Um
dos argumentistas que marcou indelevelmente as últimas décadas, no
que à BD diz respeito, foi indubitavelmente Jean Van Hamme. Thorgal,
Blake e Mortimer, Western, Wayne Shelton, Os Mestres Cervejeiros,
História sem Heróis, Largo Winch, Lady S., Tony Stark, Corentin, O
Grande poder do Chninkel, Arlequin, XIII
são, entre séries e one-shots,
surgidas na memória ao correr dos dedos pelo teclado, uns poucos
exemplos do muito -
de bom e muito bom - que
os leitores de (boas) bandas desenhadas de aventuras lhe devem.
Uma
das coisas boas que me tem proporcionado o ser leitor, é a
quantidade de vezes que já fui agradavelmente surpreendido por obras
sobre
as quais não tinha (grandes)
expectativas.
A segunda 'temporada' de Butterfly
Beast foi
a mais recente.
Volto
a pedir emprestada uma frase de uma entrevista do Luís Louro que já utilizei por aqui: "sempre
gostei mais de ler aventuras de heróis que já conhecia, do que
histórias isoladas… Permite irmos conhecendo e desenvolvendo as
personagens de um modo mais consistente." Mas
o ideal,
acrescento eu,
é quando herói que (re)conhecemos se apresenta de modo completamente
diferente
e nos surpreende, sem deixar de ser ele. Como acontece, desta vez, com o Corvo.
Preservar
a memória é fundamental num tempo em que a informação - e a falta
dela - é tão etérea e passa tão depressa quanto surge: à
velocidade de um clique.