25/12/2012

Feliz Natal

O Pedro, destas Leituras,
deseja a todos um natal repleto de quadradinhos 
e de tudo o mais que desejarem, 
na companhia daqueles que escolherem,
mesmo que sejam a vaca e o burro...


24/12/2012

Cuento de Navidad Zombi







Jim McCann (argumento)
David Baldeon, Jordi Terragona, Jeremy Treece e Roger Bonet (desenho)
Panini Comics(Espanha, Novembro de 2012)
170 x 260 mm, 112 p., cor, brochado com badanas
11,00 €



Resumo
Adaptação do conto “A Christmas Carol” (“Um conto de Natal” ou “Um Cântico de Natal”, dependendo da tradução), escrito em menos de um mês, para pagar dívidas, por Charles Dckens, em 1843, narra a história de Ebenezer Scrooge, um velho avarento, visitado na véspera de Natal pelos espíritos dos natais passados e futuros, para corrigir a sua postura anti-social. Com a originalidade de o seu mundo estar infestado de mortos-vivos.

Desenvolvimento
Com este tomo (depois de “O Baile” e de “The Walking Dead #4”), encerro a “inusitada trilogia natalícia zombie” que teve lugar nesta última semana aqui em As Leituras do Pedro!
Escritor britânico que viveu durante a primeira metade do século XIX (1812-1870), Charles Dickens é, possivelmente, um dos mais adaptados a outros meios, possivelmente pela forte crítica social das suas narrativas, pelo retrato realista da sociedade vitoriana feita de contrastes e também pelo tom melodramático das suas obras.
Na linha do que acabei de escrever, este “A Christmas Carol” é um dos casos mais paradigmáticos, com as versões a sucederem-se aos mais diversos níveis.
No centro da trama está Ebenezer Scrooge, um velho avarento que sempre viveu para acumular riquezas, esquecendo/ignorando/perdendo familiares, amigos, noiva…
Incapaz de se interessar pelos outros, de se relacional, de ajudar quem quer que seja, na véspera de Natal é visitado pelos espíritos dos natais passados e futuros, que lhe mostram o que era, o que podia ter sido, aquilo em que se transformou, como a sua vida influenciou os outros e o que o espera – a ele e ao mundo - se prosseguir pela mesma senda.
Narrada em bom ritmo, com uma boa adaptação para o novo suporte narrativo, com base em traços expressivos, ágeis, dinâmicos e, acima de tudo, muito funcionais, esta nova versão tem uma originalidade significativa: o mundo de Scrooge foi invadido por mortos-vivos e, como se há de constatar, o culpado é ele - e aqui está a explicação que The Walking Dead ainda não prestou!
Curiosamente, esta inovação não é de somenos nem sequer um simples seguir de modas, pois a introdução das macabras personagens torna mais odiosas as acções de Scrooge – as suas implicações estendem-se mais longe… - e responsabiliza-o de maneira acrescida por aquilo que se tornou o seu mundo.
Sem desvendar (completamente) o final (já conhecido), não posso deixar de referir que, apesar de toda a envolvente fantástica, esta não deixa de ser uma obra bem apropriada à quadra que corre e de espírito bem natalício…


22/12/2012

Akira já tem três décadas







  

A 20 de Dezembro de 1982, a revista japonesa Young Magazine, propriedade da Kodansha, vocacionada para leitores jovens masculinos, estreava “Akira”, uma série da autoria de Kathsuiro Otomo, que, cerca de uma década mais tarde, viria a ser responsável pelo início da invasão manga do ocidente.

Mas não é só por isso que, na véspera do anunciado fim do mundo, este manga pós-apocalíptico merece ser lembrado.
Decorrendo em 2030, em Neo-Tokyo City, a antiga metrópole nipónica devastada por um cataclismo, “Akira” é uma longa saga com quase 22o0 pranchas que se desenrolam ao ritmo vertiginoso das motas em que Kaneda, Tetsuo e os seus amigos rolam nas auto-estradas semidestruídas, perseguidos pela polícia local, o exército norte-americano e forças misteriosas menos institucionais. O objectivo, comum a todos, é encontrar Akira, uma força da natureza que se revelará um simples menino com poderes paranormais extraordinários.
Quase uma década mais tarde, Estados Unidos, primeiro, França e Espanha, de seguida, e, aos poucos, todo o ocidente dos quadradinhos começariam a descobrir as pranchas originais de Otomo, coloridas especialmente para essa edição ocidental, realistas, ultraviolentas, plenas de dinamismo e acção, acentuados pelo uso de linhas de movimento, um traço ágil e cativante e uma intriga densa e irresistível.
Não sendo o primeiro manga publicado nos EUA ou na Europa, foi aquele que provocou a posterior avalanche que permitiu descobrir “Dragon Ball”, “Death Note” ou “Yu-Gi-Oh!” (para citar apenas títulos recém-editados em Portugal) e uma forma diferente de narrar aos quadradinhos, que hoje é responsável por 30% a 50 % do total de edições de BD nos principais mercados ocidentais.
Com algum atraso, “Akira” teve também direito a uma edição integral em português, em 19 volumes publicados entre 1998 e 2004 pela Meribérica-Líber.
 “Akira”, que se prolongou em entregas semanais até Junho de 1990, antes da sua conclusão aos quadradinhos daria origem a um videojogo e à longa-metragem homónima, dirigida pelo próprio Otomo, em 1988, com desenvolvimento e final diversos, mas que também teve bom acolhimento.

(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 20 de Dezembro de 2012)



21/12/2012

The Walking Dead #4 – O Desejo do Coração










Robert Kirkman (argumento)
Charlie Adlard (desenho)
Cliff Rathburn (tins cinzentos)
Devir (Portugal, Dezembro de 2012)
168 x 258 mm, 136 p., pb, brochado com badanas
14,99 €



Resumo
Compilação dos comics originais #19 a #24 de The Walking Dead, este tomo narra a instalação do grupo de Rick Grimmes na prisão, a sua limpeza, o adensar das tensões e a chegada de Michonne.

Desenvolvimento
Sob o signo do fim do mundo (?), depois de "O Baile",  voltam os mortos vivos esta semana a As Leituras do Pedro.
De alguma forma já o escrevi anteriormente: nunca tendo lido The Walking Dead antes da Devir o editar em Portugal, actualmente confesso-me rendido tanto à banda desenhada original quanto à série televisiva nela inspirada.
Aliás, um dos prazeres que tiro de The Walking Dead é comparar a forma como as duas narrativas se desdobram, de certa forma em paralelo, embora com diferenças evidentes que, no entanto, não retiram consistência, interesse nem impacto a nenhum dos relatos.
Desenvolvidas segundo linhas condutoras genéricas semelhantes, mas com variações evidentes e notórias no seu decurso – as mais evidentes, mas não únicas, passam por quem morre e por quem continua vivo no grupo principal – conseguem funcionar em pleno em cada um dos diferentes suportes.
Por isso veja-se como Michonne – a mais recente nova protagonista em ambos os casos – assume papeis capitais mas completamente díspares num e noutro relato, tendo mesmo carácter diverso, embora o seu aparecimento junto do grupo de Rick e Lori ocorra em circunstâncias bem diferentes.
A versão televisiva, cuja terceira temporada vai sensivelmente a meio, embora os novos episódios só regressem em 2013, (curiosamente) é mais pausada, o que permite um maior aprofundamento do retrato psicológico dos intervenientes, mas é também mais violenta – ou de uma violência mais imediata - pelo realismo das suas cenas e pela presença da cor.
Quanto à banda desenhada apresenta um ritmo mais acelerado – devido à cadência da publicação mensal – mas, graças à planificação utilizada, consegue também acentuar devidamente a componente de terror.
Comum a ambas é a densidade psicológica da narrativa, o retrato forte e muitas vezes cruel dos protagonistas e o incómodo causado pela violação de regras, leis e valores a que são forçados os intervenientes pelas situações limite que têm de enfrentar (como acontece a Rick neste tomo). Porque, a segurança que a prisão ocupada deveria oferecer, está longe de se concretizar e os níveis de tensão no seu interior – tensão sexual, entre diversos componentes do grupo; violência, enfrentando os mortos-vivos, entre os antigos e os novos ocupantes e mesmo entre aqueles que tanto já passaram juntos – não param de crescer e de forçar os limites de cada um.
E o Governador – presença tutelar da 3.ª série televisiva – ainda não fez a sua aparição na BD…
Igualmente comum, é a elevada qualidade narrativa e visual de ambos e a capacidade de seduzir (muitos) leitores/espectadores para uma temática geralmente pouco popular.
A terminar, fica um duplo elogio para a quase simultaneidade entre a exibição nos Estados Unidos e em Portugal, na Fox, e para os três volumes que a Devir editou este ano – o 3.º e o 4.º no último trimestre, numa notória aceleração do ritmo de publicação.


20/12/2012

O fim do mundo

As Leituras do Pedro desejam a todos 
um bom Fim do Mundo!


Heróis Marvel série II #10 - Novos Vingadores; Guerra Civil











Mark Millar (argumento)
Steve McNiven (desenho)
Dexter Vines (arte-final)
Levoir/Público (Portugal, 20 de Dezembro de 2012)
170 x 260 mm, 192 p., cor, cartonado
8,90 €




Resumo
Uma explosão causada por um grupo de super-heróis ao serviço de um reality-show televisivo, quando tentava capturar alguns super-vilões, provoca a morte de quase um milhar de pessoas, provocando uma reacção de rejeição dos familiares e conterrâneos das vítimas em relação àqueles que era suposto protegê-los.
Na sequência desses acontecimentos o senado norte-americano aprova uma lei que obriga ao registo de todos os super-heróis, o que provoca a criação de duas facções, pró-lei (encabeçados pelo Homem de Ferro) e anti-lei (guiados pelo Capitão América) que terminará num confronto inevitável.

Desenvolvimento
Pode-se dizer que este tomo foi uma forma de a colecção Heróis Marvel terminar em beleza. Não tanto por esta saga em si, mas pela relevância que ela teve aquando da sua publicação original e pelos efeitos que causou ao equilíbrio do universo Marvel – pese embora o facto de, paradoxalmente, quase todos eles terem já sido apagados e tudo tenha voltado (sensivelmente…) à primeira forma.
Da autoria da mesma equipa criativa que deslumbrou com o fantástico “Wolverine: Velho Logan”, não atinge, no entanto, o brilhantismo daquele.
Apesar dos muitos confrontos entre super-heróis que engloba, mostrados pelo traço hiper-realista e muito expressivo de Steve McNiven, “Guerra Civil” nunca atinge a espectacularidade visual de “Velho Logan”, mesmo desenrolando-se a bom ritmo, com uma planificação multifacetada que recorrentemente explode em painéis de página inteira.
O argumento de Mark Millar revela-se consistente e está desenvolvido num crescendo, com (quase todos) os super-heróis a assumirem a posição que deles esperávamos o que provoca uma certa familiaridade com o leitor, com os factos relevantes e marcante a sucederem-se a um ritmo acelerado.
Por isso, logo após a explosão inicial – uma original exploração de algo que recorrentemente acontecia de forma anónima nos comics de super-heróis, onde os danos e as vítimas colaterais raramente eram mencionados – assistimos a um primeiro confronto do Capitão América com a SHIELD e sua consequente deserção e passagem à clandestinidade, à revelação pública da identidade secreta do Homem-Aranha (que posteriormente levará à quase morte da Tia May e à eliminação do casamento de Peter e Mary Jane, uma das duas consequências mais relevantes desta Guerra Civil), ao primeiro combate entre o Capitão América e o Homem de Ferro, ao aparecimento de um falso e mortífero Thor, à morte trágica de um super-herói, à quebra da relação entre Sue e Reed Richards, à prisão de inúmeros heróis, ao dar de carta branca a super-vilões e ao confronto final entre ambas as facções, que terminará de forma a um tempo surpreendente, digna e trágica, pois conduzirá à segunda grande consequência desta saga: a posterior morte do morte do Capitão América.
O suficiente, sem dúvida, para tornar obrigatória este volume que, para lá dos super-heróis propriamente ditos, tem um inegável tom politizado, assente no confronto entre as posições fascizantes de Tony Stark/Homem de Ferro e o discurso idealista de Steve Rogers/Capitão América, potenciado pelas sombras do 11 de Setembro e as perspectivas de novas ameaças que ele abriu.


19/12/2012

Leituras de banca


Dezembro 2012
Revistas periódicas de banda desenhada este mês disponíveis nas bancas portuguesas.

Bonelli (Mythos Editora)

Por decisão da distribuidora VASP, os títulos de Tex disponíveis mensalmente,
serão distribuídos em duas fases, com intervalo de duas semanas, a primeira das quais no final deste mês.

Tex #483

Tex Almanaque #42

Tex Coleção # 275

Tex Edição Histórica # 82

Tex Ouro # 52

DC Comics (Panini Comics)

Batman #114

Liga da Justiça #113

Super-Homem #114

Universo DC #23

Disney (Goody)

Comix #1

Comix #2

Comix #3

Comix #4


Hiper #1



Manga (Panini Comics)

Vampire Knight #12

Marvel (Panini Comics)

Homem-Aranha #124

Os Novos Vingadores #99

Wolverine #88

Universo Marvel #22

X-Men #124

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...