Encontro
de culturas aqui ao lado
Quantas
mais leituras tiver um livro, mais interessante e estimulante ele
poderá ser. Poderá, porque descobrir esses vários níveis depende
também da capacidade do leitor
de as descobrir e interpretar
Boarding
Pass,
do português Ricardo Santo, uma edição recente de A Seita
e da Comic Heart proporciona essa oportunidade.
Influências
Numa época em que a designação 'direitos de autor', associado ao termo 'processo' não tinham o peso e a proximidade que têm hoje, mostrar influências e gostos ou tão só aproveitar o conhecimento de senso comum que determinadas criações - dentro e fora dos 'quad(ra)dinhos' - podiam assumir, era algo a que Maurício de Sousa não se inibia, com o seu humor característico.
Penguin Random House/Distrito Manga
Só estas?
É
verdade que não há muito acrescentar em relação ao que escrevi
sobre o primeiro
volume desta colecção,
por isso remeto para esse texto.
Estranho,
no entanto, que ela fique limitada a apenas um tríptico, quando são
tantas as histórias
curtas
de Michel Vaillant que podiam ser objecto deste novo tratamento
editorial.
Mais do que História
A
História
das grandes séries de banda desenhada muitas vezes faz-se à
margem
da vontade dos detentores
dos
direitos ou por falta dela.
Em
Portugal,
onde pela primeira vez foi publicado fora
do mercado francófono e pela primeira vez a
cores,
Tintin teve
um percurso singular que,
se era normal e até inovador na época,
hoje -
naturalmente... - seria
considerado um
atentado à obra original de Hergé.
O que não invalida que esses factos sejam verdadeiros,
façam parte da tal História
do "repórter que nunca escreveu uma linha" e mereçam
ser conhecidos.
Alexandre
Herculano como nunca visto
Durante
décadas, primeiro devido à censura do regime fascista, depois pela
maior qualidade e preço mais barato do material importado, a banda
desenhada nacional circunscreveu-se, em grande medida, às temáticas
históricas ou à adaptação de obras literárias.
De
certa forma num retorno a essas origens, depois de algumas
experiências soltas, desde Fevereiro a parceria Levoir/RTP tem
colocado em bancas e livrarias a colecção Clássicos
da Literatura Portuguesa em BD,
com versões feitas de raiz por criadores nacionais e brasileiros. A
Dama Pé de Cabra,
em que Manuel Morgado revisita o conto de Alexandre Herculano, é um
dos exemplos mais recentes.
Apesar do tempo que já passou, porque há momentos a que é bom voltar e há recordações que ficam para sempre, fica o registo dos autógrafos que recolhi na Comic Con Portugal 2024, que vem complementar esta entrada, sobre a mesma temática.
Eternamente
actual
Possivelmente,
se fossem auscultados os portugueses - alguns deles, claro - seria
este o clássico da literatura nacional que mais facilmente iriam
reconhecer e conseguir resumir, em grande parte, claro, devido às
várias adaptações televisivas e cinematográficas,
mais ou menos romanceadas,
de que o romance original de Eça de Queirós beneficiou, em tempos
relativamente recentes.
Terno
e cruel
Com
o mercado português de banda desenhada em crescimento, alicerçado
numa grande diversidade de géneros, temáticas e estilos, é
possível a edição de obras como este
A
minha mamã está na América e encontrou o Buffalo Bill,
que a ASA fez
chegar às livrarias
há poucas semanas.