desenvolvimento Se em banda desenhada, texto e desenho devem ser inseparáveis e indivisíveis, a verdade é que há obras de desenhador e outras de argumentista. J. Kendall – ou Júlia, no original italiano – é um destes últimos casos, com Berardi a apor claramente a sua marca em histórias que combinam intimismo e acção. Neste número #59, de momento distribuído nas bancas portuguesas, isto é mais uma vez evidente, pese embora o facto de ser uma narrativa atípica no conjunto da série, pelo facto de se revestir de uma forte carga onírica, mística e fantástica, de todo pouco habitual, pois o seu registo costuma ser bem realista. Mesmo assim – ou por isso? – Berardi revela mais uma vez a mestria da sua escrita, combinando a evocação da realidade histórica com uma narrativa mitológica, transportando esta última para o tempo actual, interligando-a ainda com a anedota do hacker-poeta, e inserindo-a no contexto típico das histórias de Júlia, de uma forma só aparentemente leve e descontraída, pois algumas das questões que aborda e explora merecem reflexão profunda. Piccoli, por seu lado, põe o seu traço “ao serviço do mestre”, revelando à-vontade no tratamento realista de quase todo o relato, com especial destaque para a vivacidade e expressividade de Júlia, e utilizando outros estilos gráficos para os diversos segmentos fantásticos da narrativa.

09/06/2011

Leituras de Banca

Junho de 2011
Revistas periódicas de banda desenhada este mês disponíveis nas bancas portuguesas.
Deixo desde já alguns destaques: pela positiva, o regresso de J. Kendall, Mágico Vento e das Tiras Clássicas da Turma da Mônica, e, pela negativa, a ausência dos habituais títulos da Marvel, que no entanto regressarão em Julho.

Mythos
TEX 468 - A Sentinela do Passado
TEX COLEÇÃO 260 - Ninho de Serpentes
OS GRANDES CLÁSSICOS DE TEX 26 - Na Trilha de Laredo
TEX EDIÇÃO HISTÓRICA 78 - São Francisco
ZAGOR 117 - Justiceiro Implacável
ZAGOR EXTRA 81 - O Esquadrão de facínoras
ZAGOR ESPECIAL 29 - Uma Tribo em Perigo
MÁGICO VENTO 102
J. KENDALL, AVENTURAS DE UMA CRIMINÓLOGA 73 - A Teia se Fecha

Panini
Turma da Mónica
Almanaque da Magali #24
Almanaque do Chico Bento #24
Almanaque temático Mônica – Vampiros #16
Cascão #48
Cebolinha #48
Chico Bento #48
Magali #48
Mônica #48
Ronaldinho Gaúcho e Turma da Mônica #48
Tiras Clássicas da Turma da Mônica #6
Turma da Mônica – Clássicos do Cinema #23 – As Panterelas
Turma da Mónica – Saiba mais #39 – Aleijadinho
Turma da Mônica – Uma aventura no parque #48
Turma da Mônica Jovem #30
Turma da Mônica Jovem Revista Poster #1

DC Comics
Batman #96
Liga da Justiça #95
Superman #96
Universo DC #5

Marvel
Este mês não serão distribuídos os habituais títulos da Marvel.



Manga
Vampire Knight #3

26/01/2014

J. Kendall #102 – O voo do terror

Aventuras de uma criminóloga
 
 
 
 
 
 
 
Pode o acessório parecer (ilusoriamente) principal e o que parece secundário corresponder à verdadeira essência de uma narrativa?
Berardi e Mantero respondem afirmativamente – e demonstram-no! – em O voo do terror, neste momento em bancas portuguesas, mais um relato que justifica porque razão esta é uma revista que se deve seguir mensalmente.
Confusos? Vou tentar explicar já a seguir.

19/01/2010

Nas bancas – Janeiro

Segundo o Blog do Tex, durante este mês estarão nas bancas portuguesas, para além de títulos de qualidade garantida, como J. Kendall ou Mágico Vento, a conclusão de “El Muerto”, uma das melhores histórias de Tex e também “Oklahoma!”, outra emblemática aventura do ranger, bem como a centésima edição de Zagor, integralmente a cores.
Eis a rlação completa das edições da Mythos Editora:

- TEX 451 - Fuga na Neve (Mauro Boselli e Miguel Angel Repetto)
- TEX COLEÇÃO 243 - A Colina dos Pés Juntos (Continuação da aventura El Muerto, Guido Nolitta e Aurelio Galleppini)
- TEX OURO 35 - Oklahoma! (Giancarlo Berardi e Guglielmo Lettèri)
- ZAGOR 100 - Magia Indígena (Moreno Burattini e Gallieno Ferri)
- ZAGOR EXTRA 64 - Caça ao Lobo (Capone e Polese)
- J. KENDALL - AVENTURAS DE UMA CRIMINÓLOGA 57 - Os Guerreiros (Giancarlo Berardi, Maurizio Mantero e Enio Legisamón)
- MÁGICO VENTO 86 - O Filho de Nuvem Vermelha (Gianfranco Manfredi, Giovanni Talami e Stefano Biglia)

Entretanto, as edições da Panini também já começaram a chegar às bancas, sendo de assinalar que a Turma da Mónica Jovem entra no seu segundo ano de publicação, a revista do Homem-Aranha traz o arco completo de A primeira Caçada do Kraven, com este último numa versão feminina, e que a saga Batman - RIP está no seu prólogo na revista do Homem-Morcego.
Segundo o site da editora, eis a data de chegada às bancas dos vários títulos distribuídos este mês:

- 14/01/2010 - Mónica nº 31, Cebolinha nº 31, Cascão nº 31, Homem-Aranha nº 90;
- 15/01/2010 - Magali nº 31, Chico Bento nº 31, Saiba Mais Turma Mónica nº 23, X-Men nº 90;
- 18/01/2010 - Almanaque Mónica nº 16, Almanaque Cebolinha nº 16, Almanaque Cascão nº 16, Novos Vingadores nº 65;
- 19/01/2010 - Ronaldinho Gaúcho nº 31, Turma da Mónica Parque nº 31, Almanaque Temático Cebolinha nº 11, Superman & Batman nº 47, Avante Vingadores nº 29;
- 20/01/2010 – Turma da Mónica Jovem nº 13, Mauricio Apresenta nº 7, Batman nº 79, Superman nº 79, Wolverine nº 54;
- 21/01/2010 – Colecção Histórica Mónica nº 12, Almanaque Astronauta nº 5, Almanaque Tina nº 6, Universo Marvel nº 47, Contagem Regressiva nº 13, Liga da Justiça nº 78.

27/06/2016

J. Kendall #118







O regresso de Myrna, a serial killer que, à distância, ama e odeia Julia, marca mais um volume duplo da criminóloga de Garden City, actualmente - finalmente! - distribuído em Portugal, em mais uma lição de escrita de Giancarlo Berardi.

08/08/2013

Bonelli em Agosto

(Mythos Editora)

Este verão, estação de muita BD nas bancas e quiosques portugueses, fica marcado por mais três regressos aos quadradinhos a esse circuito de distribuição, no caso, das edições brasileiras de J. Kendall, Mágico Vento e Zagor, da Mythos Editora.
A explicação para o regresso destes títulos, pouco mais de um ano após a sua suspensão, segundo o Tex Willer Blog acontece devido “às boas vendas das edições de Tex”, o que leva “a distribuidora VASP (…) a distribuir no nosso país as demais personagens dos fumetti publicadas pela Mythos Editora”.
No entanto, explica a mesma fonte, “este regresso não prosseguirá (…) do ponto em que tinham sido suspensas, já que numa decisão alheia à Mythos Editora foi decidido distribuir em Portugal edições mais recentes”. No entanto, para que “os leitores portugueses não fiquem com as edições em falta ausentes das suas colecções, a Mythos Editora enviará pelo correio os exemplares em falta, facilitando inclusive o pagamento, que poderá ser feito numa conta portuguesa”.
Assim sendo, “quem desejar números atrasados de qualquer edição da Mythos Editora deve contactar o próprio editor Dorival Vitor Lopes através do e-mail que consta no expediente das revistas da Mythos: dvitor@mythoseditora.com.br”.
Posto isto, passemos então à lista das edições Bonelli este mês distribuídas no nosso país:

J. Kendall – Aventuras de uma criminóloga #97 


Mágico Vento #126 


Tex Colecção #280 


Tex Ouro #63 


Tex #488

 Zagor #141 


Zagor Especial #39 



Zagor Extra #105
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