‘...desespera’,
diz a sabedoria popular - seja lá o
que for esse mito
de
antanho, porque quando olhamos em volta hoje em dia, de sabedoria
vemos nada ou muito pouco…
Sabedoria
popular que,
para ter sempre razão, tem o
dito
precisamente oposto: ‘...sempre alcança’. Mas,
no entanto, é possível combinar ambos os
quesitos,
como o prova o
presenteregresso
de Blacksad:
se os leitores desesperaram ao longo de 8 longos anos, agora
finalmente alcançaram o que desejavam: um novo álbum. E que álbum! [Mais
um dos ‘álbuns do ano’ em que 2021 se está a revelar tão
fértil, ao ponto de quase
esvaziar
este
chavão…]
Ao
longo das últimas semanas, li estes dois integrais, que o acaso
juntou na minha pilha
de leituras, (quase que) em ‘modo revista’. Que é como quem diz,
ao ritmo errático de umas quantas páginas ou
uma ou duas histórias curtas por
dia (ou dias), sem obrigações temporais nem pré-determinações
horárias, aproveitando momentos mortos quotidianos. Dessa
forma, de algum modo, evoquei os (bons) tempos em que as séries eram
(primeiramente) consumidas em revista e evitei a(lguma) repetição
que este tipo de compilações (sempre) acarreta.
Convencido
pela forma como Michele Masiero recontou as origens de Mister No em
Revolution,
decidi avançar para este Hollywoodland,
a história de dois irmãos separados pela forma de ser, pelas
mulheres que amaram e pelas escolhas que fizeram, nos Estados Unidos
dos anos 1920, com a meca do cinema em plena ascensão sob
a sombra ameaçadora/protectora da
Mafia, numa terra que ainda era de todos os sonhos.
Sendo incontestável a evolução
positiva que o mercado português de banda desenhada sofreu em anos
recentes, continua a faltar-lhe
capacidadede
reeditar os seus clássicos. Concerto
para 8 Infantes e 1 Bastardo seguido de NiuIoRk,
um
regresso a Fernando Relvas, um nome incontornável da banda desenhada
portuguesa das décadas 1980/2000, que
deixou uma obra imensa, espalhada por revistas e jornais, é apenas
uma gota num imenso mar que corre
grave rico de esquecimento.
A Fundação Calouste Gulbenkian vai a acolher, a partir de dia 1 de
Outubro, uma grande exposição dedicada ao criador de Tintin,
intitulada Hergé. Será
a primeira vez que pranchas originais de Hergé poderão ser vistas
no nosso país. Nick Rpdwell estará presente para uma conferência no dia 1 da inauguração.