Há exactamente 50 anos, Astérix estreou-se em Portugal que foi o primeiro país não francófono a ler as aventuras da maior criação de Goscinny e Uderzo. Aconteceu no número inicial da revista “O Foguetão” e o seu sucesso entre nós foi crescente, tendo o seu mais recente álbum, “O Aniversário de Astérix e Obélix” (2009), tido uma invejável (a qualquer nível) tiragem de 75 mil exemplares.
“Um jornal crescido para os novos” e “um jornal novo para a gente crescida”, o “Foguetão”, em papel de jornal, tinha 16 páginas de grande formato (35 x 50 cm), e custava 2$50, sendo caro para a época. Oseu director era Adolfo Simões Müller, que depois de Tintin e Lucky Luke apresentava em Portugal Astérix, mais um grande herói da banda desenhada franco-belga, apenas ano e meio após a sua estreia na revista Pilote.
A título de curiosidade, refira-se que o “Foguetão”, o “semanário do ano 2000 que se lê em 1961”, incluía contos, concursos e secções de futebol (por José Águas), cinema, filatelia, actualidade ou passatempos. Em temos de banda desenhada, a par de Dan Dare (rebaptizado Capitão Marte), Sexton Blake, Jean Valhardi, Tanguy e Laverdure, Blake e Mortimer, Gaston Lagaffe (dito Zacarias) e Michel Vaillant (aliás Miguel Gusmão), era “introduzida uma novidade”, a publicação de “Tintin au Tibet”, exactamente assim, na versão original francesa para “agradar aos leitores que estudam francês”, dando-lhes “a conhecer a graça original do texto” e ajudando-os “a compreenderem um dos mais belos idiomas do mundo”!Para os que não liam francês, “no fim de cada página da série” apareciam “as legendas traduzidas e numeradas para melhor identificação”. A presença do original francês, não impediu, claro está, que na versão lusa o repórter fosse Tim-Tim, o seu cão Rom-Rom, e Haddock e Tournesol, respectivamente Rosa e Pintadinho…Apesar do elenco de luxo, “O Foguetão” durou apenas 13 números, tendo publicado as primeiras 14 pranchas (por vezes remontadas) de “Astérix o guerreiro gaulês”, sempre a preto e branco ou apenas com uma cor (verde, vermelho, lilás, castanho…), tendo o herói tido chamadas de capa nos números 9 e 13.
Com o final da revista (disponível integralmente na Hemeroteca Digital), a 27 de Julho do mesmo ano, “apesar das quase três dezenas de milhares de leitores entusiastas que desde a primeira hora nos acompanharam, as melhores histórias e secções passaram para as páginas do “Cavaleiro Andante”, segunda casa portuguesa de Astérix a partir do número 510, de 7 de Outubro de 1961.
Astérix viveria igualmente no “Zorro” (1963), “Flecha 2000” (1979 e 1985), “Jornal da BD” (1982) ou “BDN” (1990). A revista “Tintin”, a partir de 1969, juntá-lo-ia de novo ao herói que lhe dava nome (e também a Lucky Luke), tendo nas suas páginas, onde foram publicadas duas dezenas de histórias, tido pela primeira vez uma impressão à altura da sua qualidade, o que contribuiu sobremaneira para cimentar a sua popularidade no nosso país.
Antes disso, no entanto, o herói estreara-se em álbum, em 1966, quando a Editorial Íbis editou “Astérix o gaulês”. A primeira história de Astérix, ao longo dos anos, viria a conhecer mais três versões da responsabilidade da Livraria Bertrand, Meribérica-Líber e Edições ASA. Esta última faria igualmente uma edição dele em mirandês - “L Goules” -, acontecendo o memo com “O Grande Fosso” - “L Galaton”. A Difusão Verbo, o Círculo de Leitores e a Salvat foram também editores nacionais de Astérix, sendo que todas as edições juntas ultrapassam já a centena. A estas, há que juntar ainda mais de uma dúzia de livros derivados, dedicados a adaptações de filmes, jogos ou gastronomia…
Desde “A Rosa e o Gláudio” (1991), as aventuras de Astérix e dos restantes companheiros têm sido editadas em Portugal em simultâneo com as edições originais francesas, sendo que o secretismo, os prazos curtos e as questões de confidencialidade inerentes ao facto davam para criar uma grande aventura… aos quadradinhos!
Actualmente, a grande criação de Goscinny e Uderzo pertence ao catálogo da ASA, que desde 2005 tem no mercado uma nova tradução em que os nomes das personagens foram “aportuguesadas”, adaptando ao nosso idioma os trocadilhos que muitos deles contêm.
A par da actividade editorial, Astérix apareceu também sob mil e uma formas: vestuário, cromos, decalcomanias, figuras plásticas oferecidas com vitaminas, gelados (Olá) ou doces (Panrico, Phoskitos, Kinder), etc…
Entretanto, a propósito do meio século da presença de Astérix no nosso país, Maria José Pereira, directora do Departamento de BD da ASA, revelou que “as comemorações dos 50 anos de edição do Astérix em Portugal prolongam-se até ao próximo ano”, tendo sido iniciadas com “o lançamento da novidade “Vamos Procurar o Astérix” e a reedição de vários álbuns que se encontram quase esgotados”.
As grandes notícias são a disponibilização da versão portuguesa do site oficial de Astérix “no final de Maio”, quando “serão lançados três livros dedicados a personagens Astérix”, mais concretamente Obélix, Atrevidix Cleópatra, estando previstos mais seis volumes “até ao final do ano”. Esta colecção, “lançada em França pelas Éditions France Loisirs”, ficará completa com a edição “dos restantes nove títulos durante 2012”.
A propósito dos 50 anos de Astérix em Portugal leia também:
- Tónius, o Astérix português
- Maria José Pereira: “Astérix está associado ao nascimento do meu filho”
(Versão revista e aumentada do texto publicado no Jornal de Notícias de 4 de Maio de 2011)
04/05/2011
03/05/2011
Jump Start
Coup de Pouce / Neuer Schwung
Neste último caso, aliás, uma das histórias passava-se em Portugal, mais exactamente no Algarve, e narrava o caso de alguém que, após perder o emprego devido à deslocalização da empresa onde trabalhava, refez a vida reconvertendo a habitação familiar para fins de turismo rural.
Para além do desemprego, por detrás de cada um dos casos recontados aos quadradinhos podem estar situações como uma gravidez inesperada, um acidente automóvel que vitimou um dos pais ou o cônjuge, uma deficiência física, desavenças familiares, más companhias que levaram ao cumprimento de penas de prisão, etc.
Para ilustrar as bandas desenhadas foram escolhidos dois belgas (Christian Durieux e Gihef), um francês (Sylvain Savoia) e uma franco-laociana (Vanyda), já com álbuns publicados profissionalmente que, utilizando técnicas e estilos diversos, passaram ao papel, de forma bastante acessível e legível, as histórias escritas por Rudi Miel.
O álbum (ainda sem título em português, mas cuja tradução será algo como “Recomeço”) terá edição nas 23 línguas oficiais da União Europeia e mas pode desde já ser ser encomendado gratuitamente aqui.
Após a publicação do livro, prevista para as próximas semanas, ficará disponível uma versão online, como já acontece com “Novos Rumos”.
(versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 4 de Abril de 2011)
A Comissão Europeia anunciou a publicação de “Jump Start”, um livro de banda desenhada que pretende mostrar que qualquer um pode ter uma segunda oportunidade e reorganizar a sua vida através dos programas financiados pelo Fundo Social Europeu (FSE), que o co-edita juntamente com a Direcção-Geral do Emprego, dos Assuntos Sociais e da Igualdade de Oportunidades da Comissão Europeia.
As quatro histórias publicadas neste álbum têm por base testemunhos verídicos recolhidos juntos de habitantes dos vários países que integram a União Europeia, sendo este o ponto forte do projecto, pelos laços emotivos que pode criar pois os casos narrados são semelhantes aqueles que ouvimos diariamente nas notícias e de que todos conhecemos exemplos, tal como já acontecia aliás com as que compunham o primeiro livro desta série, intitulado “Novos Rumos”, lançado no final do ano passado.Neste último caso, aliás, uma das histórias passava-se em Portugal, mais exactamente no Algarve, e narrava o caso de alguém que, após perder o emprego devido à deslocalização da empresa onde trabalhava, refez a vida reconvertendo a habitação familiar para fins de turismo rural.
Para além do desemprego, por detrás de cada um dos casos recontados aos quadradinhos podem estar situações como uma gravidez inesperada, um acidente automóvel que vitimou um dos pais ou o cônjuge, uma deficiência física, desavenças familiares, más companhias que levaram ao cumprimento de penas de prisão, etc.
Para ilustrar as bandas desenhadas foram escolhidos dois belgas (Christian Durieux e Gihef), um francês (Sylvain Savoia) e uma franco-laociana (Vanyda), já com álbuns publicados profissionalmente que, utilizando técnicas e estilos diversos, passaram ao papel, de forma bastante acessível e legível, as histórias escritas por Rudi Miel.
O álbum (ainda sem título em português, mas cuja tradução será algo como “Recomeço”) terá edição nas 23 línguas oficiais da União Europeia e mas pode desde já ser ser encomendado gratuitamente aqui.
Após a publicação do livro, prevista para as próximas semanas, ficará disponível uma versão online, como já acontece com “Novos Rumos”.
(versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 4 de Abril de 2011)
02/05/2011
La frontière invisible, tome 1
Les Cités Obscures
Benoit Peeters (argumento)
François Schuiten (desenho)
Casterman (França, Abril de 2002)
235 x 305 mm, 64 p., cor, cartonado com sobrecapa, 13,50 €
Foi há já 20 anos que foi colocada a primeira pedra das "Cidades Obscuras". Os seus "artífices" são François Schuiten e Benoit Peeters que, "mais do que uma série”, as preferem definir como “a descrição progressiva de um universo...". Um universo desvendado álbum após álbum, "como se descobre um esqueleto enterrado na areia de que não se conhece a forma completa!".
O mais recente elemento, "La frontière invisible, tome 1" (Casterman, cor, 64 p.) é "uma história que começa com a chegada ao Centro de Cartografia de Sodrovno-Voldachie, de Roland, um jovem brilhante que se empenha nas suas tarefas, subindo rapidamente na hierarquia. Ao mesmo tempo, trava conhecimento com Schkodrá, uma bela e jovem prostituta, que se recusa a despir para não revelar o mapa traçado no seu próprio corpo.Enquanto assistimos à transição de Roland da adolescência para a idade adulta, sentimos que tudo começa a mudar quando modernos aparelhos são trazidos para substituir os meios artesanais existentes e o Centro é visitado pelo marechal Radisic, o dirigente supremo do país, cuja política expansionista, assente na velha máxima de que o fim justifica todos os meios, o que põe em causa o equilíbrio existente nas Cidades Obscuras.
Mais uma vez, a história contada é simbólica, usando tempos e lugares incertos, para falar de realidades recentes como o nacionalismo ou a utilização política da história e da geografia como instrumentos bélicos.
Lembra Schuiten, que mais uma vez associa ao seu traço fino e pormenorizado, uma belíssima utilização da cor, que "uma fronteira é a linha que separa um território de outro, mas é também o que os divide!"
P.S. - Diz-se que a realização de um homem passa por três aspectos: plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Saltando a questão da árvore, escrever, depois (ou a par) de várias experiências, tenho-o feito regularmente aqui, nas páginas do JN, não livros, mas sobre livros que li e tenho a oportunidade de partilhar. O filho, nasceu há dias. E é a ti, Daniel, que dedico este texto. Espero que a leitura dos livros que vou destacando, te venha a dar pelo menos tanto prazer como deu a mim, te faça transpor fronteiras, desbravar horizontes e despertar a imaginação, num tempo em que a leitura é, infelizmente, uma actividade cada vez menos praticada.
(Texto publicado originalmente no Jornal de Notícias de 7 de Maio de 2002, a propósito do nascimento do meu primeiro filho, Daniel, a 2 de Maio)
Nove anos depois: parabéns Daniel!
Nota
Este álbum, primeiro de um díptico concluído dois anos mais tarde, seria editado em português pela Witloof, em Outubro de 2002, com o título “A Fronteira Invisível – Tomo 1”, existindo também uma edição da Casterman que compila os dois tomos que constituem a história.
Benoit Peeters (argumento)
François Schuiten (desenho)
Casterman (França, Abril de 2002)
235 x 305 mm, 64 p., cor, cartonado com sobrecapa, 13,50 €
Foi há já 20 anos que foi colocada a primeira pedra das "Cidades Obscuras". Os seus "artífices" são François Schuiten e Benoit Peeters que, "mais do que uma série”, as preferem definir como “a descrição progressiva de um universo...". Um universo desvendado álbum após álbum, "como se descobre um esqueleto enterrado na areia de que não se conhece a forma completa!".
O mais recente elemento, "La frontière invisible, tome 1" (Casterman, cor, 64 p.) é "uma história que começa com a chegada ao Centro de Cartografia de Sodrovno-Voldachie, de Roland, um jovem brilhante que se empenha nas suas tarefas, subindo rapidamente na hierarquia. Ao mesmo tempo, trava conhecimento com Schkodrá, uma bela e jovem prostituta, que se recusa a despir para não revelar o mapa traçado no seu próprio corpo.Enquanto assistimos à transição de Roland da adolescência para a idade adulta, sentimos que tudo começa a mudar quando modernos aparelhos são trazidos para substituir os meios artesanais existentes e o Centro é visitado pelo marechal Radisic, o dirigente supremo do país, cuja política expansionista, assente na velha máxima de que o fim justifica todos os meios, o que põe em causa o equilíbrio existente nas Cidades Obscuras.
Mais uma vez, a história contada é simbólica, usando tempos e lugares incertos, para falar de realidades recentes como o nacionalismo ou a utilização política da história e da geografia como instrumentos bélicos.
Lembra Schuiten, que mais uma vez associa ao seu traço fino e pormenorizado, uma belíssima utilização da cor, que "uma fronteira é a linha que separa um território de outro, mas é também o que os divide!"
P.S. - Diz-se que a realização de um homem passa por três aspectos: plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Saltando a questão da árvore, escrever, depois (ou a par) de várias experiências, tenho-o feito regularmente aqui, nas páginas do JN, não livros, mas sobre livros que li e tenho a oportunidade de partilhar. O filho, nasceu há dias. E é a ti, Daniel, que dedico este texto. Espero que a leitura dos livros que vou destacando, te venha a dar pelo menos tanto prazer como deu a mim, te faça transpor fronteiras, desbravar horizontes e despertar a imaginação, num tempo em que a leitura é, infelizmente, uma actividade cada vez menos praticada.
(Texto publicado originalmente no Jornal de Notícias de 7 de Maio de 2002, a propósito do nascimento do meu primeiro filho, Daniel, a 2 de Maio)
Nove anos depois: parabéns Daniel!
Nota
Este álbum, primeiro de um díptico concluído dois anos mais tarde, seria editado em português pela Witloof, em Outubro de 2002, com o título “A Fronteira Invisível – Tomo 1”, existindo também uma edição da Casterman que compila os dois tomos que constituem a história.
Leituras relacionadas
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01/05/2011
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Abril 2011
Batman #93 (Panini Brasil), vvaa
City Stories #6 – Oficina Polaco-Portuguesa de BD (Festival Internacional de BD e Viedojogos de Lodz), de Bartosz Sztybor, Balbina Bruszewska, Rui Lacas e Filipe Pina (argumento) e Filipe Andrade, Ricardo Cabral, Rui Lacas e Michal Sledzinski (desenho)
Far Away (Glénat), de Jean-François e Maryse Charles (argumento) e Gabrielle Gamberini (desenho)
J. Kendall – Aventuras de uma criminóloga #71 – Morrerei à meia-noite (Mythos Editora), de Giancarlo Berardi e Lorenzo Calza (argumento) e Roberto Zaghi (desenho)
L'ombre aux tableaux et autres histoires (Drugstore), de J.-C. Denis
Os Incontornáveis da BD #3 - XIII Mystery (Público + ASA), de Xavier Dorison e Corbeyran (argumento) e Ralph Meyer e Berthet (desenho)
Universo Marvel #1 e #2 (Panini Brasil), vvaa
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30/04/2011
Poderoso Thor
Corria o ano de 1962. Stan Lee em plena euforia criativa, lançava, sem o saber ainda, as bases do que viria a ser o complexo universo Marvel, explorando o conceito de super-heróis com problemas comuns (de personalidade, financeiros, sentimentais…) iniciado um ano antes com o Quarteto Fantástico. Depois de juntar o Hulk à primeira super-família, decidiu alargar o seu conceito explorando um dos temas mais recorrentes na literatura: o confronto entre pai e filho. Com a introdução de uma variante: ambos eram deuses nórdicos. O pai, Odin, reinava em Asgard, e o filho, caído em desgraça, era obrigado a penar junto dos humanos para aprender a humildade e o auto-controle.
Nascia assim o poderoso Thor, cuja estreia se deu no número 83 (datada de Agosto de 1962) da revista “Journey into Mystery”, que passou a acolher regularmente o deus nórdico, assumindo mesmo, a partir do nº 126, de Março de 1966, o título de “The Mighty Thor”. Ao lado de Lee, na criação de Thor, estava Jack Kirby, possivelmente o maior desenhador de super-heróis de sempre, que ajudou a dar a Thor a credibilidade devida a um deus: longos cabelos loiros, olhos azuis, um corpo musculado, imponente, vigoroso e um ar decidido.
Filho de Odin, rei dos deuses, Thor era o seu herdeiro natural. Apesar dos seus grandes feitos desde a adolescência, e de ter recebido o martelo místico designado como Mjolnir, símbolo do deus do trovão, que lhe conferia força e o poder de voar, o herói era obstinado e impulsivo e por isso o pai decidiu exilá-lo na Terra, com a memória apagada, aprisionando-o no corpo de Donald Blake, um deficiente físico.
Durante uma década, Thor aprendeu a superar os problemas causados pela sua perna defeituosa, formando-se em medicina e tornando-se útil para os seus semelhantes. Induzido por Odin, convencido que ele tinha aprendido a lição, viajou até à Noruega onde, na sequência de um ataque extraterrestre, se refugiou numa caverna onde encontrou um tronco retorcido que utilizou como bengala. Num momento de desespero, bateu com ela no chão, descobrindo que se tratava do seu martelo místico e que esse acto o transformava no poderoso Thor. Só que, ao contrário do que Odin esperava, Thor decidiu continuar entre os humanos, ajudando-os a combater o mal, agora sob a sua forma verdadeira.
Entre os seus principais inimigos – humanos, deuses, extraterrestres - surgiu desde logo Hulk, o único que com ele se consegue comparar em força física, e, principalmente, Loki, o seu meio-irmão adoptivo, invejoso da sua popularidade e desejoso de ocupar o trono em seu lugar. Foi na sequência de um confronto com ele que Thor, involuntariamente, viria a fundar os Vingadores (Avengers), juntamente com o Homem de Ferro, o Homem-Formiga e a Vespa, “um grupo de heróis unidos para combater inimigos que nenhum herói poderia combater sozinho”.
Ao longo de cinco décadas, Thor já experimentou de quase tudo: assumiu várias identidades terrenas, teve vários substitutos – incluindo uma mulher! – e, nos anos 80, numa das suas melhores fases, quando foi escrito e desenhado por Walt Simonson, responsável por recuperar o herói, a sua mística e a sua grandiosidade, e pela inclusão de personagens marcantes, foi até transformado em sapo, combatendo um exército de ratos…; substituiu Odin, tornando-se rei de Asgard – reino várias vezes destruído - e chegou a aniquilar a Terra numa realidade alternativa.
E, claro está, fazendo parte do universo Marvel, em que nada é garantido nem absoluto, nem a própria morte, também ele, vencendo a imortalidade inerente à sua divindade – dom que se transforma em fardo quando o leva a sobreviver à morte de muitos dos seus amigos terrenos – faleceu. Para regressar, mais forte e destemido, como um verdadeiro herói, pois ele é o poderoso Thor.
Thor em 3D
A estreia de Thor, o filme, hoje nos cinemas portugueses, uma semana antes dos Estados Unidos, traz uma novidade para quem tem seguido as aventuras cinematográficas dos super-heróis Marvel: a abertura de uma porta para o lado mágico e místico do seu universo e para as suas realidades alternativas, após diversos filmes de tom mais realista, assentes na componente tecnológica e científica.
A par disso, embora seja notória a fidelidade a uma herança aos quadradinhos com quase 50 anos, com a inclusão de quase todas as personagens marcantes e da maior parte dos seus elementos clássicos, há a preocupação em criar uma cronologia cinematográfica própria, que permita que o filme chegue também aos que não são fãs da BD.
Em termos de actores – e há muito que um filme Marvel não reunia nomes tão sonantes – o destaque vai para as prestações de Anthony Hopkins (como Odin), Tom Hiddleston (Loki) e Natalie Portman (Jane Foster), enquanto que o protagonista, um musculado Chris Hemsworth, cumpre o percurso de queda e redenção, de forma competente. A dirigi-los está o veterano Kenneth Branagh, desde logo adepto do projecto pelo lado shakespeariano do enredo.
Se o 3D nada acrescenta ao filme e se é verdade que ele tem algumas cenas menos conseguidas – como a rápida conversão de Thor ao papel de protector da Terra ou a deficiente exploração da sua rivalidade com Loki – elas não chegam para ofuscar os seus pontos fortes: as cenas que decorrem numa Asgard imponente e magnífica, o tom épico das batalhas magistralmente encenadas por Branagh ou o empolgante confronto de Thor com o vilão Destruidor.
(Versão revista e aumentada do texto publicado no Jornal de Notícias de 28 de Abril de 2011)
Nascia assim o poderoso Thor, cuja estreia se deu no número 83 (datada de Agosto de 1962) da revista “Journey into Mystery”, que passou a acolher regularmente o deus nórdico, assumindo mesmo, a partir do nº 126, de Março de 1966, o título de “The Mighty Thor”. Ao lado de Lee, na criação de Thor, estava Jack Kirby, possivelmente o maior desenhador de super-heróis de sempre, que ajudou a dar a Thor a credibilidade devida a um deus: longos cabelos loiros, olhos azuis, um corpo musculado, imponente, vigoroso e um ar decidido.
Filho de Odin, rei dos deuses, Thor era o seu herdeiro natural. Apesar dos seus grandes feitos desde a adolescência, e de ter recebido o martelo místico designado como Mjolnir, símbolo do deus do trovão, que lhe conferia força e o poder de voar, o herói era obstinado e impulsivo e por isso o pai decidiu exilá-lo na Terra, com a memória apagada, aprisionando-o no corpo de Donald Blake, um deficiente físico.
Durante uma década, Thor aprendeu a superar os problemas causados pela sua perna defeituosa, formando-se em medicina e tornando-se útil para os seus semelhantes. Induzido por Odin, convencido que ele tinha aprendido a lição, viajou até à Noruega onde, na sequência de um ataque extraterrestre, se refugiou numa caverna onde encontrou um tronco retorcido que utilizou como bengala. Num momento de desespero, bateu com ela no chão, descobrindo que se tratava do seu martelo místico e que esse acto o transformava no poderoso Thor. Só que, ao contrário do que Odin esperava, Thor decidiu continuar entre os humanos, ajudando-os a combater o mal, agora sob a sua forma verdadeira.
Entre os seus principais inimigos – humanos, deuses, extraterrestres - surgiu desde logo Hulk, o único que com ele se consegue comparar em força física, e, principalmente, Loki, o seu meio-irmão adoptivo, invejoso da sua popularidade e desejoso de ocupar o trono em seu lugar. Foi na sequência de um confronto com ele que Thor, involuntariamente, viria a fundar os Vingadores (Avengers), juntamente com o Homem de Ferro, o Homem-Formiga e a Vespa, “um grupo de heróis unidos para combater inimigos que nenhum herói poderia combater sozinho”.
Ao longo de cinco décadas, Thor já experimentou de quase tudo: assumiu várias identidades terrenas, teve vários substitutos – incluindo uma mulher! – e, nos anos 80, numa das suas melhores fases, quando foi escrito e desenhado por Walt Simonson, responsável por recuperar o herói, a sua mística e a sua grandiosidade, e pela inclusão de personagens marcantes, foi até transformado em sapo, combatendo um exército de ratos…; substituiu Odin, tornando-se rei de Asgard – reino várias vezes destruído - e chegou a aniquilar a Terra numa realidade alternativa.
E, claro está, fazendo parte do universo Marvel, em que nada é garantido nem absoluto, nem a própria morte, também ele, vencendo a imortalidade inerente à sua divindade – dom que se transforma em fardo quando o leva a sobreviver à morte de muitos dos seus amigos terrenos – faleceu. Para regressar, mais forte e destemido, como um verdadeiro herói, pois ele é o poderoso Thor.
Thor em 3D
A estreia de Thor, o filme, hoje nos cinemas portugueses, uma semana antes dos Estados Unidos, traz uma novidade para quem tem seguido as aventuras cinematográficas dos super-heróis Marvel: a abertura de uma porta para o lado mágico e místico do seu universo e para as suas realidades alternativas, após diversos filmes de tom mais realista, assentes na componente tecnológica e científica.
A par disso, embora seja notória a fidelidade a uma herança aos quadradinhos com quase 50 anos, com a inclusão de quase todas as personagens marcantes e da maior parte dos seus elementos clássicos, há a preocupação em criar uma cronologia cinematográfica própria, que permita que o filme chegue também aos que não são fãs da BD.
Em termos de actores – e há muito que um filme Marvel não reunia nomes tão sonantes – o destaque vai para as prestações de Anthony Hopkins (como Odin), Tom Hiddleston (Loki) e Natalie Portman (Jane Foster), enquanto que o protagonista, um musculado Chris Hemsworth, cumpre o percurso de queda e redenção, de forma competente. A dirigi-los está o veterano Kenneth Branagh, desde logo adepto do projecto pelo lado shakespeariano do enredo.
Se o 3D nada acrescenta ao filme e se é verdade que ele tem algumas cenas menos conseguidas – como a rápida conversão de Thor ao papel de protector da Terra ou a deficiente exploração da sua rivalidade com Loki – elas não chegam para ofuscar os seus pontos fortes: as cenas que decorrem numa Asgard imponente e magnífica, o tom épico das batalhas magistralmente encenadas por Branagh ou o empolgante confronto de Thor com o vilão Destruidor.
(Versão revista e aumentada do texto publicado no Jornal de Notícias de 28 de Abril de 2011)
29/04/2011
Pop Rock Português em BD
Apresentação
O Jornal de Notícias e o Diário de Notícias vão, a partir de hoje, sexta-feira, dia 29, homenagear em banda desenhada alguns dos maiores nomes da música popular portuguesa. Cada lançamento virá acompanhado de um CD com temas do artista da semana e de um ensaio sobre a sua história, de personalidades consagradas do panorama musical.
Os Xutos e Pontapés vão inaugurar esta colecção, com uma banda-desenhada escrita e ilustrada por Alex Gozblau. Juntamente com o livro, virá a edição remasterizada de 'Cerco' (1985), clássico do rock português que contém canções emblemáticas como 'Homem do Leme' ou 'Barcos Gregos'.
Para além da história de 30 páginas de Alex Gozblau, este volume contará com um texto da autoria de António Sérgio, Tozé Brito e Pedro Félix, e 'Adeus Vida Atinada', assinado por Pedro Teixeira.
Convém referir, já agora, que cada um dos quinze volumes desta colecção será escrito e ilustrado por um artista diferente, com um estilo e grafismo distinto para cada um dos músicos escolhidos.
O segundo volume, dedicado aos GNR, sai no dia 6 de Maio e conta com ilustrações de Nuno Saraiva e textos de Pedro Mexia e Pedro Cera.
(Texto da responsabilidade do Diário de Notícias)
Calendarização
Vol. 1 - Xutos e Pontapés (por Alex Gozblau) - 29-04-2011
vol. 2 - GNR (por Nuno Saraiva) - 06-05-2011
Vol. 3 - Jorge Palma (por Susa Monteiro) - 13-05-2011
Vol. 4- UHF (por Pedro Brito) - 20-05-2011
Vol. 5 - Trovante (por Maria João Worm) - 27-05-2011
Vol. 6 - António Variações (por Daniel Lima) - 03-06-2011
Vol. 7 - Sétima Legião (por Rui Lacas) - 10-06-2011
Vol. 8 - Pop dell'arte (por Fernando Martins) - 17-06-2011
Vol. 9 - Rui Veloso (por Vasco Gargalo) - 24-06-2011
Vol. 10 - Rádio Macau (por Luis Lázaro) - 01-07-2011
Vol. 11 - Clã (por Tiago Albuquerque) - 08-07-2011
Vol. 12 - Jafumega (por Afonso Ferreira) - 15-07-2011
Vol. 13 - Trabalhadores do Comércio (por Hugo Jesus, Pedro Pires e André Caetano) - 22-07-2011
Vol. 14 – Delfins (por Adolfo Ana) - 29-07-2011
Vol. 15 - Heróis do Mar (por António Jorge Gonçalves) - 05-08-2011
Comentário
Esta colecção a partir de hoje à venda, retoma um projecto da Tugaland do final de 2008, anunciado então para venda directa – e alguns dos volumes que agora vão ser distribuídos apareceram pelo menos na FNAC.
Em relação ao alinhamento original, refira-se o desaparecimento dos volumes dedicados aos Da Weasel (desenhado por Tiago Albuquerque), Pedro Abrunhosa (por Rui Ricardo) e Sérgio Godinho (por Miguel Rocha).
O Jornal de Notícias e o Diário de Notícias vão, a partir de hoje, sexta-feira, dia 29, homenagear em banda desenhada alguns dos maiores nomes da música popular portuguesa. Cada lançamento virá acompanhado de um CD com temas do artista da semana e de um ensaio sobre a sua história, de personalidades consagradas do panorama musical.
Xutos e Pontapés - Alex Gozblau |
Para além da história de 30 páginas de Alex Gozblau, este volume contará com um texto da autoria de António Sérgio, Tozé Brito e Pedro Félix, e 'Adeus Vida Atinada', assinado por Pedro Teixeira.
Convém referir, já agora, que cada um dos quinze volumes desta colecção será escrito e ilustrado por um artista diferente, com um estilo e grafismo distinto para cada um dos músicos escolhidos.
O segundo volume, dedicado aos GNR, sai no dia 6 de Maio e conta com ilustrações de Nuno Saraiva e textos de Pedro Mexia e Pedro Cera.
(Texto da responsabilidade do Diário de Notícias)
Calendarização
UHF - Pedro Brito |
vol. 2 - GNR (por Nuno Saraiva) - 06-05-2011
Vol. 3 - Jorge Palma (por Susa Monteiro) - 13-05-2011
Vol. 4- UHF (por Pedro Brito) - 20-05-2011
Vol. 5 - Trovante (por Maria João Worm) - 27-05-2011
Vol. 6 - António Variações (por Daniel Lima) - 03-06-2011
Vol. 7 - Sétima Legião (por Rui Lacas) - 10-06-2011
Vol. 8 - Pop dell'arte (por Fernando Martins) - 17-06-2011
Vol. 9 - Rui Veloso (por Vasco Gargalo) - 24-06-2011
Vol. 10 - Rádio Macau (por Luis Lázaro) - 01-07-2011
Vol. 11 - Clã (por Tiago Albuquerque) - 08-07-2011
Vol. 12 - Jafumega (por Afonso Ferreira) - 15-07-2011
Vol. 13 - Trabalhadores do Comércio (por Hugo Jesus, Pedro Pires e André Caetano) - 22-07-2011
Vol. 14 – Delfins (por Adolfo Ana) - 29-07-2011
Vol. 15 - Heróis do Mar (por António Jorge Gonçalves) - 05-08-2011
António Variações - Daniel Lima |
Esta colecção a partir de hoje à venda, retoma um projecto da Tugaland do final de 2008, anunciado então para venda directa – e alguns dos volumes que agora vão ser distribuídos apareceram pelo menos na FNAC.
Em relação ao alinhamento original, refira-se o desaparecimento dos volumes dedicados aos Da Weasel (desenhado por Tiago Albuquerque), Pedro Abrunhosa (por Rui Ricardo) e Sérgio Godinho (por Miguel Rocha).
28/04/2011
Lee Falk (1911-1999)
Criador de Mandrake e Fantasma nasceu há um século
A 28 de Abril de 1911 nascia em Saint Louis, no Missouri, Leon Harrison Gross, que viria a ser conhecido como Lee Falk, criador de dois heróis clássicos da BD norte-americana: Mandrake, o mágico e o Fantasma, lidos diariamente por mais de um milhão de pessoas no auge da sua popularidade.
Após os estudos na universidade do Illinois, começou profissionalmente como animador de emissões radiofónicas, antes de criar Mandrake, em 1934, desenhado por Phil Davis. Dois anos depois, seria a vez do Fantasma, em parceria com Ray Moore.
Se as aventuras deste último, inspiradas nos mitos e lendas que Falk apreciava, se destacavam pelo exotismo dos cenários e pela acção violenta protagonizada pelo primeiro herói mascarado da BD, no caso de Mandrake foram o suspense, o mistério e as suas capacidades hipnóticas que garantiram o sucesso numa época em que os leitores ansiavam por escapes para a dura vida resultante da Grande Depressão de 1929.
Apesar de escrever duas tiras diárias – tarefa que manteve até à morte – Falk arranjou ainda tempo para ser romancista, dramaturgo, director teatral e produtor, tendo dirigido Marlon Brando, Charlton Heston, Eva Gabor ou Paul Newman.
Teve três filhos de três casamentos, sendo que o último, com Elizabeth Moxley, se reflectiu nos quadradinhos, levando Mandrake e Fantasma a desposaram a princesa Narda e Diana Palmer, as suas noivas eternas.Falk viria a falecer de um enfarte, a 13 de Março de 1999, termi-nando a esposa o argumento das bandas desenhadas em curso. Depois, Fred Fredericks, que já desenhava os dois heróis imaginados por Falk, assumiu também os argumentos, juntando-os em aventuras comuns a partir de 2002.
(Texto publicado no Jornal de Notícias de 28 de Abril de 2011)
A 28 de Abril de 1911 nascia em Saint Louis, no Missouri, Leon Harrison Gross, que viria a ser conhecido como Lee Falk, criador de dois heróis clássicos da BD norte-americana: Mandrake, o mágico e o Fantasma, lidos diariamente por mais de um milhão de pessoas no auge da sua popularidade.
Após os estudos na universidade do Illinois, começou profissionalmente como animador de emissões radiofónicas, antes de criar Mandrake, em 1934, desenhado por Phil Davis. Dois anos depois, seria a vez do Fantasma, em parceria com Ray Moore.
Se as aventuras deste último, inspiradas nos mitos e lendas que Falk apreciava, se destacavam pelo exotismo dos cenários e pela acção violenta protagonizada pelo primeiro herói mascarado da BD, no caso de Mandrake foram o suspense, o mistério e as suas capacidades hipnóticas que garantiram o sucesso numa época em que os leitores ansiavam por escapes para a dura vida resultante da Grande Depressão de 1929.
Apesar de escrever duas tiras diárias – tarefa que manteve até à morte – Falk arranjou ainda tempo para ser romancista, dramaturgo, director teatral e produtor, tendo dirigido Marlon Brando, Charlton Heston, Eva Gabor ou Paul Newman.
Teve três filhos de três casamentos, sendo que o último, com Elizabeth Moxley, se reflectiu nos quadradinhos, levando Mandrake e Fantasma a desposaram a princesa Narda e Diana Palmer, as suas noivas eternas.Falk viria a falecer de um enfarte, a 13 de Março de 1999, termi-nando a esposa o argumento das bandas desenhadas em curso. Depois, Fred Fredericks, que já desenhava os dois heróis imaginados por Falk, assumiu também os argumentos, juntando-os em aventuras comuns a partir de 2002.
(Texto publicado no Jornal de Notícias de 28 de Abril de 2011)
27/04/2011
Às Quintas Falamos de BD (III)
O Guarda Ricardo
Amanhã, dia 28 de Abril, pelas 21h00, no CNBDI, realiza-se o Encontro Humor em Abril com SAM e O Guarda Ricardo.
Esta iniciativa insere-se no programa de encontros Às Quintas Falamos de BD, que o CNBDI levará a cabo até Maio, todas as últimas quintas-feiras de cada mês, e conta com a participação de Júlio Moreira, amigo de SAM e profundo conhecedor da sua obra, Osvaldo de Sousa, investigador da história da caricatura e do cartoon, Orlando César, último Director do Noticias da Amadora, jornal onde nasceu em 1971 O Guarda Ricardo, uma das criações mais importantes de SAM.
Na ocasião serão exibidos um conjunto de filmes da autoria de SAM realizados por José Cunha e protagonizados por Mário Viegas e Vitor Norte, assim como os filmes de animação Heloísa, realizados por Armando Servais Tiago.
Na próxima 5ª feira convidamo-lo a tomar café connosco. Apareça, contamos consigo.
(Texto da responsabilidade da organização)
Amanhã, dia 28 de Abril, pelas 21h00, no CNBDI, realiza-se o Encontro Humor em Abril com SAM e O Guarda Ricardo.
Esta iniciativa insere-se no programa de encontros Às Quintas Falamos de BD, que o CNBDI levará a cabo até Maio, todas as últimas quintas-feiras de cada mês, e conta com a participação de Júlio Moreira, amigo de SAM e profundo conhecedor da sua obra, Osvaldo de Sousa, investigador da história da caricatura e do cartoon, Orlando César, último Director do Noticias da Amadora, jornal onde nasceu em 1971 O Guarda Ricardo, uma das criações mais importantes de SAM.
Na ocasião serão exibidos um conjunto de filmes da autoria de SAM realizados por José Cunha e protagonizados por Mário Viegas e Vitor Norte, assim como os filmes de animação Heloísa, realizados por Armando Servais Tiago.
Na próxima 5ª feira convidamo-lo a tomar café connosco. Apareça, contamos consigo.
(Texto da responsabilidade da organização)
Leituras relacionadas
Às Quintas,
CNBDI,
Guarda Ricardo,
Sam
26/04/2011
The Amazing Spider-Man #657
Dan Slott (argumento)
Nuno Plati Alves (desenho e cor)
Marcos Martin, Ty Templeton e Stefano Caselli (desenho)
Muntsa Vicente, Javier Rodriguez e Marte Garcia (cor)
Marvel Comics (EUA, Março de 2011)
170 x 210, 32 p., cor,
comic-book, mensal, $3,99 US
Na sequência do desaparecimento do Tocha Humana e da integração do Homem-Aranha no Quarteto Fantástico, surge este número de The Amazing Spider-Man, com sabor evocativo, numa história completa que, de alguma forma, faz a transição entre aqueles dois momentos fortes (e mediáticos) da cronologia recente do universo Marvel.
Nela, o Senhor Fantástico, a Mulher Invisível, o Coisa e o Homem-Aranha, divididos entre a nostalgia e a tristeza, evocam diversos episódios protagonizados por Johhny Storm, entre o curioso, o caricato e o divertido – que passam por uma partida ao Coisa, super-heróis em cuecas (literalmente!) e (mais) um feito de “um rapaz brilhante” - tendo cada um deles sido entregue a um desenhador diferente, o que faz deles episódios autónomos dentro da história base.
A par de uma bela capa, de traço simples, quase discreto, mas com uma forte componente com o tal sabor nostálgico e evocativo, esta edição tem a curiosidade de o segundo episódio ter sido entregue ao desenhador português Nuno Plati Alves, que é o aquele que apresenta o traço mais personalizado (que se destaca bastante do aspecto mais “standard”, deixem-me escrever assim, do todo), e onde ganham mais uma vez realce a expressividade dos rostos e as cores suaves e quentes utilizadas.
Nuno Plati Alves (desenho e cor)
Marcos Martin, Ty Templeton e Stefano Caselli (desenho)
Muntsa Vicente, Javier Rodriguez e Marte Garcia (cor)
Marvel Comics (EUA, Março de 2011)
170 x 210, 32 p., cor,
comic-book, mensal, $3,99 US
Na sequência do desaparecimento do Tocha Humana e da integração do Homem-Aranha no Quarteto Fantástico, surge este número de The Amazing Spider-Man, com sabor evocativo, numa história completa que, de alguma forma, faz a transição entre aqueles dois momentos fortes (e mediáticos) da cronologia recente do universo Marvel.
Nela, o Senhor Fantástico, a Mulher Invisível, o Coisa e o Homem-Aranha, divididos entre a nostalgia e a tristeza, evocam diversos episódios protagonizados por Johhny Storm, entre o curioso, o caricato e o divertido – que passam por uma partida ao Coisa, super-heróis em cuecas (literalmente!) e (mais) um feito de “um rapaz brilhante” - tendo cada um deles sido entregue a um desenhador diferente, o que faz deles episódios autónomos dentro da história base.
A par de uma bela capa, de traço simples, quase discreto, mas com uma forte componente com o tal sabor nostálgico e evocativo, esta edição tem a curiosidade de o segundo episódio ter sido entregue ao desenhador português Nuno Plati Alves, que é o aquele que apresenta o traço mais personalizado (que se destaca bastante do aspecto mais “standard”, deixem-me escrever assim, do todo), e onde ganham mais uma vez realce a expressividade dos rostos e as cores suaves e quentes utilizadas.
Leituras relacionadas
Homem-Aranha,
Marvel,
Nuno Plati Alves,
Slott
25/04/2011
Emilio Salgari (1862-1911)
Emilio Salgari, um dos grandes romancistas populares do século XIX faleceu há um século, em Torino, na sua Itália natal.
Natural de Verona, onde nasceu a 21 de Agosto de 1862, desde sempre atraído pelo mar, ingressou na Academia Naval de Veneza, tendo no entanto feito uma única viagem a bordo de um navio mercante, na qual percorreu a costa do Adriático. Regressado a terra começou a escrever romances de aventuras, publicados na forma de folhetins em jornais.
Casado com Ida Peruzzi, de quem teve quatro filhos, Salgari escreveu mais de duas centenas de novelas entre relatos de viagens, westerns, ficção-científica e aventuras em ambientes exóticos como as Antilhas e as Bermudas.
Apesar do sucesso de muitas das suas criações, Salgari e a sua família viveram sempre com dificuldades financeiras, tendo-se o escritor suicidado, após a morte da esposa, a 25 de Abril de 1911.
Entre as suas criações mais populares contam-se o Corsário Negro, As Maravilhas do Ano 200 e, em especial, as aventuras de Sandokan, um príncipe da Malásia, cujos pais foram mortos pelo ocupante britânico, contra quem se revolta numa longa batalha pela justiça, a liberdade e o amor, juntamente com o português Yanez de Gomera e a bela Mariana, sobrinha do seu maior inimigo.
Várias vezes levada ao cinema, a história de Sandokan teve também direito a uma famosa mini-série televisiva italiana, nos anos 70, protagonizada por Kabir Bedi, Philippe Leroy e Carole André, com música original de Pino Massara, recentemente recuperada numa das várias adaptações animadas que foram feitas baseadas na sua obra.
A força das histórias originais de Salgari, com especial destaque para as aventuras de Sandokan, deu também origem a múltiplas versões aos quadradinhos – cujo destaque se justifica aqui por serem eles o tema deste blog – desde paródias Disney a versões pornográficas, pelo que ficam a seguir algumas versões assinadas por nomes (mais ou menos) conhecidos, começando pela que o Mundo de Aventuras publicou na segunda metade da década de 70 (que pirateei do blog Um Mundo de Aventuras, a quem ficam aqui os devidos agradecimentos e desculpas).
Milo Milani |
Altan |
Giovan Battista Carpi |
Marcello |
Hugo Pratt |
Eduardo Risso |
Massimo Rotundo |
(Versão revista e aumentada do texto publicado no Jornal de Notícias de 25 de Abril de 2011)
24/04/2011
Selos & Quadradinhos (40)
Stamps & Comics / Timbres & BD (40)
Tema/subject/sujet: Philatelie de la Jeunesse – Tintin
País/country/pays: Bélgica/Belgium/Belgique
Data de Emissão/Date of issue/date d'émission: 1986
Tema/subject/sujet: Philatelie de la Jeunesse – Tintin
País/country/pays: Bélgica/Belgium/Belgique
Data de Emissão/Date of issue/date d'émission: 1986
Leituras relacionadas
Bélgica,
Selos e Quadradinhos,
Tintin
23/04/2011
Selos & Quadradinhos (39)
Stamps & Comics / Timbres & BD (39)
Tema/subject/sujet: Philatelie de la Jeunesse – Schtroumpfs/Smurfs
País/country/pays: Bélgica/Belgium/Belgique
Data de Emissão/Date of issue/date d'émission: 1984
Primeiro selo de uma emissão que se tornaria anual a partir de 1986 e por onde já passaram muitos dos grandes heróis dos quadradinhos belgas.
First stamp in a series dedicated to the great heroes of the Belgian comics that would become annual since 1986.
Premier timbre d'une série dédiée aux héros belges de BD qui deviendra annuelle depuis 1986.
Tema/subject/sujet: Philatelie de la Jeunesse – Schtroumpfs/Smurfs
País/country/pays: Bélgica/Belgium/Belgique
Data de Emissão/Date of issue/date d'émission: 1984
Primeiro selo de uma emissão que se tornaria anual a partir de 1986 e por onde já passaram muitos dos grandes heróis dos quadradinhos belgas.
First stamp in a series dedicated to the great heroes of the Belgian comics that would become annual since 1986.
Premier timbre d'une série dédiée aux héros belges de BD qui deviendra annuelle depuis 1986.
Leituras relacionadas
Bélgica,
Schtroumpfs,
Selos e Quadradinhos
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