Kingpin Books
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11/10/2024
Lançamento: O Punhal
Leituras relacionadas
André Caetano,
João Lemos,
Kingpin Books,
Lançamento,
Nuno Duarte,
Osvaldo Medina,
Rita Alfaiate
09/01/2024
A Fórmula da Felicidade (versão integral)
Uma fábula sobre tempos incertos
Devido
à pequena dimensão do mercado editorial português de BD e às
consequentes tiragens curtas, há obras nacionais que se tornaram
quase lendárias. Uma
delas é A
Fórmula da Felicidade,
publicada originalmente em dois tomos há cerca de década e meia
(2008
e 2009) que
desapareceram há muito do mercado e eram procuradas por
colecionadores ou leitores interessados.
Agora,
ressurge numa edição integral, com todas as vantagens das técnicas
de produção e impressão modernas, e com um posfácio extra de 16
páginas, que na verdade é um prólogo e acrescenta um elemento
importante ao relato.
Leituras relacionadas
JN,
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24/11/2023
Variantes - Homenagem à BD Portuguesa na Mundo Fantasma
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17/10/2023
Lançamentos: A Fórmula da Felicidade (integral) + Vinil rubro
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05/10/2021
Lançamento/Apresentação: O Jogo das Alterações Climáticas
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Nuno Duarte,
Polvo,
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08/05/2021
Autores portugueses criam BD sobre alterações climáticas
O
desafio das alterações climáticas
é
o título de uma banda desenhada sobre as alterações climáticas,
da
autoria de três autores portugueses: Bruno Pinto (argumento), Quico
Nogueira (desenho) e Nuno Duarte (cor).
A
iniciativa nasceu no âmbito de um projecto europeu denominado
Beacon,
no qual Portugal também participou e a ideia, segundo explicou Bruno
Pinto na sua página do Facebook, "foi comunicar informação
básica sobre alterações climáticas através de adolescentes de
vários países europeus".
Leituras relacionadas
Beacon,
Bruno Pinto,
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Quico Nogueira
30/05/2019
XV FIBD Beja - Autores & Obras: Nuno Duarte & Mosi
(fotos disponibilizadas pela organização; clicar nelas para as aproveitar em toda a sua extensão e na capa do livro para saber mais sobre a obra)
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Beja,
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Nuno Duarte
08/05/2019
O outro lado de Z
Entre
o relato cru de crítica social e a fantasia pura, O
outro lado de Z
é mais uma boa surpresa em português, num ano prometedor que ainda
só conta quatro meses.
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Comic Heart,
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Joana Mosi,
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opinião
02/09/2016
Exposição: Banda Escrita
13/12/2015
Comic Con 2015 - Autógrafos (II)
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01/12/2015
Galardões BD Comic Con - Os Vencedores
GALARDÃO ANUAL COMIC CON PORTUGAL
Volta – O Segredo doVale das Sombras, de André Oliveira e André Caetano (Polvo)
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05/11/2015
Leituras Novas: O Baile e Salomão
Mais dois lançamentos da Kingpin Books, em português e em
inglês, já disponíveis e também à venda no Amadora BD.
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Leituras Novas,
Nuno Duarte
18/12/2012
O Baile
Nuno Duarte (argumento)
Joana Afonso (desenho)
Kingpin Books (Portugal, Outubro de 2012)
183 x 260 mm, 48 p., cor, brochado com
badanas
12,95 €
Resumo
Em vésperas de uma visita papal, em 1967,
um inspector da Pide é enviado a Maré Santa, uma pequena aldeia piscatória que
tem sido assombrada por um bando de pescadores-zombies falecidos num naufrágio.
Desenvolvimento
Depois do magnífico A Fórmula da
Felicidade, I e II, em parceira com Osvaldo Medina, Nuno Duarte regressa com uma obra de temática
díspar, desta vez acompanhado por Joana Afonso.
E este é o primeiro mérito do álbum:
permitir comprovar, numa obra de fôlego, o talento de uma das integrantes da
nova geração de desenhadores nacionais. Joana Afonso revela um traço expressivo,
consistente, seguro e personalizado - talvez apenas um nadinha caricatural
demais aqui e ali para a temática abordada, embora paradoxalmente isso
contribua para ampliar o tom surreal assumido -, uma planificação (quase
sempre) contida mas variada e eficaz, e um bom trabalho de aplicação da cor, cujos
tons algo sombrios acentuam o ambiente opressivo.
Outro mérito, sobre o qual vale a pena
debruçarmo-nos um pouco, é a forma como a trama está construída, de forma
estruturada e sólida. Nuno Duarte situa-a numa época definida – a ditadura
pré-25 de Abril -, justifica-a com um acontecimento verídico – a visita do papa
Paulo VI à Cova da Iría -, usa a PIDE como sombra para o inspector se impor à
população… Mas a verdade é que nada disto era (realmente) necessário, pois a
mesma história poderia ser narrada em vários outros contextos, sem que perdesse
especialmente com a mudança. No entanto, a conjugação de todos aqueles pormenores
dão-lhe uma aura de credibilidade (que contrasta com o fantástico do tema!) e contribuem
para ganhar o leitor.
Finalmente, falando da narrativa em si, há
que dizer que a dupla Nuno Duarte/Joana Afonso se sai a contento (tal como o
inspector) da empreitada que assumiu, o que se torna mais relevante numa época
em que o terror e os mortos-vivos voltaram à ordem do dia à custa do sucesso
(aos quadradinhos e televisivo) de The Walking Dead.
De forma original, o que ganha relevância
por ser uma temática bastante explorada, desenvolvem uma história bem
estruturada, com suspense, surpresas e o inevitável final a um tempo inesperado
e trágico mas também feliz. A isso há que acrescentar personagens credíveis e bem
desenvolvidas - o inspector com dúvidas sobre a própria carreira, a mulher “feiticeira”
acusada de ser a causadora de tudo, o padre omnipresente - que pautam a acção num
meio pequeno e fechado, que se revela claustrofóbico e potencia o tom incómodo do
relato.
Leituras relacionadas
Joana Afonso,
Kingpin Books,
Nuno Duarte
20/11/2010
Sinfonia Quadripolar na Mundo Fantasma
Data: 20 de Novembro de 2010 a 2 de Janeiro de 2011
Local: Galeria Mundo Fantasma, loja 510, Centro Comercial Brasília, Porto
Horário: de 2ª a sábado, das 10h às 2oh: Domingo das 15h às 19h
“Sinfonia Quadripolar” é o título da exposição de ilustração e banda desenhada que é inaugurada hoje, às 17 horas, na Galeria Mundo Fantasma, junto à loja especializada em BD com o mesmo nome, no Centro Comercial Brasília, no Porto.
Patente até 2 de Janeiro de 2011, esta é uma mostra a quatro mãos pois reúne originais de Pepedelrey, Nuno Duarte, Ricardo Venâncio e João Tércio, que estarão presentes para conversar com os visitantes e autografarem algumas das suas obras, entre as quais “The Lisbon Studio Mag”, uma revista semestral que serve de cartão de apresentação e portfolio ao colectivo com o mesmo nome, que todos integram.
À frente do projecto está Pepedelrey, editor e responsável pela El Pep, uma pequena editora independente, que tem publicado os projectos destes quatro autores. Para além disso, Pepedelrey é também desenhador e argumentista de livros como “Virgin’s trip” ou “Paris Morreu”. Este último, um policial negro, tem a assinatura gráfica de Nuno Duarte, também responsável, num registo completamente diferente, pelo pouco sociável “Mocifão”, personagem nascida online (http://mocifao.blogspot.com/), mas cujo segundo livro já está quase pronto.
Quanto a Ricardo Venâncio, publicou no ano passado o primeiro tomo de “Defier”, uma narrativa pós-apocalíptica, tendo chegado a trabalhar com C. B. Cebulski, um “caça-talentos da Marvel, numa BD de ficção-científica intitulada “No Quarter”, projecto entretanto suspenso.
Finalmente, João Tércio lançou este ano o seu primeiro livro, “Março Anormal”, uma reflexão crítica e sarcástica sobre o tempo actual e os seus ícones.
Os quatro autores possuem estilos e temáticas diferentes, traduzidas em discursos gráficos díspares mas não inconciliáveis, agora mostrados num mesmo local, o que permite distinguir afinidades e divergências nas suas visões diferenciadas de uma mesma realidade.
(Texto publicado no Jornal de Notícias de 20 de Novembro de 2010)
Local: Galeria Mundo Fantasma, loja 510, Centro Comercial Brasília, Porto
Horário: de 2ª a sábado, das 10h às 2oh: Domingo das 15h às 19h
“Sinfonia Quadripolar” é o título da exposição de ilustração e banda desenhada que é inaugurada hoje, às 17 horas, na Galeria Mundo Fantasma, junto à loja especializada em BD com o mesmo nome, no Centro Comercial Brasília, no Porto.
Patente até 2 de Janeiro de 2011, esta é uma mostra a quatro mãos pois reúne originais de Pepedelrey, Nuno Duarte, Ricardo Venâncio e João Tércio, que estarão presentes para conversar com os visitantes e autografarem algumas das suas obras, entre as quais “The Lisbon Studio Mag”, uma revista semestral que serve de cartão de apresentação e portfolio ao colectivo com o mesmo nome, que todos integram.
À frente do projecto está Pepedelrey, editor e responsável pela El Pep, uma pequena editora independente, que tem publicado os projectos destes quatro autores. Para além disso, Pepedelrey é também desenhador e argumentista de livros como “Virgin’s trip” ou “Paris Morreu”. Este último, um policial negro, tem a assinatura gráfica de Nuno Duarte, também responsável, num registo completamente diferente, pelo pouco sociável “Mocifão”, personagem nascida online (http://mocifao.blogspot.com/), mas cujo segundo livro já está quase pronto.
Quanto a Ricardo Venâncio, publicou no ano passado o primeiro tomo de “Defier”, uma narrativa pós-apocalíptica, tendo chegado a trabalhar com C. B. Cebulski, um “caça-talentos da Marvel, numa BD de ficção-científica intitulada “No Quarter”, projecto entretanto suspenso.
Finalmente, João Tércio lançou este ano o seu primeiro livro, “Março Anormal”, uma reflexão crítica e sarcástica sobre o tempo actual e os seus ícones.
Os quatro autores possuem estilos e temáticas diferentes, traduzidas em discursos gráficos díspares mas não inconciliáveis, agora mostrados num mesmo local, o que permite distinguir afinidades e divergências nas suas visões diferenciadas de uma mesma realidade.
(Texto publicado no Jornal de Notícias de 20 de Novembro de 2010)
Leituras relacionadas
BD para ver,
João Tércio,
Mundo Fantasma,
Nuno Duarte,
Pepedelrey,
Ricardo Venâncio
26/10/2010
A Fórmula da Felicidade Vol. 2 de 2
Nuno Duarte (argumento)
Osvaldo Medina (desenho)
Gisela Martins (cor, com Ana Freitas, patrícia Furtado, Sara Ferreira e Filipe Teixeira)
Kingpin Comics (Portugal, Março de 2010)
210 x 297 mm, cor, 48 p., brochado com badanas
Resumo
Após descobrir a fórmula da felicidade instantânea, que faz efeito imediato em quem o ouvir lê-la, Victor, apesar da aparente realização pessoal e da fama que conseguiu, mergulha numa espiral descendente, cada vez mais sozinho apesar da multidão (desejosa…) que o rodeia.
Ao mesmo tempo, o planeta caminha a passos largos para uma guerra entre católicos e muçulmanos que o poderá destruir e para a qual Victor parece ser a única solução.
Desenvolvimento
Se o primeiro tomo de A Fórmula da Felicidade foi uma das maiores surpresas da banda desenhada do final de 2008 (e dos últimos anos), este segundo tomo, se por um lado era muito aguardado, por outro era também receado. No primeiro caso, como resultado natural da expectativa que a boa qualidade de argumento e desenho do volume inicial criaram. No segundo, por se temer que a continuação (e conclusão) não estivesse à altura da primeira parte.
E a primeira constatação, é que os receios se revelaram sem fundamento e que as expectativas se cumpriram. Possivelmente porque a (re)solução encontrada por Nuno Duarte para a história se, por um lado, era a mais óbvia, por outro era também a mais coerente. Até porque a solução oposta (em termos de final) seria uma traição ao tom apesar de tudo realista desta fábula dos tempos modernos, narrada com animais antropomórficos e belas imagens, apesar do seu tom maioritariamente negro.
O “novo” Victor, transformado em guru da moda e milagreiro de trazer por casa, com todos os tiques de vedeta (mediática) daí recorrentes, devidamente explorado por uma sociedade com fins lucrativos, se por um lado se tornou o centro das atenções, por outro está cada vez mais só, procurando no sexo pago e na violência sobre as companheiras ocasionais, respostas e a felicidade (ilusória) que a sua fórmula não lhe transmite. Sexo pago e violência que se revelam apenas o equivalente à droga que a mãe consumia e ele condenava, apenas um substituto temporário e cada vez menos eficaz das suas verdadeiras necessidades: amizade, compreensão, amor. Mais, Victor afasta aqueles que, de alguma forma, ainda lhe propõem uma amizade desinteressada e isenta ao recusar-se a ouvir as (incómodas) verdades que eles têm para lhe dizer.
Com estes pressupostos, Nuno Duarte traça para Victor o inevitável percurso descendente cujo resultado só poderia ser a perda completa, se pelo meio não surgisse uma hipótese de redenção. Redenção que Victor vai ter que procurar no fundo de si próprio, não em palavras (ocas ou não) de outros. Redenção que vai ter que encontrar nas suas recordações, nos seus sentimentos, nas suas origens, mas que só vai conseguir (tarde demais?) quando consegue finalmente relacionar-se com aqueles que, de alguma forma, sempre procurou afastar, seja o pai desconhecido, os amigos ou a bela Cláudia, paixão de infância que evoca quase tantas recordações boas quanto más.
Redenção que encontra quando revela ao mundo que a felicidade não está ao alcance de todos num simples papel, livro ou pessoa – uma carapuça bem grande que tantos deveriam enfiar… - mas tem que ser conquistada, através das decisões que – consciente e responsavelmente - vamos tomando ao longo da vida.
A reter
- A forma como o argumento de Nuno Duarte correspondeu às expectativas geradas pela boa primeira parte da história.
- O excelente desenho de Osvaldo Medina, bonito no traço e na cor, eficaz na forma.
Menos conseguido
- A mudança de papel da capa da edição em relação ao primeiro tomo. O papel de gramagem superior e com textura rugosa dá uma outra consistência ao objectivo livro, valorizando-o e tornando-o até mais credível.
- Eu sei que o mercado é pequeno, que a distribuição é a praga que mata os editores, que cada vez mais há mais gente que não paga o que deve (entenda-se os livros que recebe e vende), mas uma tiragem de apenas 400 exemplares parece-me demasiado curta. Ainda para mais, numa obra com tudo o que é necessário - boa história, boa arte, boa edição - para ser comercialmente viável.
Osvaldo Medina (desenho)
Gisela Martins (cor, com Ana Freitas, patrícia Furtado, Sara Ferreira e Filipe Teixeira)
Kingpin Comics (Portugal, Março de 2010)
210 x 297 mm, cor, 48 p., brochado com badanas
Resumo
Após descobrir a fórmula da felicidade instantânea, que faz efeito imediato em quem o ouvir lê-la, Victor, apesar da aparente realização pessoal e da fama que conseguiu, mergulha numa espiral descendente, cada vez mais sozinho apesar da multidão (desejosa…) que o rodeia.
Ao mesmo tempo, o planeta caminha a passos largos para uma guerra entre católicos e muçulmanos que o poderá destruir e para a qual Victor parece ser a única solução.
Desenvolvimento
Se o primeiro tomo de A Fórmula da Felicidade foi uma das maiores surpresas da banda desenhada do final de 2008 (e dos últimos anos), este segundo tomo, se por um lado era muito aguardado, por outro era também receado. No primeiro caso, como resultado natural da expectativa que a boa qualidade de argumento e desenho do volume inicial criaram. No segundo, por se temer que a continuação (e conclusão) não estivesse à altura da primeira parte.
E a primeira constatação, é que os receios se revelaram sem fundamento e que as expectativas se cumpriram. Possivelmente porque a (re)solução encontrada por Nuno Duarte para a história se, por um lado, era a mais óbvia, por outro era também a mais coerente. Até porque a solução oposta (em termos de final) seria uma traição ao tom apesar de tudo realista desta fábula dos tempos modernos, narrada com animais antropomórficos e belas imagens, apesar do seu tom maioritariamente negro.
O “novo” Victor, transformado em guru da moda e milagreiro de trazer por casa, com todos os tiques de vedeta (mediática) daí recorrentes, devidamente explorado por uma sociedade com fins lucrativos, se por um lado se tornou o centro das atenções, por outro está cada vez mais só, procurando no sexo pago e na violência sobre as companheiras ocasionais, respostas e a felicidade (ilusória) que a sua fórmula não lhe transmite. Sexo pago e violência que se revelam apenas o equivalente à droga que a mãe consumia e ele condenava, apenas um substituto temporário e cada vez menos eficaz das suas verdadeiras necessidades: amizade, compreensão, amor. Mais, Victor afasta aqueles que, de alguma forma, ainda lhe propõem uma amizade desinteressada e isenta ao recusar-se a ouvir as (incómodas) verdades que eles têm para lhe dizer.
Com estes pressupostos, Nuno Duarte traça para Victor o inevitável percurso descendente cujo resultado só poderia ser a perda completa, se pelo meio não surgisse uma hipótese de redenção. Redenção que Victor vai ter que procurar no fundo de si próprio, não em palavras (ocas ou não) de outros. Redenção que vai ter que encontrar nas suas recordações, nos seus sentimentos, nas suas origens, mas que só vai conseguir (tarde demais?) quando consegue finalmente relacionar-se com aqueles que, de alguma forma, sempre procurou afastar, seja o pai desconhecido, os amigos ou a bela Cláudia, paixão de infância que evoca quase tantas recordações boas quanto más.
Redenção que encontra quando revela ao mundo que a felicidade não está ao alcance de todos num simples papel, livro ou pessoa – uma carapuça bem grande que tantos deveriam enfiar… - mas tem que ser conquistada, através das decisões que – consciente e responsavelmente - vamos tomando ao longo da vida.
A reter
- A forma como o argumento de Nuno Duarte correspondeu às expectativas geradas pela boa primeira parte da história.
- O excelente desenho de Osvaldo Medina, bonito no traço e na cor, eficaz na forma.
Menos conseguido
- A mudança de papel da capa da edição em relação ao primeiro tomo. O papel de gramagem superior e com textura rugosa dá uma outra consistência ao objectivo livro, valorizando-o e tornando-o até mais credível.
- Eu sei que o mercado é pequeno, que a distribuição é a praga que mata os editores, que cada vez mais há mais gente que não paga o que deve (entenda-se os livros que recebe e vende), mas uma tiragem de apenas 400 exemplares parece-me demasiado curta. Ainda para mais, numa obra com tudo o que é necessário - boa história, boa arte, boa edição - para ser comercialmente viável.
Leituras relacionadas
Kingpin Books,
Nuno Duarte,
Osvaldo Medina
22/06/2010
BD nacional cresce à margem das grandes editoras – Inquérito Nuno Duarte*
- Publicar em pequenas editoras é uma opção pessoal ou a única alternativa face ao desinteresse por parte das “grandes” editoras?
Nuno Duarte - Apesar de considerar que não há "grandes" editoras de BD em Portugal, a resposta seria que as "pequenas" são uma alternativa interessante, face à liberdade temática, estilística e de formato que permitem.
- Até onde conseguem chegar/que visibilidade têm estas edições?
Nuno Duarte - Com o advento das redes sociais a visibilidade é cada vez mais resultado do empenho dos editores/autores, enquanto que a a distribuição comercial está adstrita à necessidade das editoras em abrir cada vez mais concessões quanto maiores forem os canais de distribuição.
- Nestes moldes, que futuro antevês para a BD nacional?
Nuno Duarte - Com a explosão dos meios de leitura digital surge uma possibilidade das "pequenas editoras" se implementarem cada vez mais. Nesse sentido será a qualidade e a diferença do "produto" a ditar as regras do seu próprio sucesso.
* Associado das Produções Fictícias e argumentista de A Fórmula da Felicidade
Leituras relacionadas
entrevista,
Nuno Duarte,
Portugal
30/03/2010
Lançamento – A Fórmula da Felicidade Vol. 2
É já depois de amanhã – ou só depois de amanhã, depende do ponto de vista, a verdade é que a curiosidade sobre esta edição é grande – que é lançado o segundo e último tomo de A Fórmula da Felicidade, um dos mais interessantes livros de banda desenhada nacionais dos últimos anos.
É no dia 1 de Abril, portanto – e o editor Mário Freitas garante que não é engano - , 5ª feira, véspera de feriado, às 18h30 na Kingpin Books (Rua Quirino da Fonseca, 16-B, à Alameda D.Afonso Henriques, em Lisboa). Presentes vão estar os autores, Nuno Duarte (argumento) e Osvaldo Medina (desenho), bem como quatro dos cinco coloristas envolvidos no projecto: Ana Freitas, Patrícia Furtado, Filipe Teixeira e Gisela Martins.
A partir das 23h, no Bar Al Souk, em Santos (Rua do Mercatudo, transversal da Av. D. Carlos I), terá lugar uma After-party aberta ao público, que poderá assim conversar um pouco com os autores, ver as pranchas originais do livro, e assistir a uma actuação ao vivo dos Cubic Nonsense, a banda onde toca Mário Freitas.
É no dia 1 de Abril, portanto – e o editor Mário Freitas garante que não é engano - , 5ª feira, véspera de feriado, às 18h30 na Kingpin Books (Rua Quirino da Fonseca, 16-B, à Alameda D.Afonso Henriques, em Lisboa). Presentes vão estar os autores, Nuno Duarte (argumento) e Osvaldo Medina (desenho), bem como quatro dos cinco coloristas envolvidos no projecto: Ana Freitas, Patrícia Furtado, Filipe Teixeira e Gisela Martins.
A partir das 23h, no Bar Al Souk, em Santos (Rua do Mercatudo, transversal da Av. D. Carlos I), terá lugar uma After-party aberta ao público, que poderá assim conversar um pouco com os autores, ver as pranchas originais do livro, e assistir a uma actuação ao vivo dos Cubic Nonsense, a banda onde toca Mário Freitas.
Leituras relacionadas
Kingpin Books,
Lançamento,
Nuno Duarte,
Osvaldo Medina
13/11/2009
BD para ver – Osvaldo Medina na Mundo Fantasma
A galeria Mundo Fantasma inaugura amanhã, sábado, dia 14, às 17h, a exposição “Moscas e Formulas”, composta por originais dos livros "A Fórmula da Felicidade" e "Mucha", ambos editados pela Kingpin Books e desenhados por Osvaldo Medina, natural de Angola mas de nacionalidade cabo-verdiana, um dos valores (seguros) da nova banda desenhada portuguesa.
“Mucha”, lançado no recente Amadora BD 2009, marca o regresso de David Soares à BD, com um conto de terror de atmosfera intimista, no qual as moscas têm um assustador protagonismo que provoca um incómodo sentimento de repulsa. Nele Medina, que contou com a arte-final do seu editor Mário Fretas, apostou num registo a preto e branco expressivo e no qual abundam imagens fortes.
Em “A Fórmula da felicidade”, um dos grandes lançamentos nacionais de 2008, a opção foi por cores lisas e suaves e pela utilização (bem conseguida) de personagens com corpo humano e cabeça de animal, para dar mais consistência ao argumento forte e bem estruturada de Nuno Duarte sobre um marginalizado génio(zinho) matemático, filho de uma prostituta, que descobre uma fórmula cuja leitura proporciona felicidade imediata, passando por isso a ser procurado e adulado, mas não se tornando mais feliz…
Uma boa oportunidade para conhecer pessoalmente Osvaldo Medina, Mário Freitas, Nuno Duarte e David Soares que estarão presentes para uma conversa e sessão de autógrafos na galeria Mundo Fantasma, que fica no Centro Comercial Brasília (na Rotunda da Boavista, no Porto), na loja especializada em BD com o mesmo nome, onde mais de duas dezenas de originais poderão ser vistos até 11 de Dezembro.
(Versão revista do artigo publicado no Jornal de Notícias de 13 de Novembro de 2009)
“Mucha”, lançado no recente Amadora BD 2009, marca o regresso de David Soares à BD, com um conto de terror de atmosfera intimista, no qual as moscas têm um assustador protagonismo que provoca um incómodo sentimento de repulsa. Nele Medina, que contou com a arte-final do seu editor Mário Fretas, apostou num registo a preto e branco expressivo e no qual abundam imagens fortes.
Em “A Fórmula da felicidade”, um dos grandes lançamentos nacionais de 2008, a opção foi por cores lisas e suaves e pela utilização (bem conseguida) de personagens com corpo humano e cabeça de animal, para dar mais consistência ao argumento forte e bem estruturada de Nuno Duarte sobre um marginalizado génio(zinho) matemático, filho de uma prostituta, que descobre uma fórmula cuja leitura proporciona felicidade imediata, passando por isso a ser procurado e adulado, mas não se tornando mais feliz…
Uma boa oportunidade para conhecer pessoalmente Osvaldo Medina, Mário Freitas, Nuno Duarte e David Soares que estarão presentes para uma conversa e sessão de autógrafos na galeria Mundo Fantasma, que fica no Centro Comercial Brasília (na Rotunda da Boavista, no Porto), na loja especializada em BD com o mesmo nome, onde mais de duas dezenas de originais poderão ser vistos até 11 de Dezembro.
(Versão revista do artigo publicado no Jornal de Notícias de 13 de Novembro de 2009)
Leituras relacionadas
BD para ver,
David Soares,
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Osvaldo Medina
12/11/2009
A Fórmula da felicidade #1 (de 2)
Nuno Duarte (argumento)
Osvaldo Medina (desenho)
Ana Freitas (cores)
Kingpin Books (Portugal, Dezembro de 2008
212 x 297 mm, 48 p., brochado com badanas
O que é a felicidade? Como se alcança? Se Nuno Duarte não dá a estas duas questões as respostas que todos desejam conhecer, coloca uma terceira e curiosa pergunta: E se a felicidade estivesse dependente de uma fórmula matemática?
Para a suportar, assenta a sua história, forte e bem estruturada, nalguns – bem explorados – clichés: o génio(zinho) matemático, filho de uma prostituta e de pai incógnito, por isso marginalizado e humilhado por (quase) todos, que busca nos números o refúgio e o consolo que os humanos não lhe dão. Quando descobre a tal fórmula que, quando lida por ele, produz a felicidade instantânea, passa de desprezado a adulado, o que não significa que tudo mude pois N. Duarte corta o entusiasmo questionando, ao concluir este primeiro tomo, uma das verdadinhas politicamente correctas da nossa sociedade: tornar os outros felizes traz felicidade?
E se pelo que fica escrito, até agora esta parece ser uma obra de argumentista, tal é injusto para o excelente trabalho gráfico de Medina que a suporta, bem servido pelas cores suaves de Ana Freitas. Por um lado, pela extrema legibilidade da sua planificação – algumas sequências, como as páginas iniciais, podiam funcionar até sem o texto (que não é redundante…).
Osvaldo Medina (desenho)
Ana Freitas (cores)
Kingpin Books (Portugal, Dezembro de 2008
212 x 297 mm, 48 p., brochado com badanas
O que é a felicidade? Como se alcança? Se Nuno Duarte não dá a estas duas questões as respostas que todos desejam conhecer, coloca uma terceira e curiosa pergunta: E se a felicidade estivesse dependente de uma fórmula matemática?
Para a suportar, assenta a sua história, forte e bem estruturada, nalguns – bem explorados – clichés: o génio(zinho) matemático, filho de uma prostituta e de pai incógnito, por isso marginalizado e humilhado por (quase) todos, que busca nos números o refúgio e o consolo que os humanos não lhe dão. Quando descobre a tal fórmula que, quando lida por ele, produz a felicidade instantânea, passa de desprezado a adulado, o que não significa que tudo mude pois N. Duarte corta o entusiasmo questionando, ao concluir este primeiro tomo, uma das verdadinhas politicamente correctas da nossa sociedade: tornar os outros felizes traz felicidade?
E se pelo que fica escrito, até agora esta parece ser uma obra de argumentista, tal é injusto para o excelente trabalho gráfico de Medina que a suporta, bem servido pelas cores suaves de Ana Freitas. Por um lado, pela extrema legibilidade da sua planificação – algumas sequências, como as páginas iniciais, podiam funcionar até sem o texto (que não é redundante…).
Por outro lado, as suas personagens com cabeças de animais, obviamente inspirados no (recomendável) “Blacksad”, de Guarnido e Canales, escolhidas de acordo com as características de cada um (animal e humano), ajudam a acentuar os pontos fortes da narrativa, enquanto permitem algum (ilusório) distanciamento ao leitor. Ilusório, porque, esta é, sem dúvida, uma fábula sobre os nossos tempos incertos, em que tantos falsos profetas facilmente encontram seguidores.
(Versão revista do texto publicado originalmente a 14 de Março de 2009, na secção de Livros do suplemento In’ da revista NS, distribuída aos sábados com o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias)
Leituras relacionadas
Ana Freitas,
Nuno Duarte,
Osvaldo Medina
13/09/2009
11/9 – Aquele Onze de Setembro
Nuno Duarte (argumentos)
Jorge Coelho, Patrícia Furtado e Ricardo Venâncio (desenho)
Jornal i, 11 de Setembro de 2009
Confesso que contava terminar esta série de posts com bandas desenhadas sobre o 11 de Setembro com a entrada anterior, mas a descoberta – via portal Central Comics – desta história publicada no jornal i na passada sexta-feira e rapinada no blog Almirante Fujimori, de um dos autores, o Jorge Coelho, levou-me a prolongar o tema.
Se os traços de Jorge Coelho e Ricardo Venâncio são (no mínimo) eficientes – o de Patrícia Furtado é menos espontâneo, mais estático - e as histórias bem legíveis, se a opção por diferentes tons cromáticos para distinguir as quatro sequências é bastante feliz, elas agradaram-me sobretudo, pela simplicidade com que em quatro conjuntos de quatro vinhetas Nuno Duarte conseguiu mostrar o impacto e a influência que os atentados tiveram, a forma como afectaram, de tantas formas díspares, tantas vidas de tantas pessoas, um pouco por todo o mundo.
Jorge Coelho, Patrícia Furtado e Ricardo Venâncio (desenho)
Jornal i, 11 de Setembro de 2009
Confesso que contava terminar esta série de posts com bandas desenhadas sobre o 11 de Setembro com a entrada anterior, mas a descoberta – via portal Central Comics – desta história publicada no jornal i na passada sexta-feira e rapinada no blog Almirante Fujimori, de um dos autores, o Jorge Coelho, levou-me a prolongar o tema.
Se os traços de Jorge Coelho e Ricardo Venâncio são (no mínimo) eficientes – o de Patrícia Furtado é menos espontâneo, mais estático - e as histórias bem legíveis, se a opção por diferentes tons cromáticos para distinguir as quatro sequências é bastante feliz, elas agradaram-me sobretudo, pela simplicidade com que em quatro conjuntos de quatro vinhetas Nuno Duarte conseguiu mostrar o impacto e a influência que os atentados tiveram, a forma como afectaram, de tantas formas díspares, tantas vidas de tantas pessoas, um pouco por todo o mundo.
Leituras relacionadas
11/9,
Jorge Coelho,
Nuno Duarte,
Patrícia Furtado,
Ricardo Venâncio
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