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20/07/2012

Heróis Marvel #3

Capitão América – A Lenda Viva









Roger Sterne (argumento)
John Byrne (desenho)
Josef Rubinstein (arte-final)
Levoir+Público (Portugal, 19 de Julho de 2012)
170 x 260 mm, 192 p., cor, cartonado
8,90 €



Resumo
Este volume compila as revistas Captain America #247 a #255, editadas nos Estados Unidos entre Julho de 1980 e Março de 1981.

Desenvolvimento
O equilíbrio entre histórias clássicas e outras mais recentes, uma das características assumidas da colecção Heróis Marvel , pode revelar-se um pau de dois bicos.
Para leitores habituais de banda desenhada – em especial para aqueles que estão menos familiarizados com os comics norte-americanos – essa é sem dúvida uma mais-valia, pois permite descobrir/recordar fases marcantes dos principais super-heróis Marvel e compará-las com outras mais recentes (que nalguns casos serão também clássicos dentro de alguns anos).
No entanto, para leitores novos – aqueles que a colecção tenta conquistar, por exemplo entre os que viram e gostaram das recentes adaptações cinematográficas – as histórias mais antigas poderão ter o efeito contrário ao pretendido.
Porque, sejamos claros, nos anos 80 – para nos concentramos neste volume – a forma de narrar era muito diferente da que é utilizada hoje em dia – e essa é uma das razões porque a Marvel tem recorrentemente recontado a origem dos seus principais heróis.
Por isso, quem eventualmente chegar à BD através desta colecção, poderá ter dificuldade em lidar com a utilização de cores mais vivas e planas, pouco apelativas nos nossos dias, com as narrativas muito palavrosas e constantemente a recordar o passado e do protagonista e os seus dilemas presentes, com alguma ingenuidade temática e com protagonistas inverosímeis como Batroc, o saltador - um semi-vilão que… salta!
Do que atrás fica escrito, não quero que se infira que estou contra esta opção editorial, longe disso; compreendo-a e aceito-a, até porque – infelizmente? - acredito que entre os seus compradores haverá mais leitores habituais de quadradinhos do que novos leitores.
De qualquer forma, uns e outros, se perderem este volume – como outros - perderão a oportunidade de acompanhar um momento importante da história dos comics Marvel e de um dos seus mais significativos personagens, perdido entre dois mundos, o dos anos 1940 - em que surgiu como símbolo americano na guerra contra os nazis – e dos anos 1980 – a actualidade, quando estas histórias foram criadas, nos quais procura, ainda o seu lugar (embora sem essa dualidade ser extremada como em “CapitánAmerica – El hombre fuera del tiempo” ).
Estas histórias, correspondem ao aclamado período em que Roger Stern e John Byrne assumiram o destino do mais americano dos super-heróis, balizando de novo o seu percurso em diversos aspectos (vida civil, relação com o poder militar, novos relacionamentos amorosos), apontando-o como símbolo vivo do sonho e dos ideais norte-americanos e como o seu principal defensor contra todo o género de inimigos, externos e internos, de terroristas a simples gangsters, de monstros fantásticos a velhos inimigos.
Delas, destacam-se “À primeira luz do alvorecer”, pela ponte feita com elementos do tempo da II Guerra Mundial, “Capitão América para Presidente”, pela sua invulgar temática pois nela o alter-ego de Steve Rogers é apontado como candidato à presidência, e “Velhos conhecidos”, pela revisitação da mitologia do herói.

A reter
- A boa qualidade gráfica da edição, mais a mais se considerado o seu preço.
- A importância clássica do conteúdo deste tomo.
- As histórias atrás citadas, boas em qualquer contexto – desde que lidas e entendidas à luz do contexto em que foram criadas!
- O desenho de John Byrne, respeitador da proporção da figura humana, dinâmico, expressivo e aqui e ali com algumas soluções originais em termos de planificação.

Nota – Com excepção da capa, as imagens que ilustram este texto foram retiradas do portal Central Comics e do blog Por um punhado deimagens.
 

11/01/2010

Blake & Mortimer – A Maldição dos 30 denários T.1

Jean Van Hamme (argumento)
René Sterne e Chantal De Spiegeleer (desenho)
ASA (Portugal, Novembro de 2009)
240 x 320 mm, 56 p. cor, cartonado


Cada novo “regresso” de Blake e Mortimer – e com este já são seis, quase tantas quantas as oito aventuras que Jacobs criou – tem que obrigatoriamente passar pelo crivo da comparação com os originais. Que é medida apertada ou não fosse esta uma das séries de referência da banda desenhada realista de aventuras franco-belga e um dos grandes clássicos dos quadradinhos mundiais. Apesar de Edgar P. Jacobs, o seu (idolatrado) criador, até ter algumas limitações enquanto autor de BD, em especial no que diz respeito à dinâmica do seu traço e à interligação texto/desenho, que muitas vezes é repetitiva. Por isso, nalguns casos, histórias interessantes e bem contadas, são desvalorizadas pela comparação e outras diminuídas por não serem cem por cento fiéis ao modelo.
O mesmo se passou/vai passar com este álbum - editado em Portugal simultaneamente com a edição original francesa – que na sua origem até tem um pretexto bem interessante, alicerçado na tradição judaico-cristão: a pretensa descoberta dos 30 denários que terão sido pagos a Judas Iscariotes por ter traído Jesus Cristo. O acontecimento, leva o professor Mortimer até à Grécia, onde reencontrará o coronel Olrik, seu inimigo de sempre, na busca pelas preciosas moedas às quais parece associada uma maldição, à semelhança do que acontecia com a arca perdida de Indiana Jones… E que, patente no titulo do álbum, parece ter-se transmitido à sua génese: primeiro com Ted Bênoit, que desenhou “O caso Francis Blake” e “O Estranho Encontro” a declinar continuar associado às sucessivas ressurreições de Blake e Mortimer; depois com René Sterne, o seu sucessor, a demorar quase dois anos para desenhar as primeiras 29 pranchas devido ao seu extremo rigor e perfeccionismo; finalmente, com a sua morte súbita, em 2006, a provocar novo atraso.
Como resultado, se se nota um esforço de aproximação ao traço de Jacobs no que diz respeito às personagens principais, noutras, como o pastor das primeiras pranchas ou Eleni – mais uma mulher, secundária, na série… - têm indiscutivelmente a assinatura gráfica de Sterne. Mas é no tratamento dos fundos e cenários, mais sóbrios e menos pormenorizados, que o distanciamento em relação a Jacobs é maior, em especial na segunda metade do álbum, que foi concluído pela sua esposa, Chantal De Spiegeleer, que também denota algumas dificuldades no tratamento das cenas de acção.
Quanto à narrativa em si, Jean Van Hamme, com a mestria que se lhe reconhece, construiu-a de forma consistente e envolvente, com os diversos momentos a encadearem-se a bom ritmo, fazendo a ponte entre os diferentes locais da acção, que decorre num crescendo moderado, equilibrando cenas mais dinâmicas com outras mais paradas em que vai contextualizando o enredo. E em que, a par da colagem ao mítico “O Mistério da Grande Pirâmide”, apresenta aspectos originais como a exploração da lenda relacionada com a falha do suicídio de Judas, o envolvimento de uma organização nazi e a dialéctica razão/fé implícita na trama. Resta esperar pela conclusão no segundo tomo, que está a ser desenhada pelo desconhecido Aubin Frechon, para avaliar se Van Hamme consegue conciliar todos estes aspectos de forma satisfatória.

Curiosidade
- A edição portuguesa encontra-se disponível em duas capas diferentes; a mostrada no início deste post, é igual à da edição original francófona; a outra, exclusiva das lojas FNAC e que foi desenhada propositadamente para o nosso mercado, pode ser vista aqui.

(Versão revista e aumentada do artigo publicado originalmente a 9 de Janeiro de 2010, na secção de Livros do suplemento In’ da revista NS, distribuída aos sábados com o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias)

19/11/2009

Lançamento - Blake & Mortimer – A Maldição dos 30 Denários T.1

Jean Van Hamme (argumento)
René Sterne e Chantal De Spiegeleer (desenho)
ASA (Portugal, Novembro de 2009)
56 p. cor, cartonado


“A Maldição dos Trinta Denários” é o título do novo álbum de Blake e Mortimer que amanhã chega às livrarias de França, Bélgica e Portugal. Ou pelo menos deveria, pois a maldição citada no título parece ter-se estendido à gestação e lançamento da obra.
Desde logo, porque o autor escolhido para o desenhar René Sterne, começou por demorar imenso tempo para o desenhar, devido ao extremo rigor e perfeccionismo que sempre empregou nas suas obras.
Depois, porque a morte o levou em Novembro de 2006, quando ainda só tinha terminado uma vintena de páginas daquele que era o maior desafio da sua carreira. Finalmente, no que a nós diz respeito, porque problemas na impressão atrasaram a chegada do álbum aos armazéns da ASA, pelo que possivelmente nem todas as livrarias nacionais o receberão amanhã.
Décimo nono tomo das aventuras de Blake e Mortimer, a nova história, de novo escrito por Jean Van Hamme (“O caso Francis Blake”, “O Estranho Encontro”), cujo desenho foi terminado por Chantal De Spiegeleer, esposa de Sterne e também autora de BD, começa com a ida de Mortimer à Grécia para comprovar uma notícia arqueológica fantástica: a descoberta dos 30 denários que Judas recebeu por ter traído Jesus Cristo. Isto ao mesmo tempo que começa a circular a notícia da fuga de Olrik da prisão onde se encontrava detido…
Depois, bem, depois leiam o álbum… e aguardem pela sua conclusão no segundo tomo, previsto para 2011.

Curiosidade
- A edição portuguesa conta com duas capas diferentes, uma igual à da edição original, aqui ao lado, para os 5000 exemplares da tiragem normal, e outra, desenhada de propósito para Portugal, no início deste post, para uma tiragem especial de 1000 exemplares para as lojas FNAC.
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