As
palavras acima, descrevem os sentimentos que muitos poderão sentir
perante Juventude, o mais
recente livro de Marco Mendes. Passo
à explicação, já a seguir.
Num
momento editorial estimulante, em que já se tornou comum a edição
integral de séries, certamente poucos se terão apercebido que os 6
volumes de Tango demoraram
apenas 13 meses a serem editados (Agosto 2021/Setembro 2022). Não
sei se será um recorde para edições de livraria, mas que merece
ser sublinhado, sem dúvida.
O
Zorro - tal como Tarzan, o
único exemplo equiparável que me ocorre agora
- embora tenha nascido na literatura, graças à imaginação de
Johnston McCulley, tornou-se parte integrante do imaginário popular
ao longo de décadas, graças aos bons serviços prestados pelo
cinema e pela banda desenhada, artes nas quais se sucederam as
abordagens que contribuíram para o alcandorar - a ambos, aliás - ao
estatuto de mito(s). O
acaso, deixem-me escrever assim, juntou (quase simultaneamente)
nas minhas leituras, duas antologias da personagem que estavam na
minha lista de desejos há algum tempo.
Acabado de
editar pelas Edições ASA, Diário
de um ingénuo
vem suprir uma lacuna relevante no panorama editorial português: a
ausência dos ‘Spirou
de autor’,
assim designados pela liberdade criativa que é dada aos autores que
imaginam aventuras do jovem groom
de hotel fora da sua cronologia oficial.
Bruno
Brazil continua a viver as suas ‘novas aventuras’ e a Gradiva
continua a acompanhar a edição
original francófona.
Num tempo em que o acesso às edições em
francês
- no caso - é tão fácil, isto é fundamental para que os leitores
portugueses as descubram na sua língua. Bollée
e Aymond estabeleceram os parâmetros desta ‘ressurreição’ nos
primeiros volumes e mantêm-se fiéis a eles, pese embora o facto de
entretanto terem passado mais de quatro décadas sobre
a data das primeiras aventuras de Brazil.