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16/12/2011

Dustin, o com-abrigo

Jeff Parker (argumento)Steve Kelley (desenho)
Bizâncio (Portugal, Setembro de 2011)
210 x 220 mm, 130 p., pb, brochado com badanas
11,35 €




Resumo
Este álbum mostra o quotidiano despreocupado e preguiçoso de um universitário desempregado, que voltou para a casa que compartilha com os pais e a irmã mais nova.

Desenvolvimento
Num mercado – o das colectâneas de tiras de imprensa – que está actualmente longe da pujança de outros tempos – em que os títulos lançados anualmente eram bem mais numerosos – o aparecimento de uma nova série não deixa de ser um sinal positivo. Mesmo que seja só sinónimo de que alguém acredita que vale a pena apostar nele, que ele irá encontrar os seus leitores.

Tendo como base um dos estereótipos mais comuns no género – a família (ainda) tradicional, constituída por pai, mãe e dois filhos pós-adolescentes, um rapaz e uma rapariga - Dustin, o Com-abrigo apresenta no entanto uma alteração àquela estrutura, reflexo dos tempos que correm, a saída cada vez mais tardia dos jovens de casa dos mais e a entrada, igualmente cada vez mais tardia, no mundo do emprego.
Porque Dustin, o rapaz, protagonista da tira, é um jovem recém-formado que, após ter deixado a casa dos pais para ir para a faculdade, regressou a ela com o canudo mas sem emprego… nem nenhuma vontade de o arranjar, passando o seu dia – para parafrasear alguém – “uma vezes deitado, outras estendido” no sofá, em frente à televisão! Pelo meio, há algumas visitas ao instituto de emprego local e episódicas e (muito) breves experiências laborais.

Como série nova que é, as primeiras tiras – cerca de metade do livro, talvez – servem para nos introduzirem no universo a que os autores querem dar vida, aprendendo a conhecer Dustin e cada um dos co-protagonistas: o pai, advogado, mais activo e sarcástico do que é habitual no género; a mãe, viciada em compras, que trabalha como locutora de um programa radiofónico de sucesso, cuja personalidade aos poucos se vai afirmando à medida que o seu emprego tem cada vez mais lugar na sua definição; a irmã mais nova, estudante de sucesso; a responsável do centro de emprego, mais empenhada em manter o seu tacho do que em ajudar realmente Dustin nas suas (patéticas) tentativas de encontrar – e manter – uma ocupação remunerada.
Sem deslumbrar – pelo menos por agora - no seu primeiro ano compilado neste volume, Dustin possui já um bom número de tiras cujo sentido de humor está acima da média, o que permite acreditar que Kelley e Parker ainda nos vão proporcionar (muitas e) boas gargalhadas.


A reter
- A publicação em português de uma nova série aos quadradinhos.
- A forma como as mudanças na vida real – novas estruturas familiares, dificuldade de emprego para os jovens… - marcam lugar (também) numa tira diária de imprensa.
- A crescente familiaridade e interacção que o leitor vai sentindo com Dustin e a sua família ao longo do volume.

Menos conseguido
- Confesso que quando vi o título deste livro me surpreendi, cheguei até a sonhar alto e a imaginar uma tira diária sobre o quotidiano de um sem-abrigo. A sua leitura, fez-me ver o erro de julgamento que tinha cometido, embora a temática do livro seja também bastante actual
-Claro está, Dustin poderia tornar-se mais interessante se tivesse uma posição mais crítica e acutilante mas, nestes tempos insossos, em que predomina o enjoativo politicamente correcto, isso seria, com toda a certeza, pedir demais…

25/03/2011

Leituras Novas

Março de 2011

Associação Tentáculo
Zona Monstra
Diana David, Joana Afonso, Filipe Andrade, João Amaral, João Raz, Fil, Hugo Teixeira, Gabriel Martins, André Caetano, André Oliveira, JCoelho, Filipe Duarte, César Évora, Manuel Alves, João Sousa, J. B. Martins, Carla Rodrigues, Rui Ferreira, Pedro Carvalho, Ricardo Correia, André Lima Araújo, Daniel “Pez!” Lopez, Luís Lourenço Lopes, Rui Alex, Ricardo Reis, Tiago Pimentel, Locato e Rodolfo Buscaglia, Miguel Santos, Bruno Bispo e Victor Freundt
Associação Tentáculo (Portugal, Março de 2011)
270 x 190 mm, 92 p., cor, brochada com badanas, 13 €

O sétimo número do projecto Zona será lançado amanhã, sábado, 26 de Março, às 18h45, na sala 2 do Cinema S. Jorge em Lisboa.
A Zona Monstra é composta por trabalhos com um denominador comum: a presença de Monstros... Monstros de todas as formas e feitios.
Este número será lançado na Monstra - Festival Internacional de Cinema de Animação, com o qual o nosso projecto encontra muitos pontos de contacto, mais não seja, com o tipo de temática e conteúdos.
São, desta vez, 92 páginas a cores.
Com capa da autoria de Filipe Andrade, a Zona Monstra conta com a colaboração de mais de 30 artistas, e apesar dos muitos autores nacionais “repetentes”, continua a apresentar o trabalho de novos valores.

ASA
Dragon Ball #7 – A perseguição
Akira Toriyama (argumento e desenho)

As Bolas de Dragão estão nas mãos da Red Ribbon e Goku e os seus amigos vão lutar contra estes implacáveis inimigos para as conseguirem recuperar. Para ficar mais forte e mais poderoso, Goku vai tentar subir ao topo da torre Karin que é protegida por elementos de uma tribo de índios, e onde vive Karin, um gato eremita com mais de 800 anos. Quem conseguir subir e atingir o topo, tem o direito a beber a água divina (a verdadeira fonte do poder), mas para isso tem de a conseguir tirar a Karin…

À PROCURA DE… ASTÉRIX
Estamos no ano 50 antes de Cristo. Toda a Gália está ocupada pelos Romanos… Toda? Não! Uma aldeia povoada por irredutíveis Gauleses resiste ainda e sempre ao invasor romano.
Mas onde é que se meteu Astérix, o mais célebre de todos?
Diverte-te a encontrar ao longo de 12 ilustrações, o nosso herói e outros personagens ou pormenores insólitos e aceita o desafio que te é lançado ganhando, à medida que avanças neste livro, os louros atribuídos ao campeão.
Livro com 12 ilustrações para os mais pequenos testarem as suas capacidades visuais.

Yu-Gi-Oh! #2
Kasuki Takahashi (argumento e desenho)

Um novo jogo vai começar no colégio Domino: chama-se Monstros de Duelo. As regras são apresentadas e o avô de Yugi mostra a sua carta mais rara. Kaiba, pouco escrupuloso, não olha a meios para a conseguir. Por isso, Yugi vê-se obrigado a iniciar um novo Jogo das Trevas…



Editorial Bizâncio
Aqui Há Gato 7 - Hollywood é demasiado Pequeno para mim
Darby Conley (Argumento e desenho)
Satchel é a personagem tonta de Hollywood É Demasiado Pequeno Para Mim, o filme concebido e produzido por Bucky-Kat, o gato siamês com um talento natural para a trapaça e uma desmedida mania das grandezas. No elenco de luxo deste filme podemos ainda apreciar o solteirão Rob Wilco.
Um candidato a Óscar, no mínimo.

Baby Blues - É Menina!
Jerry Scott (argumento) e Rick Kirkman
Há uma nova bebé na família? Conhece alguma futura mamã? Ou um futuro papá? Esta divertida colecção de tiras da premiada banda desenhada Baby Blues fará a delícia das jovens e das futuras mães e de qualquer membro da família que tenha de lidar com uma menina acabadinha de nascer.

Baby Blues - É Menino!
Jerry Scott (argumento) e Rick Kirkman
Há um novo bebé na família? Conhece alguma futura mamã? Ou um futuro papá? Esta divertida colecção de tiras da premiada banda desenhada Baby Blues fará a delícia das jovens e das futuras mães e de qualquer membro da família que tenha de lidar com um rapazito acabadinho de nascer.

(Textos da responsabilidade das editoras)

09/09/2010

Pérolas a Porcos #8 – Pérolas de sábado à noite

Stephen Pastis (argumento e desenho)
Bizâncio (Portugal, Março de 2010)
210 x 220 mm, 130 p., pb, brochado com badanas


Não hesito em afirmar que Pérolas a Porcos (Pearls before Swine, no original) é uma das mais geniais tiras diárias em publicação. É verdade que um dos seus epítetos poderia ser “Feios, um porco e maus”, pois este é um retrato cínico e cruel mas irresistível do ser humano (todos nós), mostrando o seu pior lado, quer fale do racismo, da violência, da reciclagem, da religião, do desporto, dos programas televisivos, dos grupos de auto-ajuda, das novas tecnologias ou do comércio enganoso. Porque Pastis, o seu autor, traça-o com diálogos inteligen-tes, mordazes, certeiros, finamente irónicos, absurdamente deliciosos ou deliciosamente absurdos, com um notável e irresistível non-sense, baseando-se nos piores defeitos da humanidade– o egoísmo, a maldade, a ganância, a inveja, o oportunismo, a estupidez, a falta de educação – transpostos para uma série de animais antropomorfizados e sem nada que os permita classificar como “fofinhos”: um rato egoísta, impertinente e oportunista; um porco a quem chamar estúpido é um grande elogio; uma zebra simplista e ingénua mas com uma grande vontade de viver; um bode sensato e lúcido, mas pouco interveniente.
A esta base – sólida, consistente e cujos diálogos têm sempre algo de inesperado – há que acrescentar uma série de personagens ocasionais ou recorrentes, com tanto de surpreendente quanto de insólito: Chuckie, o carneiro (não antropomorfizado!) que por isso só faz “béééé” (há tante gente assim!), Herb, o maquinista (miniatura!) dos comboios (em miniatura!), os pictogramas que bem conhecemos da sinalização de portas de WC, uma anémona-do-mar, um par de nozes, bonequinhos vickings efeminados, Barbara Bush, os cérebros “autóno-mos” dos anti-heróis que protagoni-zam a série, o bélico pato-de-guarda, Andy o cão acorrentado com vontade de correr mundo (e com mala feita), Steve e Orville os hamsters de gaiola, o próprio Pastis, descoberto ou acossado pelas suas criações, etc., etc.! Como último achado, surgem os “peixes do tecto” que, sentados no topo da tira, tentam pescar os seus protagonistas!
Neste oitavo tomo, a relação de ódio/von-tade de comer entre a zebra e os (muito, mas mesmo muito) estúpidos crocodilos assume um maior protagonismo, semelhante mesmo ao desfrutado pelo rato e o porco, e é ainda condimentada (passe o termo), pelos novos vizinhos, uns leões fêmea-dependentes.
No entanto, o grande destaque vai para novo cruzamento com uma tira “rival”, desta vez a sossegada e ingénua “Family Circus”, cujo espírito próprio e singularidades gráficas, são vítimas do humor de Pastis e das (más) acções do rato e companhia.

08/04/2010

Aqui há gato #6 – Formação desordenada

Darby Conley (argumento e desenho)
Bizâncio (Portugal, Fevereiro de 2010)
212 x 222 mm, 130 p., pb, brochado com badanas


O “desordenada” do título é um dos adjectivos aplicáveis a esta tira, ou melhor, aos seus protagonistas: Satchel, o cão, pacato, preguiçoso, comilão e estúpido até dizer chega – “chego onde?” -; Bucky, o gato, cruel, violento, sádico e abusador, perito em esgotar cartões de crédito; Rob, o ser humano, supostamente dono deles – mas na prática seu criado (não há tantos assim hoje em dia…?) – e vítima principal da relação de amor (de Satchel) /ódio (de Bucky).
Com eles, de forma sustentada, Darby Conley, constrói um micro-cosmos pontualmente alargado com o pai, um amigo ou uma eventual namorada de Rob, os companheiros felinos e caninos dos dois animais ou o furão, inimigo jurado de Bucky, no qual aborda temas globais como o desporto (basquetebol, râguebi, basebol ou o seio de fora de Janet Jackson na final da Superbowl, ou não fosse esta uma tira diária de imprensa norte-americana), a guerra do Iraque, a religião, o turismo, as espécies em vias de extinção, a alimentação ou até tiras concorrentes, como Garfield. E nos dá, com justificação de sobra, todas as razões para abominarmos animais em vias de se tornarem como Satchel e Bucky!
Tudo de uma forma irónica e divertida – mesmo quando levanta questões sérias - , com um traço muito expressivo, especialmente ao nível das fisionomias, bem mais trabalhado, pormenorizado e conseguido do que é costume neste tipo de banda desenhada.

(Texto publicado originalmente a 3 de Abril de 2010, na página de Livros do suplemento In’ da revista NS, distribuída aos sábados com o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias)
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