Já
o escrevi repetidamente: muitas vezes, mais importante do que aquilo
que se conta, é a forma como se conta. Mesmo quando,
como
no
caso desta introdução de Raven,
nem sempre tudo seja bem contado.
Ultrapassado
o degredo a que foi condenado no final da Segunda Época, Mattéo
está de volta à pequena vila
de Collioure. Está de férias - pagas, novidade de então! - com
Paulin, a quem a participação na Primeira Grande Guerra deixou
cego, a bela enfermeira Amélie e Augustin, companheiro desta última.
Com a Guerra Civil espanhola a redobrar de intensidade, é altura
para reencontros diversos - com Juliette à cabeça - para algumas
surpresas e adiar mais uma vez decisões.
Já
o afirmei aqui - penso eu…? - que Jeff Lemire é uma das minhas
referências actuais e isso deve-se essencialmente aos seus
argumentos para Black Hammere
Gideon Falls.
Lê-lo,
agora como autor completo - o que não é para mim uma primeira vez -
revela o que de melhor sabe fazer - contar histórias - mas
comprova também
um
autor graficamente limitado.
Por
razões que até seria interessante considerar mas que não é agora
o momento para o fazer, a Itália tem sido capaz de manter uma
indústria de banda desenhada verdadeiramente popular - na tripla
vertente temática, comercial e financeira.
Se
as séries da Sergio Bonelli Editore, recorrentemente trazidas aqui,
são - para nós? - a sua face mais conhecida, Diabolik,
da Astorina, é outro exemplo relevante - sendo que há autores comuns.
Se
há algo que fica desta crise provocada pela pandemia de Covid-19, é
a diversidade das propostas digitais das diversas editoras. Desta
vez, deixo uma compilação de revistas periódicas, com conteúdos
variados.
A
recente edição do terceiro tomo de Mattéo
em Portugal, retomando a série de que a Vitamina BD lançou os dois
primeiros há cerca de uma década, levantou alguma polémica e algumas dúvidas
legítimas junto dos potenciais leitores. Para as tentar esclarecer,
As
Leituras do Pedro
colocaram por correio electrónico três perguntas à Ala dos Livros,
a quem se agradece a disponibilidade e as rápidas respostas que
podem conferir já a seguir.
Há
três formas de abordar “Após um Longo Silêncio”, mais um livro
- o quarto ou o quinto, conforme o ponto de vista… - de Dylan Dog
editado por A Seita.
Iniciada entre nós pela Vitamina BD há mais de uma década e continuada agora pela Ala dos Livros, a série Mattéo revisita alguns dos momentos mais
marcantes da História do século XX.
Fá-lo, não do ponto de vista dos eruditos ou
dos compêndios do género, privilegiando antes a ‘pequena’
História, aquela que foi vivida no local por tantos (meros)
figurantes anónimos - mas sem os quais nada do que conhecemos hoje
teria tido lugar.
Na Primeira
Época (1914-1915) revive a guerras
das trincheiras, enquanto que na Segunda
Época (1917-1918) se acerca da
revolução soviética.
Conhecendo
já
Victor
Santos de relatos policiais de tom negro e violência a rodos, em
que o grafismo, inevitavelmente, embora com todas as diferenças
óbvias, evoca o de Frank Miller em Sin City, avancei para este Intachable
ancorado
em certezas que - para o bem e para o mal - se revelaram infundadas,
com o que eu dava como certo a sair (mais ou menos) gorado num relato
sobre o compadrio, as relações esconsas
e a corrupção activa, existentes entre a política e o sector da
construção. Em Espanha, no caso, como poderia ser em Portugal - ou,
certamente, em diversas outras latitudes e/ou longitudes.