25/09/2025
30/12/2024
O abismo do esquecimento
Para suportar a dor da perda
A memória tem sido uma das temáticas recorrentes na obra de Paco Roca que, felizmente, está praticamente toda editada em Portugal. Seja nas questões relacionadas com a sua perda devido à doença de Alzheimer (como em Rugas), seja no peso das memórias familiares (A Casa, Regresso ao Éden), seja na forma como encara as consequências da Guerra Civil espanhola (Os Trilhos do Acaso). Esta última temática está de novo presente no mais recente O abismo do esquecimento, que tem edição da Ala dos Livros.
04/01/2024
Não me esqueças
Enquanto as memórias se vão apagando
Já evocada pela banda desenhada em obras como Rugas, de Paco Roca (edição Levoir), a doença de Alzheimer é um dos piores pesadelos que podemos antever. Pelo esquecimento progressivo, mas também pelos momentos de lucidez que vão ocorrendo. É por isso que uma das protagonistas de Não me esqueças, que a ASA acaba de editar, diz: “Acho que estou a ficar maluca… Mas o pior é quando me lembro”.
24/10/2023
Mulher Vida Liberdade
Pelo direito ao cabelo ao vento
Acabado de editar em Portugal pela Iguana, acompanhando o lançamento a nível internacional, um ano após a morte da iraniana Mahsa Amini, espancada pela polícia local por não estar a utilizar correctamente o véu, Mulher Vida Liberdade ganha uma nova actualidade devido à recente atribuição do Prémio Nobel da Paz à activista iraniana de direitos humanos Narges Mhoammadi.
11/05/2023
Contrition
De Espanha...
Costuma
dizer-se
que ‘De
Espanha nem bom vento nem bom casamento.’
e faço
a citação mesmo sabendo quem
me conhece como gosto pouco de ditos e provérbios, embora aceite
que possam
ter um fundo de
verdade ou da
chamada sabedoria popular.
No
caso
vertente, não
sei a
razão ou
a justeza do
que atrás ficou escrito. Nem
me interessa.
Mas
sei, e escrevo-o com segurança, que
de Espanha tem
vindo muita
e boa banda desenhada e
podia até vir mais.
12/12/2022
Regresso ao Éden
Triste paraíso
Paco Roca continua a narrar a (sua) história do século XX espanhol, em
particular dos anos das guerras - Civil e II Mundial - e das décadas
que se lhe seguiram. É uma forma muito pessoal de
a contar, entre o realismo histórico e a sua realidade pessoal e
familiar, esta última assumida de forma púdica e e num patamar
inferior em relação à ‘Grande História’.
Continua
a fazê-lo de forma extremamente sensível e original, enquanto
explora - revela? - potencialidades do meio que lhe serve de veículo:
a banda desenhada.
18/11/2022
El pacto
Evocação
Se
a primeira chamada de atenção foi a forma como a capa emula - pelo
menos na minha memória… - uma colecção de adaptações
de clássicos (?)
- embora maquete gráfica e ilustração não combinassem - foi a sua
distinção com o Premio Nacional de
Comic 2022 que
me fez olhá-lo com outros olhos.
A
descoberta da sua temática convenceu-me a comprá-lo e em boa hora o
fiz.
18/05/2022
O Combate Quotidiano + Don Vega + Little Tulip + Rugas
Lidos
oportunamente aquando das edições originais (francófonas)
estas são quatro
obras
a que edição nacional obriga a voltar,
devido à qualidade
intrínseca de cada uma delas.
Não
fazendo sentido - após cada (re)leitura - voltar a analisá-las,
fica em cada um dos casos a ligação para o texto original - que
será conseguida clicando nos '(...)' no final de cada introdução,
reafirmando assim o interesse de todas.
O
Combate Quotidiano (#1 e #2)
Manu
Larcenet
Arte
de Autor/A Seita
215
x 285 mm, 120 p./136 p., cor, capa dura
24,00
€/28,00 €
Não devia escrevê-lo, mas aqui e ali sai-me um texto bom. Mesmo muito bom. O que dediquei a O Combate Quotidiano #1, é um deles e dificilmente seria capaz de lhe acrescentar mais alguma coisa.
Junto apenas alguns temas que mudam tudo - ou podem mudar: o luto, a paternidade, o fim das coisas, a mutabilidade do sonhos. Com os quais o protagonista - no lugar de Larcenet - se reinventa, se reafirma, mostra como nada muda, sendo a realidade outra. Ou como tudo muda, sendo a realidade a mesma.
Já o escrevi: é a VIDA. (...)
Don
Vega
Pierre
Allary
Ala
dos Livros
215
x 325 mm, 96 p., cor, capa dura
25,00
€
Por vezes, certas escolhas editoriais custam a compreender como, no caso deste Don Vega, que regressa pela enésima vez à história de Zorro.
Mas,
uma vez feita a leitura, ela surge plenamente justificada, pelas
opções autorais e também pela
intemporalidade da história.
(...)
Little
Tulip
Jêrome
Charyn (argumento)
François
Boucq (desenho)
Ala
dos Livros
Portugal,
Abril de 2022
235
x 310 mm, 96 p., cor, capa dura
24,00
€
Anterior a New York Cannibals, embora ambas as obras façam sentido isoladas, lidas num díptico dão outras respostas e um retrato mais amplo.
Aqui, começa uma história forte, cruel e chocante, em que acompanhamos a vida de Pavel – aliás, Little Tulip - filho de perseguidos pelo regime estalinista, que acaba detido num goulag siberiano, tal como os seus progenitores.
Narrativa mais forte, mais densa, mais violenta que a sua continuação já referida, neste momento em que a Rússia está no topo da actualidade devido à invasão da Ucrânia, dá-nos um retrato sinistro do que foi a vida de muitos naquele país, na década que se seguiu à II Guerra Mundial. (...)
Rugas
Paco Roca
Levoir
Portugal, Março de
2022
170 x 240 mm, 112 p., cor,
capa dura
21,90
€
Velhos são os trapos, diz o adágio popular. Mas velhos seremos, também, todos nós, um dia, se o tempo nos deixar chegar lá. Em que estado, não sabemos, mas o retrato a um tempo terno e assustador que Paco Roca traça do envelhecimento e da vida nos lares de idosos, não pode deixar ninguém indiferente. (...) (...)
(imagens disponibilizadas pelas respectivas editoras; clicar nelas para as aproveitar em toda a sua extensão; clicar nos títulos das obras já a seguir para ver mais pranchas de cada uma: Combate Quotidiano #1; O Combate Quotidiano #2; Don Vega; Little Tulip; Rugas)
01/04/2022
Calendário BD - Abril 2022

02/08/2021
15/10/2020
Soldados de Salamina
Autor e personagem
Tendo-me abeirado deste livro com justificadas expectativas, pelos ecos que já me tinham chegado e porque esperava pela edição desde Março - caso não tivesse havido pandemia - uma vez feita a leitura - que cumpriu o que eu aguardava - não consigo evitar associá-lo a duas outras obras aos quadradinhos.
02/10/2020
Andanças e confissões de um homem em pijama
Compreendo aqueles que olham para as 'crónicas em pijama' de Paco Roca como das suas obras menos interessante e admito até que - no presente caso - possam questionar se algumas das sequências de duas páginas que integram este livro não estão mais próximas do texto ilustrado do que da banda desenhada propriamente dita.
No entanto, a principal diferença entre este livro e o anterior é a (aparente) tomada de consciência do autor perante o mundo que o rodeia, revelada num certo afastamento do seu umbigo e em narrativas mais centradas nos problemas que afectam o nosso mundo.






















