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21/10/2013

As Fantásticas Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy III – Requiem - Preview














Numa das primeiras apresentações do Dog Mendonça, na loja da Central Comics, no Porto, fomos apresentados ao Pedro Cleto e ao seu blog, As Leituras do Pedro. Pouco tempo depois, o Pedro teve a gentileza de falar dos nossos dois livros para várias publicações.
Esses artigos foram sempre extremamente encorajadores, especialmente vindos de alguém que não conhecíamos. Os defeitos apontados eram reais e justos, e ajudaram-nos a melhorar.

Desde então, não há um dos nossos livros que saia sem uma citação de um dos seus artigos, por isso... esperamos que goste também do terceiro, porque se não gostar, teremos de usar a citação na mesma!

Ao longo dos tempos, a nossa equipa tem seguido o seu blog e temos visto o rigor e o respeito com que trata as publicações, os autores e a banda desenhada. Por isso, e com a sua colaboração, é com grande orgulho que mostramos [três pranchas em exclusivo, desde o layout inicial, passando pelo traço a preto e branco até à prancha final colorida] aqui algumas novidades sobre o nosso livro, em exclusivo para os leitores deste blog, que não temos dúvida serem as pessoas a quem mais nos interessa chegar: os verdadeiros apaixonados por banda desenhada em Portugal.

Em jeito de agradecimento, aqui deixamos em primeira mão a informação que o nosso prefácio será escrito pelo lendário realizador Tobe Hooper.
O livro 3 será lançado a 10 de Novembro no Amadora BD, e esperamos contar convosco para beber umas minis.

Um grande abraço,
Filipe Melo









Argumento: Filipe Melo
Esboço: Bruno Ma
Desenho: Juan Cavia
Cor: Santiago Villa

28/10/2011

As Extraordinárias Aventuras de Dog Mendonça e PizzaBoy II

Apocalipse
Filipe Melo (argumento)
Juan Cavia (desenho)
Santiago Villa (cor)
Martin Tejada (adaptação sequencial)
George A. Romero (prefácio)
Tinta-da-China (Portugal, 1 de Novembro de 2011)
170 x 240 mm, cor, 112 p., brochado com badanas
16,90 €

Resumo
Depois de evitarem o fim do mundo. Dog Mendonça, o lobisomem de meia-idade, PizzaBoy, agora operador de call-center, o demónio Pazuul e a gárgula falante são obrigados a juntar-se novamente, desta vez para evitar o Apocalipse…
E para além deste quarteto fantástico, numa catástrofe de proporções bíblicas, até a Virgem de Fátima faz uma perninha!

Desenvolvimento
Neste novo livro, a história começa cinco anos após os acontecimentos marcantes do primeiro volume, em belos cenários desenhados por Juan Cavia, servidos por cores mais claras e um traço bem mais definido que muito valorizam a obra, embora custe a acreditar que numa país chamado Portugal, num intervalo de tempo tão curto, Lisboa fosse tão rapidamente reconstruída…!
PizzaBoy trabalha agora num call-center, onde presta ajuda informática. A atitude enfadada, o desinteresse pela tarefa, a falta de atenção dada a quem telefona, os conselhos factuais – “tente desligar o router e reiniciar o computador” - mostram que afinal estamos no mundo real!
Quanto à trama, ela é espoletada por um padre perseguido pelo Vaticano que recorre a Dog Mendonça e à sua equipa para deterem o Apocalipse… iniciado “há quinze minutos e dez segundos”. E se a ética impede o detective de salvar “o mundo à borla”, a precipitação dos acontecimentos não lhe dará outra hipótese, levando ao reencontro dos quatro protagonistas.
Desencadeia-se então a acção, em grande estilo e em ritmo acelerado, que, entre pragas, confrontos monumentais, perseguições e a análise da previsão bíblica através de uma edição… infantil (!), vai levar os protagonistas a Fátima – onde, tal como Jacinta, Francisco e Lúcia, terão direito à respectiva aparição.
Num volume, mais uma vez recheado de referências a uma certa cultura pop, da música, do cinema, da televisão, da própria BD e até auto-citações (!), consubstanciada em zombies, monstros fofinhos, bestas do apocalipse, teorias da perseguição, conspirações religiosas e o mais que os leitores se vão divertir a descobrir, Filipe Melo cria uma obra plena de bom humor, bem escrita e cativante que o leitor não tem outro remédio do que ler num só fôlego.
Aos diálogos, escritos como poucas pessoas o fazem em Portugal – na BD, para além de Arlindo Fagundes não me ocorre mais ninguém – ritmados, vivos, credíveis, divertidos, repletos de alusões e trocadilhos, Melo e os seus companheiros acrescentam também uma planificação muito dinâmica, com múltiplas tomadas de pontos de vista e alguns efeitos bem conseguidos em termos narrativos, como a mudança de cenas mantendo os planos e dando sequência às frases, logo nas páginas iniciais, uma melhoria evidente na aplicação da cor e na iluminação das cenas, bem mais claras e legíveis, e um aprimoramento do traço ágil, caricatural e expressivo, mostrando-se Juan cavia completamente à vontade tanto com a figura humana como nos cenários - naturais ou dantescos - com os quais vão prendendo e surpreendendo o leitor, página após página.
Desta forma, este livro confirma tudo o que o primeiro já tinha mostrado e prometido, indo ainda mais além, com o refinamento da escrita, a melhoria gráfica e a melhor colorização, tendo tudo para ser mais um sucesso em Portugal (à dimensão do nosso mercado, claro) e para passar além-fronteiras, como aliás já está a acontecer com uma nova história, a ser actualmente publicada na revista norte-americana Dark Horse Presents, de que hei-de falar proximamente.
No final, com Lisboa mais uma vez destruída (o que não indicaria um daqueles estudos psicológicos de pacotilha…?), fica a inevitável ponta solta que promete uma continuação para as aventuras de Dog Mendonça e PizzaBoy.
Que, já antevejo, terão no título algo como “assombrosas” ou “espantosas” e um “III” no final…

A reter
- A escrita de Filipe Melo: incisiva, divertida, fluente.
- A significativa melhoria da iluminação, da cor, que realçam ainda mais o traço - melhorado com a prática - de Juan Cavia.
- As boas recordações que as muitas referências trazem a quem foi passando por elas.
- O dossier final com o making-of do livro.
- A mais-valia do prefácio de George A. Romero.

Lançamentos
Tal como aconteceu com o primeiro volume, também este vai ser objecto de uma mini-tournée de apresentação e lançamento, sempre com a presença de Filipe Melo, Juan Cavia e Santiago Villa, numa promoção empenhada que não justifica por si só o sucesso que a obra inicial conquistou, até porque o seu valor e potencial são inegáveis, mas ajuda a explicá-lo. Por que em Portugal, poucas vezes a BD tem sido alvo da promoção que poderia alavancá-la para lá do nicho habitual de consumidores…
Eis as datas já anunciadas:

1 de Novembro
16h – Lançamento oficial, AmadoraBD 2011 – Fórum Luís de Camões, à Brandoa
17h-19h – Sessão de autógrafos, AmadoraBD 2011
20h – Lançamento na Tertúlia de BD de Lisboa – Parque Mayer
23h – Lançamento no Shortcutz – Bicaense, Lisboa

2 de Novembro
22h – Lançamento no Shortcutz – Hardclub, Porto

3 de Novembro
18h30 – Lançamento na FNAC Chiado, Lisboa

4 de Novembro
18h00 – Lançamento na FNAC Santa Catarina, Porto
19h30 – Lançamento na Mundo Fantasma, Porto

5 de Novembro
15h – Lançamento na Bertrand, Caldas da Rainha

6 de Novembro
15h – Sessão de autógrafos, AmadoraBD 2011
16h – Lançamento “Dog na Dark Horse”, AmadoraBD2011
17h-19h – Sessão de autógrafos, AmadoraBD 2011

9 de Novembro
18h30 – Lançamento na Dr. Kartoon, Coimbra
21h – Lançamento na FNAC Coimbra

10 de Novembro
10h - Aula aberta de BD com João Lameiras, Guimarães

03/02/2011

Quim e Manecas 1915-1918

Stuart Carvalhais (argumento e desenho)
João Paulo de Paiva Boléo (organização, introdução e glossário)
Tinta da China (Portugal, Dezembro de 2010)
245x305 mm,

232 p., cor, cartonado, 44,00€

Resumo
Na sequência da exposição que esteve patente no 21º Amadora BD 2010 e ainda integrada na comemoração dos 100 anos da República em Outubro último, foi editado este volume que reúne cerca de duas centenas de pranchas com as aventuras e traquinices de dois miúdos lisboetas, sem dúvida os primeiros verdadeiros heróis da BD nacional, que foram animados por Stuart Carvalhais entre 1915 e 1918, nas páginas d’O Século Cómico.
Da responsabilidade da Tinta-da-China, esta edição cartonada de grande formato, tem prefácio e coordenação de João Paulo Paiva Boléo, um dos maiores especialistas em BD portuguesa.

Desenvolvimento
Ler clássicos – para mais “tão” clássicos como Quim e Manecas – tem sempre um risco associado: sendo hoje a concepção da banda desenhada (bem) diferente da que existia à data da sua publicação – há quase um século…! – as marcas deixadas pelo tempo podem tornar (algo) penosa a leitura, desmotivando mesmo quem busque apenas uma fruição imediata e não a descoberta dos “antepassados” dos heróis que agora admira ou os primeiros passos da arte que combina texto e ilustração.
Serve este longo intróito, apenas, para dizer que esse não é o caso de Quim e Manecas que, tendo obviamente (algumas d)as marcas da época em que foram criados, mantêm uma frescura, uma legibilidade, um humor e um espírito que permitem uma leitura francamente agradável nos nossos dias.
Essa é, aliás, a razão para este texto só surgir agora aqui, em As Leituras do Pedro, pois este volume obrigou-me a uma leitura (e releituras) atenta(s) e compassada(s), com múltiplos avanços e recuos, para poder desfrutar dele o mais possível.
Por isso, também, o meu agradecimento ao João Paulo Paiva Boléo, pela selecção e organização do seu conteúdo, pelo glossário, que ajuda a situar na época e a compreender referências e alfinetadas, e pela magnífica e completa introdução, recheada de pequenas (e grandes) chamadas de atenção para pormenores (e “pormaiores).
Dito isto, entremos na banda desenhada propriamente dita, geralmente mais conhecida como a história de dois traquinas amantes de partidas ao próximo, mas que vai muito além disso. Porque se aquela faceta é a que predomina de início (sendo retomada a espaços), rapidamente Quim e Manecas – umas vezes irmãos, outras primos – se transformam em heróis, nacionais e internacionais, combatendo criminosos, participando na Primeira Guerra Mundial (com resultados espantosos!) contra os alemães. Para isso demonstram grande inventividade (criando engenhocas e máquinas espantosas), muita coragem, enorme sangue-frio mesmo nas situações mais delicadas e uma total falta de compaixão pelo inimigo, enxovalhado sempre que a oportunidade surge ou, quando necessário, reduzido a “trapos imundos, ossos, terra, cinza e nada”.
O que, na prática, (também) vem contrariar a ideia de que Quim e Manecas eram essencialmente uma banda desenhada infantil, pois este tipo de atitudes bem como uma amputação a sangue frio (!) feita por Manecas ao irmão a aprticipação na guerra em curso ou os trocadilhos em torno da gripe “hespanhola” e das “hespanholas” de carne e osso apropriavam-nas bem mais para adultos. O mesmo se passando, aliás, com os textos em que abundam referências a personalidades da época, críticas às políticas vigentes ou reparos ao estado do país em geral que, de certeza, passariam ao lado dos mais novos, numa colagem à actualidade que raramente a banda desenhada consegue, mesmo nos nossos dias.
O que, no entanto, não contradiz a ideia de que os mais novos poderiam desfrutar de igual modo das bandas desenhadas de Stuart cujo legibilidade e expressividade do traço, ritmo, dinâmica e modernidade continuam a espantar.
Isto é verdade em especial nas primeiras três dezenas de pranchas, cujo texto surgia integralmente em balões, numa altura em que estes eram quase uns ilustres desconhecidos. Depois, seriam substituídos por texto descritivo e alguns diálogos sob as vinhetas, o que retirou ritmo à leitura e dinâmica à composição das pranchas que mesmo assim, nalguns casos, funcionariam melhor sem qualquer texto escrito. É verdade que posso até concordar com J. P. P. Boléo quando escreve que, “literariamente” a obra ficou a ganhar e que estes textos são mais ricos e expressivos do que os iniciais, mas vendo Quim e Manecas sob o prisma deformador da minha actual cultura aos quadradinhos, assente em obras e autores que na altura nem sequer eram nascidos, não posso deixar de preferir a forma das primeiras peripécias dos dois miúdos lisboetas. O que só vem provar, mais uma vez, se tal fosse necessário, a modernidade da obra de Stuart.

A reter
- Se tenho elogiado diversas vezes neste blog algumas edições integrais, especialmente francófonas, é de toda a justiça fazer o mesmo em relação a esta edição da Tinta-da-China. Desde logo pela sua qualidade gráfica e editorial, com um único senão: a capa deveria ter mais consistência, pois tende a abaular ligeiramente com o tempo…
- Depois, claro, pela importância da obra recuperada, um clássico com quase 100 anos Legível, divertido, mordaz, moderno…
- …sobre o qual muito bem escreve (como é seu timbre…) João Paulo Paiva Boléo, no excelente ensaio que nos introduz às pranchas de Stuart.
- Falta algo para roçar a perfeição? À parte alguns pormenores de somenos importância, o anúncio de um segundo volume, com as restantes aventuras do Quim e do Manecas…!

Curiosidade
- Quim e Manecas foram escuteiros uma década antes de Totor, foram ao País dos Sovietes uma década antes de Tintin…

- Quim e Manecas protagonizaram um dos selos de correio da emissão filatélica "Heróis Portugueses de Banda Desenhada".

21/12/2010

Quim e Manecas 1915-1918

Stuart Carvalhais (argumento e desenho)
João Paulo Paiva Boléo (organização, introdução e glossário)
Tinta-da-China (Portugal, Dezembro de 2010)
245x305 mm, 232 p., cor e pb, cartonado


Na sequência da exposição que esteve patente no 21º Amadora BD 2010 e ainda integrada na comemoração dos 100 anos da República em Outubro último, está já disponível nas livrarias a reedição dos melhores episódios da série “Quim e Manecas”.
Trata-se de um volume com cerca de duas centenas de pranchas com as aventuras e traquinices de dois miúdos lisboetas, sem dúvida os primeiros verdadeiros heróis da BD nacional, que foram animados por Stuart Carvalhais entre 1915 e 1918, nas páginas d’O Século Cómico.
Da responsabilidade da Tinta-da-China, esta edição cartonada de grande formato, tem prefácio e coordenação de João Paulo Paiva Boléo, um dos maiores especialistas em BD portuguesa, que apresenta Quim e Manecas como “uma das grandes obras da arte portuguesa do século xx”, considerando-a “uma das matrizes fundadoras da BD”, de uma qualidade “rara ou mesmo única na Europa do seu tempo” graças ao traço fácil e expressivo, à modernidade do ritmo, à harmonia estética e cromática de muitas páginas, ao humor que transparece não só do texto mas das próprias personagens e situações e à ternura das figuras principais”.

(Versão revista e aumentada do texto publicado no Jornal de Notícias de 18 de Dezembro de 2010)

22/03/2010

As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy

Filipe Melo (argumento)
Juan Cavia (desenho)
Santiago Villa (cor)
Tinta da China (Portugal, Fevereiro de 2010)
165 x 240 mm, 120 p. cor, brochado com badanas

Resumo
Vampiros, lobisomens, gárgulas e fantasmas vivem pacificamente, nas sombras, entre os humanos. Porém, no subsolo de Lisboa, o pior de todos os monstros ganha forças e prepara o seu regresso. Para isso, anda a raptar crianças na capital portuguesa.
Um jovem distribuidor de pizzas, um ex-lobisomem de meia-idade, um demónio de seis mil anos e uma cabeça de gárgula com um estranho sentido de humor serão os únicos capazes de fazer frente às forças do mal que ameaçam a Humanidade.

Desenvolvimento
E de repente, parece que a banda desenhada portuguesa descobriu que pode aliar a qualidade artística à vertente comercial, no bom sentido do termo, sem desvirtuar projectos nem fazer mais cedências do que as estritamente necessárias. Mais, assumindo o objectivo de constituir um (bom) divertimento (bem feito) e tendo como meta chegar ao máximo possível de leitores, não só ao (curto) nicho habitual.
Exemplos recentes são BRK, de Filipe Pina e Filipe Andrade, Asteroid Fighter de Rui Lacas, e, agora, este livro. Que tem génese estranha, quase tanto como a história que narra. Porque nasceu em Tondela; porque na sua origem está Filipe Melo, músico e cineasta (I’ll see you in my dreams, Um mundo catita); porque resulta de uma parceria luso/argentina (nacionalidade do desenhador e também do colorista); porque esteve para ser um filme e acabou como BD (para benefício dos leitores de quadradinhos – de todos os que lerem estes quadradinhos).
A história reúne um entregador de pizzas, um detective do oculto, um demónio que encarnou num corpo de criança e a cabeça duma gárgula, que percorrem as entranhas de Lisboa, para descobrirem quem anda a raptar as crianças lisboetas e, juntamente com um sem número de monstros e demónios, combaterem uma (nova) ameaça nazi.
O tom é tão fantástico, rocambolesco e delirante quanto o resumo deixa entender, cruzando um sem número de referências e citações, de Jackie Chan aos Gremlins, de Casablanca a Howard, the Duck, de Hellboy a Dylan Dog, do policial negro ao cinema fantástico, numa narrativa de ritmo acelerado, de cortar o fôlego, em que as surpresas e o bom humor são recorrentes página após página, até ao desfecho final que deixa tudo em aberto para uma nova BD… pela qual se fica ansiosamente à espera.
E se foi preciso ir à Argentina buscar o desenhador, ainda bem que assim foi, pois o traço de Juan Cavia, de volumes bem definidos, a um tempo semi-realista e caricatural, e de um grande dinamismo, onde se adivinha sem dificuldade a sua experiência cinematográfica, imprimiu ao relato o ritmo que ele pedia, através do uso dos mais variados planos e de uma planificação multifacetada, multiplicando vinhetas ou optando por páginas com um desenho só.

A reter
- O desenho, o ritmo, o humor, as homenagens. Uma BD muito bem feita.
- A magnífica edição da Tinta da China.
- O making of escrito por Ana Markl que ocupa as últimas páginas do livro.

Menos conseguido
- A capa, pouco chamativa, sem imagem…

Curiosidade
- Afinal qual a alcunha de Eurico Catatau? Pizza Boy, PizzaBoy (como na capa do livro) ou Pizzaboy (como Filipe Melo escreve)…?

(Versão revista e aumentada do texto publicado originalmente a 13 de Março de 2010, na página de Livros do suplemento In’ da revista NS, distribuída aos sábados com o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias)

04/03/2010

Lançamento - As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizza Boy

Filipe Melo (argumento)
Juan Cavia (desenho)
Santiago Villa (cor)
Tinta da China (Portugal, Fevereiro de 2010)
165 x 240 mm, 120 p. cor, brochado com badanas


Depois da Zona Fantástica a banda desenhada regressa ao Fantasporto e ao Rivoli para o lançamento de “As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizza Boy”, um dos títulos que vai marcar o panorama nacional de quadradinhos em 2010.
Novela gráfica escrita por Filipe Melo (pianista de Jazz e autor da curta-metragem de terror "I'll See You In My Dreams" e da série televisiva “Mundo catita”) e desenhada pelo argentino Juan Cavia, reúne um entregador de pizzas, um detective do oculto, um demónio que encarnou numa criança e a cabeça duma gárgula, que percorrem as entranhas de Lisboa, para descobrirem quem anda a raptar as crianças lisboetas e combaterem uma (nova) ameaça nazi.
De tom delirante e fantástico, cruza referências e citações da literatura, cinema e BD, numa narrativa de rimo acelerado, em que as surpresas e o bom humor são recorrentes.
Depois da apresentação pública amanhã, os autores de “As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizza Boy” iniciam um périplo pelo país para autógrafos e conversas com os leitores, com as seguintes paragens já programadas:
- 6 de Março, às 16h00, na Central Comics - Porto
- 6 de Março, às 18h00, na Fnac Sta Catarina - Porto
- 6 de Março, às 21h30, na Fnac Braga - Braga
- 8 de Março, às 21h30, no Acert - Tondela
- 9 de Março, às 20h00, na Tertúlia de BD de Lisboa
- 10 de Março, às 18h30, na Dr.Kartoon - Coimbra
- 10 de Março, às 21h30, na Fnac Coimbra - Coimbra
- 11 de Março, às 20h00, na Fnac Chiado - Lisboa

02/11/2009

A Metrópole Feérica

Terra Incógnita – Vol. 1
José Carlos Fernandes (argumento)
Luís Henriques (desenhos)
Tinta da China (Portugal, Outubro de 20089
210 x 300mm, 88 p., cor, brochado com badanas


Esta é mais um série imaginada por José Carlos Fernandes, que a define como “histórias curtas surreais, que têm em comum cidades ou lugares imaginários”. Imaginários, sim; impossíveis mesmo, quase todos, mas muito próximos da nossa realidade ou de realidades que já conhecemos.
Nelas, JCF expõe alguns dos seus temas recorrentes, explorando à exaustão pressupostos absurdos tornados incomodamente possíveis ou exagerando tiques de modelos governativos totalitários, que provocam sorrisos, mas também fazem pensar até que ponto o controle do indivíduo não pode tornar-se uma obsessão perigosa, num tempo em que a tecnologia existente torna tão fácil ser escrutinado cada instante do nosso quotidiano…
O traço de Luís Henriques, como que dotado de capacidades camaleónicas, metamorfoseia-se de acordo com cada narrativa, em nuances de grafismo, textura, luz e cor, numas realista, noutras quase abstracto, aqui pormenorizado, ali apenas esquemático, às vezes combinando todas aquelas características, outras surpreendendo pela ruptura total com o que fez nas páginas anteriores.
Como no conto final, belo exemplo de planificação apurada, que revisita a bíblica Torre de Babel, explicando o seu falhanço à luz de questões bem portuguesas (oportunismo dos empreiteiros, mão-de-obra (estrangeira) não qualificada, incumprimento dos prazos…) para finalizar com um inesperado volte-face, que faz jus ao humor sarcástico e mordaz de JCF e nos obriga a (re)pensar.

(Versão revista do texto publicado originalmente a 17 de Janeiro de 2009, na secção de Livros do suplemento In’ da revista NS, distribuída aos sábados com o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias)
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