06/05/2013

Keos #2: A Cobra









Jacques Martin (argumento)
Jean Pleyers (desenho)
NetCom 2 Editorial
Portugal, Abril de 2013
210 x 297 mm, 48 p., cor, cartonado
15,00 €


Continuando a cumprir o programa editorial previamente traçado – o que podendo parecer natural não deixa de ser assinalável no que à BD diz respeito em Portugal – a NetCom2 – que agora também tem distribuição na FNAC - já disponibilizou o segundo tomo de Keos, cuja história base é certamente familiar à maioria dos seus potenciais leitores.
Apesar das diferenças introduzidas por Martin, são evidentes os acontecimentos que, no tempo de Moisés e do faraó Mineptah, levaram à saída dos escravos hebreus do Egipto, pela acção do primeiro: as dez pragas (que Martin reduziu a três e cujos efeitos devastadores tornou pouco visíveis, o que constitui o ponto menos conseguido da história) e a travessia do Mar Vermelho, que os fugitivos atravessaram a pé mas onde os perseguidores pereceram afogados.
Se o relato bíblico inspira o criador de Alix, não o impede de o alterar à medida das necessidades da sua narrativa, que cruza a história de Moisés com as do Faraó, de Keos, o príncipe protegido do deus Osíris, da bela Tara e do pérfido Roy, o grande sacerdote do deus Amón.
Com a vantagem de explanar uma história conhecida – o que capta mais facilmente a atenção do leitor - embora desenvolvida com toda a liberdade ficcional, o relato, entre intrigas, conspirações, amores juvenis, lealdade e intervenções divinas, apresenta uma consistência assinalável, uma credível e aparatosa reconstrução histórica dos cenários e edifícios do Antigo Egipto, algumas sequências bem conseguidas, cenas que surpreendem pela violência que lhes está inerente - seja esta visível ou não - e mantém uma forte e interessante componente fantástica – pouco comum em Martin - que já assinalei aquando da análise do primeiro volume http://asleiturasdopedro.blogspot.pt/2013/01/keos-1-osiris.html, o que faz desta série, mais do que uma bem agradável surpresa, já uma confirmação.


05/05/2013

A arte de... Filipe Teixeira





Sindbad, Rogue of Mars #2
Scott Philips (argumento)
Filipe Teixeira (desenho)
Pedro Poitier (capa)
Blue Water Productions
USA

03/05/2013

Nem tabaco, nem sexo






  






No número inicial da nova revista protagonizada por John Constantine, a DC Comics, sem aviso prévio ao autor, apagou da boca do herói o cigarro que ele geralmente ostenta. Mais um ataque do politicamente correcto ao mundo dos quadradinhos.

John Constantine, criado em 1985 por Alan Moore, na série “Monstro do Pantano” (“Swamp Thing”), e adaptado ao cinema em 2005, num filme protagonizado por Kanu Reeves, é um mago exorcista que se tornou protagonista de “Hellblazer”, um dos principais títulos adultos da editora de Batman e Superman.
O cigarro acompanhou-o desde sempre, tendo mesmo sido causador de um cancro dos pulmões que o levou a estabelecer um pacto com o demónio num dos mais marcantes arcos da série.
Agora, o primeiro número da nova revista, integrado nos Novos 52, a mais recente remodelação do universo da DC Comics, deveria ter na capa principal um desenho do brasileiro Renato Guedes, com Constantine a fumar encostado a uma lápide, observado de perto por zombies. No entanto, este passou para a capa alternativa, surgindo nos pontos de venda uma ilustração do também brasileiro Ivan Reis, mas de onde o tradicional cigarro foi apagado, sem aviso prévio ao autor, como o próprio confirmou ao site Omelete. No interior da revista, aconselhada para maiores de 16 anos, Constantine fuma inveteradamente, como é habitual.


John Constantine não é o único herói fumador dos quadradinhos. Acessórios normais em algumas épocas ou aceitáveis noutras em que os malefícios do tabaco ainda não eram (re)conhecidos, o cigarro, o charuto ou o cachimbo surgem naturalmente nas mãos de Blueberry, Tex, capitão Haddock,  Blacksad ou Blake e Mortimer. No entanto, em contrapartida, outros heróis de papel foram obrigados a perder o vício, como Lucky Luke (para poder aceder aos EUA), Gaston Lagaffe, Zé Carioca ou Wolverine - apesar dos seus colegas da Marvel Nick Fury e J.J. Jameson continuarem fumadores…
Durante anos, estas questões politicamente correctas – ou censórias? - nos comics norte-americanos, foram regulamentadas pelo Comics Code Authority. Em 1954, o psiquiatra Fredric Wertham, autor do livro “Seduction of the innocent” (que hoje se sabe não ter tido uma base científica credível), encabeçou uma campanha contra os quadradinhos acusando-os de destruírem os valores morais norte-americanos e de poderem levar os jovens ao crime, às drogas e à violência.
Dada a amplitude que o caso ganhou, foi criado o Comics Code Authority (CCA), identificado na capa das revistas por um selo. A iniciativa partiu das próprias editoras, como forma de mostrarem a sua preocupação com os leitores e era uma autocensura prévia que proibia nos quadradinhos a nudez, violações, divórcios ou protagonistas femininas com atributos sexuais exagerados.
Já neste século o CCA foi sendo abandonado por várias editoras, deixando definitivamente de ser utilizado em Fevereiro de 2011, optando cada editora por impor as suas restrições, que geralmente estão mais relacionadas com o erotismo, geralmente muito contido. Frank Cho é um desenhador com um largo currículo nesta área, pois as heroínas sexy e pouco vestidas que tem desenhado para a Marvel Comics têm sido sucessivamente tapadas de forma mais ou menos evidente.


Outro exemplo diz respeito à revista gratuita preparada por esta editora para o Free Comic Book Day de 2012, em que recuperou uma BD da saga “Age of Ultron”, mas “vestindo” a Mulher-Aranha que na edição original aparecia nua após ter sido espancada por inimigos.
Por isso não deixa de surpreender a história em que a Catwoman e o Batman se envolvem (sexualmente) publicada na revista “Catwoman” #1 e reproduzida em “A Sombra do Batman” #1.
O caso mais recente, envolveu a plataforma europeia de BD digital Izneo e a Apple, tendo esta última forçada a primeira a retirar do seu catálogo para o mercado norte-americano perto de 1500 títulos, por os considerar pornográficos. Entre as obras censuradas estavam “Murena”, uma série de reconhecida qualidade histórica mas também ousada do ponto de vista sexual, mas também outras bem mais banais e recatadas (do ponto de vista europeu) como “Largo Winch”, “XIII” ou até… Blake e Mortimer!

(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 16 de Abril de 2013)


02/05/2013

Batmenino & Cascóbin





  
Clássicos do Cinema Turma da Mônica
Flávio T. de Jesus (argumento)
José Aparecido Cavalcante (desenho)
Estúdios Maurício de Sousa
Panini Comics
Brasil, Outubro de 2012
180 x 260 mm, 48 p., cor, brochado, bimestral
R$ 5,50 / 2,50 €


Confesso-me seguidor (ir)regular desta colecção, em especial quando o filme parodiado já adaptava histórias aos quadradinhos, normalmente de super-heróis.
E se o modelo é (re)conhecido e competentemente desenvolvido nas traves mestras em que assenta – transposição de situações dos universos retratados para o da Turma da Mônica, adaptação das características das personagens originais às dos heróis de Maurício de Sousa que as interpretam, recurso ao nonsense, ao gag visual, aos trocadilhos e à metalinguagem habituais nas produções do criador brasileiro – a verdade é que cada novo título constitui geralmente uma leitura agradável e divertida, em especial para quem viu o filme ou, no caso presente, é leitor das banda desenhadas originais.
Este “Batmenino & Cascóbin” – de momento nos quiosques portugueses – não é excepção e, mais do que isso, é certamente uma das sátiras mais conseguidas que a colecção Clássicos do Cinema já apresentou.
Na verdade, subintitulado “O Retorno do Começo do Cavaleirinho das Trevas”, a todos os aspectos já referidas, consegue adicionar um ritmo vivo e uma planificação dinâmica e reunir numa única história muitos dos parceiros e vilões de Batman, recontar – e é recontar mesmo - com recurso aos inevitáveis flashbacks!... – a origem de (quase) todos eles bem como do herói, obrigar este último a vestir grande parte dos trajes que já utilizou na BD e no cinema e a ainda a deslocar-se nas várias versões que o Batmóvel já teve, num conjunto em que merecem nota especial o mordomo Alfretiti, discreto e competente, e o muito louco (!) Loucoringa!

Bonelli em Maio

(Mythos Editora)

Tex Colecção #278

Tex Especial Férias #11

Tex Ouro #58 

Tex Ouro #59 

Tex #486

01/05/2013

Melhores Leituras – Abril


Este foi um mês atípico com muitas releituras: a conclusão da recordação integral de Oliver Rameau, o relembrar de obras do (já) saudoso Fred, o reencontro com alguns dos melhores álbuns de Lucky Luke que estão a ser publicados com o Público, o regresso a Spirou – mais de duas dezenas de obras relidas! – a propósito da preparação dos textos alusivos aos 75 anos
Naturalmente, sobrou pouco tempo para novidades, das quais se destacaram estas:

Para tudo se acabar na quarta-feira
Octávio Aragão e Manoel Ricardo
Editora Draco


Jerry Scott e Jim Borgman
Gradiva


George R. R. Martin, Daniel Abraham e Tommy Patterson
Planeta


René Goscinny e Morris
Público/ASA


L’Intégrale Ric Hochet #8
Duchateau e Tibet
Le Lombard


Spirou et l’Aventure
Jijé
Dupuis



(In revista NetComic)
André Taymans
NetCom 2


Keos #2: A Cobra
Jacques Martin e Jean Pleyers
NetCom 2


Esta listagem diz respeito apenas às leituras que efectuei pela primeira vez este mês.

Lucky Luke em Maio


(Público/ASA)

1 de Maio 


Arame farpado na pradaria
8 de Maio


15 de Maio


E já seguir vem aí a colecção… (Ainda) não posso dizer!
Afinal já posso, já se vê no Público: a seguir a Lucky Luke engata o Marsupilami.

30/04/2013

Oh, miúdas!











Sophie Michel (argumento)
Emmanuel Lepage (desenho e cor)
ASA
Portugal, Abril de 2013
170 x 245 mm, 128 p., cor, cartonado
21,90 €

Disney em Maio

(Goody)

Cars #36
 

Comix #22
(30 de Abril)


Comix #23
(8 de Maio)

Comix #24
(15 de Maio)


Hiper #6
(17 de Maio)


Comix #25
(22 de Maio)


Comix #26
(29 de Maio)


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