Final
da viagem no ponto de partida
Raramente
a vida permite que assim aconteça mas a verdade é que com estas
Lendas japonesas, que a editora Polvo acaba de fazer chegar às
livrarias, José Ruy (1930-2022) de alguma forma terminou a sua vida
onde a tinha começado ou para definir melhor, teve na sua última
obra publicada um regresso ao momento onde tudo praticamente começou.
E,
relembro, tudo é uma carreira notável, uma vida inteiramente
dedicada aos quadradinhos, que começou a desenhar aos 14 aos anos e
só a morte foi capaz de interromper aos 92, em finais do ano
passado.
Quando Marco Polo conta um conto…
Uma das diversas vantagens de ser leitor voraz e insaciável é a
possibilidade de podermos ser surpreendidos em cada livro que
abrimos. Aconteceu-me, mais uma vez, com este O Livro das
Maravilhas” uma edição recente da Ala dos Livros.
É verdade que a 8.ª Mostra do Clube Tex teve lugar em Abril último, mas ainda não tinha mostrado aqui os (belos) autógrafos que trouxe de lá.
Estão já a seguir.
Publicada no álbum Hércules,
o magnífico (Distri
Editora,
Portugal, 1984)
a prancha abaixo,
com a personagem criada por Arnal e assinada por Yannick,
hoje em dia faria
cair o Carmo e a Trindade
e poria aos berros em bicos de pés umas quantas mentes
sensíveis - deixem-me
escrever assim… - que considerariam
abominação e heresia
uma piada que há 40 anos era simples e
ingénua e não afectava
ninguém.
Em
completa impunidade...
Ocioso,
desocupado, rico e poderoso, passou a vida a assediar, violar,
violentar, sem culpas nem castigos.
Mas,
esqueçam políticos, futebolistas, homens de artes ou grandes
empresários. Trata-se apenas de Zeus, deus todo-poderoso da
mitologia grega.
O
sagrado e o profano perigosamente próximos
O primeiro
dos dois volumes previstos de O
Nome da Rosa
é uma das surpresas editoriais do ano, não só em Portugal, onde a
Gradiva acompanhou de perto a edição original, mas um pouco por
toda a parte.
A principal
razão é a junção de dois nomes grandes da narrativa, Umberto Eco,
da literatura, e Milo Manara, da banda desenhada. A uni-los, no
presente, está o emblemático romance de Eco, publicado pela
primeira vez em 1980, que Manara apresenta agora na sua versão aos
quadradinhos.
Sem
demasiadas ousadias,
mas...
A
grande vantagem das versões autorais de heróis consagrados é a
possibilidade de cada um apresentar uma abordagem diferente -
evidentemente umas são mais conseguidas do que outras, umas mais
ousadas, outras mais tradicionais - mas todas elas trazem um olhar
novo e estimulante sobre heróis que já conhecemos.
Isto
tem acontecido, de forma mais continuada, com Spirou, com Lucky Luke e também com os heróisDisney nas versões alternativas que a Glénat tem proposto.