A 5 de Dezembro de 2012, chegava às bancas, quiosques,
hipermercados e lojas FNAC a Comix #1,
que marcava o regresso da banda desenhada Disney a Portugal, após uma ausência
de meia dúzia de anos.
Exactamente um ano depois, após cerca de 70 edições e 15 mil
páginas, divididos por dois títulos base – Comix,
semanal, e Hiper, mensal – e outros mais
espaçados no tempo – Disney Especial,
BIG – a aposta parece ganha, como reforça
o lançamento, hoje, de um novo título – Minnie
& Friends – vocacionada claramente para o o
segmento feminino.
Para assinalar a data, As Leituras do Pedro conversaram com
Fernando Vasconcelos, Assessor da Direcção Geral da Goody. De fora da
entrevista que se segue, devido a negociações ainda em curso, tiveram de ficar duas
grandes surpresas que, se tudo correr como previsto, serão concretizadas
durante 2014 e a que As Leituras do Pedro voltarão logo que seja possível.
As Leituras do Pedro -
Após um ano de edições Disney, qual o balanço que a Goody faz? As expectativas
que tinham foram cumpridas? Quais as maiores surpresas e desilusões que
tiveram?
Fernando Vasconcelos
- É um balanço muito positivo. As expectativas foram largamente superadas.
Não existiram propriamente desilusões e surpresas apenas as positivas, que
tiveram a ver com os resultados de vendas.
ALP - Quais os
principais obstáculos que foi necessário ultrapassar?
FV - O principal
obstáculo claramente foi a distribuição e visibilidade no ponto de venda que
para um produto com esta dimensão foi um ponto crítico de sucesso.
ALP - As tiragens das
diversas revistas, estabilizaram entre os 15 mil exemplares da Hiper e os 25
mil exemplares da Comix. Qual é a percentagem média de vendas destas revistas?
FV - Cerca de 50%
da tiragem é vendida na forma de base do produto.
ALP - Qual a divisão
percentual das vendas entre bancas e quiosques/hipermercados/lojas FNAC?
FV - Quanto à
divisão percentual por cadeias, preferimos não avançar com esses dados. O que
podemos dizer é que tanto a rede tradicional como as redes de distribuição
moderna têm pesos significativos que não podem ser dispensados, nem uns nem
outros.
ALP - A
redistribuição dos primeiros números da Comix e da Hiper em caixas, tem
resultado?
FV - Os modelos
de redistribuição sem desvalorização do produto (as caixas têm funcionado) como
forma de distribuir uma parte das sobras. E sim, têm funcionado à medida das
expectativas.
ALP - Desde o início
é notória uma vontade da Goody, invulgar no meio da banda desenhada portuguesa,
de auscultar a opinião de divulgadores e leitores e de tentar ajustar as suas
propostas aos ‘pedidos’? Têm tido feedback desses ajustamentos?
FV -Sim, temos
tido muito feedback e embora possa parecer que não fazemos tudo o que
podemos a verdade é que procuramos
ajustar na medida do possível o produto a esse feedback tendo sempre em
consideração que estas BDs têm de ser para todos e não apenas para os profundos
conhecedores e apaixonados de BDs. Claro que a opinião desses especialistas é
para nós fundamental e felizmente tem-nos feito melhorar de forma significativa
a qualidade do produto.
ALP - A partir de certa
altura, houve uma aposta na fidelização de leitores na Comix, através das sagas
em continuação e da promoção Comix Record. Essa estratégia funcionou?
FV - As sagas não
são apenas um mecanismo de fidelização. São também uma das formas que
encontramos para diferenciar um pouco mais o produto. Ou seja, era para nós
claro que para um segmento dos nossos leitores tínhamos de dar conteúdo um
pouco mais trabalhado do ponto de vista do argumento. Desse ponto de vista
funcionou – pelo feedback que obtivemos.
ALP - A aposta na BD
de origem italiana é opção da Goody ou imposição da Disney? No futuro haverá
edições com as histórias Disney brasileiras e norte-americanas?
FV - A opção pela
BD de origem Italiana é uma opção da Goody baseada em vários critérios, não é
uma imposição. Poderá no futuro existir BD de outras origens se for possível
conseguir essas BDs de acordo com os critérios que seguimos. Ou seja, não
existe nenhum fundamentalismo a favor ou contra qualquer origem. Só queremos as
melhores histórias pelo melhor preço.
ALP - Os leitores
podem esperar ver editadas, num único volume, sagas como Mágicos de Mickey ou
Ultra-Heróis? E estão planeadas edições mais ‘luxuosas’ dedicadas aos grandes
autores de BD Disney?
FV - É nosso
objetivo ir alargando aos poucos o portfolio de produtos, por isso sim –
poderão existir outros formatos mais luxuosos ou com histórias (sagas)
completas num único volume. Essa estratégia de diversificação existe.
ALP - Que mensagem
gostariam de deixar para quem (re)encontrou neste último ano a banda desenhada
Disney em edições portuguesas?
FV - A mensagem
que gostaríamos de deixar para quem reencontrou ou encontrou pela primeira vez
a BD Disney é que não deixem de nos provocar com sugestões, títulos ou histórias
que gostariam de ler. Se nos for possível, tudo faremos
para as trazer de novo ou pela primeira vez para Portugal. Gostaríamos também
de lhes dizer que não deixem nunca de dar feedback sobre o que fazemos. Nós
procuramos sempre incorporar as sugestões e na verdade algumas das linhas de
diversificação que seguimos resultam de sugestões de leitores.