Mostrar mensagens com a etiqueta Barks. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Barks. Mostrar todas as mensagens

05/09/2017

Mickey #1

Bons velhos tempos

Declaração de abertura: não sou grande fã das actuais histórias Disney (italianas).
Fruto dos tempos que se vivem, transbordam de politicamente correcto e subvertem a essência dos seus protagonistas, tornando os avarentos generosos, os irados amigáveis, os inimigos amigos aos beijinhos e abraços. Descaracterizam, assim, aqueles e aquilo que fizeram da banda desenhada Disney uma das mais lidas e publicadas no mundo.
Mas…

20/05/2012

Professor Pardal: 60 anos de invenções loucas














O Professor Pardal, o mais célebre inventor dos quadradinhos Disney, completa este mês seis décadas de invenções mirabolantes mas nem sempre bem sucedidas.
Apesar de não se saber a sua data de nascimento “real” - ao contrário de outras personagens Disney com quem interage – para a efeméride conta a data da primeira aparição nos quadradinhos de Giro Gearloose (o seu nome no original) em Maio de 1952, no número 140 da revista “Walt Disney's Comics and Stories”.
Esta banda desenhada de 10 páginas, escrita e desenhada pelo genial Carl Barks quase um ano antes, intitulava-se “Gladstone's terrible secret” e tinha como mote a tradicional sorte do Gastão e não a novel personagem. O próprio Barks, o mais famoso desenhador dos “patos Disney”, confessou que não pensava utilizá-lo mais, caso contrário tê-lo-ia feito mais baixo, da altura de Donald ou Patinhas, pois a elevada estatura do galináceo antropomorfizado tornava complicado “encaixá-lo” nas vinhetas a par dos patos.
Apesar disso, o inventor fez sucesso, o que justificou a criação de uma revista própria sete anos volvidos, em 1959; sucesso que perdurou até aos nossos dias, o que levou à sua inclusão na série animada DuckTales, da Disney.
Professor Pardal: a primeira aparição
Para isso, contribuiu certamente o seu génio inventivo, sempre a transbordar de ideias – embora para isso contasse com a ajuda do chapéu pensante, composto por um ninho com corvos – a par da sua lendária desorganização e distracção e dos falhanços – ou adequação errada… - dos seus inventos. Que tanto podiam ser construídos com peças novas, como com restos ou o lixo disponível, sendo utilizados quer para resolver (ou complicar?) os pequenos nada quotidianos, quer para ultrapassar os maiores e mais inesperados contratempos, ameaças e dificuldades.
Por isso, a par de foguetões, máquinas do tempo ou automóveis incríveis, também criou o oralicóptero, um engenho voador que Donald move à custa de “quacs”, a máquina de não fazer nada, minhocas que apanham peixes (literalmente) ou submarinos com pernas, bem como os mais estranhos artefactos com que heróis falidos como o Superpato (identidade secreta de Donald), o Morcego Vermelho (Peninha) ou o Morcego Verde (Zé Carioca) combatem o crime. Inventos muito apetecíveis para gente com más intenções, como o seu maior inimigo, o professor Gavião, sempre apostado em roubar as suas ideias, ou a Maga Patalógica e os Irmãos Metralha que os desejam para roubarem a moedinha nº1 ao Tio Patinhas.
Para o ajudar – e corrigir muitas das suas falhas – teve sempre ao lado o pequeno Lampadinha – Little Helper no original, rebaptizado Little Bulb nos anos 1980 – um pequeno robot com uma lâmpada a servir de cabeça, bem mais atento e equilibrado que o seu inventor, que se estreou em Setembro de 1956, na história “The Cat Box”.
Como tantas outras das assexuadas personagens Disney, Pardal, insensível aos avanços femininos, não tem filhos mas conta com um sobrinho, Pascoal (Newton no original), igualmente dotado de génio inventivo.
A sua fama extravazou os quadradinhos, inspirando pessoas no mundo real, como o norte-americano Dean Kamen, detentor de mais de 400 patentes, que se inspirou num invento do professor Pardal para criar os Segway que hoje vemos em centros comerciais e supermercados.
O professor Pardal, no entanto, não é o único – nem o primeiro - génio dos quadradinhos. Antes e depois dele, muitos outros revolucionaram os seus mundos com inventos estranhos ou apenas adiantados em relação ao seu tempo.
É o caso do foguetão do professor Tournesol que levou Tintin à lua, do rádio-relógio que Dick Tracy utilizava ou do avião supersónico criado pelo professor Mortimer.
Exemplos que ficam enquanto aguardamos pela concretização da máquina do tempo que o próprio Pardal, o Franjinha da Turma da Mônica (a par de tantos outros) imaginaram, dos fatos de moléculas instáveis desenvolvido por Reed Richards, do Quarteto Fantástico ou pela poção mágica de que só o druida Panoramix conhece o segredo…

(versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 14 de Maio de 2012)


28/11/2011

Irmãos Metralha, 60 anos de assaltos falhados

Há 60 anos, os irmãos Metralha aproveitaram um rombo na caixa forte do tio Patinhas para encherem baldes com dinheiro à pazada. Era o primeiro de muitos assaltos, quase todos falhados, desta família de vilões.A sua estreia ocorreu na história “Terror of the Beagles Boys”, publicada na revista Walt Disney's Comics And Stories #134, datada de Novembro de 1951, embora ela já estivesse desenhada desde Maio desse ano, como obrigavam os prazos de trabalho então em vigor. Portugal descobriu os irmãos Metralha alguns meses mais tarde, através da revista brasileira Pato Donald #59, de 23 de Dezembro de 1952, em “O Vil Metal E Os Vilões”.
O seu criador foi Carl Barks, o mais famoso desenhador dos patos Disney que, com certeza sem o saber, introduzia um trio de personagens que se tornariam indispensáveis nas aventuras do Tio Patinhas.
Se na altura da estreia ainda não envergavam o tradicional uniforme de camisola laranja e calças azuis, com os números de presidiário estampados, com variações dos algarismos 1, 6 e 7, substituídos na época pelo seu nome - Beagles Boys - os irmãos Metralha já possuíam os característicos bonés e as máscaras negras em volta dos olhos. Aliás, com excepção dos “Duck Tales”, em que receberam nomes começados por B, os Metralha foram sempre distinguidos pelo seu número prisional.

Nessa sua primeira aparição - das muitas que haveriam de fazer daí em diante para atormentarem o pato mais rico do mundo - eram só três irmãos mas, ao longo dos anos, muitos outros familiares foram sendo criados: irmãos e irmãs, primos e primas, avô, netos e netas, o Azarado, o Supersenvível, o Intelectual e até um gato, como era norma no universo Disney.
Mais tarde, nos anos 90, quando o norte-americano Don Rosa tentou definir uma cronologia da família Pato em “A Saga do Tio Patinhas” (“The Life and Times of Scrooge McDuck”), baseado nas pistas deixadas nas suas histórias por Barks, antecipou no tempo a inimizade entre assaltantes e assaltado, situando as suas origens no final do século XVIII, quando Patinhas enfrentou os pais e o avô dos actuais bandidos.
A história de estreia, assentava nas preocupações do milionário para proteger o seu largo pecúlio, auxiliado por um pouco motivado Pato Donald, decorrendo toda a trama, bem condimentada pelo habitual humor de Barks, em torno dos choques constantes entre os dois, até ao inesperado e divertido final.

Dessa vez, aparentemente, os irmãos Metralha saíram a ganhar, recolhendo em baldes e carrinhos de mão algum do dinheiro que jorrava por um rombo na caixa-forte, provocado pelos excessos de quem devia zelar pela segurança. No entanto, isso raramente voltou a acontecer ao longo dos anos pois, apesar dos mais mirabolantes planos, dos mais inesperados acasos ou das ideias mais loucas ou audaciosas, o dinheiro do tio Patinhas e a famosa moedinha nº1 nunca mudaram de mãos por muito tempo, terminando quase sempre os vilões em fuga ou atrás das grades, cumprindo a sua sina de personagens secundárias, mais desastrados e conflituosos do que malvados, o que contribuiu para a sua popularidade apesar de estarem do lado errado da lei.
De seguida, podem ler na íntegra a história em que os Beagle Boys nasceram, que encontrei aqui.










(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 22 de Novembro de 2011)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...