A
confirmação
Volto
-
brevemente - a esta
magnífica
obra de Matthias
Lehmann
porque,
na leitura do primeiro volume posso involuntariamente ter deixado no ar algo que quero confirmar.
Recordar
a infância e questionar estereótipos
Distinguido
com o Prémio Revelação no Amadora BD 2023, 7
Senhoras,
então em auto-edição da autora, chega agora às livrarias numa
edição cuidada da Ala dos Livros, aumentada com uma história
inédita e um prefácio de Nicoletta Mandolini.
Questionar
a pintura e o acto criativo
Barcelona,
últimos estertores do século XIX. Vidal, Balaguer i Carbonell,
considerado pelos seus pares um dos prodígios do modernismo catalão,
está cada vez mais introvertido e irascível. Suspenso
o mecenato do pai, que sempre o apoiou, recusa separar-se dos seus
quadros, perdendo vendas avultadas e a possibilidade de pagar as
muitas dívidas e endireitar a sua vida.
O
início desta espiral descendente coincidiu com a desaparecimento de
Mar Noguera Monzó, sua musa e amante, após a pintura de um belo
retrato dela.
Histórias
que não existem
Quarto
volume da colecção Obras de Pratt, que a Ala dos Livros nos tem vindo a propor, este é, parece-me,
o mais interessante e ao mesmo tempo desafiador de todos.
Nestes
três relatos cruzam-se homens e demónios, crenças e crendices, o
sagrado e o profano, fé e a falta dela, imaginação, tradições,
lendas e superstições, com a linha ténue entre todas raramente
recta e difícil de seguir.
A
importância da memória
Há
momentos da História que convém não deixar cair me esquecimento.
O
que os nazis fizeram aos judeus durante a II Guerra Mundial, é um
desses casos e livros como esta adaptação em banda desenhada do
romance A
bibliotecária de Auschwitz,
de António Iturbe, são muito importantes para que as gerações
mais novas tenham noção de certos acontecimentos - mesmo que
incompleta e parcial porque seria impossível descrever numa obra
para os mais novos toda a brutalidade, crueldade e bestialidade que
foi empregue nos campos de concentração.
Segunda
entrevista do mês, no âmbito da colecção Clássicos da Literatura Portuguesa em BD, editada pela Levoir e a RTP, apresenta
as opiniões de Carina Correia e Joana Afonso, responsáveis pela
adaptação de Maria Moisés,
de Camilo Castelo Branco.
As
respostas, obtidas por correio electrónico, estão já a seguir.
Uma
história como eu gosto
Sim,
esta é uma história como eu gosto.
Como já detalhei anteriormente, começa
com uma base suficientemente aliciante, um médico apostado em salvar
vidas sem olhar a quem, envolve-se na perseguição de um assassino
em série que inadvertidamente tratou, para o apanhar e limpar o
próprio nome.
A
violência visceral inerente ao ser humano
No
atual panorama editorial de banda desenhada europeia, com algumas
ramificações noutras latitudes, há duas constatações
inevitáveis. A primeira, o crescimento exponencial da adaptação de
romances da literatura, de certa forma num regresso a uma prática
que algumas décadas atrás tinha outras justificações. A segunda,
umbilicalmente ligada à primeira, é a qualidade de muitas dessas
versões que recriam de forma completa e memorável, numa nova
linguagem, as histórias dos romances originais. O
Deus das Moscas,
assinado por Aimée de Jongh, que a ASA acaba de editar em simultâneo
com a edição original, é um dos exemplos possíveis.