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02/10/2020

Andanças e confissões de um homem em pijama

Ganhar consciência


Compreendo aqueles que olham para as 'crónicas em pijama' de Paco Roca como das suas obras menos interessante e admito até que - no presente caso - possam questionar se algumas das sequências de duas páginas que integram este livro não estão mais próximas do texto ilustrado do que da banda desenhada propriamente dita.

No entanto, a principal diferença entre este livro e o anterior é a (aparente) tomada de consciência do autor perante o mundo que o rodeia, revelada num certo afastamento do seu umbigo e em narrativas mais centradas nos problemas que afectam o nosso mundo.

26/08/2019

O Tesouro do Cisne Negro

Um outro Paco Roca




Depois de obras (muito) humanas e intensas como Rugas, A Casa ou Os Trilhos do Acaso, este O Tesouro do Cisne Negro apresenta-nos um outro Paco Roca, num registo entre a aventura e a reconstrução histórica - quase no campo da reportagem - mais próximo daquele que nos trouxe O Inverno do Desenhador.
O resultado, sendo uma obra muito legível e envolvente, desiludirá os que procurarem o ‘outro’ Paco Roca.

27/10/2016

A casa




A casa é um relato sereno e serenamente emotivo, em que o autor, Paco Roca, evoca o pai, através das suas memórias e das memórias dos irmãos.
Leiam a obra antes deste texto se não quiserem saber (de)mais sobre o livro…

21/09/2017

Nas bancas: Os Trilhos dos Acaso 2






(nota informativa disponibilizada pela editora)

Em Os Trilhos dos Acaso 2, chega ao fim a proeza do soldado Miguel Ruiz e dos seus companheiros de La Nueve, um grupo de espanhóis republicanos que lutou sob as ordens do General Leclerc contra o nazismo.

22/09/2017

Os Trilhos do Acaso

 
Fascinados sem interesse

O que têm em comum uma banda desenhada sobre produção de vinho e a criação de BD e outra sobre a participação de espanhóis na II Guerra Mundial? Que é como quem diz: que têm em comum Os Ignorantes e Os Trilhos do Acaso?

21/07/2009

Les Rues de Sable

Les Rues de Sable
Paco Roca (argumento e desenho)
Delcourt (França, Abril de 2009)
202 x 257 mm, 96 p., cor, capa cartonada

Resumo

Um jovem, atrasado para se encontrar no banco com a sua companheira, para assinar um contrato de empréstimo à habitação, corta caminho por um velho bairro da sua cidade, cuja saída não consegue achar. Acaba por ir ter a um hotel repleto de personagens absurdas, que vivem um quotidiano vazio e repetitivo, convencidas que nunca o poderão mudar.

Desenvolvimento
Este é um delírio (autobiográfico?) aos quadradinhos, com as sombras tutelares de Hergé e Borges, que explora o mais fundo da mente humana, convidando a que nos percamos com o autor nas armadilhas do subconsciente do protagonista, que, sem o perceber, se vai encontrando com diferentes possibilidades de si próprio, sempre incapaz de fazer (novas) escolhas e opções, sempre preso a momentos, recordações, objectos que o marcaram. Tal como na sua vida real, em que as hesitações, o medo de dar o passo em frente, parecem mais fortes do que o desejo de assumir em pleno a relação amorosa.
Para o narrar, Paco Roca explana mais uma vez o seu belo traço linha clara, combinado com uma planificação sóbria mas diversificada e labiríntica como a própria introspecção que conduz.
Após a leitura, fica a ideia de que a vida é (pode ser) como uma BD, como uma bela BD, na qual sempre pode aparecer a palavra (continua). Resta saber se o protagonista chegou – quis chegar – a tempo ao banco ou se preferiu passar (mais uma parte d)a vida preso nos seus sonhos de liberdade.
A ler, sem qualquer dúvida, apesar de um final demasiado aberto… como quase todos os sonhos. E vidas.

A reter
- Como adepto confesso da linha claro, tenho que destacar o traço de Roca.

Curiosidades
- Tintin, Popeye e o (óbvio) Corto Maltese são alguns heróis de BD que Paco Roca homenageia, expondo-os nas primeiras pranchas do relato.

21/10/2016

Leitura Nova: A casa




Hoje, sexta-feira, dia 21 de Outubro, com o PVP de 14,90 €, a Levoir e o jornal Público editam mais um livro do conhecido e premiado autor espanhol Francisco Martínez Roca ou seja Paco Roca. Do mesmo autor editámos na colecção Novelas Gráficas 2016 O Inverno do Desenhador.

25/11/2009

Rides

Paco Roca (argumento e desenho)
Delcourt (França, Março de 2007)
200 x 263 mm, 104 p., cor, cartonado com sobrecapa com badanas


Velhos são os trapos, diz o adágio popular. Mas velhos seremos, também, todos nós, um dia, se o tempo nos deixar chegar lá. Se o corpo mandar. E, principalmentem, se a mente quiser. Porque, eu pelo menos acredito nisso, a velhice é um estado de espírito. Que faz de muitos "jovens", seres completamente senis, e de muitos "velhos", jovens na flor de idade.
"Rides", de Paco Roca, fala-nos da velhice. Não tanto enquanto estado de espírito, embora o conceito lá esteja subjacente, mas enquanto realidade incontornável. Isto, porque se passa quase totalmente num asilo - num lar de idosos, preferirão alguns, por soar mais "politicamente correcto".
Mas o que pode ter de "politicamente correcto" um lar como o que é aqui recriado - possivelmente espelho demasiado fiel (e em muitas casos até optimista) da triste realidade que estas instituições são - quando este não é mais do que um depósito de idosos, dividido em dois andares, o de baixo para os que ainda são autónomos, o de cima para os que pouco mais fazem do que vegetar à espera do fim, mas todos condicionados à mesma rotina estéril que apenas parece prepará-los (empurrá-los?) para o seu fim: acordar-tomar o pequeno-almoço-ver televisão-almoçar-ver televisão-jantar-dormir…
Narrativa ficcional, mas baseada em factos verídicos, que o autor viveu/ouviu contar/investigou, começa quando Émile é colocado no tal lar pelo seu filho (e nora…) quando os primeiros sinais da doença de Alzheimer se começam a manifestar, levando-o, cada vez mais frequentemente, a perder as memórias do presente, "refugiando-se" no passado - e atente-se na forma como Roca mostra isto graficamente, não só mostrando Émile quando era novo, mas, principalmente apagando as faces dos que o rodeiam ou deixando vinhetas/páginas em branco, dando uma força inusitada às consequências da sua doença.
A (in)adaptação de Émile, o seu relacionamento com os outros "hóspedes", as especificidades de cada um (da doença de cada um…), a sua progressiva perda de faculdades, num declínio inexorável e assustador, são narrados com crueza mas também ternura por Paco Roca e se o tom do relato é aparentemente leve e bem-disposto, ao que ajuda a sua linha clara, agradável, de traço
delicado, e com toques de bom humor - a velhice origina muitas situações caricatas - o todo incomoda e choca. Por vermos como a sociedade (lemos os outros? - só os outros….?) trata os seus velhos.
Por sentirmos que, um dia, podemos ser nós a estar lá.

(Versão revista e actualizada do texto originalmente publicado no BDJornal #18 de Abril/Maio de 2007)

12/12/2022

Regresso ao Éden

Triste paraíso



Paco Roca continua a narrar a (sua) história do século XX espanhol, em particular dos anos das guerras - Civil e II Mundial - e das décadas que se lhe seguiram. É uma forma muito pessoal de a contar, entre o realismo histórico e a sua realidade pessoal e familiar, esta última assumida de forma púdica e e num patamar inferior em relação à ‘Grande História’.
Continua a fazê-lo de forma extremamente sensível e original, enquanto explora - revela? - potencialidades do meio que lhe serve de veículo: a banda desenhada.

20/03/2013

Rugas











Paco Roca
Bertrand Editora
Portugal, Março de 2013
160 x 240 mm, 104 p., cor, brochada com badanas
16,60 €




Pode uma história ser a um tempo divertida, assustadora e terna?
A resposta é sim e “Rugas” é um exemplo disso.
Nele, o espanhol Paco Roca, numa linha clara magnífica – que me obriga a acompanhar cada novo título seu - compila uma série de episódios – reais – indiscutivelmente divertidos - quando observados à distância… - sobre o envelhecimento e as suas consequências: doenças, cismas, falta de memória, perda da noção do tempo…
O que se provoca pelo menos sorrisos bem-dispostos, também provoca alguns calafrios, se lidamos regularmente com situações do género ou se anteciparmos que poderemos ser um dia protagonistas de episódios similares…
E esse desconforto acentuar-se-á se à situação anterior acrescentarmos o retrato duro que Roca traça dos lares de idosos, tantas vezes armazéns de seres humanos que esperam a morte ou autênticos estabelecimentos prisionais nos quais os utentes não têm direitos, apenas deveres. Locais frios e inóspitos, raramente familiares, quase sempre impessoais, com o tempo – parado… - preenchido com rotinas vazias.
Em “Rugas”, tudo começa quando Emílio, um ex-bancário reformado, com princípios de Alzheimer, é “depositado” pelo filho num lar. Aí, vai conhecer Juan, ex-locutor de rádio que só repete o que os outros dizem; Sol, sempre à procura de um telefone para ligar à filha; Rosário, permanentemente em viagem para Istambul no Expresso do Oriente; Dolores e Modesto, casal amoroso que tenta manter a relação - e resistir ao inevitável? - agarrado a um pequeno segredo de juventude… E Miguel, de uma alegria (que tenta) contagiante, de uma (pequena) rebeldia militante, que tenta fazer da(quela) vida algo que (ainda) vale a pena.
Entre os quotidianos vazios, a repetição de situações, as perdas momentâneas de noção da realidade - que podem tornar tão dolorosos os períodos de lucidez – o desconhecimento de quem o rodeia, o apagamento progressivo da memória ou o vazio de uma espera por um fim anunciado, Roca, com uma imensa ternura - que toca mas também choca - vai mostrando a progressão da doença que as últimas páginas acentuam com o desaparecimento do rosto dos interlocutores de Emílio, a progressiva indefinição do traço ou mesmo o aparecimento de vinhetas completamente brancas…
Tudo sintetizado, com invulgar felicidade, na belíssima e marcante capa em que o protagonista, Emílio, à janela de um comboio, de cabeça (literalmente) aberta, desfruta o vento fresco que ao mesmo tempo lhe retira do cérebro, uma a uma as imagens, as memórias que o mantinham preso à vida…

Nota final
Li “Rugas” na edição original francesa da Delcourt, há uma meia dúzia de anos. E escrevei sobre ele, na altura, num texto entretanto recuperado aqui.
Esta edição portuguesa justificou nova leitura – atenta, interessada, com novas descobertas – e, voluntariamente, a)nova reflexão escrita (a que está acima).
Comparem as duas, se tiverem curiosidade.


09/04/2012

El Invierno del Dibujante













Paco Roca
Astiberri (Espanha, Novembro de 2010)
175 x 250 mm, 128 p., cartonado
16,00 €


Resumo
Na Primavera de 1957, cinco desenhadores de primeiro plano – Carlos Conti, Guillermo Cifré, Joseph Escobar, Eugenio Giner e José Peñarroya – decidem deixar a Editorial Bruguera para criarem a sua própria casa editorial a a sua própria revista - Tio Vivo - e serem, assim, os únicos donos do seu trabalho e dos seus originais.
Esta é a história desse (ilusório) acto (revolucionário) em plena Espanha franquista.

Desenvolvimento
Este livro é um documentário – mais fiel e preciso do que, possivelmente, se pode imaginar – sobre um momento marcante da história da “historieta” espanhola, bem enquadrado no tempo em que decorreu, em que a televisão começava a mostrar-se, a corrida espacial entre russos e americanos se agudizava e o regime franquista impunha medidas cada vez mais duras.

Mas façamos um ponto da situação. A Editorial Bruguera, criada em 1910 como El Gato Negro, era, nos anos 1950, a mais importante editora espanhola de BD, com revistas como Pulgarcito, com uma (estonteante) tiragem que ultrapassava o milhão de exemplares semanais, e personagens hiper-populares como El Repórter Tribulete, Zipi y Zape, Doña Urraca, Las Hermanas Gilda ou Mortadelo y Filemón.
Fundada por Juan Bruguera, entretanto substituído pelos filhos Pantaleón e Francisco, assentava num trabalho minucioso e num controle ao pormenor, numa estrutura na qual os desenhadores eram simples operários, cujo único direito era o do pagamento das páginas (se) regularmente entregues. A editora reservava para si a posse dos originais, o direito de lhes impor todas as correcções – no argumento e no desenho - que julgasse necessárias, o direito de os reimprimir gratuitamente sempre que lhe aprouvesse.
Foi contra este estado de coisas, agravado pela pressão das entregas, a necessidade de redobrarem a produção para garantirem a sua subsistência, o desprezo manifestado por familiares e amigos por quererem passar a vida a fazer “desenhitos”, que os autores acima referidos tentaram rebelar-se, criando uma das primeiras editoras geridas pelos próprios artistas, experiência de (algum) sucesso mas de pouca duração, como esta (bela) história de Paco Roca (muito bem) mostra.
É verdade que o autor espanhol, dono de uma belíssima linha clara, não se mostra neste livro tão virtuoso como em obras anteriores, e que a planificação é algo monótona, o que talvez fosse difícil de evitar pois quase toda a trama assenta nas conversas entre os protagonistas. O que, se provoca algumas quebras no ritmo de leitura, acentua o tom assumido de documentário – de época, atrevo-me a escrever – que, se numa fase inicial pode parecer estranho ao leitor, rapidamente se torna natural e até estimulante.
Feita de avanços e recuos – que vão acompanhando motivos e razões para as diversas atitudes assumidas ao longo do cerca de ano e meio que a história dura - a narrativa assenta também em páginas cuja cor de fundo – sempre suave – se vai alterando de acordo com o estado de espírito – da euforia à depressão – dos cinco protagonistas que, não por acaso, coincidem também com estações do ano. De alguma forma, pode dizer-se que a trama parte de um “sonho de uma noite de primavera” (em tons de rosa bebé), passa pelo calor (emocional) de um verão sufocante (em ocre) e tem o seu epílogo (traído…) no azul-acinzentado que marca as páginas invernais onde tem lugar o (inevitável) desfecho.

Terminada a leitura, fechado o livro, ao documentário (lido), sobrepõe-se, como o autor explica no posfácio, o acto de justiça e de reconhecimento para com os autores que, na infância, o divertiram, fizeram sonhar e “amar os cómics”, e a declaração de amor à arte (desenhada) que Paco Roca escolheu como sua.

A reter
- A bela homenagem feita aos quadradinhos espanhóis (não seria magnífica obra similar sobre os bastidores do Mosquito, Papagaio ou Diabrete?).
- O tom de documentário de época assumido e conseguido.
- O belo trabalho cromático de Paco Roca, que tem por base a substituição do branco habitual (dos fundos de páginas, balões e outros pormenores) pelas três cores (rosa, ocre, azul-acinzentado) que marcam as diferentes épocas da história.

Curiosidades
- El Invierno del Dibujante foi contemplado, entre vários outros, com os prémios para Melhor Álbum e Melhor Argumento no Salon Internacional del Comic de Barcelona, em 2011.


02/07/2019

Lançamento: Novela Gráfica 2019


Começa depois de amanhã, dia 4 de Julho, a colecção Novela Gráfica 2019, a quinta série daquela que é já uma iniciativa editorial anual imprescindível na edição de BD em Portugal.
O lançamento oficial - ver convite, com pormenores e contacto, mais abaixo - está agendado para amanhã, sendo necessário confirmar a presença.
Lançada como habitualmente pela Levoir, em parceria com o jornal Público, conta desta vez com 13 títulos, já sem a aura de mistério de outros anos, uma vez que a editora - e muito bem - os foi divulgando no Facebook ao longo das últimas semanas. A listagem completa, com autores e datas, vem já a seguir a algumas considerações.

06/06/2020

Memórias de um homem em pijama


Um autor confinado



Descobri há muitos anos Paco Roca em Rugas, emocionei-me com A (sua) Casa, percebi o seu amor pelos quadradinhos em O Inverno do Desenhador e senti a sua força narrativa no magnífico e poderoso Os Trilhos do Acaso.
Agora, com este Memórias de um homem em pijama - em que mais uma vez tive o privilégio de o traduzir - descobri outro faceta de um dos autores que me habituei a seguir: o olhar crítico e mordaz sobre si próprio, sobre os seus amigos e sobre a sociedade em geral.

27/03/2013

Leituras Novas - Março


Os textos, quando existem, são da responsabilidade das editoras.
Algumas das edições aqui apresentadas podem ter sido editadas anteriormente,
mas só agora tomei conhecimento delas.

ASA
Astérix - A Rosa e o Gládio
(reedição: miolo com novas cores)
Goscinny e Uderzo

Há uma revolução na Aldeia de Astérix!
Esta história gira em torno da condição feminina, com várias peripécias com as mulheres no centro da acção. É talvez o único dos livros da Astérix em que as mulheres são protagonistas!
O primeiro episódio leva ao abandono da aldeia pelo bardo, farto de bárbaros e vexado pelas senhoras da aldeia que, não contentes com a educação ministrada pelo ele aos seus filhos, contratam Maestria, uma mulher bardo de Lutécia, para o substituir.
Maestria incentiva as suas irmãs gaulesas a dizer não à tirania masculina. A revolta instala-se, as aldeãs usam bragas, e Boapinta quer ter assento no Conselho da Aldeia. Até o exército romano submete as suas legiões às regras da paridade...
A lendária galanteria gaulesa posta à prova, vista por um Albert Uderzo mais inspirado do que nunca!

Astérix – O Grande Fosso
(reedição: miolo com novas cores)
Goscinny e Uderzo

Entre os Gauleses, o caldo entorna-se!
Numa pequena aldeia semelhante à de Astérix, sucedem-se as querelas. Giradix e Segregacionix reivindicam ambos o lugar de chefe. Não conseguindo chegar a consenso, a solução escolhida é radical: a aldeia é dividida ao meio por um grande fosso, que torna cada metade, administrada por um dos dois chefes, inacessível à outra!
Isto é uma autêntica tragédia para Comix, o corajoso filho de Giradix, e para Fanzine, a encantadora filha de Segregacionix, cuja bela história de amor está condenada pelas rivalidades dos respetivos pais. No entanto, a desgraça de alguns faz a alegria de outros, neste caso a do ignóbil Acidonitrix, um sinistro manipulador com cabeça de arenque em salmoura, que já se imagina casado com a bela Fanzine...
Para Comix, isto é a gota de água, e lá vai ele para a Aldeia de Astérix em busca da ajuda dos Irredutíveis Gauleses.

Corto Maltese – A Juventude (Capa Dura)
Hugo Pratt

Em 1981, o jornal francês Le Matin encomendou a Pratt uma banda desenhada, a ser publicada em episódios ao longo desse ano.
Pratt começa por narrar os bastidores da guerra entre a Rússia e o Japão, na Manchúria de 1905. Desenha as trincheiras escavadas pelos soldados japoneses e o orgulho dos oficiais, a debandada das tropas russas e a loucura de uma situação na qual alguns continuam a massacrar-se apesar de a guerra ter acabado. Ele fez de Jack London, o escritor americano e correspondente de guerra, o artesão do encontro e da amizade entre Rasputine e Corto Maltese.
E quando a história de Pratt termina antes do tempo, em consequência de um desentendimento com o editor, a história como que por magia não ficará inacabada, mas passa a ser uma outra história. "A Juventude" será um relato sobre a amizade e a honra, sobre a liberdade, a loucura e o rigor.

Corto Maltese - Helvéticas (Capa mole)
Hugo Pratt

"O percurso de Corto Maltese na Suíça parece ser apenas um sonho; na verdade, é uma autêntica viagem iniciática que Corto realiza com a aparente simplicidade divertida e descontraída de um Pratt que consegue pairar entre os mitos e as mensagens esotéricas.
Existirá realmente uma fronteira entre a vida e a morte?
Por quantas provas é preciso passar, quantos degraus é preciso subir, quantas portas é preciso abrir para ter o "dom de vida"?
Parsifal, Klingsor, Kundry e Hermann Hesse cruzam o caminho que conduz Corto ao conhecimento do Graal, no qual poderá finalmente beber da nascente."


Associação Turbina
“Crónicas de Arquitectura”
Pedro Burgos

Durante o triénio de 2009-2012, Pedro Burgos publicou a sua “Crónica Desenhada” no JA – Jornal Arquitectos, publicação oficial da Ordem dos Arquitectos – ao ritmo trimestral de 1 página. Respondendo ao convite do arquitecto. Manuel Graça Dias, que então assumiu a direcção editorial do JA, esta crónica constituiu uma colaboração regular sob a forma de banda desenhada, transformando os sucessivos temas lançados pela revista em pequenos “ensaios” gráficos, o que permitiu abordar as convenções, ambições e frustrações do meio arquitectónico num registo aparentemente “lúdico” e naturalmente autocrítico visto Pedro Burgos ser arquitecto de formação e profissão. Nesta compilação das pranchas produzidas para o JA, ganha-se agora uma crónica inédita – especialmente escrita por Manuel Graça Dias – e juntam-se os esboços que antecederam o desenho final de cada uma das páginas.

Bertrand Editora
Paco Roca

«Durante muitos anos confinada ao gueto da BD, a novela gráfica vem conquistando cada vez mais autonomia como género literário e espaço de experimentação narrativa.» José Mário Silva, Expresso
Emílio, um bancário reformado, sofre de Alzheimer e é internado num lar de terceira idade. Rodeado de vários outros idosos, cada um com um quadro «clínico» distinto e com uma personalidade bem vincada, vai aprendendo as diversas estratégias para combater o tédio e a erosão da rotina.
Ao mesmo tempo, Emílio e os seus companheiros vão tentando introduzir, num quotidiano marcado por medicamentos, refeições, «terapias ocupacionais» e sestas de duração indefinida, alguns vislumbres de encanto e alegria de viver.
«Paco Roca trata este tema com grandeza. Um livro que encanta, atrai e entretém… um puro feitiço melancólico, desde a magistral capa até à última página.» Público
«Rugas é uma narrativa acerca da batalha contra o envelhecimento. Uma batalha sem armas, mas não isenta de lágrimas.» Le Monde
«É de destacar o talento com que Paco Roca aborda o tema do envelhecimento, evitando o melodrama e com pinceladas de um humor delicioso.» El País
Premio Nacional de Cómic do Ministério da Cultura Espanhol
Prémio Melhor Obra e Melhor Guião do Saló Internacional del Cómic de Barcelona

Prix de la Critique da ACBD, França


Edições Culturais da Marinha
A Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul
A. Vassalo


Chili Com Carne
Kassumai
David Campos

Segundo volume da colecção LowCCCost - porque é realmente barato viajar lendo estes livros de viagens.
Depois de uma "Boring Europa", a Associação Chili Com Carne, edita agora uma experiência mais excitante e exótica na Guiné-Bissau pela mão de David Campos.
Kassumai (saudação Felupe): uma palavra para designar: Liberdade, Paz e Felicidade...
David Campos visitou a Guiné-Bissau entre Novembro de 2006 e Maio de 2007 no âmbito de um projecto de apoio à população de S. Domingos, numa parceria entre uma O.N.G., a Acção para o Desenvolvimento, e a Câmara Municipal do Montijo. Durante a sua estadia apaixonou-se pelas pessoas que conheceu e este livro, mais que um relato de viagens neste país africano, é um diário fragmentado de vivências e contactos humanos feitos pelo autor entre o seu trabalho como voluntário e os seus tempos livres.
O autor nasceu em 1979 em Medons La Florett (França) mas veio para Portugal aos 4 anos, crescendo no Montijo. Tirou o curso de Formação Profissional de Desenho Animado (ETIC) e também o de Escrita para Multimédia e Audiovisuais, e na Ar.Co o curso de Ilustração e BD. Trabalhou em Cinema de Animação, têm editado alguns fanzines e participado em algumas antologias da Associação Chili Com Carne, nomeadamente Destruição ou bandas desenhadas sobre como foi horrível viver entre 2001 e 2010 e Futuro Primitivo.

Gradiva
Estar Morto é o Contrário de Estar Vivo
Jerry Scott e Jim Borgman

Um novo álbum da família já conhecida dos leitores, que retrata a angústia, as contrariedades e as alegrias vividas pelos pais de adolescentes.
Uma colecção imperdível, das mais criativas e originais da actualidade, considerada duas vezes como Best Newspaper Comic Strip pela National Cartoonists Society norte americana. Não vai querer perder mais esta série de tiras que, com muito humor e imaginação, nos dá em directo as aventuras e desventuras da família Duncan!

Saída de Emergência
O Cavaleiro de Westeros #2 – A espada ajuramentada
George R. R. Martin, Dunk, Egg

Uma história fascinante sobre honra, violência e amizade no mundo de: A Guerra dos Tronos
O continente de Westeros é o cenário onde se desenrola a saga de George R. R. Martin, as Crónicas de Gelo e Fogo. A Espada Ajuramentada decorre cem anos antes de A Guerra dos Tronos, com o reino em paz e a dinastia Targaryen no auge do seu poder.
Dois anos após provar o seu valor no torneio de Vaufreixo e determinado em tornar-se um grande cavaleiro, Sor Dunk faz-se à estrada junto com o seu companheiro Egg e chegam ao feudo de Sor Eustace, um cavaleiro idoso cuja glória sobrevive apenas na memória de feitos há muito realizados. Perante um feudo assolado pela seca, Dunk e Egg envolvem-se numa disputa de território entre Sor Eustace e a Senhora Rohanne, mais conhecida como a Viúva Vermelha tal é o rasto que deixa de maridos e irmãos falecidos. Dunk vê a sua lealdade perigosamente testada ao deixar-se seduzir pela beleza de Rohanne, mas para evitar o derrame de sangue e a morte, tudo deverá fazer para alcançar a paz entre ambos os lados que parecem estar condenados à guerra…


Sanktio Comix
MiniZine Nº2
Chaka Sidyn, Armando Mártires, Peebo Mondia, Rafael Desquitado e Quico Nogueira

Após alguns atrasos inesperados o MiniZine Nº02 está finalmente disponível.
Após um primeiro número onde predominava o drama urbano o segundo número apresenta também duas histórias de ficção-científica e acção.
Pode ser literal ou só sentimental, mas o luto é algo que todos fazemos, e em alguns casos, várias vezes. Os pormenores podem variar, mas o essencial permanece sendo esses aspectos que são explorados em as 5 fases do luto, uma história ilustrada por Armando Mártires.
Os invasores do Espaço, como o próprio título indica é uma história de ficção científica ilustrada por Peebo Mondia que evoca o espirito das histórias da EC Comics da década de 50.
Depois de séculos de subserviência, obediência e exploração os escravos
de D€U$ pegaram em armas clamando pelos seus direitos em Revolução, um história ilustrada por Rafael Desquitado.
Os argumentos e balonagem das 3 histórias é da responsabilidade de Chaka Sidyn, sendo a ilustração da capa da autoria de Quico Nogueira.
O Minizine número dois de momento encontra-se disponível só em formato digital e gratuito, sendo possível ler clicando na imagem acima ou efectuando download.


Edição de Autor
Agonia Sampaio
Fantasia



14/09/2017

Nas bancas: Os Trilhos do Acaso #1



Esta semana está de regresso um dos grandes autores espanhóis de Banda Desenhada, Paco Roca, autor de A Casa e de O Inverno do Desenhador, editados em 2016 pela Levoir.   
O volume 12 da colecção Novelas Gráficas, Os Trilhos do Acaso 1* considerada recentemente uma das 25 jóias da BD pelo suplemento cultural BABELIA do jornal espanhol EL PAIS, foi lançado em 2013. Nesse mesmo ano ganhou o Prémio Zona Comic Melhor Comic Nacional e o Grande Prémio Romics: Roma em 2014.
É considerado o Maus espanhol nas palavras do jornalista espanhol Javier Gallego.

10/06/2016

Colecção Novela Gráfica 2016


Começa na próxima quinta-feira aquela que pode ser considerada a segunda série da colecção Novela Gráfica.
São 15 – excelentes! – volumes, a um preço excepcional, como bem diz a publicidade, e que vão permitir passar um Verão em cheio com (alguma d)a melhor banda desenhada do mundo.

18/05/2022

O Combate Quotidiano + Don Vega + Little Tulip + Rugas

4 em 1; e todos imperdíveis

Lidos oportunamente aquando das edições originais (francófonas) estas são quatro obras a que edição nacional obriga a voltar, devido à qualidade intrínseca de cada uma delas.
Não fazendo sentido - após cada (re)leitura - voltar a analisá-las, fica em cada um dos casos a ligação para o texto original - que será conseguida clicando nos '(...)' no final de cada introdução, reafirmando assim o interesse de todas.


O Combate Quotidiano (#1 e #2)
Manu Larcenet
Arte de Autor/A Seita
215 x 285 mm, 120 p./136 p., cor, capa dura
24,00 €/28,00 €

Não devia escrevê-lo, mas aqui e ali sai-me um texto bom. Mesmo muito bom. O que dediquei a O Combate Quotidiano #1, é um deles e dificilmente seria capaz de lhe acrescentar mais alguma coisa.

Junto apenas alguns temas que mudam tudo - ou podem mudar: o luto, a paternidade, o fim das coisas, a mutabilidade do sonhos. Com os quais o protagonista - no lugar de Larcenet - se reinventa, se reafirma, mostra como nada muda, sendo a realidade outra. Ou como tudo muda, sendo a realidade a mesma.

Já o escrevi: é a VIDA. (...)


Don Vega
Pierre Allary
Ala dos Livros
215 x 325 mm, 96 p., cor, capa dura
25,00 €

Por vezes, certas escolhas editoriais custam a compreender como, no caso deste Don Vega, que regressa pela enésima vez à história de Zorro.

Mas, uma vez feita a leitura, ela surge plenamente justificada, pelas opções autorais e também pela
intemporalidade da história
. (...)



Little Tulip

Jêrome Charyn (argumento)
François Boucq (desenho)
Ala dos Livros
Portugal, Abril de 2022
235 x 310 mm, 96 p., cor, capa dura
24,00 €

Anterior a New York Cannibals, embora ambas as obras façam sentido isoladas, lidas num díptico dão outras respostas e um retrato mais amplo.

Aqui, começa uma história forte, cruel e chocante, em que acompanhamos a vida de Pavel – aliás, Little Tulip - filho de perseguidos pelo regime estalinista, que acaba detido num goulag siberiano, tal como os seus progenitores.

Narrativa mais forte, mais densa, mais violenta que a sua continuação já referida, neste momento em que a Rússia está no topo da actualidade devido à invasão da Ucrânia, dá-nos um retrato sinistro do que foi a vida de muitos naquele país, na década que se seguiu à II Guerra Mundial. (...)



Rugas
Paco Roca
Levoir
Portugal, Março de 2022
170 x 240 mm, 112 p., cor, capa dura
21,90

Velhos são os trapos, diz o adágio popular. Mas velhos seremos, também, todos nós, um dia, se o tempo nos deixar chegar lá. Em que estado, não sabemos, mas o retrato a um tempo terno e assustador que Paco Roca traça do envelhecimento e da vida nos lares de idosos, não pode deixar ninguém indiferente. (...) (...)


(imagens disponibilizadas pelas respectivas editoras; clicar nelas para as aproveitar em toda a sua extensão; clicar nos títulos das obras já a seguir para ver mais pranchas de cada uma: Combate Quotidiano #1; O Combate Quotidiano #2; Don Vega; Little Tulip; Rugas)

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