Mostrar mensagens com a etiqueta Van Hamme. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Van Hamme. Mostrar todas as mensagens

07/12/2009

Lady S. #6. Salade portugaise

Jean Van Hamme (argumento)
Philippe Aymond (desenho)
Sébastien Gérard (cores)
Dupuis (Bélgica, Novembro 2009)
217 x 298, 48 p., cor, cartonado


Resumo
Shania Rivkas é uma jovem estoniana que trabalha como intérprete no Parlamento Europeu, em Estrasburgo. E é também Lady S., uma agente que, por vezes, trabalha às ordens da CIA.
Neste sexto tomo das suas aventuras, um imprevisto, involuntariamente relacionado com a preparação de um atentado terrorista da Al Qaeda, mais importante que os de 11 de Setembro, obriga-a a partir de urgência para Lisboa, para seguir uma pista que a pode levar a encontrar o pai, que julgava morto há uma dúzia de anos.

Desenvolvimento
Tudo começa, quando a sua companheira de apartamento, a bela Kadija, sempre sedenta de sexo, a convence a participar num jantar a quatro. Durante a refeição conhece Kader Bessaoui, um jovem e interessante professor islâmico.
Só que, desde logo, nem tudo é o que parece neste início de álbum, com (quase) todos os participantes a esconderem segredos e a assumirem ser o que não são, num desenrolar de situações – dois fugitivos mortos pela policia, um CD escondido na bolsa de Shania, um atentado da Al Qaeda em preparação, a notícia do aparecimento do pai da protagonista, a perseguição encetada por russos e muçulmanos radicais, uma atribulada refeição á sombra da ponte 25 de Abril, diversos atentados, uma animada perseguição pelas ruas lisboetas, um vistoso acidente automóvel…. - que se tornam cada vez mais intrigantes, até ao (também) inesperado final.
Esta é uma série típica da banda desenhada de aventuras de matriz franco-belga, dinâmica, com muita acção, ritmo elevado, suspense q.b., diversas surpresas e vitória final da protagonista, dos bons.
Pelo meio, Van Hamme, com a sua habitual competência, cria alguns laços com os tomos anteriores – que explicam alguns aspectos mas cuja leitura não é necessária para a compreensão deste episódio -, gere com eficácia as situações, puxa os cordelinhos certos, introduz diversos elementos surpresa, faz algumas inflexões no rumo da narrativa e, com isso, prende e cativa o leitor, que, sem dar por ela, percorre página após página em busca do desfecho que concederá algum descanso à adrenalina.
Aymond, sem deslumbrar, mas também sem erros de relevo, cumpre bem o seu papel, melhor nos cenários, pormenorizados e credíveis, do que no tratamento da figura humana, à qual falta um pouco mais de dinamismo.

Curiosidades
- Para nós, portugueses, este álbum apresenta a particularidade de dois terços das suas páginas se desenrolarem em Lisboa e arredores, a começar logo pela capa, que apresenta uma boa perspectiva da cidade e do castelo de S. Jorge. Algo raro, mesmo em obras de autores nacionais.
- A protagonista viaja num avião da TAP.
- Uma das cenas finais do livro utiliza de forma no mínimo curiosa um dos eléctricos lisboetas.
- Os diálogos incluem um balão num português impecável.
- E há também uma Amália (era inevitável o lugar comum) e – mácula desnecessária – um Manoël…

19/11/2009

Lançamento - Blake & Mortimer – A Maldição dos 30 Denários T.1

Jean Van Hamme (argumento)
René Sterne e Chantal De Spiegeleer (desenho)
ASA (Portugal, Novembro de 2009)
56 p. cor, cartonado


“A Maldição dos Trinta Denários” é o título do novo álbum de Blake e Mortimer que amanhã chega às livrarias de França, Bélgica e Portugal. Ou pelo menos deveria, pois a maldição citada no título parece ter-se estendido à gestação e lançamento da obra.
Desde logo, porque o autor escolhido para o desenhar René Sterne, começou por demorar imenso tempo para o desenhar, devido ao extremo rigor e perfeccionismo que sempre empregou nas suas obras.
Depois, porque a morte o levou em Novembro de 2006, quando ainda só tinha terminado uma vintena de páginas daquele que era o maior desafio da sua carreira. Finalmente, no que a nós diz respeito, porque problemas na impressão atrasaram a chegada do álbum aos armazéns da ASA, pelo que possivelmente nem todas as livrarias nacionais o receberão amanhã.
Décimo nono tomo das aventuras de Blake e Mortimer, a nova história, de novo escrito por Jean Van Hamme (“O caso Francis Blake”, “O Estranho Encontro”), cujo desenho foi terminado por Chantal De Spiegeleer, esposa de Sterne e também autora de BD, começa com a ida de Mortimer à Grécia para comprovar uma notícia arqueológica fantástica: a descoberta dos 30 denários que Judas recebeu por ter traído Jesus Cristo. Isto ao mesmo tempo que começa a circular a notícia da fuga de Olrik da prisão onde se encontrava detido…
Depois, bem, depois leiam o álbum… e aguardem pela sua conclusão no segundo tomo, previsto para 2011.

Curiosidade
- A edição portuguesa conta com duas capas diferentes, uma igual à da edição original, aqui ao lado, para os 5000 exemplares da tiragem normal, e outra, desenhada de propósito para Portugal, no início deste post, para uma tiragem especial de 1000 exemplares para as lojas FNAC.

18/11/2009

Le Télescope

Jean Van hamme (argumento)
Paul Teng (desenho)
Casterman França, Novembro de 2009)
242 x 321 mm, 86 p., cor, cartonado


Resumo
Julien, Marcello, Charles, René e Louis somam em conjunto 300 anos; Jo, a bela e sensual desconhecida que regularmente espreitam através de um telescópio, pela janela do apartamento em frente ao de Julien, não passou ainda dos 25.
Eles, estão no ocaso da vida, com os sonhos perdidos e as esperanças desvanecidas; sobrevivem, apenas, em grande parte devido à amizade que há muito os une. Ela, habituada a viver de luxos conseguidos à custa do seu corpo e dos seus (falsos) afectos, tem ainda muitos sonhos para cumprir.
O encontro dos seis, vai ter consequências (in)esperadas.

Desenvolvimento
Após esse encontro, os cinco velhos – não haja medo de o escrever, são-no já nos corpos e nas mentes – vão viver seis semanas de sonho (para eles…) e reencontrar uma razão para (voltarem a) viver – vão como que rejuvenescer. Ou para viverem pela primeira vez, esgotando-se fisicamente, esgotando os seus recursos financeiros, como se tivessem todo o tempo do mundo para se recuperarem.
Jo – surpreendentemente – desse contacto, desse tempo, desses encontros, descobre que a vida pode ser bem diferente, que os sonhos não têm que seguir sempre os mesmos caminhos, que a felicidade pode ser menos custosa e estar mais perto do que imagina.
Dessas curtas seis semanas, nasce uma curiosa proposta: tirar partido das informações sigilosas que a bela jovem reuniu enquanto acompanhava um poderoso construtor com fortes ligações ao poder político para que os cinco homens façam fortuna. E, quem sabe, a façam (de novo) feliz.
Com esta base, Jean Van Hamme, longe dos relatos de acção (XIII, Largo Winch, etc.) que o celebrizaram, constrói uma trama de crítica social, sobre a velhice e a (consequente) perda de ilusões, o amor e os seus custos, e as ligações entre a imobiliária e a política.
Fá-lo com a competência habitual, sem deslumbrar mas divertindo, multiplicando as surpresas, mudando o rumo da narrativa a seu bel-prazer, da crónica quotidiana à intriga financeira e ao policial, com toques de humor e ternura, para a terminar como um verdadeiro conto de fadas. Em que todos casam e vivem felizes para sempre. Ou quase.
Que se perdoa e aceita, porque por vezes é preciso acreditar nos sonhos. Nem que seja nos dos outros.
Paul Teng, holandês, 54 anos, foi o escolhido para colocar em imagens este conto urbano, ao qual aplicou um traço semi-realista que evoca o de Boucq, com o qual criou personagens distintas e consistentes, seres humanos vulgares, não super-heróis nem modelos ou actores, sobressaindo apenas os traços da bela Jo.

Curiosidade
- Este álbum é a adaptação de um romance da autoria do próprio Jean Van Hamme, datado de 1992.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...