Os
múltiplos sons do silêncio
Já
abordei aqui, sob vários prismas, a série Armazém
Central
- uma das grandes séries de BD deste século, sobre a vivência
quotidiana numa pequena aldeia do Quebeque, no início do século XX,
e sob os efeitos da chegada da dita civilização moderna - mas
perante a sua reedição pela Arte de Autor, sinto-me na obrigação
de fazer
nova chamada de atenção, para que o máximo de autores a possam
conhecer.
Mesmo
sabendo que já atempadamente escrevi aqui no blog sobre o volume #2
Serge e sobre o volume #3 Os
homens,
a
recente chegada às livrarias do díptico que os contém leva-me,
desta
vez, a
escrever
sobre silêncios.
E
agora algo (não) completamente diferente...
Tenho
Deadwood
Jack como
um dos melhores westerns
que
li nos últimos anos. E podem ter a certeza que têm
sido
muitos - e bons! - os
westerns
que
tenho lido.
As
principais razões? A cor negra do protagonista e o humor - também
negro - que pontua os
relato.
Neste
terceiro volume, encontrei algo diferente. Mas igualmente
muito aconselhável.
Mega-leitura
Regresso
à Méga Spirou porque há um novo número disponível em alguns dos
quiosques e bancas nacionais e
porque me parece que é - ou pode ser - uma leitura a
um tempo descontraída,
interessante e diversificada.
Os
heróis também contam
Com
a independência da Argélia em pano de fundo e um voo de
repatriamento como cenário de quase todo o álbum, Non-Retour
tem
um cunho auto-biográfico e ficou tragicamente marcado pelas
vicissitudes da vida.
Desencanto
Depois
da Grande Guerra, depois da Revolução russa e ultrapassado o
intróito francês, Mattéo mergulha noutro grande conflito do século
XX europeu: a Guerra Civil espanhola.
Mas
é um Mattéo diferente - envelhecido, mais maduro, escreverão
desabridamente alguns - desencantado (cada vez mais) com os ideais, a
vida e onde uns e outros o levam. Mesmo que ambos lhe continuem a dar
tanto.
Sangue
a rodos
Livro
de estreia da Sendai Editora, mais do que uma alternativa, Panorama
do Inferno apresenta-se
como um complemento às séries de manga que a Devir tem publicado
entre nós. Os leitores do género vêem alargado o leque de escolhas
e esta edição sobre um artista
que pinta com o próprio sangue as suas visões do inferno pode ser
também um piscar de olhos aos que ainda hesitam em mergulhar na
banda desenhada de origem japonesa.
Experiências...
Por
vezes, quando abrimos um álbum ou (cada vez menos…) uma revista
de BD, esquecemos todo o trabalho editorial que esteve por detrás do
que nos chega às mãos, quase nos parecendo que ela surgiu de
geração espontânea ou por
obra
de um qualquer génio - e alguns até o são, mas…