10/04/2013
Outras leituras
Está lá? É do talho Sanzot?
Recordar o Zorro de Fernando Bento
Jorge Magalhães n'O Gato Alfarrabista
Capas de Conan... a dobrar
Tio Berni no Entrecomics
Barelli em edição integral
Vídeo-homenagem à Marvel
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Tintin
09/04/2013
Miro Stefanovic vence PortoCartoon-World Festival
Miro
Stefanovic, da Sérvia, foi o vencedor do Grande Prémio do XV PortoCartoon-World
Festival, organizado pelo Museu Nacional da Imprensa, subordinado ao tema
"Liberdade, Igualdade e Fraternidade".
O trabalho
vencedor tem por título "Shipwreck" [naufrágio], onde num mar de
dinheiro naufragam três barcos ("Liberdade", "Igualdade" e
"Fraternidade") e várias figuras humanas.
O segundo
prémio foi atribuído ao cartoon intitulado "Atrapados" de Boligán (artista
cubano radicado no México) e o terceiro para "Libertea" de Wilem
Rasing, da Holanda.
Segundo
divulgou o Museu Nacional da Imprensa "a elevada qualidade dos
trabalhos" levou o júri internacional, presidido pelo holandês Peter
Nieuwendijk, a atribuir oito menções honrosas a artistas de diferentes países:
Bélgica (duas) , Inglaterra, Israel, Polónia, Roménia (duas) e Ucrânia.
A edição
deste ano teve ainda dois prémios especiais: um de homenagem ao cineasta Manoel
de Oliveira e um outro ao prémio Nobel José Saramago. Os vencedores foram respectivamente
Maurício Parra, da Colômbia, e a Ivan Prado, autor espanhol residente na
Alemanha.
No Porto
Cartoon 2013 estiveram em apreciação cerca 1700 obras, de mais de 500 artistas,
oriundas de todos os continentes. O Irão é o país com mais participação: 121
trabalhos, de 41 cartoonistas. Seguem-se a Roménia, a Sérvia, a Turquia,
Portugal e Bélgica.
Para além
de Peter Nieuwendijk o júri integrava Xaquín Marín, fundador do Museo de Humor
de Fene (Espanha), Francisco Laranjo, director da Faculdade de Belas Artes do
Porto e Luís Humberto Marcos, director do PortoCartoon e do Museu Nacional da
Imprensa.
Os
vencedores do XV PortoCartoon receberão os troféus e os prémios durante a
cerimónia de abertura da exposição que decorrerá nas instalações do Museu
Nacional da Imprensa, a 23 de Junho, aquando das Festas do S. João.
(Texto da responsabilidade da organização)
Tiago Manuel na Mundo Fantasma
Temos o
prazer de o/a convidar para a inauguração da exposição Céu em Fogo, de
originais de ilustrações de Tiago Manuel, Sábado 13 de Abril, pelas 17h00, com
a presença do autor.
Apresentação
do livro "Mário de Sá Carneiro: Antologia Poética" editado pela Faktoria
K de Livros, chancela da Kalandraka.
(Convite da responsabilidade da organização)
Leituras relacionadas
BD para ver,
Kalandraka,
Mundo Fantasma,
Tiago Manuel
08/04/2013
Cidade de Vidro
Paul Karasik (argumento)
David Mazzucchelli (desenho)
ASA
Portugal, Março de 2013 (2ª edição)
140 x 210 mm, 138 p., pb, brochada com badanas
15,50 €
A transposição de uma obra de um género para outro - a vulgar adaptação - para
ser bem-sucedida tem que conseguir cumprir dois quesitos principais. Primeiro:
manter o espírito e a essência da obra original - o espírito, friso bem.
Segundo: que a "adaptação" funcione autonomamente no género que a
acolhe, sem que haja necessidade do conhecimento da obra original para a fruir
plenamente.
O melhor exemplo de más adaptações de literatura para banda
desenhada, são aquelas que mantêm a versão escrita original, funcionando o todo
apenas como texto (quantas vezes mal) ilustrado e não como uma verdadeira BD - ou
seja, uma obra composta por imagens sequenciais em que, quando existente, o
texto não é independente dos desenhos, nem vice-versa.
Ora, isto não acontece em "Cidade de vidro" que funciona
perfeitamente na adaptação aos quadradinhos feita por Paul Karasik e David
Mazzucchelli, pese embora o carácter quase abstracto do texto original de Paul
Auster.
Relembro que na base deste relato está Quinn, um escritor de
segunda categoria que, após receber diversos misteriosos telefonemas nocturnos
que procuravam um detective de nome Paul Auster, decide assumir essa
identidade, sendo encarregado de seguir um certo Peter Stilman, e evitar que
este se aproxime do filho para o matar. Quinn transforma-se então na sombra de Stilman, até este
desaparecer, altura em que o pretenso investigador decide sentar-se 24 horas
por dia em frente à sua porta, acabando por se fundir com as paredes, o beco
onde está, os caixotes de lixo que o "enfeitam" - com aquela cidade,
uma cidade de vidro que tudo mostra mas onde nos tornamos assustadoramente
vazios, ocos, partes inúteis de um todo que funciona sem nós/apesar de nós.
Só que no resumo deste policial sem acção, a intriga parece enganadoramente
linear, já que Auster, como noutras ocasiões, optou por um enredo complexo,
muito baseado nas ideias - em ideias - em conceitos e no valor variável das
palavras, nas ilusões que provocam, conforme são ditas e ouvidas…
Isto, na verdade, só torna mais notável a forma como Karasik
e Mazzucchelli conseguiram transpor o romance para BD. Se a história era
opressiva, obsessiva, sufocante, quase um delírio, é isto que o traço de
Mazzucchelli - quase só esboço, por vezes próximo da absoluta depuração -
recria e acentua, tornando o todo incómodo para o leitor.
Veja-se como um discurso se pode tornar estranho - e como
muda o seu significado, o seu impacto - pelo tão simples pormenor de o balão
que o contém não apontar para quem o profere, como é normal, mas sair de dentro
da personagem, do seu íntimo - das suas entranhas… E veja-se também como Karasik e Mazzucchelli, conseguem
reproduzir em BD a predominância das palavras - e o espírito intrinsecamente
abstracto do relato - ao utilizarem imagens que parecem filmadas por uma câmara
rotativa, que tanto vai mostrando cenários como intervenientes, enquanto roda
pelo espaço, se aproxima e se afasta em efeitos de zoom, que acompanham o fluir
das palavras, envolvendo, mergulhando, perdendo o leitor nos seus densos e
diversificados sentidos.
Um bom exemplo, é a sequência em que Peter Stilton
("que não é Peter Stilton") se apresenta, em que parece graficamente
"aprisionado" numa planificação fixa e inalterável de 9 vinhetas
iguais por página, ao longo de várias pranchas, que muito naturalmente se
acabam por fundir numa prancha única, falsamente composta pelas tais 9 vinhetas
e mas que o leitor também pode visualizar como a porta de uma cela, onde a
"imagem branca entre as vinhetas" - esse notável conceito da BD, um
pedacinho de espaço/tempo em que o leitor vê/imagina o que acontece entre duas
vinhetas sucessivas - tem o papel das grades dessa porta.
(Texto publicado no Jornal de Notícias de 1 de Outubro de
2006, com o título “O desenho das palavras da Cidade de Vidro”)
Isto é um assalto
Ficam todas e todos convidados:
Dia 10 de Abril, 4.ª feira, às 18h30, apresentação do livro
"Isto é um Assalto", escrito por Francisco Louçã e Mariana Mortágua.
É uma história da dívida em BD e será apresentado pelo escritor Urbano Tavares
Rodrigues na Livraria Bertrand do Picoas Plaza (Metro: Picoas), em Lisboa.
Em BD e ilustrações, a vida de Portugal nas mãos do capital financeiro, a
história da dívida, a crise do euro, as promessas de Passos Coelho, a política
da troika, o Jogo do Monopólio e o Feiticeiro de Oz, o desfalque de D.Sebastião
e o banqueiro anarquista de Pessoa, o debate da Bíblia e de Júlio César sobre a
reestruturação da divida, as relações dos Espírito Santo com Salazar, a
estratégia da Merkel, tudo aquilo a que temos direito em desenhos e em texto.
(Convite endereçado por Nuno Saraiva)
07/04/2013
Leituras a fazer
Edições publicadas
recentemente, um pouco por toda a parte,
que eu gostava de ter.
E que nalguns casos
até já tenho!
Crónicas de Jerusálem
Guy Delisle
Zarabatana Books
Brasil
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Prémios Profissionais de BD
Os PRÉMIOS
PROFISSIONAIS DE BD (PPBD) foram criados em 2012 e estão a ser organizados por
cinco pessoas ligadas à banda desenhada e ao jornalismo: André Oliveira, Inês
Fonseca Santos, Maria José Pereira, Mário Freitas e Nuno Amado. A iniciativa
tem como objectivo distinguir as melhores obras portuguesas de BD publicadas no
nosso país no ano civil anterior àquele em que são atribuídos os prémios. Pretende
ainda apresentar-se como uma montra e um motor permanente do que de melhor se
faz na BD nacional.
Neste
momento, as obras a nomear para a primeira edição dos PPBD estão a ser
seleccionadas por um Grande Júri composto por 25 personalidades ligadas a esta
área – de autores a investigadores, passando por jornalistas e divulgadores. Em
análise, encontram-se mais de 30 obras publicadas em Portugal entre Janeiro e
Dezembro de 2012.
O anúncio
dos nomeados em cada categoria – Álbum do Ano; Argumentista do Ano; Desenhador
do Ano; Colorista do Ano; Legendador do Ano; Design de Publicação do Ano;
Antologia do Ano; WebComic do Ano – será feito já em Abril, num evento público
a divulgar em breve.
A cerimónia
de entrega dos PPBD acontecerá no dia 11 de Maio, na Biblioteca Municipal
Orlando Ribeiro, em Lisboa, durante o Festival AniComics, onde estarão expostas
as obras nomeadas. Acrescente-se ainda que, num primeiro momento, será no
Festival Internacional de BD de Beja, em Junho, e na livraria Kingpin Books, em
Lisboa, que vão poder ser vistas as obras vencedoras, estando previstas outras
exposições a divulgar oportunamente.
(Texto da
responsabilidade da organização)
06/04/2013
Carmine Infantino (1925-2013)
Esta continua a ser uma semana negra para a banda desenhada.
Depois de JOBAT e de Fred,
chegou agora a vez de Carmine Infantino ser chamado para o paraíso dos
desenhadores.
Nascido a 24 de Maio de 1925, no Brooklyn, em Nova Iorque,
nos Estados Unidos, era um dos grandes nomes da chamada Era de Prata dos comics
norte-americanos.
Iniciou a sua longa carreira nos quadradinhos em 1942,
entrando na DC Comics cinco anos mais tarde, onde chegou a director artístico, em
1967, e a director editorial, em 1971, tendo sido responsável pela contratação
de nomes como Dick Giordanno, Neal Adams e Denny O’Neil, com quem promoveu uma
verdadeira revolução no estilo e na temática dos principais heróis.
Criador gráfico do segundo Flash (Barry Allen), em 1956, a
partir de argumentos de John Broome e Robert Kanigher, foi também responsável
por grande parte dos vilões que o homem mais rápidos da BD teve de enfrentar,
como Captain Cold, Mirror Master ou Gorilla Grood, cujos direitos tentou –
infrutiferamente - resgatar à DC Comics, em 2004 num processo judicial conjunto
com outros criadores.
Distinguiu-se igualmente como capista e desenhador de Batman
(cujo visual modernizou em 1964), tendo sido um dos mentores do primeiro
crossover entre a DC Comics e a Marvel que originou uma aventura conjunta de
Superman e Spiderman, em 1976, cuja capa também desenhou.
Nos anos 80, então na Marvel, desenhou alguns dos primeiros
episódios aos quadradinhos de “Star Wars”, incluídos na colecção “Comics StarWars” actualmente à venda em Portugal.
Os autógrafos do Pedro - Fred
05/04/2013
A arte de... Surzhenko
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Yann
Paulo Monteiro editado na Polónia
O álbum de
banda desenhada “O amor infinito que te tenho e outras histórias”,
da autoria do português Paulo Monteiro, acaba de ser editado na Polónia,
noticia o boletim electrónico do Camões, IP em Varsóvia.
O livro,
editado em Portugal em finais de 2010, foi traduzido por Jakub Jankowski e dado
à estampa pela editora "timof comics".
Esta
extraordinária colectânea de contos de tom poético, que estavam dispersos por
fanzines e outras publicações antes de reunidos e editados pela editora Polvo
em Portugal, é o quinto livro de BD portuguesa a ser editado na Polónia,
segundo o boletim electrónico do Camões, IP de Varsóvia.
Paulo
Monteiro é um autor português de BD e, desde 2005, director do Festival de
Banda Desenhada de Beja. Em 2011, o álbum agora publicado na Polónia foi
galardoado com o prémio para o melhor álbum de banda desenhada, no Festival
Internacional Amadora BD. Em 2012, Paulo Monteiro foi o autor em destaque na
23.ª edição do mesmo festival.
(Texto retirado do site do Instituto Camões, com alteração da grafia para a versão pré-acordo ortográfica da
responsabilidade de As Leituras do Pedro)
04/04/2013
Na pista do Marsupilami
Um ano depois da estreia francesa, chega hoje às salas de
cinema nacionais “Na pista do Marsupilami”, que transpõe para o grande ecrã uma
das mais originais criações da banda desenhada.
Dirigido por Alain Chabat, que também o interpreta o protagonista,
o repórter Dan Geraldo, foi o terceiro filme mais visto em França em 2012, com
5,3 milhões de espectadores. O comediante francês já tinha acumulado a
realização com um dos papéis noutra adaptação de uma BD, “Astérix e Obélix:
Missão Cleópatra”, em 2001.
Para o sucesso do filme, a par da popularidade da persona-gem
dos quadradinhos, contribuiu também o tom familiar da película, escrita e montada
de forma a poder agradar a todos os públicos, graças aos vários níveis de humor
explorados. As dificuldades esperadas de transpor do papel para o ecrã uma
personagem tão dinâmica quanto este estranho animal, acabam por ser relativamente
bem resolvidas no filme, que privilegia os resultados das suas acções,
deixando-o muitas vezes na sombra, o que alimenta a curiosidade do espectador e
aumenta o impacto das suas aparições, pontuais mas decisivas.
Igualmente bem acolhido pela crítica francesa, “Na pista do
Marsupilami” começa quando Geraldo chega a Palômbia, uma república das bananas
sul-americana, em busca de um furo jornalístico. Longe de imaginar que vai
descobrir uma criatura mítica, desconhecida do mundo civilizado, o
extraordinário Marsupilami com a sua longa cauda, apurada inteligência e grande
irritabilidade quando contrariado, contrata como guia um pequeno aldrabão
local, Pablito (interpretado por Jamel Debbouze, apresentador da cerimónia de
entrega dos Césars deste ano e o arquitecto Numerobis do filme de Astérix
referido), e juntos embrenham-se na densa selva onde depararão com piranhas esfomeadas
(o pitéu preferido do Marsupilami), um ditador com um grande segredo e uma
tribo indígena que preserva uma antiga profecia…
O elenco, que inclui ainda o comediante Fred Testot, (a
também realizadora) Géraldine Nakache ou Lambert Wilson, na versão dobrada emportuguês conta com as vozes de Alice Santos, António Vaz Mendes, Joana Carvalho,
Jorge Mota, Rui Oliveira e Teresa Queirós.
Com cerca de um metro de altura, várias vezes multiplicada
na sua cauda interminável, que lhe serve para mil e uma funções, amarelo com
bolas negras, ovíparo, carnívoro e dotado de uma enorme inteligência o
Marsupilami é uma das mais extraordinárias criações dos quadradinhos.
Imaginado por Franquin, estreou-se a 31 de Janeiro de 1952
na etapa final de “Spirou e os herdeiros”, na qual encontrá-lo era uma das
condições para Fantásio receber uma herança. Capturado o Marsupilami e ganho o
desafio, Spirou e Fantásio decidem devolvê-lo à sua selva natal, na Palômbia. Afeiçoado
aos seus novos amigos, o extravagante animal segue-os para casa, passando a integrar
as suas aventuras, até Franquin deixar a Dupuis, no final da década de 1960,
levando consigo o extravagante animal, que protagonizaria histórias a solo, a
partir de 1986.
Agora, tudo indica que Spirou, Fantásio e o Marsupilami se
poderão reunir novamente, pois no passado mês de Março a Dupuis comprou a Marsu
Productions que detinha os direitos do Marsupilami (e também de Gaston
Lagaffe).
(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de
hoje, 4 de Abril de 2013)
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