Confronto final
Rome
é uma pacata cidadezinha semi-rural, na Virgínia Ocidental, algures
na América profunda.
É
lá que, aos poucos, alguns habitantes vão sendo acometidos por uma
estranha tosse e um comportamento ausente, que se torna violento, que
o reverendo Anderson classifica como possessão, iniciando uma
cruzada de exorcismos que apenas tem como resultado o estender do
fenómeno.
Polivalência
Jorge
Miguel, nascido
em 1963, deu nas vistas na BD com uma biografia de Camões e um álbum
sobre o Fado. De comum aos dois, a faceta histórica retratada com um
traço semi-caricatural.
Num
percurso que o seu país não foi capaz de alimentar, trabalha
actualmente para França,
tendo
a Arte de Autor e A Seita editado há pouco mais de um
ano Shangai Dream, uma história romântica e um tributo ao cinema, ambientada
na II Guerra Mundial, em que o traço evoluiu para um estilo mais
realista, que reencontramos em Sapiens
Imperium,
o seu trabalho mais recente proposto pelas mesmas editoras.
Uma outra forma de ser
Quando
falamos em narrativas de prisão, naturalmente vêm de imediato à
mente duas temáticas - muitas vezes complementares: as grandes
fugas, por um lado, ou as histórias hiper-violentas sobre a dura
realidade quotidiana de quem está preso, sujeito à prepotência dos
guardas ou à opressão dos gangs.
Mas
esqueçam-nas quando pegarem neste livro. Obra autobiográfica de
Kazuichi Hanawa, é quase um documentário sobre a vida na prisão
japonesa onde o autor cumpriu pena por posse de réplicas de armas
não autorizadas.
A dura realidade das histórias
verdadeiras
1832.
Canterbury, Connecticut, Estados Unidos. Prudence Crandall decide
alargar a sua escola para raparigas, a jovens negras.
Branco
em Redor, parte deste episódio histórico para traçar um
retrato desconfortável de um tempo, uma época e uma postura que
tende a repetir-se ciclicamente, mesmo que com outras cambiantes e
noutras latitudes.
Oportunidade
perdida ou...
...ou,
espero eu, simplesmente adiada. Porque, subintitular uma revista como
Le
meilleur des cent ans de Dupuis e
depois limitar o seu conteúdo apenas à última década, década e
meia
(ou pouco mais...) é,
no mínimo, enganar os leitores.
Mas,
atenção! Isto não invalida que eu aconselhe - e muito! - a compra
deste número.