Evocação
Se
a primeira chamada de atenção foi a forma como a capa emula - pelo
menos na minha memória… - uma colecção de adaptações
de clássicos (?)
- embora maquete gráfica e ilustração não combinassem - foi a sua
distinção com o Premio Nacional de
Comic 2022 que
me fez olhá-lo com outros olhos.
A
descoberta da sua temática convenceu-me a comprá-lo e em boa hora o
fiz.
Sem enquadramento
Colectânea
de seis contos tradicionais, este livro foi uma das boas propostas
surgidas no recente Amadora BD, um daqueles que considerei inserida em ‘outros mercados’.
Recuperar
a obra de Artur Correia é muito importante, mas
este é apenas um primeiro e curto passo.
Representante
maior (possivelmente)
do humor na banda
desenhada portuguesa, para além destes contos o
autor tem uma obra imensa e
muito interessante, de que outro exemplos também deveriam estar
disponíveis para os leitores de hoje.
Biografia
de autor anónimo
Como
traçar a biografia de um autor desconhecido? A resposta não é
simples, mas O seu nome é Banksy, recém-editado pela Iguana,
uma nova chancela da Penguin Random House, (também) dedicada à
banda desenhada, apresenta uma hipótese viável.
Os
autores, os italianos Francesco Matteuzzi e Marco Maraggi, optaram
por construir uma narrativa em torno da obra e das eventuais
motivações do street artist mais famoso, por muito paradoxal
que isto possa soar.
Surpresas na continuidade
Escrevendo
por cima do texto que escrevi aqui sobre o primeiro volume da série
U-Boot,
acabei por manter o título que então utilizei, porque esta nova colecção
ASA/Público foi por um lado uma surpresa - atendendo até à falta
de informação sobre ela - mas por outro mantém a temática
belicista associada à II Guerra Mundial que de alguma forma tem
caracterizado as propostas desta parceria.
Com
aspectos positivos mas ainda muitas incógnitas, o arranque de
O Grão-Duque
parece ter agradado aos leitores, a julgar pelos comentários nas
redes sociais.
Em
anos recentes, tem-se falado - e escrito - recorrentemente como o
mercado português de banda desenhada tem crescido. Por um lado, na
quantidade, que é visível
nas estantes e nas
bolsas vazias
de
quem compra BD; por outro, na qualidade, que é inegável, de obras e
edições. E, num terceiro aspecto não menos importante, na
diversificação de públicos, tendo acabado de vez - penso eu - a
velha ideia de que há em Portugal um pequeno núcleo de leitores de
BD que compra tudo.
O
recente Amadora BD mostrou este mesmo mercado a dar mais um salto em
frente, ao serem propostas obras que recuperam clássicos nacionais
ou que reflectem sobre a BD - nacional, mas não só...