26/01/2013

Relvas na Mundo Fantasma

“Violeta Live e outras Vidas”

Data: 26 de Janeiro a 3 de Março
Local: Galeria Mundo Fantasma, loja 509/510, Centro Comercial Brasília, Avenida da Boavista, 267, Porto
Horário: de 2ª a sábado, das 10h às 20h: Domingos e feriados, das 15h às 19h







Fernando Relvas, autor português de BD, vai estar hoje, a partir das 17 horas na galeria Mundo Fantasma, no Porto, para apresentar o seu livro “Sangue Violeta e Outros Contos” e inaugurar uma exposição de originais.
Natural de Lisboa, onde nasceu há 58 anos, Fernando Relvas começou a destacar-se nos quadradinhos portugueses a partir de 1978, na revista Tintin, onde publicou “O Espião Acácio”, “L123” e “Cevadilha Speed”, que o revelaram como um virtuoso do desenho e, mais ainda, como um notável cronista, dotado de um humor ácido muito próprio, que transmitiu para as suas pranchas desenhadas muitas das vivências em rimo acelerado da juventude urbana e de uma certa marginalidade da década de 1980.
Com o fim daquela publicação, em 1982, Relvas transitou para as páginas do semanário “Se7e”, onde acrescentou ao seu preto e branco personalizado a utilização da cor, continuando a fazer desfilar personagens fortes e marcantes em obras como “Concerto para oito infantes e um bastardo”, “Niuiork”, “Sabina”, “O diabo à beira da piscina” ou “Nunca beijes a sombra do teu destino”, afirmando-se ao mesmo tempo como a maior esperança e a mais absoluta confirmação da BD nacional de então.
“Sangue Violeta e outros contos” – que inclui “Tax Driver” e “Sabina” – agora compilado em álbum pela El Pep, foi publicado naquele jornal a partir de 1985 e é uma das mais marcantes criações de Relvas, num grafismo de influência punk, onde é notória também uma certa anarquia argumental, pois as histórias, escritas e desenhadas ao ritmo imposto pela publicação semanal, sempre transmitiram a ideia de que a certo ponto as personagens ganhavam vida própria e escapavam ao controle do seu criador, que era obrigado a segui-las sem saber muito bem para onde o conduziam.
“Li Moonface – uma novela gráfica, originalmente publicada online” (pedranocharco), é a sua obra mais recente.
A exposição “Violeta Live e outras Vidas”, que também inclui originais de “L123” ficará patente na Mundo Fantasma, no Centro Comercial Brasília, até dia 3 de Março.

(Versão expandida do texto publicado no Jornal de Notícias de 26 de Janeiro de 2013)


25/01/2013

Le Beau Voyage







  


Zidrou (argumento)
Benoit Springer (desenho)
Dargaud
(França, 11 de Janeiro de 2013)
240 x 320 mm, 56 p., cor, cartonado
14,99 €



Resumo
Léa é animadora de programas televisivos de gosto duvidoso e leva uma vida vazia preenchida com festas, provocações e relações interesseiras ou de uma só noite.
A morte – inesperada - do pai vai obrigá-la a parar, repensar a sua vida e remexer nas recordações que fizeram dela o que é hoje, nem todas muito agradáveis.

Desenvolvimento
Apesar de todas as diferenças – claramente visíveis a vários níveis – pela forma como a narrativa é introduzida (a morte do pai) e por uma série de pontos comuns que é possível encontrar entre ambas (o pai ausente, a relação lésbica, a reinterpretação das memórias), a leitura de “Le Beau Voyage” evocou a que tinha feito há não muito tempo de “Fun Home –Uma tragicomédia familiar”.
Quero no entanto deixar claro que este livro tem vida própria e uma génese completamente autónoma. Enquanto que “Fun Home” é a autobiografia de Alison Bechdel, “Le Beau Voyage” teve como ponto de partida um desenho de uma casa a chorar, feito por uma criança que Zidrou encontrou quando era animador. 
A ambiguidade e a infelicidade do desenho inspiraram-lhe (est)a história de Léa, jovem adulta nascida para substituir o irmão que nunca conheceu, morto aos 7 anos, afogado na piscina da casa dos pais.
Com o pai, médico, sempre ausente, a quem a mãe trocou por um vendedor de aspiradores, Léa cresceu numa família desagregada, profundamente marcada pela morte do filho que nunca foi ultrapassada e detentora de um terrível segredo que asfixiou toda e qualquer capacidade de exprimir afeição, criando uma visão deformada do mundo, muito própria, onde sentimentos como o amor, a capacidade de entrega, ou a dádiva surgiram quase sempre (apenas) como moeda de troca.
O relato de Zidrou, desenvolvido em pequenos episódios auto-conclusivos e autónomos, estruturados de forma não cronológica, mas com um evidente fio condutor entre si, como quem constrói um puzzle vai-nos desvendando progressivamente a origem das marcas traumáticas que Léa carrega e que a transformaram no que é hoje. Pelo que realmente aconteceu, algumas vezes; pela forma como ela viu ou sentiu acontecer, outras.
O tom sensível e tocante da banda desenhada é acentuado pelo traço delicado de Springer, límpido, suave e despojado de pormenores para que se evidenciem os sentimentos que comandam e definem a história de Léa, narrada com a música de Bobby Lapointe como banda sonora.


24/01/2013

Comics Star Wars #1 – Clássicos #1




  



Roy Thomas, Don Glut e Archie Godwin (argumento)
Howard Chaykin, Steve leiloha, Rick Hoberg, Bill Wray, Frank Springer, Tom Palmer, Alan Kupperberg, Carmine Infantino e Terry Austin (desenho)
Planeta DeAgostini
(Portugal, 10 de Janeiro de 2013)
170 x 260 mm, 192 p., cor, cartonado
1,99 €



Antecipando a chegada às bancas portuguesas, na próxima 2.ª feira*, do segundo tomo (ao preço de 5,99 €) de um dos mais ambiciosos projectos aos quadradinhos que Portugal conheceu nas últimas décadas, justifica-se uma análise ao volume inicial da colecção Comics Star Wars.


Partindo do objecto (livro) em si é justo dizer que é uma boa edição, ao nível do papel, impressão e encadernação. Que – também por isso – merecia uma legendagem mais atenta, à qual não se pedia mais do que acompanhar a original, o que está longe de fazer, esquecendo uma equilibrada ocupação dos balões e ignorando (quase) totalmente as variações do tipo de letra para definir o rom de voz de cada um dos intervenientes.
Em termos editoriais, impunha-se a inclusão de textos de apoio que ajudassem a contextualizar a obra e situassem as diversas histórias dentro da vasta cronologia do universo Star Wars, fazendo também todo o sentido a indicação das datas originais de publicação e a inclusão d(e algum)as capas originais.
Quanto ao conteúdo em si, facilita se dividirmos este Clássicos #1 em duas partes.
Na primeira, encontramos a adaptação do primeiro filme “Star Wars” que estreou nos cinemas em 1977. Se de alguma forma pode ser considerada uma surpresa a entrega de uma adaptação cinematográfica deste género a dois nomes consagrados dos quadradinhos de super-heróis, Roy Thomas e Howard Chaykin, a verdade é que o traço deste último surge aos olhos do leitor como pouco cuidado e impreciso, com oscilações excessivas na definição dos intervenientes de prancha para prancha e pouco empenho na constituição dos cenários. Desconheço se o facto de a BD ter começado a ser editada passados apenas dois meses após a estreia cinematográfica teve um grande peso no resultado final (no que a prazos apertados diz respeito), mas a verdade é que os leitores – tal como Star Wars - mereciam – e esperavam -mais.
Em termos de argumento, Roy Thomas demonstra competência e consegue, mais do que adaptar o filme (o que geralmente significa que só quem o visionou desfruta em pleno da BD) transpor a história original para um novo suporte, mantendo fidelidade ao seu espírito e sem a descaracterizar.
Na segunda metade do livro, inicia-se a expansão do universo Star Wars através da BD, que ao longo dos anos haveria de atingir uma dimensão que, certamente, era de todo inimaginável quando estas bandas desenhadas foram criadas. Nelas, a situação de alguma forma inverte-se, pois enquanto os argumentistas parecem tactear em busca do melhor tom a adoptar pelo relato, que sofre com o aparecimento em catadupa de lugares e personagens novos de importância diversa, o traço vai melhorando – também em função da qualidade dos diversos arte-finalistas que por ela foram passando – mas em especial quando Carmine Infantino e Terry Austin assumem o desenho, elevando a qualidade gráfica da série - o que o tomo #2 virá (ou não) confirmar.
Em jeito de conclusão, pode dizer-se que este início – para o bem e para o mal – tem as marcas incontestáveis do estilo Marvel dos anos 1980. Mas esse é um “mal” necessário numa colecção deste género, de características cronológicas (embora não exaustivamente), que se propõe publicar perto de 14 mil pranchas de quadradinhos Star Wars!

Nota final
Na sequência da publicação deste texto, a Planeta DeAgostini informou-me que todos os volumes desta colecção serão distribuídos à segunda-feira. As datas indicadas no site da colecção estavam erradas e vão ser corrigidas.
Em complemento, lembro que a colecção Comics Star Wars será quinzenal até ao volume 9, passando depois a uma periodicidade semanal.



23/01/2013

A arte de... John Byrne
















The High Ways #1
John Byrne
IDW Publishing
(EUA, 16 de Janeiro de 2013)
US$ 3,99




22/01/2013

El Hombre Hormiga










Primera Temporada
Tom DeFalco (argumento)
Horacio Domingues (desenho)
Panini Comics
(Espanha, Dezembro de 2012)
170 x 260 mm, 112 p., cor, cartonado
13,95 €



Resumo
Recém-viúvo, filho de um pai que nunca lhe prestou atenção e que expulsou a mãe de casa, Hank Pym é um cientista genial, cujos inventos poderão mudar o mundo, desde que se consiga encontrar a si próprio no meio dos muitos problemas e inseguranças em que vive.
Esta é a (nova) origem do Homem-Formiga, recontada em tom juvenil.

Desenvolvimento
Se há coisa que a Marvel tem sabido fazer, ao longo de décadas de existência, recorrentemente, é recontar a origem dos seus protagonistas, apresentando-os a novos leitores e/ou adaptando-os aos novos tempos que correm, completando ou complementando as situações que estiveram na sua base, fortalecendo ou renovando a sua mística.
Embora algumas vezes com equívocos, opções (no mínimo) duvidosas ou mesmo traições às suas memórias e às memórias que os leitores deles guardaram.
No entanto é reconhecido que, nalguns casos, tornavam-se imperiosas rectificações pois aquilo que era aceitável para os leitores de há 30, 40, 50 anos, é hoje pouco credível ou mesmo ridículo, pela sua ingenuidade, inverosimilhança e/ou inconsistência.
Este é, aliás, o principal problema deste “El Hombre Hormiga”, a falta de coerência na forma como Hank Pym aumenta ou reduz o seu tamanho, libertando o gás de uma das ampolas que carrega no seu cinto, sem que isso afecte aqueles que o rodeiam. A isto há que acrescentar que também os objectos que lhe estão próximos ficam imutáveis, apesar de que tudo o que traz vestido ou na mão acompanha proporcionalmente as suas mudanças de tamanho…
Mas, deixemos isto de lado – que pertence aquela zona de credulidade necessária para desfrutar de relatos fantásticos como são os de super-heróis ou os de ficção-científica – e voltemos um pouco atrás.
A história de Tom DeFalco acentua o estado depressivo de Pym (…comum a vários outros heróis da Casa das Ideias) – em oposição ao seu génio inventivo – e como isso o torna um joguete nas mãos daquele que o querem explorar. O desejo de honrar a memória da mulher – também cientista – e de alguma forma de a fazer reviver através desse trabalho, dão-lhe as forças necessárias para prosseguir com a investigação que o levará a descobrir a fórmula do gás que altera a sua estatura e também uma forma de comunicar com insectos que, melhor do que os humanos, se virão a revelar verdadeiros aliados.
A descoberta, demasiado importante e financeiramente muito valiosa, desperta a cobiça do seu empregador que desde o início planeia apoderar-se dela para seu próprio proveito, transformando Pym num fugitivo, primeiro, e num super-herói, mais tarde.
É esta a base desta adaptação aos nossos dias da origem do Homem Formiga – publicada originalmente nos EUA, na colecção Season One, renovando o Ant Man criado em 1962, pelos geniais Stan Lee e Jack Kirby, na revista “Tales To Astonish #27”, que deverá protagonizar um dos próximos filmes da Marvel, daí este “regresso ao seu passado”.
Escrita de forma competente por Tom DeFalco – apesar da explicação por dar, pelo menos até agora, das razões que levaram à morte de Maria - aqui e ali com bem conseguidos apontamentos de humor que ajudam a libertar alguma da tensão que se vai acumulando, tem por público-alvo uma faixa etária essencialmente juvenil (com o claro propósito de conquistar novos leitores), quer pelo tom da escrita, quer pelo traço solto, linear e bastante legível de Horacio Domingues, que consegue de forma satisfatória resolver ao nível gráfico, as questões relacionadas com as sucessivas alterações de tamanho (e consequentemente de escala) do protagonista.
E cujo trabalho pode ser analisado com maior pormenor no dossier que encerra o volume, onde são reproduzidas como esboço, desenhadas a lápis e passadas a tinta algumas das páginas do livro.


21/01/2013

Keos #1 - Osíris












Jacques Martin (argumento)
Jean Pleyers (desenho)
NetCom2 Editorial (Portugal, Dezembro de 2012)
235 x 315 mm, 48 p., cor, cartonado
15,00 €



Resumo
Após a morte de Ramsés II, o seu escudeiro é levado para morrer com ele. No seu lugar, para servir o novo faraó Mineptah, fica o seu filho, o jovem Keos, elevado à categoria de príncipe.
Protegido pelo deus Osíris, que lhe entrega um anel de fantásticos poderes, Keos – com o auxílio de um surpreendente aliado, Moshe (aliás Moisés) - terá que preservar a vida do seu soberano, ameaçado pelas intrigas da corte e a ambição dos sacerdotes de Ámon.

Desenvolvimento
Para os (muitos) apreciadores de Jacques Martin (e consequentemente de Alix) existentes em Portugal, a edição deste álbum, uma das duas apostas iniciais da NetCom2 Editorial – a outra foi “As Investigações de Margot” - terá sido certamente uma grata surpresa, até pelos diversos pontos de contacto entre ambas: o protagonismo de dois jovens nobres, Alix e Keos; a conjugação entre as personagens criadas e os protagonistas da História (com o Moisés dos quadradinhos a desviar-se sensivelmente da imagem geralmente transmitida pela religião e a tradição judaico-cristãs); o contexto histórico que serve de base à acção ficcional; as intrigas políticas e religiosas como mote; a minúcia e consistência do argumento de Martin, com a habitual dose de ingenuidade e moralidade que geralmente lhe associamos e que são sinal distintivo de uma certa forma de narrar aos quadradinhos que marcou uma época…
Como “extras”, por assim escrever, “Keos” transfere a acção da corte (e do império) de Roma para o (não menos estimulante) império egípcio - onde Alix viveu também várias aventuras - e assume uma componente mística e fantástica, pouco habitual na obra de Martin, que confere ao relato um tom algo surpreendente.
O traço de Pleyers – fiel discípulo do estilo do mestre e um dos mais capazes que com ele trabalhou – bem trabalhado em termos de colorido, que consegue transmitir ao leitor o clima quente e sufocante em que decorre a maior parte do relato, ajuda a compor o conjunto e não será difícil que a visualização de muitas das pranchas dê a observadores distraídos a sensação de estarem a revisitar Alix.

A reter
- Repito o que já escrevi: uma nova editora de BD é sempre uma boa notícia, mesmo que muitos possam não estar interessados nas suas propostas. Outros estarão.
- O toque de fantástico que surge como nota distintiva no relato.
- A curiosidade da participação – activa e preponderante - de Moisés.

Menos conseguido
- Também já o escrevi: a parca distribuição deste álbum (disponível apenas online e em lojas seleccionadas) o que lhe retira visibilidade e, consequentemente, vendas(?).
- A legendagem, muito diferente do original – embora próxima da que é habitual em Alix… – com a agravante de uma estranha opção pelo centrar do texto em todos os balões.


Blogues do Ano 2012 (2)









Terminada a primeira fase da votação, o blog As Leituras do Pedro continua como um dos candidatos à distinção de Blog do Ano 2012, na categoria de Banda Desenhada, uma vez que integra o lote de cinco finalistas.
Tal como fiz na primeira fase, apelo aos que por aqui costumam passar que votem – de preferência em As Leituras do Pedro! – mas que votem, para que o resultado final possa ser o mais significativo possível.
Para votar: depois de clicar na ligação ao lado, assinalar o círculo ao lado do título do blog escolhido e, de seguida, clicar o botão “vote”, por baixo dos cinco nomeados.
Resta dizer que esta segunda fase decorre até ao próximo sábado, dia 26, e que é possível repetir a votação a cada 24 horas. O vencedor será divulgado no dia 27 de Janeiro.
Os cinco finalistas são:
A todos que permitiram que As Leituras do Pedro aqui chegassem, o meu muito obrigado.

20/01/2013

Mortadela e Salamão, 55 anos de trapalhadas explosivas






  



Há 55 anos, o país vizinho assistia ao nascimento de duas das mais atrapalhadas e perigosas personagens que a banda desenhada já conheceu. Tinham nome de carne de porco – Mortadela e Salamão – e eram criação de Francisco Ibañez.

Fazendo jus à tradição das hisporietas, o título original – “Mortadelo y Filémo, agencia de información” –rimava, e o modelo satirizado era a dupla Sherlock Holmes/Dr. Watson.
Nessa primeira aparição, ainda a preto e branco, que teve lugar na mítica revista espanhola “Pulgarcito” n.º 1394, da Editorial Bruguera, corria o dia 20 de Janeiro do ano de 1958, Mortadelo e Salamão apresentavam visuais diferentes, eram os únicos detectives de uma agência e as histórias, de uma única página, terminavam sempre com o fracasso da sua investigação.
Depois, no final da década de 60, as histórias cresceram, ganharam cor, multiplicando-se os trocadilhos, situações absurdas, crítica social e gags visuais, os heróis passaram a agentes secretos da T.I.A. (Técnicas de Investigação Aeroterráqueas), continuando especialistas nas maiores confusões. Tiros, explosões, quedas abruptas, choques eléctricos, com as consequentes fracturas, queimaduras, perda de membros – tudo provisório, claro - eram o seu pão quotidiano, com o chefe Salamão (Filémon no original) a ser quase sempre a vítima da total inépcia de Mortadela.
Na narração das suas aventuras, em ritmo muito acelerado apesar da profusa utilização de diálogos palavrosos e de vinhetas repletas de pormenores, Ibañez, nascido em 1936, optou por um traço arredondado, muito ágil e dinâmico e pelo recurso frequente a metáforas visuais (conforme as situações, Mortadela pode aparecer como uma tartaruga, um cão, uma máquina ou um veículo…) que se tornaram uma das imagens de marca da série.
Recorrentemente, ao lado dos protagonistas, surgem o Super, director da T.I.A, o Doutor Bactério, inventor dos mais bizarros engenhos, todos com a particularidade de não desempenharem a função para que foram criados, e a volumosa Ofélia, vítima dos remoques de Mortadela.
Entretanto, em meados dos anos 80, um diferendo com o editor levou Ibañez a perder os direitos das suas personagens, que seriam continuados – com menos originalidade e interesse - por diversos outros autores, alguns dos quais se tornariam depois c colaboradores de Ibañez, numa fase híbrida dos dois trapalhões.
Já nos anos 90, com o criador original de novo à frente dos seus destinos, esta banda desenhada passou a explorar temáticas na moda ou eventos mediáticos, como os recentes Jogos Olímpicos de Londres, local de uma das suas mais recentes barafundas.
Ainda em publicação, com quase duas centenas de álbuns, Mortadelo e Salamão saltaram das páginas da BD para desenhos animados logo nos anos 60 e, depois, para longas-metragens de animação ou com intérpretes de carne e osso (com Benito Pocino e Pepe Viyuela como protagonistas), um musical e diversos videojogos.
Apesar da proximidade geográfica, Mortadela e Salamão (a exemplo de outros sucessos da Editorial Bruguera) não conseguiram repetir o êxito em Portugal, onde mesmo assim foram editados perto de duas dezenas de títulos, a maior parte deles nas décadas de 70 e 80, com a chancela da Paralelo.
Já este século, houve duas ténues tentativas de fazer regressar as suas aventuras ao mercado português, primeiro pela Meribérica (“Fórmula 1”, 2001) e depois pela ASA (“Estrelas de Cinema”, 2005).

(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 20 de Janeiro de 2013)


A arte de… André Araújo














X-Treme X-Men 7.1
Greg Pak (argumento)
André Araújo e Raul Valdes (desenho)
André Araújo, Lorenzo Ruggiero e Walden Wong (arte-final)
Rachelle Rosenberg (cor)
Marvel Comics (EUA, 12 de Dezembro de 2012)
170 x 260 mm, 32 p., cor, comic-book
$ 2,99 US

19/01/2013

Selos & Quadradinhos (94)


Stamps & Comics / Timbres & BD (94)


Tema/subject/sujet: Kid Paddle (Philatélie de la Jeunesse)
País/country/pays: Bélgica/Belgium/Belgique
Data de Emissão/Date of issue/date d'émission: 21/01/2013

18/01/2013

Leituras nas bancas


Janeiro 2013
Revistas periódicas de banda desenhada este mês disponíveis nas bancas portuguesas.


Antecipando a (previsível) chegada dos Novos 52 a Portugal, no próximo mês, algo que As Leituras do Pedro continuam a tentar confirmar junto da editora, este mês só será distribuído um único título da DC Comics, ainda da fase anterior ao recomeço da cronologia daquele universo.


Manga
Este mês não há títulos de manga disponíveis.



Bonelli em Janeiro


Devido a um atraso no desalfandegamento, os títulos anunciados para o mês de Dezembro não chegaram a ser distribuídos, pelo que esta lista é igual à anterior.
Como tem sido habitual, por decisão da distribuidora VASP, os títulos de Tex disponíveis mensalmente, serão distribuídos em duas fases, com intervalo de duas semanas, a primeira das quais no final deste mês.

Tex #483

Tex Almanaque #42

Tex Coleção # 275

Tex Edição Histórica # 82

Tex Ouro # 52

DC Comics em Janeiro


DC Comics (Panini Comics)
Antecipando a (previsível) chegada dos Novos 52 a Portugal, no próximo mês, algo que As Leituras do Pedro continuam a tentar confirmar junto da editora, este mês só será distribuído um único título da DC Comics, ainda da fase anterior ao recomeço da cronologia daquele universo.

Liga da Justiça #114

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