30/07/2024

Os Olhos de Barthô

O que vemos quando olhamos?


A sinopse afirma que 'desde o nascimento, Barthô vê o mundo de um jeito muito peculiar'; vê-o com os olhos de uma pessoa 'simples', deixem escrever assim, sem maldade e com muita inocência.
O mal - dele e nosso, porque todos somos influenciáveis e tantas vezes vemos o que os outros querem e não o que está lá - é quando supostos amigos turvam e distorcem essa sua visão.

29/07/2024

Erva

Um documentário trágico e chocante


Num mercado que continua a dar sinais de crescimento e diversificação, a presença da coreana Keum Suk Gendry-Kim já começa a ser natural; depois de no ano passado nos terem sido propostos Alexandra Kim (Levoir) e A espera (Iguana), agora, esta última editora sugere Erva, mais uma história real, sobre as adolescentes e mulheres que foram utilizadas pelos japoneses como escravas sexuais durante a II Guerra Mundial.

23/07/2024

Presas Fáceis - Abutres

A denúncia como objetivo primário


Há alguns autores que, por razões diversas, caíram no goto dos editores e dos leitores nacionais. Miguelanxo Prado, com uma longa relação com o nosso país desde 1985, quando foi convidado do 1.º Salão de BD e do Fanzine, no Porto, pela sua inegável qualidade e pela relevância da sua obra no panorama da banda desenhada internacional, é um desses raros casos. Dessa forma, temos tido acesso a cada um dos seus novos trabalhos, em simultâneo ou quase com as edições originais. "Presas Fáceis - Abutres, numa belíssima edição da Ala dos Livros, é a sua obra mais recente.

22/07/2024

Miséricorde

Distracções de escritor


Um dos argumentistas que marcou indelevelmente as últimas décadas, no que à BD diz respeito, foi indubitavelmente Jean Van Hamme. Thorgal, Blake e Mortimer, Western, Wayne Shelton, Os Mestres Cervejeiros, História sem Heróis, Largo Winch, Lady S., Tony Stark, Corentin, O Grande poder do Chninkel, Arlequin, XIII são, entre séries e one-shots, surgidas na memória ao correr dos dedos pelo teclado, uns poucos exemplos do muito - de bom e muito bom - que os leitores de (boas) bandas desenhadas de aventuras lhe devem.

19/07/2024

Butterfly Beast II #1 e #2

A esvoaçar

Uma das coisas boas que me tem proporcionado o ser leitor, é a quantidade de vezes que já fui agradavelmente surpreendido por obras sobre as quais não tinha (grandes) expectativas. A segunda 'temporada' de Butterfly Beast foi a mais recente.

Lançamento: Novela Gráfica VIII - #02 O Jogo da Morte

Levoir/Público

17/07/2024

O Corvo VII - O Despertar dos Esquecidos

Não é herói quem quer

"Eu? Eu sou um herói!"
O Corvo in O Despertar dos Esquecidos



Volto a pedir emprestada uma frase de uma entrevista do Luís Louro que já utilizei por aqui: "sempre gostei mais de ler aventuras de heróis que já conhecia, do que histórias isoladas… Permite irmos conhecendo e desenvolvendo as personagens de um modo mais consistente."
Mas o ideal, acrescento eu, é quando herói que (re)conhecemos se apresenta de modo completamente diferente e nos surpreende, sem deixar de ser ele. Como acontece, desta vez, com o Corvo.

16/07/2024

O Fotógrafo de Mauthausen

Imagens hediondas em nome da verdade




Preservar a memória é fundamental num tempo em que a informação - e a falta dela - é tão etérea e passa tão depressa quanto surge: à velocidade de um clique.

12/07/2024

Léa não se lembra como funciona o aspirador

Por detrás das aparências




Já com uma nova 'temporada' da colecção Novela Gráfica em curso, volto à anterior, a um dos títulos que - confesso - na altura deixei passar. Hesitei na altura, seduzido pelo estranho título mas, felizmente, ainda fui a tempo de corrigir essa decisão.

11/07/2024

Táxi Amarelo

Sozinho no meio da multidão 




Táxi Amarelo é mais uma prova - completamente desnecessária porque isso é algo adquirido - do talento narrativo de Chabouté, do seu virtuosismo a preto e branco, comprovado pelo facto de serem as páginas sem texto aquelas que adquirem maior impacto - visual e narrativo.

10/07/2024

Madeleine, Résistante #1

Mais do que temática geracional




A minha geração - possivelmente por influência da anterior, que viveu, mesmo que à distância (e com a sombra guerra colonial de perto) os efeitos da II Guerra Mundial, sempre teve uma apetência especial por esta temática.

09/07/2024

Black Magick - O primeiro livro das sombras

Bruxaria e terror em relato policial



Black Rowan e Morgan Chaffey são parceiros na polícia de Portsmouth. A sua relação tem anos e prolonga-se para lá do trabalho, no domínio particular, abrangendo a mulher dele, grávida do primeiro filho. A relação de ambos, com a profunda confiança que o trabalho obriga, é uma profunda amizade, que esvazia a evidente atracção sexual entre ambos.

04/07/2024

Xaveco: Vitória

Nem sempre ganha quem chega em primeiro



Continuando a expandir o universo Grahic MSP, já indiscutivelmente um universo alternativo da Turma da Mônica original, agora cabe a Xaveco dar o salto, neste caso literalmente, porque passa de eterna personagem secundária a protagonista da sua própria edição - neste momento distribuída em Portugal.

03/07/2024

Boa noite Punpun #1

Claramente fora do contexto


Um pai que bebe e bate na mãe, a indiferença que esta lhe manifesta, a partida da rapariga por quem estava perdida e platonicamente apaixonado, a chegada de uma nova aluna que será nova paixão similar, as dificuldades de inserção e aceitação pelos colegas da mesma idade, a descoberta do sexo e do outro sexo, são as constantes do dia-a-dia penoso de Punpun, à entrada da adolescência.
Nada de muito original ou diferente, portanto, mas....

02/07/2024

Trilogia Filipe Seems

Numa Lisboa entre o real e o onírico

Há bandas desenhadas - romances, discos, filmes... - que pela sua qualidade intrínseca, obviamente, mas também pela importância específica que tiveram no momento do seu lançamento e/ou do contributo que tiveram para a evolução do género em que estão inseridas, porque marcaram momentos da vida cultural do país - do mundo... - deveriam estar sempre disponíveis para aquisição, para fruição .
A Trilogia Filipe Seems, de Nuno Artur Silva e António Jorge Gonçalves, que a ASA acaba de reeditar para assinalar os 30 anos da sua estreia, é um desses casos, principalmente no que respeita a Ana, o álbum inaugural.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...