24/02/2021

Ne m'oublie pas

O tempo urge

"Je pense que je perds la tête...
mais le pire c'est quand ça me revien."


A avó de Clémence tem Alzheimer.
Vive num lar, de onde fugiu pela terceira vez. Não sabia onde estava, queria regressar a casa porque os seus pais deviam estar preocupados...
A solução: aumentar o seu cocktail químico para a acalmar. A quebrar. A matar em vida, pensa Clémence, que decide 'raptá-la', para a levar à casa da sua infância, esperando que o choque a ajude a recuperar a memória, a voltar a si.
Crónica de uma longa viagem de carro, carregada de emoções, recordações e... o vazio.

23/02/2021

Monika

Outra vez o momento


Já o disse algures por aqui, na primeira tentativa de leitura deste Monika, volume da colecção Novela Gráfica 2019, parei ao fim de 20 ou 30 páginas, sem conseguir qualquer empatia que me levasse a continuá-la. [O que, refira-se não é nada habitual...]
Agora - só agora! - impulsionado principalmente pela leitura da magnífica surpresa que foi Karmen - forcei-me a nova abordagem ao livro, o que comprovou novamente como o momento pode ser tão importante para a fruição - ou afastamento - de uma obra.
A fasquia era muito alta, mas a leitura actual revelou suficientes qualidades para a aconselhar.

22/02/2021

Vingadores: Sem rumo #2

Disseram 'absurdo'?


Como apontei há dias, por vezes as ideias que parecem mais absurdas, são as que resultam melhor ou de forma mais desafiadora, contornando ou subvertendo conceitos há muitos estabelecidos.
Outras vezes, não.
Ou talvez sim... Como neste caso, em que alguém teve a ideia singular de juntar Conan, o bárbaro - exactamente esse que estão a pensar - à enésima formação dos Vingadores (onde já há um deus grego e um guaxinim antropomórfico falante, por muito absurdo que isto soe...)
Soa absurdo, resulta absurdo, mas no entanto...

19/02/2021

Crónicas de Guerra #1 + Almanaque Tex #52 + Contos Sangrentos #1

Curtas, curtas, curtas

Se não nascida, pelo menos tornada popular em longos folhetins que se estendiam por semanas ou meses nos jornais, a banda desenhada, com o advento das revistas, ganhou relatos mais curtos. Hoje, encontramo-la por toda a parte nestas duas dimensões - e noutras... - mas a verdade é que há universos em que à partida não contamos com relatos curtos - e como é relativo este adjectivo...
É o caso daqueles em que se movimentam os super-heróis da Marvel ou o ranger Tex Willer. Mas como não há regra sem excepção, hoje deixo aqui três exemplos.

18/02/2021

J. Kendall #142

Ciao, amore...


De novo à volta com os (sub-)títulos, a escolha hoje recaiu num que tem uma tripla leitura: para mim, para Julia e para Myrna, no meu regresso - graças a mão (muito) amiga - à criminóloga de Garden City, em mais uma edição (dupla) em que o foco de Berardi está mais nas relações - voluntárias ou não - da sua protagonista do que propriamente nos enredos policiais que apresenta.

17/02/2021

Ken Parker #8

Títulos...


Em cada análise que faço aqui no blog, por baixo do título da obra existe um (sub-)título com o qual pretendo resumir, apresentar o livro e/ou despertar a curiosidade de quem lê, mas sempre sem desvendar demasiado.
Desta vez, neste (rápido) regresso a Ken Parker, não consegui decidir que (sub-)título utilizar: Fim de ciclo? Curiosidade? Mestria narrativa? Ficam breves análises segundo as linhas orientadoras de cada um, já a seguir...

16/02/2021

Terry y los piratas: Sunday Pages 1934-1936

Antes e/ou depois


Ao ritmo desta pandemia que nos prende mais em casa e nos limita a actividade, vou resgatando leituras que a falta de tempo - e o momento... - foram adiando.

Regresso assim a Terry y los Piratas (Terry and the Pirates, na versão original norte-americana9, no caso abrindo a edição que compila os primeiros dois anos de pranchas dominicais, publicadas a partir de 22 de Outubro de 1934.
Para lá da banda desenhada (de referência) em si, este volume, para mim, apresenta como uma das principais vantagens, a par da leitura no formato integral, a inclusão de textos de apoio que desvendam muito sobre a forma de trabalhar dos autores e/ou a época original de publicação e os suportes utilizados.

15/02/2021

Lazarus: Um a Três

Momento

O que faz a diferença no retirar ou não prazer da leitura de um livro? O tema, argumento, o desenho, a planificação... Tudo isso, sem dúvida, mas há outro factor (igualmente?) relevante: o momento. O momento em que o leitor pega no livro, se acomoda e o abre - e entenda-se aqui a predisposição do leitor para 'aquela' leitura, o seu estado de espírito, até o ambiente em que está.
Foi o que aconteceu comigo em relação a Lazarus, cuja leitura de seguida dos tomos Um e Dois me deixou pouco menos do que indiferente. E que, numa nova oportunidade - em que acrescentei a leitura do volume Três - afinal se (me) revelou uma proposta aliciante e cuja continuação espero conhecer.

13/02/2021

Assim nasceu um cabeçalho...


Há cerca de 15 dias, As Leituras do Pedro estrearam um novo visual, cujo principal elemento é uma bela ilustração do Paulo J. Mendes.
Dar a conhecer alguns aspectos da sua génese, é o propósito deste texto.

12/02/2021

A Ilha do tesouro

Cumprir



Regresso aos Clássicos da Literatura em BD, porque acredito que é uma das mais importantes iniciativas dos últimos anos entre nós, no âmbito da BD. [O facto de os primeiros volumes terem esgotado e estarem em reimpressão, indicia a justeza desta aposta da Levoir.]
Não, como já escrevi aqui mais do que uma vez, para leitores regulares de banda desenhada, mas sim enquanto proposta para leitores jovens, como dupla porta de entrada na BD e nos clássicos da literatura.
Dito isto - como não podia deixar de ser - há nesta colecção adaptações mais conseguidas do que outras. Do ponto de vista que hoje quero abordar, A Ilha do Tesouro cabe no grupo das 'mais'.

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