Equilíbrios
Na
sua nova vida aos quadradinhos, Michel Vaillant atingiu a velocidade
de cruzeiro, num álbum - o primeiro da terceira temporada da série
actual - em que continua a equilibrar a sua vida desportiva com a sua
vida familiar e que também
marca
o seu regresso a Portugal, a par de uma outra surpresa.
Herdeiros
do manga (II)
Começa
a ser (quase) regra, o recurso recorrente aos mesmos textos de
abertura; regresso então
ao que escrevi para
introduzir Yojimbot:
‘Se noutras épocas, foram
as tiras de imprensa norte-americana, primeiro, ou os super-heróis,
mais tarde, por exemplo, que influenciaram gerações de autores, as
mais recentes têm no manga - e no anime, também - muitas das suas
raízes, o que se torna evidente
nas suas obras’.
Curiosamente,
confesso que, numa primeira análise, estaria longe de aplicar este
princípio a Danilo Beyruth, mas a leitura deste soberbo Love
Kills mostrou-me ser a melhor
abordagem.
Trapaceiros...
Estou
em dívida. Para com os autores deste notável O
Burlão nas Índias,
para com a editora Ala dos Livros e para com os meus leitores.
Porque, devia ter escrito sobre esta obra, assim que a li mas, por
vezes, surgem casos
assim: acabo a leitura deslumbrado, esmagado, arrebatado, com imenso
prazer, mas sinto que nunca serei capaz de escrever um texto à sua
altura...
Felizmente
não são muitas, mas esta
é
uma delas.
Proponho
assim duas versões da minha leitura: uma curta e uma longa.
A
curta é esta: esqueçam o que vem a seguir - sei que vai ser um
texto forçado, sem a emoção devida - encomendem a obra e lancem-se
à leitura. Não vão arrepender-se.
Se
quiserem experimentar a versão longa, prossigam, já a seguir.
Procurem-no...
Diz
o velho jargão, ‘nunca voltes ao lugar onde
foste feliz’. Como todos os jargões - ditados, ditos populares e
quejandos - umas vezes é verdadeiro, outras não.
Não
é, felizmente, neste regresso de Matthieu Bonhomme a Lucky Luke - e
ao seu universo - depois do justamente aclamado O homem que matou Lucky Luke -
em que consegue levar ainda mais longe a sua personalização do
universos criado por Morris - e consolidado por Goscinny.
Simbiose
assustadora
Se
adaptar obras clássicas, nunca é tarefa fácil, quando pensámos
num autor do calibre de Edgar Allan Poe, a tarefa recrudesce, seja
pelo conhecimento prévio que muitos já têm dos contos e poemas
originais, seja pelo tom fantástico, o suspense ou o terror literal
e psicológico que neles impera.
Mas,
na verdade, teria sido difícil escolhido um desenhador mais
competente do que Richard Corben
(1940-2020)
para
o fazer.
Espíritos
dos Mortos,
uma compilação agora disponibilizada pela G. Floy, demonstra-o...
de forma assustadora!
Como
um murro no estômago...
Como
já referido noutro caso equiparável, os que pertencem à minha geração -
bem como à geração anterior e à(s) seguinte(s)
-
descobriram muitos dos clássicos da literatura nas versões animadas
ou aos quadradinhos de Walt Disney.
Peter
Pan,
para mim, é um dos exemplos, por isso (re)descobri-lo
nesta versão crua
e psicologicamente violenta de
Regis
Loisel, foi como um autêntico murro no estômago.
Herdeiros
do manga (I)
Se
noutras épocas, foram
as tiras de imprensa norte-americana, primeiro, ou os super-heróis,
mais tarde, por
exemplo, que
influenciaram gerações de autores, as mais recentes têm no manga -
e no anime, também - muitas das suas raízes, o que se torna
evidente
nas suas obras.
Yojimbot,
é um (belo) exemplo.