Há
quem considere o western um
subgénero espúrio, que não passa de um conjunto de estereótipos
mal alinhavados - ou alinhavados de forma previsível e sempre igual
- mas a verdade é que no western -
como em todos os outros
géneros, subgéneros e classificações menos ou mais estanques - há
uns que são mais iguais do que outros. E
depois, há os que são diferentes e são obras-primas tout
court. É o caso de Undertaker,
comocomprovado
à
saciedade, tomo após tomo.
Com
um certo afastamento para me dar tempo para acomodar o primeiro livro
de Black
Crowno
meu ‘registo de catalogação e classificação internos’, no
final da leitura destes dois volumes que funcionam como um díptico
(quase)
independente de leitura autónoma,
senti-me mais entusiasmado do que, sinceramente, estava a prever.
Costuma
dizer-se
que ‘De
Espanha nem bom vento nem bom casamento.’
e faço
a citação mesmo sabendo quem
me conhece como gosto pouco de ditos e provérbios, embora aceite
que possam
ter um fundo de
verdade ou da
chamada sabedoria popular. No
caso
vertente, não
sei a
razão ou
a justeza do
que atrás ficou escrito. Nem
me interessa.
Mas
sei, e escrevo-o com segurança, que
de Espanha tem
vindo muita
e boa banda desenhada e
podia até vir mais.
Amigo do
Diabo,
segundo volume da série Reckless,
acabado de editar em português pela G. Floy, de alguma forma combina
a autobiografia, por força do regresso do argumentista Ed Brubaker
às suas próprias recordações, com a ficção sociológica de tom
policial, devido ao
mergulho num passado colectivo que pertence a todos os que viveram os
horríveis anos 80…