O
tamanho, o tamanho...
Regresso
ao tema das histórias curtas, com duas afirmações que sei que
podem ser
polémicas:
-
É possível uma história curta transmitir tanto prazer ao leitor
quanto uma história longa;
-
Uma história curta pode dar tanto ou mais trabalho (a escrever) que
uma longa.
Justifico-me
já a seguir.
Um
livro, várias selvas
Eu
- como tantos da minha geração -
descobri (alguns
d)os
clássicos da literatura, nas versões - animadas e/ou em BD - da
Disney (com
as segundas a adaptarem as primeiras).
Delas,
passei,
algumas vezes,
ao longo dos anos,
a adaptações mais realistas, a versões romanceadas juvenis ou
mesmo aos romances originais.
Em
transição...
Publicação
de e para fãs, a Revista do Clube Tex Portugal tem sabido afirmar-se
para lá daquela condição inicial incontornável, assumindo-se como
projecto consistente e credível, liberta do espírito de 'carolice',
muitas vezes associado a este tipo de edições, como desculpa para
falhas e atrasos.
Em
fase de transição, tem sabido impor-se, não só em Portugal, mas
também em Itália e no Brasil, quer pela qualidade crescente dos
seus colaboradores, quer, consequentemente, dos seus conteúdos.
Terno
e violento
Tenho
Raymond Macherot como um dos meus autores favoritos, que me consegue
surpreender sempre, em especial pela forma como consegue combinar o
grafismo simpático e ternurento de Chlorophylle ou Sibylline,
pequenos habitantes de belos bosques naturais, com uma violência
explícita que choca pelo contraste.
Possivelmente,
para ser levado a sério e perdurar na memória de quem o leu, não
poderia ser de outra forma.
Três...
digitais
São propostas
digitais, para
as
quais, possivelmente,
estamos mais disponíveis neste
tempo de pandemia e confinamento, foram divulgadas no Calendário BD
deste mês mas, para os mais distraídos - e porque se justifica -
deixo
breves notas sobre elas.
[Para
aceder às versões digitais, basta clicar nos respectivos títulos.]
Marcas...
Para
um leitor de banda desenhada franco-belga (clássica...), o que
primeiro marca
nesta
edição,
é a homenagem, evidente na capa, a uma das obras-primas de Edgar P.
Jacobs, A
Marca Amarela.
No
entanto, ultrapassada essa referência, potenciada pelo muro de
tijolos, e pela 'marca vermelha' nele desenhada com um 'W' - ou um
'M' invertido... - no
interior de um círculo aberto, para
além de uma e outra narrativa decorrerem numa Londres nevoenta e de
os protagonistas se relacionarem com a Scotlland Yard, nada mais une
este Dylan Dog e aquele Blake e Mortimer.