Não
tendo nada em comum para lá do argumentista - e que argumentista! -
este díptico fez-me lembrar as histórias de Júlia, não pelas
tramas
em si ,mas pela forma como elas estão construídas - e pela
forte
carga humana de
ambas.
Pode
soar estranho e possivelmente não é mais do que reflexo da atracção
irresistível do ser humano pelo abismo, mas há temáticas que
parecem não passar de moda e regressam regularmente aos gostos do
público.
Sob
a capa de um westernque
se desenrola maioritariamente durante e no pós-Guerra
daSecessão
norte-americana, Virgínia
é na verdade uma história sobre vícios e dependência.
Reconheço
que o sub-título acima é
redutor e até injusto para com o Ricardo Venâncio e o seu trabalho,
mas a verdade é que este álbum - como o Agá2.0
do mesmo autor e tantas histórias de localidades que a BD nacional
mais clássica e realista nos tem proposto - são obras ‘por
encomenda’. O
que não retira responsabilidade ao(s) autore(s) - até pode tornar-se
num desafio maior.
Há
muito na minha lista alargada de desejos, uma lista imensa,
interminável e em constante crescimento, deparei-me com este Os
Flintstones
como oportunidade e o mínimo que posso dizer é que recebi bem mais
do que esperava. Confesso
que embora embalado pelas boas críticas lidas, esta
aproximação foi feita
também com uma boa dose de nostalgia,
ou não tivesse sido a série animada em que esta BD se baseia - uma
produção dos estúdios Hanna-Barbera, exibida originalmente nos EUA
entre 1960 e 1966 - uma
das preferências da minha
infância e adolescência na programação
da RTP.
Réplica do Inspector Cole a Matt Murdock, in Demolidor #6
Sei que é só uma opinião - embora a minha... - que neste contexto é pouco importante e que não vai mudar nada. Nunca fui leitor de super-heróis; as leituras esporádicas que faço começaram tarde e as (mais) voluntárias cingiram-se aos super-heróis menos super, que é como quem diz o Homem-Aranha, o Batman ou o Demolidor, sem nenhuma ordem especial de citação. Mas até nas suas histórias há coisas que me irritam - e que geralmente até são extensíveis aos restantes protagonistas dos universos em que se movem.
Um
primeiro passo para conquistar o leitor, é dar-lhe como ponto de
partida algo que ele já conheça, no caso Nautilus,
o célebre submarino do Capitão Nemo, o vilão visionário e
antecipador científico que
Jules Verne criou em 20000
léguas submarinas
e fez regressar em A
ilha misteriosa. E,
se a banda desenhada tem sido tantas vezes utilizada para tentar
conquistar leitores para o romance, esta é uma outra via que de
certa forma poderá ser até mais eficaz e sedutora.