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08/07/2019

Mar de Aral

...e um certo cheiro a peixe






Há, por vezes, coisas que nos fazem falta - que a mim fazem - mas cuja ausência só constatamos conscientemente quando as reencontrámos.
A escrita de José Carlos Fernandes era uma delas e este seu regresso, mesmo que efémero (?), explica à saciedade porquê.

17/02/2016

A Agência de Viagens Lemming






José Carlos Fernandes foi o mais importante autor dos anos 1990 e 2000. Este livro é o seu conceito de ‘folhetim de Verão’.

15/11/2015

Leitura Nova: Agência de Viagens Leming






A Agência de Viagens Lemming foi editado em tiras semanais no suplemento de férias do Diário de Notícias em 2005, as histórias foram agrupadas em duas secções: Dez mil horas de jet lag e O síndrome da classe turística.
Quem aprecia A Pior Banda do Mundo vai encontrar aqui múltiplos pontos de contacto, mas A Agência de Viagens Lemming tem uma característica única na obra de JCF: mantendo uma linha condutora, alterna ritmos narrativos, mistura o apontamento curto com a história mais prolongada, e em dois ou três casos, afasta-se do remoque malicioso, que é a sua imagem de marca.

15/09/2014

A Pior Banda do Mundo no cinema









A propósito da recente reedição – em Portugal e no Brasil - de A Pior Banda do Mundo em dois volumes cartonados que dão outra consistência aos livros e fazem jus à qualidade da obra, lembrei-me de recuperar um texto publicado a 30 de Maio de 2005 no Jornal de Notícias sobre a adaptação cinematográfica de alguns dos contos que compõem a obra-prima de José Carlos Fernandes.
Para ler já a seguir.

29/08/2014

A Pior Banda do Mundo Vol. 2









A propósito da recente reedição de A Pior Banda do Mundo, em dois volumes, cada um com três dos tomos originais, recupero o texto E a estupidez que não pára de crescer, que publiquei a 4 de Julho de 2004 no Jornal de Notícias, a propósito da edição – então – de A Pior Banda do Mundo: 4. A Grande Enciclopédia do Conhecimento Obsoleto.
Para recordar já a seguir.

11/08/2014

A Pior Banda do Mundo Vol. 1











A propósito da recente reedição de A Pior Banda do Mundo, numa bela edição em capa dura e bom papel que faz jus ao conteúdo, recupero o texto BD para quem gosta de ler mas pensa que não gosta de BD, que publiquei a 1 de Outubro de 2002 no Jornal de Notícias, a propósito da edição – então – de A Pior Banda do Mundo: 1. O Quiosque da Utopia.
Para recordar já a seguir.

15/02/2011

José Mendes Cabeçadas Júnior

Um Espírito Indomável
José Carlos Fernandes (argumento)
Roberto Gomes (desenho)
Câmara Municipal de Loulé (Portugal, Setembro de 2010)
175x240 mm, 40 p., cor, brochada com badanas


Resumo
Este álbum traça a biografia de José Mendes Cabeçadas Júnior, um louletano que foi Presidente da República e que teve papel fundamental em alguns momentos-chave da História de Portugal, como a implantação da República, o levantamento de 28 de Maio ou a campanha de Humberto Delgado para as eleições presidenciais de 1958.

Desenvolvimento
Projecto institucional, “obrigado” a condensar uma vida (muito) cheia em apenas três dezenas de pranchas, apresenta algumas das qualidades e defeitos que são (quase) inevitáveis neste tipo de obras.
Por um lado, foi impossível a José Carlos Fernandes (JCF) fugir ao rigor de datas e acontecimentos, mais a mais face a uma personalidade como José Mendes Cabeçadas Júnior, que de militar a político, de revoltoso a preso, teve uma vida cheia de acontecimentos relevantes que importava conhecer (e pena é que a dimensão da obra não permita aprofundar mais alguns; ficará como ponto de partida para outras leituras).
Por outro, aqui e ali JCF consegue libertar-se daquele espartilho, com pequenos apontamentos (momentos, gestos…), geralmente nas pranchas(/vinhetas com menos texto que mostram e apelam para o lado menos conhecido da personagem pública, mas que lhe conferem uma dimensão mais humana.
Do equilíbrio entre uns e outros, conseguiu uma obra sem paixão, é verdade, mas legível e que cumpre os seus objectivos: divulgar a vida e feitos de um nome marcante da história lusa da primeira metade do século XX.
Quanto a Roberto Gomes, se consegue diversificar bastante a planificação, conseguindo mesmo alguns efeitos interessantes ao utilizar um desenho único, dividido ao alto, como se de várias vinhetas se tratasse, para dinamizar a narrativa (nas páginas 21 e 27, por exemplo), a nível da figura humana apresenta rostos inexpressivos e que só ganhariam se fossem um pouco mais realistas. Em contrapartida, o envelhecimento do protagonista está bem conseguido, merecendo ainda especial destaque a coloração das pranchas, em que predominam os tons ocre e violeta.

A reter
- A excelente edição – design, impressão, papel, acabamento – de fazer inveja a algumas edições “profissionais”.
- A boa selecção de cores.
- A presteza com que a C. M. de Loulé satisfez o pedido de um exemplar.

Menos conseguido
- Numa altura em que José Carlos Fernandes é publicado (e apreciado) em Espanha e França, e expõe em Angoulême e no Centro Belga de BD, é lamentável que no seu país só possa ser lido numa obra de carácter institucional (sem que isto signifique menosprezo por esta edição) e esteja prestes a deixar – ou tenha mesmo já deixado? – a BD.
- Se é louvável esta iniciativa da C. M. Loulé, custa vê-la subaproveitada, por não ser suficientemente divulgada (ou até posta à venda, num espaço como a FNAC, por exemplo). O que seria a melhor forma de atingir os propósitos da edição.

Curiosidade
- Esta não é a primeira vez que José Carlos Fernandes emprega o seu talento em projectos institucionais; já o tinha feito, com argumento de João Miguel Lameiras e João Ramalho Santos, em “A Revolução Interior – À procura do 25 de Abril”, e como autor completo, em “Um passeio ao outro lado da noite”, “Francisco e o rei de Simesmo” (editados pelo Centro Regional de Alcoologia do Centro) e “Os pesadelos fiscais de Porfírio Zap” (Direcção-Geral de Impostos).

02/11/2009

A Metrópole Feérica

Terra Incógnita – Vol. 1
José Carlos Fernandes (argumento)
Luís Henriques (desenhos)
Tinta da China (Portugal, Outubro de 20089
210 x 300mm, 88 p., cor, brochado com badanas


Esta é mais um série imaginada por José Carlos Fernandes, que a define como “histórias curtas surreais, que têm em comum cidades ou lugares imaginários”. Imaginários, sim; impossíveis mesmo, quase todos, mas muito próximos da nossa realidade ou de realidades que já conhecemos.
Nelas, JCF expõe alguns dos seus temas recorrentes, explorando à exaustão pressupostos absurdos tornados incomodamente possíveis ou exagerando tiques de modelos governativos totalitários, que provocam sorrisos, mas também fazem pensar até que ponto o controle do indivíduo não pode tornar-se uma obsessão perigosa, num tempo em que a tecnologia existente torna tão fácil ser escrutinado cada instante do nosso quotidiano…
O traço de Luís Henriques, como que dotado de capacidades camaleónicas, metamorfoseia-se de acordo com cada narrativa, em nuances de grafismo, textura, luz e cor, numas realista, noutras quase abstracto, aqui pormenorizado, ali apenas esquemático, às vezes combinando todas aquelas características, outras surpreendendo pela ruptura total com o que fez nas páginas anteriores.
Como no conto final, belo exemplo de planificação apurada, que revisita a bíblica Torre de Babel, explicando o seu falhanço à luz de questões bem portuguesas (oportunismo dos empreiteiros, mão-de-obra (estrangeira) não qualificada, incumprimento dos prazos…) para finalizar com um inesperado volte-face, que faz jus ao humor sarcástico e mordaz de JCF e nos obriga a (re)pensar.

(Versão revista do texto publicado originalmente a 17 de Janeiro de 2009, na secção de Livros do suplemento In’ da revista NS, distribuída aos sábados com o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias)
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