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04/07/2011

Portugueses na Marvel

Em tempos recentes – leia-se nos últimos 2, 3 anos – o facto de alguns desenhadores portugueses estarem a trabalhar – (embora) de forma (ir)regular – para a Marvel tem sido (de forma relativa) recorrentemente mediatizado entre nós (e eu me penalizo, se for caso disso, pela minha contribuição, consciente, para esse facto), podendo empolar ou dar dessa realidade uma dimensão que na verdade ela (ainda?) não tem.Mas, para início de conversa, por assim escrever, vamos esclarecer de que se fala quando falamos de Portugueses na Marvel. Ou melhor, vamos um pouco mais atrás, à pré-História dessa relação.
Até há pouco tempo, era necessário recorrer ao luso-americano Joe Madureira – filho de pais portugueses – para conseguir uma assinatura lusa (ou perto disso…) na Marvel, apesar dos sobrenomes familiares de alguns dos autores, que geralmente se descobria serem brasileiros, espanhóis, latinos ou mesmo filipinos…
Madureira, responsável pelo título Uncanny X-Men entre 1994 e 1997, dedicou-se depois a Battle Chasers (Wildstorm), uma criação pessoal que se arrastou no tempo e ficou incompleta. Trocando a BD pelos jogos, Madureira teve algumas passagens pontuais pelos quadradinhos já no final da década de 2000, tendo recentemente anunciado o regresso à editora norte-americana, num projecto para já mantido em segredo.
Depois dele, surgiu Miguel Montenegro que, entre vários trabalhos para outras editoras norte-americanas, em 2004 se tornou o primeiro português a desenhar uma capa para a Marvel, mais concretamente para a edição 51 da revista Espantosos X-Men, da Devir nacional.
Seguiu-se nova travessia do deserto (dos super-heróis com problemas) até que, em 2007, Ricardo Tércio desenhava o primeiro número de Spider-Man Fairy Tales, participando igualmente na mini-série Marvel Fairy Tales, no ano seguinte. Ambos os projectos revisitavam fábulas infantis, agora protagonizadas pelos super-heróis da Marvel, sendo que, nesta última, três dos quatro números eram assinados por autores nacionais: o já citado Ricardo Tércio e ainda João Lemos e Nuno Plati Alves.
Curiosamente, esta oportunidade surgiu – quase por acaso, daqueles que se pensa que só existem nos quadradinhos - durante uma passagem de Lemos por Angoulême, onde encontrou casualmente Joe Quesada a quem entregou o seu portefólio, o que lhe valeu receber mais tarde o convite para o projecto.
Depois disso, estes três nomes, a que se juntou, em 2010, Filipe Andrade (no seguimento de uma análise de portefólios por C.B. Cebulski), têm surgido com alguma regularidade nas fichas técnicas de diversos títulos Marvel, como pode ser verificado na relação abaixo apresentada.
Dirão alguns que foi uma questão de sorte, por estarem no lugar certo, no momento exacto – o que é inegável – mas, a esse factor aleatório, juntaram, posteriormente, a capacidade de trabalho – e o talento - que lhes permitiu responder à primeira solicitação e responder a novos desafios.
E se é verdade que os primeiros projectos eram muito específicos e até marginais na produção normal da Marvel, a verdade é que aos poucos Ricardo Tércio, João Lemos, Nuno Plati e Filipe Andrade, foram subindo e trabalhando com alguns dos principais super-heróis: Capitão América, Wolverine, Spider-M.an, Iron Man… Tem sido um percurso progressivo, em crescendo, iniciado com histórias curtas – algumas estreadas em formato digital – passando depois a projectos de outro fôlego como as one-shots X-23, Marvel Girl e a que Plati desenha actualmente com Spider-Man ou a mini-série Onslaught Unleashed, de Andrade e Tércio, ainda em curso. A par disso, há que acrescentar ainda um argumento escrito por João Lemos para Wolverine e a capa que Plati desenhou para Amazing Spider-Man Family.
Projectos ainda discretos, é verdade, mas cada vez menos.
E se a sua entrada no universo Marvel de alguma forma implica (pelo menos) uma cedência do factor artístico (durante muitos anos defendido pelos autores portugueses que tentaram publicar fora de portas) à vertente mais comercial dos heróis Marvel, a verdade é que Lemos, Plati, Tércio e Andrade não abdicaram de um traço pessoal e personalizado que, se é cedo para afirmar como uma mais-valia, é, no entanto, já, um factor distintivo.
Se o seu trabalho para a Marvel não faz ou não progredir os quadradinhos nacionais, poderá ser outra questão. No actual contexto lateral e secundária. Mas a verdade é que a sua participação na Marvel serviu para mediatizar a BD nacional. Levando-a – mais exactamente levando os seus autores – a suportes (jornais, TV, rádio…) que geralmente não lhes prestam atenção. Caberá a eles, às editoras, aos festivais – no presente (acredito que Beja vai beneficiar com esta mostra) e no futuro – tirar partido deste facto. Promovendo-os com base neles, promovendo-se à custa deles. Haja capacidade, haja visão.
Agora, o que está em destaque é este quarteto, com percursos, opções e ambições diferentes, que chegaram onde os autores nacionais nunca tinham chegado. E o sucesso (mesmo que relativo, possivelmente à medida da nossa realidade) de cada um, pelo menos para eles é positivo. Principalmente porque – cumprindo, talvez, sonhos de infância ou adolescência – já viram o seu talento e trabalho dar frutos.

Nuno Plati Alves
• Avengers Fairy Tales #2 – Created equal, 2008, desenho, arte-final e cor; argumento de C. B. Cebulski
• Amazing Spider-Man Family #8, 2009, capa
• Women of Marvel #2 – Shanna the She Devil, 2010, desenho, arte-final e cor; argumento de Mary HK Choi
• Iron Man Titanium #1 – Killer Commute, 2010, desenho, arte-final e cor; argumento de Mark Haven Britt
• X-23, 2010, desenho, arte-final e cor; argumento de Marjorie Liu
• Marvel Girl #1, 2011, desenho, arte-final e cor; argumento de Josh Fialkov
• Amazing Spider-Man #657 – Torch Song, 2011, desenho, arte-final e cor; argumento de Dan Slott

Filipe Andrade
• I am an Avenger #5 - Ant-Man: Growing, 2010, desenho e arte-final; argumento de B. Clay Moore
• Iron Man Titanium #1 - Hack, 2010, desenho e arte-final; argumento de Tim Fish
• X-23, 2010, desenho e arte-final; argumento de Marjorie Liu
• Captain America #608 a #614 - Nomad, 2010, arte-final; argumento de Ed Brubaker, desenho de Butch Guice
• Onslaught Unleashed #1 a #4, 2011, desenho e arte-final; argumento de Sean McKeever
• Avengers (American Troops), desenho e arte-final;
• Iron Man (Tony Stark), desenho e arte-final;

João Lemos
• Avengers Fairy Tales #1 – Once upon a Time…, 2008, desenho e arte-final; argumento de C. B. Cebulski
• Wolverine #1 - The Dust From Above, 2010, argumento; desenho de Francesca Ciregia
• Wolvernie #1000 – The Adamantium Diaries, 2011, desenho e arte-final; argumento de Sarah Cross

Ricardo Tércio
• Spider-Man Fairy Tales #1 – Off the beaten path, 2007, desenho, arte-final e cor; argumento de C. B. Cebulski
• Avengers Fairy Tales #4, 2008, desenho, arte-final e cor; argumento de C. B. Cebulski
• Onslaught Unleashed #1 a #4, 2011, cor; argumento de Sean McKeever
• Marvel Adventures Super Heroes #11, 2011, capa

(Texto inicialmente publicado no Splaft – Caderno da Bedeteca de Beja #08, que serviu de catálogo ao VII Festival Internacional de BD de Beja)

26/04/2011

The Amazing Spider-Man #657

Dan Slott (argumento)
Nuno Plati Alves (desenho e cor)
Marcos Martin, Ty Templeton e Stefano Caselli (desenho)
Muntsa Vicente, Javier Rodriguez e Marte Garcia (cor)
Marvel Comics (EUA, Março de 2011)
170 x 210, 32 p., cor,
comic-book, mensal, $3,99 US


Na sequência do desaparecimento do Tocha Humana e da integração do Homem-Aranha no Quarteto Fantástico, surge este número de The Amazing Spider-Man, com sabor evocativo, numa história completa que, de alguma forma, faz a transição entre aqueles dois momentos fortes (e mediáticos) da cronologia recente do universo Marvel.
Nela, o Senhor Fantástico, a Mulher Invisível, o Coisa e o Homem-Aranha, divididos entre a nostalgia e a tristeza, evocam diversos episódios protagonizados por Johhny Storm, entre o curioso, o caricato e o divertido – que passam por uma partida ao Coisa, super-heróis em cuecas (literalmente!) e (mais) um feito de “um rapaz brilhante” - tendo cada um deles sido entregue a um desenhador diferente, o que faz deles episódios autónomos dentro da história base.
A par de uma bela capa, de traço simples, quase discreto, mas com uma forte componente com o tal sabor nostálgico e evocativo, esta edição tem a curiosidade de o segundo episódio ter sido entregue ao desenhador português Nuno Plati Alves, que é o aquele que apresenta o traço mais personalizado (que se destaca bastante do aspecto mais “standard”, deixem-me escrever assim, do todo), e onde ganham mais uma vez realce a expressividade dos rostos e as cores suaves e quentes utilizadas.

29/03/2011

Marvel Girl #1

Josh Fialkov (argumento)
Nuno Plati Alves (desenho e cor)
Marvel Comics (EUA, 16 de Fevereiro de 2011)
170 x 210 mm, 32 p., cor, comic-book, $2,99 US

Resumo
Recolhida pelo professor Xavier quando os seus poderes se começaram a manifestar, após a morte acidental da sua melhor amiga, Jean Grey revela dificuldades em controlá-los, especialmente no seu relacionamento com os outros mutantes.
Por esse motivo, é aconselhada a deixar a escola temporariamente e a procurar no seu passado as razões para o que se está a passar com ela.

Desenvolvimento
Este é mais um dos comics assinado por um autor português para a Marvel.
Curiosamente – ou talvez não… - é uma história mais europeia do que de super-heróis, puros e duros… Ou escrito de outra maneira, é uma história com menos acção e mais introspecção. Com menos “efeitos especiais”, combates grandiosos ou batalhas épicas com destruição a rodos, e mais diálogos (interiores…) e recordações pacatas (mas marcantes).
O que não implica obrigatoriamente menos interesse, pelo contrário – pelo menos para mim, embora reconheça que possa ser penalizador para os habituais consumidores do género super-heróis.
A história, embora linear, está bem construída, muito embora a razão para os problemas da mutante sejam – praticamente… - revelados logo à partida, o que lhe retira uma dose do interesse que poderia ter. Independentemente disso, tem alguns aspectos interessantes, nomeadamente a comparação entre os sonhos dos adolescentes amigos de Jean Grey e a sua realidade adulta.
Curiosamente, de novo – ou, de novo, talvez não – Plati Alves mostra-se menos à vontade no desenho dos confrontos entre Jean Grey e os seus amigos mutantes, logo no início, do que quando trabalha as cenas mais calmas. Aliás, é nestas que melhor se destacam a sua técnica, o seu estilo e a boa aplicação da cor que revela, conseguindo mesmo algumas vinhetas e pranchas muito interessantes, enriquecidas por uma planificação diversificada. E, quando retrata Jean Grey, consegue mostrá-la não só muito bonita mas também revelar os sentimentos que a possuem apenas pelas suas expressões. Terá sido por isso, até, possivelmente, que a escolha do desenhador desta BD recaiu nele.

A reter
- Algumas expressões da protagonista.


Menos conseguido
- Mais habituado à banda desenhada europeia, faz-me impressão encontrar na revista 10 páginas de publicidade – quase todas à própria editora – deixando-a com apenas 22 páginas (úteis) de banda desenhada…

07/03/2011

Portugueses na Marvel

Lançados em meados de Fevereiro nos Estados Unidos, chegam no início desta semana, às lojas nacionais especializadas em banda desenhada importada, dois comics de super-heróis com participação portuguesa na sua autoria.
Um deles é o primeiro dos quatro números previstos de “Onslaught Unleashed”, que fica como a primeira mini-série desenhada por um artista português, no caso Filipe Andrade. Esta narrativa de Sean McKeever, um argumentista de primeira linha, que reúne o Capitão América, a Mulher-Aranha e alguns dos X-Men em novo confronto com o vilão Onslaught, conta com outro português na sua ficha técnica, Ricardo Tércio, como responsável pelas cores da publicação. Como é normal em projectos de alguma relevância da Marvel, foram feitas tiragens com capas alternativas, desenhadas por dois grandes autores da Casa das Ideias, Humberto Ramos e Rob Liefeld.
Ao mesmo tempo, chegará também “Marvel Girl #1”, uma história completa de Josh Fialkov, desenhada e colorida por Nuno Plati Alves, que narra como os poderes psíquicos da mutante Jean Grey se manifestaram após o seu namorado falecer num acidente automóvel, sendo necessária a intervenção do professor Xavier, dos X-Men, para a ajudar a controlá-los.
Entretanto, Nuno Plati Alves que, tal como Filipe Andrade, tem multiplicado as suas colaborações com a Marvel, terminou recentemente uma história curta do Homem-Aranha, estando agora a trabalhar num one-shot com o mesmo herói. A BD, de 8 páginas, será incluída na revista “Amazing Spider-Man” #657, em que, na sequência do recente desaparecimento do Tocha Humana e a sua substituição pelo Homem-Aranha, várias personagens evocam episódios que partilharam com aquele membro fundador do Quarteto Fantástico.
A participação de autores portugueses em revistas Marvel, que tem vindo a crescer nos últimos anos, geralmente leva a uma maior procura desses títulos nas lojas portuguesas, como aconteceu na Mundo Fantasma, no Porto, com “Onslaught Unleashed” e Marvel Girl #1, revelou ao JN Vasco Carmo.

(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 27 de Fevereiro de 2011)

09/11/2010

Iron Man – Titanium #1

Marvel Comics (EUA, Outubro de 2010)
170 x 259 mm, 64 p., cor, comic-book

Railguns, power and Titanium Men
Adam Warren (argumento)
Salva Espin (desenho)
Rachelle Rosenberg (cor)

Killer Commute
Mark Haven Britt (argumento)
Nuno Plati (desenho e cor)

Heavy Rain
Matteo Casali (argumento)
Steve Kurth (desenho)
Allen Martinez (arte-final)
Sunny Gho (cor)

Hack
Tim Fish (argumento)
Filipe Andrade (desenho)
Rick Ketcham (arte-final)
Andres Mossa (cor)


Resumo
Este é um formato pouco usual no mercado norte-americano, uma colectânea de histórias curtas, no caso protagonizadas – directa ou indirectamente – por Tony Stark e/ou o Homem de Ferro
Com a curiosidade, para nós portugueses, de duas delas terem assinatura nacional no que ao desenho diz respeito: Nuno Plati e Filipe Andrade

Desenvolvimento
Não é por acaso que os comics raramente têm marcado presença neste espaço – estão longe de ser o meu género de BD preferido – e também não foi esta edição que me converteu, longe disso. As quatro histórias são pouco interessantes, com as suas temáticas em torno de conspirações e atentados, e quase todas demasiado palavrosas para relatos em que a acção prevalece.
A mais curiosa acaba por ser “Killer Commute”, a que foi desenhada por Nuno Plati, dada a quase total ausência do habitual protagonista, substituído pela bela Pepper Pots, num relato que, não sendo original, não deixa de ter um certo humor.
E na verdade, sem que haja aqui qualquer sombra de patriotismo exacerbado ou doentio, os principais motivos de interesse acabam por ser, graficamente, as narrativas desenhadas por Plati e Andrade, já que as outras duas, também neste aspecto, não ultrapassam a mediania.
A de Nuno Plati destaca-se pelo traço fino – e invulgarmente sensual para o meio – utilizado pelo desenhador para retratar uma esbelta e interessante Pepper Pots, cujas peripécias obrigarão a deixar o ar frágil para se “transformar” numa heroína dura e decidida, sem perder a sua sensualidade. Mudança também acentuada pelo contraste entre as cores quentes das primeiras e última prancha e o tom mais sombrio das páginas de acção, que são outro trunfo utilizado por Plati, aqui num estilo diverso do que utilizara em “X-23” ou “Marvel Fairy Tales”, outros trabalhos que executou para a Marvel.
Quanto à história desenhada por Filipe Andrade, surpreende pelo traço personalizado do desenhador, aqui e ali a lembrar o que utilizou em “BRK”, muito dinâmico e mais “europeu” do que “super-heróico” (e isto é um elogio!), parecendo-me que teria resultado ainda melhor se Andrade tivesse feito também a arte-final.

Entrevista
Este “Iron Man – Hack” foi a primeira banda desenhada executada por ele para a Casa das Ideias. “Tudo aconteceu”, conta o desenhador, “há cerca de um ano, depois do C. B. Cebulski”, um caça-talentos da Marvel, “ter estado em Portugal e ter visto o meu portfólio. Duas semanas depois recebia um e-mail de um outro editor, Michael Horwitz, propondo-me este primeiro trabalho na Marvel”.
Como desde sempre seguiu as histórias de super-heróis “mais pelos autores que as desenhavam do que pelos heróis em si”, Andrade não sentiu “nada de especial” por desenhar uma personagem da dimensão do Homem de Ferro, mas sim uma “enorme responsabilidade pois o primeiro trabalho é sempre importante para chamar a atenção”.
E tão bem funcionou esta estreia que, depois dela, Filipe Andrade já desenhou “uma nova BD do Homem de Ferro, outra com os Vingadores, um one-shot da X-23”, já editado, e “uma mini-história do Homem-Formiga que sairá agora em Novembro”.
Para além disso, está “a finalizar um conjunto de 7 historias curtas de Nomad”, em publicação na revista “Captain America” (do #608 ao #614), que possivelmente serão depois compiladas em livro”.
Por tudo isto, tem “tido pouco tempo para trabalhos mais pessoais”, como é o caso de “BRK” (ASA), cujo primeiro tomo lhe valeu este ano no Amadora BD o Prémio Nacional de BD para Melhor Desenho de Autor Português. O restante deste tríptico “já está escrito e todas as páginas do segundo livro estão planificadas, estando 10 páginas desenhadas…”

Curiosidade
Mas a grande novidade, que a Marvel acaba de revelar, é que durante a New York Comic Con que teve lugar no início de Outubro, Filipe Andrade assinou contrato para desenhar os 5 números da mini-série “Onslaught Unleashed”, que começará a sair em Fevereiro de 2011. Escrita por Sean McKeever, que já trabalhou com super-heróis da Marvel e da DC Comics, reunirá o Capitão América e alguns dos X-Men , marcará a volta do vilão Massacre e terá capas de dois nomes grandes dos comics de super-heróis: Humberto Ramos e Rob Liefeld.

(Versão muito expandida do texto publicado no Jornal de Notícias de 1 de Novembro de 2010)

26/07/2010

X-23

Marjorie Liu (argumento)
Filipe Andrade (desenho das pranchas 3-10,12-18, 30-36 e parte das pranchas 19-22)
Nuno Alves (desenho, arte-final e cor das pranchas 1-2, 11, 23-29 e parte das pranchas 19-22)
Jay Leisten (arte-final)
Sandu Flórea (arte-final)
SotoColor (cor)
Marvel Comics (EUA, Maio de 2010)
168 x 257 mm, 48 p., cor, comic-book


Esta é mais uma edição da Marvel com assinatura portuguesa, uma história completa em 36 páginas, escrita por Marjorie Liu, cujo desenho a lápis foi feito por Filipe Andrade (desenhador de BRK)e Nuno Plati Alves, tendo este último sido também responsável pela arte-final e a cor das pranchas em que participou. A passagem a tinta das restantes esteve a cargo de Jay Jensen e Sandu Flórea, que desenhou a saga “Batman: R.I.P.”, na qual o Homem-Morcego perdeu (?) a vida.
Ao Jornal de Notícias, Filipe Andrade revelou que “este trabalho veio como consequência directa da não realização a tempo da autora predestinada ao mesmo” e também “porque devem ter ficado satisfeitos com a minha primeira colaboração com eles”, uma BD do Homem de Ferro, ainda inédita.
E acrescenta: “As maiores dificuldades foram os prazos curtíssimos. Cerca de 20 dias para desenhar 24 pranchas com layouts e estudos de personagens pelo meio”. Andrade teve ainda que suprir o desconhecimento que tinha da personagem principal, X-23: “quando fechei o negócio estava ainda no primeiro dia de Angoulême. Não tive grande tempo para me familiarizar com a personagem. Fui-a conhecendo ao longo da BD”.
X-23 é o pseudónimo de Laura Kinney, uma clone de Wolverine, que possui garras retrácteis nas mãos e também nos pés, que apareceu pela primeira vez na série animada “X-Men Evolution”, tendo depois passado para os quadradinhos onde é actualmente um dos membros da X-Force.
Esta história, conta a sua partida da ilha de Utopia, refúgio dos X-Men, na baía de S. Francisco, e o seu regresso provisório às ruas sombrias e degradadas de Nova Iorque, “um tipo de ambiente com o qual me sinto à vontade, o que me ajudou”, revela o desenhador. E fá-lo numa tentativa de encontrar o seu próprio caminho e começar a lutar por si própria, depois de uma vida em que sempre se sentiu usada por aqueles que a rodeavam, desde a sua criadora aos próprios X-Men, numa narrativa mais próxima do registo psicológico do que do registo de acção habitual no género de super-heróis.
A escolha de dois desenhadores serviu para tornar mais distintos os momentos em que a acção se desenrola no plano real - executados por Filipe Andrade, com um traço mais realista -, daqueles em que a personagem mergulha em si própria, tentando encontrar-se e ao caminho a trilhar - que couberam a Nuno Plati Alves, que optou por um desenho mais estilizado, sem contornos e trabalhados com uma reduzida paleta de cores, em que imperam o negro, o vermelho e o amarelo.

(Versão revista e aumentada do texto publicado no Jornal de Notícias de 9 de Maio de 2010)
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