02/04/2012

Melhores Leituras

Março 2012



Tsugumi Ohba e Takeshi Obata


Demain les oiseaux (Delcourt)
Osamu Tezuka


Roger Langridge e Filipe Andrade


Laudo Ferrera e Omar Viñole


L’Île au trésor (Futuropolis)
Sylvain Venayre et Philippe Stassen


Léonard Chemineau


Nanairo Inko (Asuka)
Osamu Tezuka


María e Miguel Gallardo


20 Ans Fermé (Futuropolis)
Sylvain Ricard e Nicoby


Thorgal #1 a #14 (Bertrand, Futura, VHD diffusion, Le Lombard, ASA)
Jean Van Hamme et Grzegorz Rosinski

01/04/2012

Banzai #2

















O segundo número da revista Banzai, que é editada pelo projecto NCreatures, é apresentado hoje, a partir das 17h, na FNAC de Santa Catarina, no Porto.
Na altura estarão presentes Manuela Cardoso, Cristina Dias e Marta Patalão, três das autoras das histórias que têm sido publicadas pela Banzai, dedicada ao género manga.
Publicação trimestral – a Banzai #1 foi lançada no final de 2011 -, de venda exclusiva nas lojas FNAC e preço de 5,30 €, a revista tem capa a cores e 100 páginas a preto e branco que, neste segundo número, mais uma vez, são preenchidas com bandas desenhadas de autoras portuguesas, com uma única excepção: a sueca (luso-descendente) Natália Batista, que assina a BD “Miau Miau”, bem como o segundo capítulo de “Aprender manga”, onde ensina como desenhar o corpo humano.
No sumário da Banzai #2 encontramos igualmente “The Mighty Gang”, BD em continuação de Joana Rosa Fernandes, “Kuroneko”, de Cristina Dias, “7 Pecados”, de Marta Patalão, obra vencedora das 24 h de Manga 2011, “Banzai@Curto-Circuito, de Manuela Cardoso, Joana Rosa Fernandes e Cristina Dias, desenhada em directo no programa televisivo Curto-Circuito, e “Zphyr”, de Manuela Cardoso.
Mais informações disponíveis no site da Banzai.

31/03/2012

Selos & Quadradinhos (76)

Stamps & Comics / Timbres & BD (76)

 


Tema/subject/sujet: Thorgal
País/country/pays: Bélgica/Belgium/Belgique
Data de Emissão/Date of issue/date d'émission: Janeiro/Jannuary/Janvier 2007 

São selos DuoStamp belgas, de colecção, de tiragem limitada (e custo acrescido), divididos ao meio: à direita o símbolo dos correios belgas, à esquerda o tema. 

Ils sont timbres DuoStamp de Belgique, de collection, en édition limitée (et bien payée), divisé en deux: à droite le symbole de la poste belge, à gauche le thème choisi. 

They are Belgian DuoStamp collectible stamps, from limited edition, divided in half: at right, the symbol of the Belgian post; at left the topic.

30/03/2012

Mariko Parade





 



Colecção écritures
Frédéric Boilet e  Kan Takahama (argumento e desenho)
Casterman (França, 12 de Setembro de 2003)
173 x 240 mm, 184, pb e cor (12 p.), brochada com badanas
13,50 €




De que são feitas as relações? O que as alimenta? O que as mantém? O que as mina? O que as destrói?
“Mariko Parade”, de Frédéric Boilet e Kan Takahama, responde a estas perguntas. Ou melhor, indica pistas, adianta hipóteses. Boas ou más, depende de quem as lê e de como as interpreta.
Porque o livro, diga-se desde já, assume-o Takahama no prefácio, não conta nada, não tem princípio, meio e fim. Ou melhor, tem meio, pois apanhámos a história em andamento e somos apeados antes que ela acabe.
Por isso, também, “Mariko Parade” é um livro estranho. E também pela forma como são encadeadas na sua narrativa principal, as histórias curtas que Boilet foi publicando no Japão ao longo dos anos, como se assim tivessem sido concebidas.
Obra de contornos autobiográficos, conta a relação de um autor de BD (Boilet, francês, radicado no Japão há alguns anos) com a sua modelo (e companheira, Mariko) vinte anos mais nova. E conta-nos como esta, no seguimento de uns dias de férias anuncia que vai partir para os Estados Unidos, para estudar durante dois anos. Que vai partir no dia seguinte.
E o “nada” que nos é contado, são esses dias de férias. Calmos sossegados, aparentemente apaixonados às vezes, vazios outras. Um “nada” realçado pela forma lenta como a história flui. Lentidão consciente, que é acentuada pelos inúmeros pormenores que são objectos de vinhetas. Como um anúncio num jornal, uma folha, uma flor, um pé, descalço ou calçado, uma nuvem.
Tudo “nadas”, pequenos nadas, que às vezes se tornam tão importantes. Como os pequenos nadas que (também) mantêm as relações, embora possam parecer insignificantes. 

(Texto publicado no Jornal de Notícias de 18 de Outubro de 2003)


Curiosidade
- Este é mais um tomo da colecção écritures, já diversas vezes presente aqui As Leituras do Pedro, que completou 10 anos de bons serviços no passado dia 14 de Março. Conto voltar a ela, repetidamente, nas próximas semanas.


29/03/2012

Às Quintas Falamos de BD

Construções de Armar - Homenagem a António Velez


Os encontros no CNBDI continuam a marcar presença, agora na última quinta-feira de cada mês.
Assim, hoje dia 29 de Março, pelas 21h00, no Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem terá lugar mais uma edição de Às Quintas Falamos de BD, com o encontro Construções de Armar - Homenagem a António Velez.
Para a ocasião Dâmaso Afonso e José Ruy recuperaram a única entrevista conhecida de António Velez. São 11 minutos que reconstituem o significado e a memória das construções de armar em Portugal e o pretexto para mais um encontro no CNBDI.
Na última quinta-feira do mês convidamo-lo a tomar café connosco.


28/03/2012

Thorgal















A ASA em parceria com o jornal Público vai começar na próxima semana uma nova colecção de banda desenhada dedicada a Thorgal. Publicada semanalmente à quarta-feira, terá no total 16 álbuns de capa dura, todos inéditos em português, correspondentes aos volumes 14 a 29 da série original.
O primeiro custará 4,90 €., sendo o preço dos restantes 7,90 €. Os títulos anunciados são os seguintes:

Aarícia
O Senhor das Montanhas
Loba
A Guardiã das Chaves
A Espada-Sol
A Fortaleza Invisível
A Marca dos Banidos
A Coroa de Ogotaï
Gigantes
A Jaula
Aracnéa
A Peste Azul
O Reino sob a Areia
O Bárbaro
Kriss de Valnor
O Sacrifício

Thorgal, que há poucos dias completou 35 anos, pois a sua estreia deu-se a 22 de Março de 1977, no Tintin belga, é um dos maiores sucessos da banda desenhada de aventuras francófona, cujos efeitos se fazem sentir até hoje.
Apesar de aparentemente ambientada no tempo dos vickings – recriado de forma bem credível – em Thorgal há alguns traços distintivos que o afastam dos cânones tradicionais daquele género.
Desde logo pelo seu tom fantástico. Último sobrevivente de uma antiga civilização terrestre que um dia partiu para as estrelas, regressando mais tarde ao nosso planeta, Thorgal Aergisson, nas aventuras iniciais, a par da sua vida entre os vickings que o acolheram em bebé, encontra os seus compatriotas, o que confere à série um interessante tom anacrónico.
Depois, há nesta banda desenhada um marcante tom místico, com o protagonista a visitar mundos estranhos e outras dimensões, incluindo o reino da morte e o lar dos deuses.
Isto não diminui, pelo contrário, o tom aventuroso, a acção a rodos e a adrenalina sempre em alta, com desfechos inesperados e acontecimentos muito marcantes – incluindo a morte de protagonistas e um longo período em que Thorgal perde a memória e assume uma identidade completamente díspar – que surpreendem e abalam o leitor.
Por outro lado, em contraste com tudo isto, Thorgal, apesar de ser um guerreiro extraordinário, prefere uma pacata vida familiar, tentando evitar a acção e os problemas que constantemente vêm à sua procura. Por isso, ao longo dos álbuns, casa com Aarícia, envelhece, tem três filhos – Jolan, Louve e Aniel que, devido à origem extraterrestre do pai têm alguns poderes extraordinários - que vão assumindo parte do protagonismo, evocando, de alguma forma, com as muitas diferenças que facilmente se reconhecem, uma outra grande saga dos quadradinhos, o Príncipe Valente.

Criação de Jean van Hamme, sem dúvida um dos melhores, mais originais e inventivos argumentistas que a banda desenhada francófona de aventuras conheceu, as aventuras de Thorgal estão divididas por ciclos que, se não são estanques, permitem a leitura independente, sem necessidade de conhecer os restantes.
Graficamente, a evolução de Rosinski é notável. Depois de um início num registo semi-caricatural, servido por um colorido algo psicadélico, progressivamente o traço torna-se cada vez mais realista ao mesmo tempo que é apurado o trabalho de cor, que se torna cada vez mais importante na definição dos ambientes. A mudança é marcante a partir do quinto álbum, “Au-delà des ombres”, excedendo-se Rosinski sucessivamente num virtuosismo incomparável, que terá o seu auge, numa fase posterior, quando passa a realizar os álbuns numa técnica de cor directa.

Em Portugal, Thorgal estreou-se na revista Tintin #1301, a 17 de Maio de 1980, com o episódio “A feiticeira traída”. Regressaria a esta revista perto do final desse ano com “A ilha dos mares gelados” (#1321), que curiosamente o “Mundo de Aventuras” #362 publicara a preto e branco um mês antes! “Quase o paraíso” (#1503), já publicado no Mundo de Aventuras (#387) foi a terceira e última presença de Thorgal no Tintin, enquanto aquela outra revista apresentou aos leitores portugueses, sucessivamente, até 1984, diversos episódios curtos e longos: “Os três velhos do país de Aran” (#430), “A galera negra” (#458), “O drakkar perdido” (#504), “O Talismã” (#529) e “Para além das sombras” (#540). No que a publicações periódicas diz respeito, o herói haveria de passar ainda pelas páginas das Selecções BD (2ª série), em 1999/2000, onde foram publicadas três histórias curtas: “As lágrimas de Tjahzi” (#6), “A montanha de Odin” (#12) e “Primeiras neves” (#26).
Em álbum, a vida deste filho das estrelas em terras portuguesas foi também algo atribulada. O episódio inaugural, “A feiticeira traída”, foi editado pela Bertrand, em 1983. Seguiu-se a Futura, com “A ilha dos mares gelados” (1988) e “Os três velhos do país de Aran” (#1989).
Já este século, a ASA lançou sucessivamente “O filho das estrelas” (2002), “Alinoë” (2003), “Os arqueiros”(2005) e “O país Qâ” (2006). Os dois primeiros títulos editados pela ASA seriam reunidos num único volume, em 2008, no número inaugural da colecção “Grandes autores de BD”, lançada em parceria com o jornal Público.

Após o término da colecção agora anunciada, ficarão inéditos em Portugal os tomos #4 (“A galera negra”, distribuído entre nós na edição brasileira da VHD diffusion, nos anos 90) a #6 e #11 a #13, sendo que a ASA prevê editar os três últimos até meados de 2013.
Por editar, claro está, ficarão também os tomos 30 a 33, escritos por Yves Sente, que substituiu Van Hamme quando este decidiu abandonar a série, nos quais o protagonismo é partilhado entre Jolan e Thorgal.
De fora ficam igualmente as séries derivadas genericamente intituladas “Les Mondes de Thorgal”, onde já foram publicados dois volumes protagonizados por Kriss de Valnor, uma das grandes inimigas de Thorgal, da autoria de Yves Sente e Giulio De Vita, e um com as aventuras de Louve, a filha de Thorgal e Aarícia, por Yann et Surzhenko.


27/03/2012

María e Eu





  





María Gallardo e Miguel Gallardo (argumento e desenho)
ASA (Portugal, 20 de Março de 2012)
170 x 250 mm, 64 p, preto, branco e vermelho, cartonado
15,00 €


Algures entre o texto simples, o texto ilustrado e a narrativa sequencial, numa combinação equilibrada dos três, “María e Eu” é uma viagem – a um tempo terna e incómoda – pela relação entre Miguel Gallardo e a sua filha María, de 12 anos, que é autista.
Narração de uma semana de férias passadas por pai e filha nas Canárias é, antes de mais, um relato emocional – e emotivo – a que é impossível ficar indiferente.
Desde logo, pela sua sinceridade. Porque Miguel, para descrever as situações vividas, tanto usa humor, como ternura, indiferença ou mesmo raiva (em relação aos que não conhecem ou não percebem a doença de María).
Porque, aos nosso olhos, Miguel revela-se profundamente, despoja-se do escudo protector que tantas vezes ostentamos, partilha com o leitor a sua experiência real, tenta mostrar como é, o que sente, o que vive, o que recorda alguém que é autista.
Mas fá-lo sem qualquer tom documental ou pedagógico - que normalmente servem apenas para afastar leitores - optando antes por uma narrativa íntima e sensível, que toca, que choca – pelo nosso desconhecimento -, que incomoda – perante as reacções adversas, porque pensamos quantas vezes já reagimos assim -, que alivia – por não termos de viver o mesmo -, que enternece – pela relação forte que Miguel e María revelam.
Por isso, este é um daqueles livros a que é impossível ficar indiferente. Não tanto pelas suas qualidades literárias ou artísticas, mas pelo seu tom profundamente humano.


26/03/2012

Les Amis de Pancho Villa




 



Colecção Rivages/Casterman/Noir
Léonard Chemineau (argumento e desenho)
James Carlos Blake (romance original)
Casterman (França, 14 de Março de 2012)
185 x 260 mm, 128 p., cor, brochado com badanas
18,00 €



Resumo
México 1910. Em plena guerra civil, este romance desenhado acompanha o percurso de Pancho Villa e dos seus amigos, divididos entre os ideais da revolução e uma vida animada por tiros, mulheres e pilhagens.

Desenvolvimento
Esta é a primeira banda desenhada de fôlego escrita e desenhada por Léonard Chemineau. E o mínimo que se pode dizer é que se trata de uma bela estreia.
Nascido em 1982, engenheiro de formação, Chémineau foi descoberto no concurso de Jovens Talentos de 2009 do Festival de Angoulême e nesta obra de estreia justifica bem a aposta nele feita.
O traço, um pouco sujo, entre o semi-realista e o caricatural, revela-se surpreendentemente maduro e cativante e demonstra da parte do autor um grande à-vontade no tratamento da figura humana e de todo o tipo de cenas necessárias para a história que escolheu contar, assentando numa planificação de matriz tradicional mas dinâmica graças à sua agilidade intrínseca e ao uso variado de pontos de vista. Para isso contribui também o agradável colorido das pranchas, em que predominam os tons lisos e fortes que ajudam a compor a quente e opressiva atmosfera mexicana.
O ponto de partida para esta incursão na conturbada revolução mexicana que abalou aquele país (e o vizinho Estados Unidos) no início do século XX, é o romance homónimo do mexicano James Carlos Blake que, mais do que debruçar-se sobre os ideais revolucionários, as questões políticas ou as precárias condições de vida que moviam os mexicanos em busca de um futuro melhor e mais justo – ou só diferente? – opta por acompanhar Pancho Villa e os seus homens-de-mão - com destaque para Rodolfo Fierro (que tinha a certeza que não morreria a mãos humanas…)  - nos seus raides pelas zonas dominadas pelos adversários, em acções violentas que, apesar das aparentes motivações políticas, pareciam ter como único fim o saque, a pilhagem, belas mulheres e muito álcool, ou seja tudo o que é necessário para vidas com adrenalina a rodos, longe de julgamentos morais e à margem de equilíbrios feitos tendo por base os conceitos de bem e de mal.
Surpresas, traições, golpes bem-sucedidos, desilusões, amizade e um grande desapego à vida humana, são também os condimentos de uma história que ganha laivos de credibilidade, pelas referências históricas que vão sendo introduzidas, e de humanidade, pelos sucessivos flashbaks que ajudam a conhecer melhor os protagonistas, o seu passado e as suas motivações.

A reter
- A qualidade gráfica e narrativa desta obra que marca a estreia de Léonard Chemineau, um autor que, acredito, ainda vai dar muito que falar.
- A forma como o autor consegue tornar credíveis e humanos personagens que parecem mais simples heróis de BD.


25/03/2012

As Figuras do Pedro (XIX)

Voitures & Véhicules Fantastiques Blake et Mortimer
22. Le Robot de la Police du Piége Diabolique



Figura: Robot da Polícia de A Armadilha Diabólica
Colecção: Voitures & Véhicules Fantastiques Blake et Mortimer
Fabricante/Distribuidor : Hachette Collections (França)
Ano : 2011
Altura : 10 cm
Material: PVC
Preço original: 14,99 €
Extras: Fascículo A4, com 20 páginas + capas a cores, com diversas abordagens à obra de Jacobs, à figura, à série e às suas principais personagens.


Recordação do Dia do Pai 2012, porque é bom ter filhos… para mais com bom gosto!





24/03/2012

As Figuras do Pedro (XVIII)

Voitures & Véhicules Fantastiques Blake et Mortimer
13. Le “Samurai” des 3 Formules du Professeur Satô



Figura: Samurai de As 3 Fórmulas do Professor Sato
Colecção: Voitures & Véhicules Fantastiques Blake et Mortimer
Fabricante/Distribuidor : Hachette Collections (França)
Ano : 2011
Altura : 10 cm
Material: PVC
Preço original: 14,99 €
Extras: Fascículo A4, com 20 páginas + capas a cores, com diversas abordagens à obra de Jacobs, à figura, à série e às suas principais personagens.


Recordação do Dia do Pai 2012, porque é bom ter filhos… para mais com bom gosto!




23/03/2012

Tex Edição em Cores #10










O Senhor das Onças
Gianluigi Bonelli (argumento)
Aurelio Galleppini (sedenho)
Mythos Editora (Brasil, Junho de 2011)
160 x 210 mm, 252 p., colorido, brochado, mensal
R$ 29,90 / 15,00 €



1.       Está este mês nas bancas portuguesas o décimo tomo da colecção Tex Edição em Cores, que constitui uma das últimas oportunidades de (re)descobrir a fase clássica do mais antigo western dos quadradinhos em publicação.
2.      (Ou talvez não porque a Mythos continua a disponibilizar - mesmo para Portugal – todos os números já editados…
3.      … ou sejam 12, o que significa que esta colecção – já terminada no Brasil – acabará a sua vida em Portugal dentro de dois meses…
4.      … pelas razões que o editor brasileiro explicou aqui.
5.      Fica, portanto, bem longe dos 239 volumes que atingiu a Collezioni Storica a Colori, lançada em Itália com os jornais La Repubblica e L’Espresso que, na prática, republicou a cores todas as histórias regulares dos mais de 60 anos de Tex.
6.      Quanto à colecção brasileira, ao longo de 12 volumes, quase 3000 páginas e mais de 9000 tiras, possibilitou conhecer não só as primeiras aventuras do ranger mas também como foram lançadas as bases de um sucesso que continua a resistir até aos nossos dias.
7.      De alguma forma adaptado – em termos narrativos e gráficos – aos tempos que correm, mas com uma assinalável fidelidade aos princípios estabelecidos pelos seus criadores há mais de meio século:
8.     Muitos tiros, perseguições e acção a rodos, (a quase) infalibilidade do protagonista, a aplicação da justiça a qualquer preço e por qualquer meio, o valor da amizade…
9.      Apesar disso, as histórias incluídas neste tomo, a par das atrás citadas, apresentam algumas características, que foram mais ou menos habituais em Tex em determinada época, e que em tempos recentes têm sido preteridas.
10.  Refiro-me ao grande protagonismo assumido pelo seu filho Kit Willer, como rampa de lançamento para uma série autónoma (seguindo uma moda que então fazia lei nas histórias aos quadradinhos) mas que teve sucesso limitado;
11.   Ao toque de fantástico que estes argumentos têm, proporcionado pelo encontro de Tex com civilizações pouco conhecidas ou mesmo perdidas – o povo-leopardo; os habitantes do vulcão – e cujo expoente seriam as memoráveis aventuras em que defrontou o vilão Mefisto.
12.  E também à presença de mulheres belas e sensuais, geralmente adversárias do ranger, aqui já viúvo mas indiferente aos seus (muitos) atractivos…
13.  Por isso, para além de proporcionar a leitura de um western bem animado e de possibilitar o conhecimento do passado do herói, este livro é também um documento de uma época , dos gostos dos seus leitores e de uma certa forma de encarar e de fazer BD…
14.  Que – apesar de alguma ingenuidade e das marcas deixadas pelo tempo que entretanto decorreu – acredito que importa conhecer, até para perceber a evolução e o momento presente de Tex, sem dúvida um dos expoentes de uma certa banda desenhada de características bem populares.


 
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