Durante
décadas, primeiro devido à censura do regime fascista, depois pela
maior qualidade e preço mais barato do material importado, a banda
desenhada nacional circunscreveu-se, em grande medida, às temáticas
históricas ou à adaptação de obras literárias. De
certa forma num retorno a essas origens, depois de algumas
experiências soltas, desde Fevereiro a parceria Levoir/RTP tem
colocado em bancas e livrarias a colecção Clássicos
da Literatura Portuguesa em BD,
com versões feitas de raiz por criadores nacionais e brasileiros. A
Dama Pé de Cabra,
em que Manuel Morgado revisita o conto de Alexandre Herculano, é um
dos exemplos mais recentes.
Possivelmente,
se fossem auscultados os portugueses - alguns deles, claro - seria
este o clássico da literatura nacional que mais facilmente iriam
reconhecer e conseguir resumir, em grande parte, claro, devido às
várias adaptações televisivas e cinematográficas,
mais ou menos romanceadas,
de que o romance original de Eça de Queirós beneficiou, em tempos
relativamente recentes.
Oitavo
volume da colecção Levoir/RTP
Clássicos da Literatura Portugueses em BD, O Crime do Padre Amaro
teve autoria de Ricardo Santo e André Oliveira que, como outros
autores já publicados, responderam ao questionário padrão que As
Leituras do Pedro criaram a propósito deste projecto. Perguntas
e respostas, trocadas por correio electrónico, já a seguir.
Com
o ponto alto no fim-de-semana de 24 a 26 de Maio, o Maia BD continua
a decorrer ou, melhor, as exposições que o
integraram continuam patentes no Fórum da Maia até ao próximo dia
16. Pretexto,
desnecessário, para voltar ao temavoltar ao tema, com alguns apontamentos.
Com esta, são já cinco as entrevistas deste
blog aos autores dos Clássicos da Literatura Portugueses em BD,
a
colecção RTP/Levoir em curso. Hoje,
já a seguir, estão as respostas de João
Miguel Lameiras e Miguel Jorge, responsáveis
pelos dois volumes da adaptação da
Peregrinação,
de Fernão Mendes Pinto. As respostas
ao questionário padrão que tem servido de base a estas entrevistas
foram enviadas
por correio electrónico.
Pode
concordar-se ou não, pode gostar-se mais ou menos da opção, mas a
verdade é que esta adaptação - tal como a que André Morgado já
tinha feito da Farsa de Inês Pereira - tem pelo menos um grande -
enorme mesmo! - mérito: tornar compreensível
nos dias de hoje, obras com centenas de anos e a respectiva linguagem
datada.
Com
a publicação deSermão de Santo António aos Peixes, terceiro
volume da colecção Levoir/RTP, Clássicos
da Literatura Portugueses em BD,
no passado dia 2
de Abril, oportunidade para
mais uma vez ouvir os autores sobre como correu o processo e a
colecção, em entrevistas feitas por correio electrónico,
separadamente.
Na
abertura, com a Mensagem,
desta
colecçãoClássicos da Literatura Portuguesa em BD,como
já o tinha feito aquando do lançamento do Auto da Barca do Inferno, defendi
anão
utilização
dos texto originais, naturalmente de leitura (mais)
difícil,
mas sim de
uma versão com o texto original adaptado à
linguagem dos nossos dias. André
Morgado
teve a ousadia
- acredito
que alguns
dirão desfaçatez
ou até
desrespeito… - de o fazer.
Entre
a publicação de Mensagem,
primeiro volume da nova colecção Levoir/RTP, Clássicos
da Literatura Portugueses em BD,
no passado dia 23 de Janeiro, e o lançamento do segundo, Farsa
de Inês Pereira, já
amanhã, dia 6, depois
da curta entrevista com Sílvia Reig, seguem-se as feitas com Pedro
V. Moura e Susa Monteiro, os autores daquela primeira adaptação.
Entre
a publicação de Mensagem,
primeiro volume da nova colecção Levoir/RTP, Clássicos
da Literatura Portugueses em
BD,
no
passado dia 23 de Janeiro, e o lançamento do segundo, Farsa
de Inês Pereira, já
no próximo dia 6, fica uma curta entrevista com Sílvia Reig,
editora da Levoir, a propósito desta iniciativa.