Outra
vez o momento
Já
o disse algures por aqui, na primeira tentativa de leitura deste
Monika,
volume da colecção Novela
Gráfica 2019,
parei ao fim de 20 ou 30
páginas, sem conseguir qualquer empatia
que me levasse a continuá-la. [O
que, refira-se não é nada
habitual...]
Agora
- só agora! - impulsionado principalmente pela leitura da magnífica
surpresa que foi Karmen -
forcei-me a nova abordagem ao livro,
o
que comprovou novamente como o momento pode ser tão importante para a fruição - ou afastamento - de uma obra.
A
fasquia era muito alta, mas a leitura actual revelou suficientes
qualidades para a aconselhar.
Disseram
'absurdo'?
Como apontei há dias,
por vezes as ideias que parecem mais absurdas, são as que resultam
melhor ou de forma mais desafiadora, contornando ou subvertendo
conceitos há muitos estabelecidos.
Outras vezes, não.
Ou talvez sim... Como
neste caso, em que alguém teve a ideia singular de juntar Conan, o
bárbaro - exactamente esse que estão a pensar - à enésima
formação dos Vingadores
(onde já há um deus grego e um guaxinim antropomórfico falante,
por muito absurdo que isto soe...)
Soa absurdo, resulta
absurdo, mas no entanto...
Curtas, curtas,
curtas
Se não nascida, pelo
menos tornada popular em longos folhetins que se estendiam por
semanas ou meses nos jornais, a banda desenhada, com o advento das
revistas, ganhou relatos mais curtos. Hoje, encontramo-la por toda a
parte nestas duas dimensões - e noutras... - mas a verdade é que há
universos em que à partida não contamos com relatos curtos - e como
é relativo este adjectivo...
É o caso daqueles em
que se movimentam os super-heróis da Marvel ou o ranger
Tex Willer.
Mas
como não há regra sem excepção, hoje deixo
aqui
três exemplos.
Ciao,
amore...
De
novo à volta com os (sub-)títulos, a
escolha
hoje recaiu num que
tem
uma tripla leitura: para mim, para Julia e para Myrna, no meu
regresso - graças a mão (muito) amiga - à criminóloga de Garden
City, em mais uma edição (dupla)
em que o foco de
Berardi está
mais nas
relações - voluntárias ou não - da
sua protagonista do que propriamente nos enredos policiais que
apresenta.
Títulos...
Em
cada análise que faço aqui no blog, por baixo do título da obra
existe um (sub-)título com
o qual pretendo
resumir, apresentar o livro
e/ou
despertar a curiosidade de quem lê, mas sempre sem desvendar
demasiado.
Desta
vez, neste (rápido) regresso a Ken Parker, não consegui decidir que
(sub-)título utilizar: Fim de ciclo? Curiosidade? Mestria narrativa?
Ficam breves análises segundo as linhas orientadoras de cada um, já
a seguir...
Antes
e/ou depois
Ao
ritmo desta pandemia que nos prende mais em
casa
e nos limita a actividade, vou resgatando leituras que a falta de
tempo - e o momento... - foram adiando.
Regresso assim a Terry y los Piratas (Terry and the Pirates, na versão original norte-americana9, no caso abrindo a edição que
compila os primeiros dois anos de pranchas dominicais, publicadas a
partir de 22 de Outubro de 1934.
Para
lá da banda desenhada (de referência) em si, este volume, para mim,
apresenta
como uma
das principais vantagens,
a par da leitura
no formato integral, a inclusão de textos de apoio que desvendam
muito sobre a forma de trabalhar dos autores e/ou a época original
de publicação e os suportes utilizados.
Momento
O
que faz a diferença no
retirar ou não prazer da
leitura de um livro? O tema, argumento, o desenho, a planificação...
Tudo isso, sem dúvida, mas há outro factor (igualmente?) relevante:
o momento. O momento em que o leitor pega no livro, se acomoda e o
abre - e entenda-se aqui a predisposição do leitor para 'aquela'
leitura, o seu estado de espírito, até o ambiente em
que está.
Foi
o que aconteceu comigo em relação a Lazarus,
cuja leitura de seguida dos tomos Um
e Dois
me
deixou pouco menos do que indiferente. E que, numa nova oportunidade
- em que acrescentei a leitura do volume Três
- afinal se (me) revelou uma proposta aliciante e cuja continuação
espero
conhecer.
Há cerca de 15 dias, As Leituras do
Pedro estrearam um novo visual, cujo principal elemento é uma
bela ilustração do Paulo J. Mendes.
Dar a conhecer alguns aspectos da sua
génese, é o propósito deste texto.
Cumprir
Regresso
aos Clássicos da Literatura em BD,
porque acredito que é uma das mais importantes iniciativas dos últimos anos entre nós, no âmbito da BD.
[O facto de os primeiros volumes terem esgotado e estarem em
reimpressão, indicia
a justeza desta aposta
da Levoir.]
Não,
como já escrevi aqui mais do que uma vez, para leitores regulares de
banda desenhada, mas sim enquanto proposta para leitores jovens, como
dupla porta de entrada na BD e nos clássicos da literatura.
Dito
isto - como não podia deixar de ser - há nesta colecção
adaptações
mais conseguidas do que outras. Do ponto de vista que hoje quero
abordar, A
Ilha do Tesouro
cabe
no
grupo
das 'mais'.