21/07/2012

As Figuras do Pedro (XXI)

Guarda-sol The Simpsons



Personagens representadas: Homer Simpson, Krusty the clown, Bart Simpson, Maggie Simpson
Fabricante/Distribuidor : Brinde publicitário Nutella (Portugal/Espanha)
Ano : 2007


20/07/2012

Heróis Marvel #3

Capitão América – A Lenda Viva









Roger Sterne (argumento)
John Byrne (desenho)
Josef Rubinstein (arte-final)
Levoir+Público (Portugal, 19 de Julho de 2012)
170 x 260 mm, 192 p., cor, cartonado
8,90 €



Resumo
Este volume compila as revistas Captain America #247 a #255, editadas nos Estados Unidos entre Julho de 1980 e Março de 1981.

Desenvolvimento
O equilíbrio entre histórias clássicas e outras mais recentes, uma das características assumidas da colecção Heróis Marvel , pode revelar-se um pau de dois bicos.
Para leitores habituais de banda desenhada – em especial para aqueles que estão menos familiarizados com os comics norte-americanos – essa é sem dúvida uma mais-valia, pois permite descobrir/recordar fases marcantes dos principais super-heróis Marvel e compará-las com outras mais recentes (que nalguns casos serão também clássicos dentro de alguns anos).
No entanto, para leitores novos – aqueles que a colecção tenta conquistar, por exemplo entre os que viram e gostaram das recentes adaptações cinematográficas – as histórias mais antigas poderão ter o efeito contrário ao pretendido.
Porque, sejamos claros, nos anos 80 – para nos concentramos neste volume – a forma de narrar era muito diferente da que é utilizada hoje em dia – e essa é uma das razões porque a Marvel tem recorrentemente recontado a origem dos seus principais heróis.
Por isso, quem eventualmente chegar à BD através desta colecção, poderá ter dificuldade em lidar com a utilização de cores mais vivas e planas, pouco apelativas nos nossos dias, com as narrativas muito palavrosas e constantemente a recordar o passado e do protagonista e os seus dilemas presentes, com alguma ingenuidade temática e com protagonistas inverosímeis como Batroc, o saltador - um semi-vilão que… salta!
Do que atrás fica escrito, não quero que se infira que estou contra esta opção editorial, longe disso; compreendo-a e aceito-a, até porque – infelizmente? - acredito que entre os seus compradores haverá mais leitores habituais de quadradinhos do que novos leitores.
De qualquer forma, uns e outros, se perderem este volume – como outros - perderão a oportunidade de acompanhar um momento importante da história dos comics Marvel e de um dos seus mais significativos personagens, perdido entre dois mundos, o dos anos 1940 - em que surgiu como símbolo americano na guerra contra os nazis – e dos anos 1980 – a actualidade, quando estas histórias foram criadas, nos quais procura, ainda o seu lugar (embora sem essa dualidade ser extremada como em “CapitánAmerica – El hombre fuera del tiempo” ).
Estas histórias, correspondem ao aclamado período em que Roger Stern e John Byrne assumiram o destino do mais americano dos super-heróis, balizando de novo o seu percurso em diversos aspectos (vida civil, relação com o poder militar, novos relacionamentos amorosos), apontando-o como símbolo vivo do sonho e dos ideais norte-americanos e como o seu principal defensor contra todo o género de inimigos, externos e internos, de terroristas a simples gangsters, de monstros fantásticos a velhos inimigos.
Delas, destacam-se “À primeira luz do alvorecer”, pela ponte feita com elementos do tempo da II Guerra Mundial, “Capitão América para Presidente”, pela sua invulgar temática pois nela o alter-ego de Steve Rogers é apontado como candidato à presidência, e “Velhos conhecidos”, pela revisitação da mitologia do herói.

A reter
- A boa qualidade gráfica da edição, mais a mais se considerado o seu preço.
- A importância clássica do conteúdo deste tomo.
- As histórias atrás citadas, boas em qualquer contexto – desde que lidas e entendidas à luz do contexto em que foram criadas!
- O desenho de John Byrne, respeitador da proporção da figura humana, dinâmico, expressivo e aqui e ali com algumas soluções originais em termos de planificação.

Nota – Com excepção da capa, as imagens que ilustram este texto foram retiradas do portal Central Comics e do blog Por um punhado deimagens.
 

19/07/2012

Leituras de Banca

Julho 2012

Revistas periódicas de banda desenhada este mês disponíveis nas bancas portuguesas.



Turma da Mónica (Panini Comics)
Almanaque da Mônica #31
Almanaque do Cascão #31
Almanaque do Cebolinha #31
Almanaque Turma da Astronauta #10
Cascão #61
Cebolinha #61
Chico Bento #61
Grande Almanaque de Férias - Turma da Mônica #11
Magali #61
Mônica #61
Mónica y su Pandilla - Turma da Mónica em Espanhol #10
Monica’s Gang - Turma da Mónica em Inglês #10
Ronaldinho Gaúcho e Turma da Mônica #61
Turma da Mônica - Colecção Histórica #27
Turma da Mónica – Saiba mais #52 – História do papel
Turma da Mônica – Uma aventura no parque #61
Turma da Mônica Jovem #43



DC Comics (Panini Comics)
Batman #109
Liga da Justiça #108
Superman #109
Universo DC #18



Marvel (Panini Comics)
Homem-Aranha #119
Os Vingadores #94
Wolverine #83
Universo Marvel #17
X-Men #119



Bonelli (Mythos Editora)
A distribuição das revistas da Mythos Editora está temporariamente suspensa,
devido a uma mudança de distribuidora.

18/07/2012

Dampyr #147

Tributo di Sangue










Giovanni Eccher (argumento)
Maurizio Dotti (desenho)
Sergio Bonelli Editore (Itália, Junho de 2012)
160x210 mm, 100 p., pb, brochado, mensal
2,90 €



Resumo
Em viagem de turismo pelo Norte de Portugal, Maud, durante uma visita a umas caves de vinho do Porto, em Vila Nova de Gaia, avista um fantasma que parece querer entrar em contacto com ela.
Abalada pela experiência chama Harlan Draka (Dampyr) para investigar o fenómeno, o que os levará até Miranda do Douro e ao confronto com um velho conhecido.

Desenvolvimento
Se a trama e a génese desta história já foram suficientemente dissecadas no anúncio prévio da sua publicação e nas entrevistas a Giovanni Eccher e Maurizio Dotti, confesso que a sua leitura foi uma agradável surpresa.
Desde logo porque a localização da trama em Vila Nova de Gaia e em Miranda do Douro não foi um mero capricho “turístico”, mas faz todo o sentido na forma como a história se desenrola, havendo uma muito conseguida apropriação de algumas das especificidades físicas (caves, zona ribeirinha, eléctrico #1 para o Infante…) e históricas (vinhos, perseguições da inquisição, dialecto mirandês…) dos locais para o desenvolvimento da narrativa.
Que, como é normal na série, é uma história de terror, que tem por base as perseguições aos judeus pela inquisição portuguesa no século XVI, construída de forma competente e bem balizada, com alguma acção mas em que predomina o terror psicológico e um clima de ansiedade que acaba por contagiar o leitor.
Graficamente, Dotti, embora “queixando-se” de ter apenas trabalhado a partir de fotografias, cumpre com distinção a sua missão, não fazendo da banda desenhada uma colectânea de bilhetes-postais mas tornando perfeitamente reconhecíveis os locais escolhidos como cenário da acção (ribeira de Gaia, ponte Luiz I, caves, Miranda do Douro, zona vinhateira) e credíveis os que recriou com base em (outros) elementos reais, como acontece com o fictício Mosteiro de Madalena.

A reter
- O equilíbrio entre os factos e locais reais e a narrativa ficcionada, que resulta numa história interessante e credível.

17/07/2012

Asteroid Fighters #2 - Os Oráculos














Rui Lacas
ASA (Portugal, Junho de 2012)
205 x 290 mm, 72 p., cor, cartonado



Resumo
A corporação dos Asteroids Fighters continua a tentar evitar que o planeta Terra seja destruído pelos misteriosos asteróides explosivos, ao mesmo tempo que tentam descobrir a sua origem e quem está por detrás do seu lançamento.

Desenvolvimento
Depois de um intervalo demasiado longo – Asteroid Fighters#1 – O Início foi editado em Outubro de 2009 - surge finalmente o segundo tomo desta saga que, de forma resumida – embora algo precipitada – pode ser classificada (apenas) como uma verdadeira história de super-heróis.
Curiosamente, a sua maior qualidade – a originalidade do contexto e (dos poderes) das personagens – é também o seu maior defeito. Porque falta ao leitor sentir a familiaridade que geralmente sente em relação a outras narrativas de super-heróis, e que gera a empatia necessária com elas.
Apesar disso, a narrativa, bem ritmada, lê-se com agrado – e cumpre, assim, aquela que é sem dúvida a sua primeira premissa: divertir – e, apesar de já fornecer algumas respostas, nomeadamente quanto à origem e identidade do vilão de serviço, deixa o leitor suficientemente em suspenso, ansiando pelo próximo tomo da série.
Para isso contribui o traço desenvolto de Lacas, que revela uma grande segurança e à-vontade, quer no retrato das personagens, quer na composição das cenas, ricas, diversificadas e, geralmente, com uma planificação muito dinâmica - a que não é estranha alguma influência manga, assimilada ao seu estilo bem pessoal – contribuindo o todo para garantir um bom ritmo narrativo.
Claro está, fosse outro o meio aos quadradinhos em que Asteroid Fighters nasceu – um contexto onde existisse uma indústria e um mercado reais – e esta poderia ser apenas a introdução a um universo com muito para contar e por onde se desenvolver – apesar da especificidade das ameaças que os Asteroid Fighters combatem – pois as personagens ricas e estimulantes, com passado, presente e futuro para explorar são muitas. Estando nós em Portugal, resta-nos esperar pela conclusão deste tríptico – era esse o plano inicial – se possível num prazo menos dilatado do que aquele que mediou entre os dois primeiros tomos.

A reter
- A originalidade do conceito e das personagens que sustentam esta saga.
- A desenvoltura gráfica de Rui Lacas, um dos grandes narradores portugueses contemporâneos aos quadradinhos.
- O aproveitamento das guardas para apresentação dos vários intervenientes…
- … que, curiosamente, são inspirados nos amigos – também autores de BD ou ilustradores – de Lacas.

Menos conseguido
- O excessivo período de tempo que mediou entre a edição dos dois primeiros tomos de Asteroid Fighters.


16/07/2012

Coldplay criam banda desenhada













O álbum Mylo Xyloto, editado pelos Coldplay em Outubro de 2011, que foi nº 1 em 34 países e vendeu mais de 6 milhões de exemplares, esteve na origem de uma banda desenhada
A banda anunciou no seu site oficial, que tudo começou há três anos, numa conversa com Mark Osborne, argumentista e director de filmes de animação como “Kung Fu Panda”, “MORE” ou “The SpongeBob SquarePants Movie”, com quem desenvolveram uma personagem chamada Mylo Xyloto, combinação de “xylo” (de xilofone) com “toe” (dedo do pé).
A ideia cresceu e desenvolveu-se e com ela a história e o universo do jovem Mylo, que serviram de pano de fundo às músicas do CD e à respectiva tournée. Agora, é retomada numa mini-série em 6 episódios, cujo primeiro número, desenhado por Alejandro Fuentes, foi apresentado este fim-de-semana na San Diego Comic-Com International, um festival de BD a decorrer nos Estados Unidos.
A continuação da história, que conta a cruzada do jovem Mylo contra o som e a cor até descobrir que eles afinal não são os seus inimigos, será editada a partir de Fevereiro de 2013, pela Bongo Comics, editora de Matt Groening, também responsável pela edição das revistas aos quadradinhos com as aventuras dos Simpsons.

(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 15 de Julho de 2012)

15/07/2012

As Figuras do Pedro (XX)

Mutts


Figuras: Earl, Mooch, Guard Dog e Shtinky
Fabricante/Distribuidor : Dark Horse Deluxe (EUA)
Ano : 2006
Altura : entre 6 e 10 cm
Material: PVC
Preço original: 14,99 $US







14/07/2012

Selos & Quadradinhos (81)

Stamps & Comics / Timbres & BD (81)


Tema/subject/sujet: Anime Hero & Heroine Series 17 - Dragon Ball Kai
País/country/pays: Japão/Japan
Data de Emissão/Date of issue/date d'émission: 2012

13/07/2012

Le Cycle des Epées









Colecção Contrebande
Howard Chaykin (argumento)
Mike Mignola (desenho)
Al Williamson (arte-final)
Sherilyn Van Valkenburgh (cor)
Delcourt (França, Agosto de 2007)
173 x 264 mm, 192 p., cor, cartonado
19,90 €


Resumo
Durante uma emboscada nas ruas da perigosa cidade de Lankhmar, Fafhrd, o guerreiro nórdico, e Sourcier Gris, um renomado ladrão, encontram-se pela primeira vez e tornam-se improváveis amigos, juntos para uma vingança e para as mais inesperadas batalhas e pilhagens.
Esta banda desenhada, originalmente uma mini-série em quatro números, adapta uma série de romances escritos a partir de 1939 por Fritz Leiber (1910-1992), considerado um dos fundadores do género “espada e feitiçaria”.

Desenvolvimento
Género que em tempos fez escola – e para alguns era mesmo a única BD aconselhável – a adaptação em quadradinhos de clássicos da literatura, depois de ter decaído bastante, está hoje de novo em voga. Com a vantagem de a eles, muitas vezes, estarem associados autores jovens, que recriam os originais no novo suporte narrativo, de forma fiel mas também estimulante.
Não sendo uma obra actual – longe disso, pois data do início da década de 1990 – esta mini-série aqui compilada num único tomo, tem a particularidade de ter a assinatura de dois nomes importantes dos comics: Howard Chaykin e Mike Mignola (aqui antes da criação de Hellboy). Ou de três, pois é de toda a justiça incluir também o arte-finalista, o grande Al Williamson!
Na sua origem, está um inusitado encontro entre personalidades – um guerreiro e um ladrão - que nada parecia indicar terem interesses comuns, unidas primeiro em defesa das suas vidas, depois na tentativa de um roubo mítico, na sequência dele, na dor pela perda das companheiras e, em seguida na vingança.
Uma vez consumada, deambulam em busca de presas e sonhos, numa época indefinida e por locais fictícios – à semelhança do que acontece com Conan, com quem têm outras afinidades. Cruzam-se com saqueadores e guerreiros, senhores e magos, espíritos e seres sobrenaturais, com a realidade e o sobrenatural a sobreporem-se com frequência – embora nem sempre de forma muito linear… – e na qual a acção serve geralmente para resolver questões aparentemente complicadas.
Graficamente, o traço de Mignola – por “culpa” própria ou devido à finalização de Williamson? – surge algo incaracterístico e com oscilações, preso a um equilíbrio precário entre um semi-realismo mais convencional e a depuração que o tornaram depois único e famoso.


12/07/2012

Franco Caprioli

No centenário do desenhador poeta












Colecção J.M. #4
Jorge Magalhães (texto)
C.M. Moura (Portugal, Junho de 2012)
208 x 290 mm, 56 p., cor, brochado


1.       Num país pouco dado à defesa do seu património (também aos quadradinhos), não é demais destacar e enaltecer o trabalho que, paulatinamente, a Câmara Municipal de Moura (através do labor de Carlos Rico) tem desenvolvido nesta área.
2.      Não só pelo Salão Internacional de Banda Desenhada, que atingirá a sua 18º edição em 2013…
3.      … mas principalmente pelos valiosos catálogos que vem editando, dedicados aos autores homenageados em cada salão…
4.      … ou na “Colecção J.M.” (Jorge Magalhães, entenda-se) onde, depois de “Banda Desenhada e Ficção Científica – As madrugadas do futuro”, “O ‘Western’ na BD Portuguesa” e “Vítor Péon e o ‘Western’ – De Denver Bill a “Tomahawk” Tom”…
5.      … surge agora “Franco Caprioli - No centenário do desenhador poeta”, edição integrada na comemoração do centenário de Franco Caprioli.
6.      Esta recuperação de algum do património nacional aos quadradinhos, tem tido como sustentáculo o saber e a erudição de um dos maiores conhecedores da BD nacional, Jorge Magalhães, responsável pela formação de muitos leitores de quadradinhos – nos quais me incluo - no tempo em que a existência de revistas periódicas o permitia…
7.      Agora, debruçou-se sobre a obra de Franco Caprioli, um mestre clássico e um virtuoso do desenho, cuja biografia traça de forma sóbria, sem ser exaustivo mas destacando os seus principais momentos, a sua técnica apurada e original (baseada num magnífico traço fino e no uso de pontilhado para definir sombras e volumes) asa suas preferências e motivações, as obras que criou e onde foram publicadas...
8.     Como complementos, são indicadas todas as publicações nacionais que reproduziram obras do mestre italiano, uma lista longa e que me surpreendeu pela quantidade de álbuns editados com a sua assinatura, e é reproduzida, a cores, um episódio da série "Olac, the gladiator", realizado para a "Tiger Annual", em 1962.
9.      A edição, em papel brilhante, de boa gramagem – que merecia uma capa mais consistente ou no mínimo lombada quadrada – é profusamente ilustrada, quase sempre a cores – uma agradável surpresa para quem, como eu, sempre tinha lido Caprioli a preto e branco - constituindo-se assim um importante elemento, não só de divulgação mas também de consulta.
10.  Fica o lamento – apenas – em relação à sua curta tiragem (500 exemplares) e fraca (inexistente?) distribuição, que não permite que chegue a todos os leitores que o texto de Jorge Magalhães e a obra de Caprioli mereciam.



11/07/2012

Tex Anual #13

O Longo Braço da Lei










António Segura (argumento)
José Ortiz (desenho)
Mythos Editora (Brasil, Dezembro de 2011)
135 x 175 mm, pb, 306 p., brochado
R$ 18,90 / 9,00 €



Resumo
À cabeça de um grupo de rangers, Tex escolta cinco presos que estão a ser transferidos de Sierra Vista para Phoenix. No entanto, no caminho, são atacados e os presos libertados.
Único sobrevivente do grupo, Tex parte no encalço dos fugitivos, que entretanto se separaram, não só com o intuito de fazer justiça mas também de descobrir qual deles motivou o ataque.

Desenvolvimento
Os fãs que me desculpem, pois eu sei que o Tex de António Segura não é muito apreciado entre eles, mas acho que o argumentista espanhol, como nenhum outro, conseguiu retratá-lo exemplarmente na sua faceta de solitário, frio, duro e implacável – cínico até por vezes.
E é esse Tex impassível, de olhar gélido e dedo ligeiro no gatilho que surge em “O Longo braço da lei”, um Tex que semeia de cadáveres as bordas do seu caminho, que avança indiferente aos danos colaterais, como um autêntico mastim que só parará quando tiver dilacerado a sua presa.
Por isso, esta é uma narrativa dura e violenta – à medida da terra e do tempo em que Tex caminha - pejada de tiroteios, feridos e cadáveres. E que, apesar do seu tom e da sua grande extensão – mais de três centenas de pranchas – consegue ser também cativante e absorbente, pelo tom quase policial com que Segura a dotou, com Tex a perseguir, à vez, cada um dos cinco fugitivos, investigando os seus motivos, analisando as suas acções e ilibando-os (ou não…) do crime – o ataque à escolta – porque os persegue.
Esse Tex duro e violento – e o clima tenso e pesado da narrativa – são acentuados pelo soberbo traço de José Ortiz – cúmplice de longa data de Segura – agreste mas pormenorizado, com personagens esguias e atléticas, de rostos vincados e olhares penetrantes e um sublime trabalho de preto e branco, assente em contrastes e num exemplar jogo de luz e sombras que – lá volto eu ao mesmo… - merecia ser admirado numa edição de formato maior.

(Texto publicado originalmente no Tex Willer Blog)


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