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05/02/2020

Nuno Plati: “O franco-belga era um sonho de criança”







É português, chama-se Nuno Plati e descobrimo-lo como desenhador nos super-heróis da Marvel. No início de Janeiro deste ano, fez a sua estreia no mercado franco-belga em Métanöide, que serviu de pretexto para a conversa por mail que se segue.

13/01/2020

Métanöide

Vindo do espaço







Recém-editado em França, este livro marca a primeira publicação de um autor português no estrangeiro este ano [o que, reconheço, só por si, vale o que vale…]
No caso, Nuno Plati que, depois de diversas edições na Marvel, se estreia agora no mercado franco-belga.

05/11/2015

Milagreiro












Pelo percurso recente do argumentista, pela pré-leitura do capítulo inicial – que não o era… - e pelo conjunto de desenhadores aqui reunidos, este era um dos títulos recém-lançados no Amadora BD 2015 que mais me despertava a atenção.

04/11/2015

Leitura Nova: Milagreiro



Na sequência da misteriosa morte do seu irmão Cyril, Aya desafia a mais poderosa e obscura organização do mundo para descobrir o que realmente aconteceu.
Com a ajuda de Heron, um assassino profissional à beira da reforma, e movida pela força da sua própria coragem, vai descer ao inferno... para perceber se afinal há ou não milagres.
“Milagreiro” é uma banda desenhada em cinco capítulos que cruza os universos da acção e do fantástico, através da arte de alguns dos mais talentosos ilustradores portugueses.

23/10/2014

X-Women: Mulheres da Marvel








Aquelas que pareciam ser umas férias de sonho acabam por se transformar numa armadilha mortal, em que as heroínas dos X-Men têm de enfrentar um inimigo misterioso, que as conseguiu raptar e despojar dos seus poderes.
Este é o ponto de partida da história que o lendário Chris Claremont escreveu por medida para o talento ímpar de Milo Manara, o mestre europeu do erotismo na BD, que, na sua estreia na Casa das Ideias, consegue transmitir uma sensualidade única às mulheres do universo Marvel.
Mais pormenores e as primeiras pranchas já de seguida.

16/10/2014

Contos de Fadas Marvel








É distribuído hoje com o Público o 15.º tomo da colecção Universo Marvel, que merece destaque especial pelo facto de cerca de dois terços das suas páginas serem desenhados por portugueses.
Já a seguir descubra um pouco mais acerca deste projecto que levou os mais conhecidos super-heróis da Casa das Ideias a revisitar alguns dos mais famosos contos infantis, através de entrevistas com João Lemos e Nuno Plati, efectuadas aquando do lançamento original nos Estados Unidos, e de algumas páginas do livro.

20/02/2013

A arte de... Nuno Plati














Alpha: Big Time #1
Joshuah Fialkov (argumento)
Nuno Plati (desenho)
Marvel Comics
USA, 20 de Fevereiro de 2013
170 x 260 mm, 32 p., cor, comic-book
$USD 2,99

06/01/2013

A arte de… Nuno Plati













Ultimate Spider-Man #7
Jacob Semahn e Clay McLeod Chapman (argumento)
Nuno Plati (desenho e cor)
Ty Templeton (desenho)
Marvel Comics
(EUA, 24 de Outubro de 2012)
170 x 260 mm, 32 p., cor, comic-book mensal

06/11/2012

Heróis Marvel II - #3 Homem de Ferro - Extremis









Warren Ellis, Adam Warren, Mark Haven Britt, Matteo Casali, Tim Fish (argumento)
Adi Granov, Salva Espin, Nuno Plati, Steve Kurth e Filipe Andrade (desenho)
Levoir/Público (Portugal, 1 de Novembro de 2012)
170 x 260 mm, 216 p., cor, cartonado
8,90 €



Assumida e recorrentemente tenho destacado aqui em As Leituras do Pedro a publicação de autores portugueses pela Marvel, nomeadamente de Filipe Andrade e Nuno Plati, sem dúvida os mais produtivos.
Nuno Plati em cima) 
e Filipe Andrade (em baixo)
Por isso, quanto mais não fosse por uma questão de coerência, não podia deixar de referir a sua estreia em português (enquanto autores da Marvel claro está).
Isso aconteceu na passada quinta-feira, no terceiro tomo da segunda série da colecção Heróis Marvel, publicada semanalmente com o jornal Público.
Os seus trabalhos – histórias curtas ­- estão incluídos na mini-série Titanium, um one-shot publicado nos EUA à boleia da versão cinematográfica do Homem de Ferro, sobre a qual não me vou alargar, uma vez que na altura escrevi sobre ela aqui.
E também porque, apesar de tudo, esta “estreia portuguesa” de Andrade e Plati terá apenas um valor simbólico e, acima de tudo, o valor que cada um deles lhe quiser dar.
(Deixo apenas a estranheza de este tomo concluir com uma mini-entrevista e alguns extras de Filipe Andrade desta sua primeira BD publicada pela Marvel e não ter sido dado a Nuno Plati o mesmo tratamento. Opção editorial ou algo mais?)
De qualquer forma, seguindo em frente, esse não é o único aspecto a destacar neste volume que corrige uma lacuna da série I, a ausência do Homem de Ferro.
O seu prato forte é a banda desenhada Extremis, que abre o livro e que de alguma forma relança a personagem e o seu alter-ego Tony Stark e faz a ponte para o uniforme mais moderno apresentado no cinema.
Na sua origem está um Tony Stark atormentado pelos efeitos causados pelas armas que desenvolve e vende e a tentar justificar-se perante si próprio da inevitabilidade desse comércio para conseguir concretizar outros aspectos mais benéficos para o ser humano, igualmente desenvolvidos pelas suas empresas.
(Um Tony Stark algo deprimido e com pena de si próprio, de certa forma a evocar o período em que dependeu do álcool…)
Entretanto, o roubo por um grupo terrorista (uma temática que os super-heróis têm abordado muitas vezes nos últimos anos) de um protótipo de uma nova versão, mais potente, do soro do super-soldado que esteve na origem do Capitão América, obriga-o a acelerar o processo de desenvolvimento de uma nova armadura.
A história é narrada de forma directa e enleante por Warren Ellis, que faz as pontes necessárias entre o passado e o presente para situar o herói e basear os seus temores e indecisões, e combina em doses equilibradas cenas intimistas com outra de acção (com um grau de violência invulgares nos comics de super-heróis).
A transformação experimentada pelo terrorista, o seu ataque a uma dependência do FBI, a sequência entre o flashback que recria a origem do fato do Homem de Ferro e a passagem para a sua versão hipermoderna ou o combate final, são momentos altos desta história que justificam por si só a sua leitura.
Mas o final, com um inesperado volte-face é também uma mais-valia.
Acresce a isto o trabalho gráfico de Adi Gramov, mais eficaz nas cenas de acção do que seria de esperar dado o seu registo algo estático e possivelmente de base fotográfica, pese embora a sua inegável beleza estética.




23/10/2012

The Amazing Spider-Man #692


 

 

 

 
 

 

Marvel Comics (EUA, Outubro 2012)
170 x 260 mm, 64 p., cor, comic-book mensal
$5,99 US
 
 
 
Este é um número integrado na comemoração dos 50 anos do Homem-Aranha e também da proximidade do “redondo” #700 – no qual o título vai acabar. Sem grandes razões para além da febre dos “números 1” que afecta actualmente a indústria dos comics norte-americana e para dar origem a um ainda (inexplicado) “Superior Spider-man”.
Inspirou-me três leituras diferentes, correspondentes ao trio de bandas desenhadas nele incluídas.

 
Alpha - Part 1: Point of Origin
Dan Slott (argumento)
Huberto Ramos (desenho)
Victor Olazaba (arte-final)
Edgar Delgado (cor) 
Esta é a história de um jovem liceal, mal-amado pelos colegas, vítima das suas partidas, que um dia, ao visitar um laboratório científico, é acidentalmente… não, não foi mordido por uma aranha radioactiva e por isso não se chama Peter Parker. Embora este, alguns anos mais velho do que aquilo que normalmente vemos, estivesse no laboratório como seu responsável.
O jovem em questão, Andy Maguire (evidente referência a Andrew Garfield e Tobey Maguire, os actores que interpretaram o herói aracnídeo no cinema), é sim atingido por uma dose de radiação, transformando-se no mais poderoso adolescente conhecido - com um (incongruente) visual à Lanterna Verde.
Devido à sua inexperiência e predisposição para avançar sem pensar, precisará de alguém para o orientar, sendo o Homem-Aranha naturalmente a encarregar-se disso, numa relação nem sempre pacífica, num registo algo atabalhoado e pouco credível, que recupera num novo contexto a moda dos parceiros adolescentes dos super-heróis (e não só).
Mais um truque comercial? Mais um avanço na completa descaracterização do herói aracnídeo que agora comemora 50 anos? A combinação dos dois? Seja o que for, espero que passe depressa – embora a chamada para o desenhar do excelente Humberto Ramos faça temer que não… - e nos devolva o Peter Parker que conhecemos.
 

Spider-Man for a night
Dean Haspiel (argumento e desenho)
Giulia Brusco (cor)
Numa das vertentes em que está a ser assinalado meio século do herói das teias, esta BD toma como ponto de partida um dos momentos fortes desses 50 anos: quando um desiludido e abalado Peter Parker deixa no caixote do lixo o seu uniforme, decidido a nunca mais o vestir.
Se, naturalmente, todos sabemos que voltou atrás, desconhecia-se o que aconteceu ao fato durante os (longos) minutos em que o Homem-Aranha não existiu.
Dean Haspiel revela esse segredo, numa história de tom humano, bem construída e desenvolvida, que convence pela forma como combina o desespero de um assaltante que só quer dinheiro para pagar o tratamento da neta com a mística do Homem-Aranha.

 
Just Right
Joshua Fialkov (argumento)
Nuno Plati (desenho e cor) 
Finalmente, na terceira BD, destaco o desenhador, o português Nuno Plati, pois a sua presença numa edição com este relevo não deixa de ser significativa.
Plati, fiel ao traço esguio e dinâmico – e à cor baseada em tons quentes - com que tem repetidamente retratado o Homem-Aranha, assina mais uma parceria com o argumentista Josh Fialkov, que enriquece a narrativa com um bem conseguido toque de humor.
Juntos, em duas dezenas de pranchas, narram um dia (não) do Homem-Aranha, que é salvo não pelos seus feitos heróicos, mas sim pela sua capacidade de manter o seu estatuto humano – mesmo com grandes poderes – e dar a um adolescente perseguido por colegas – mais um… - alguns momentos inesquecíveis.

 

17/10/2012

Heróis Marvel continuam no Público

 
 
 
 
 
 
Uma semana após a publicação do 15º e último volume da primeira série da colecção Heróis Marvel, os super-heróis da casa das Ideias regressam com o jornal Público já a partir de amanhã, para uma segunda série que contará 10 tomos.
Uma segunda série e não o prolongamento da primeira, por motivos legais, pois no início destes coleccionáveis é obrigatório indicar o número de volumes e o custo total da colecção.
Antes de apresentar a listagem dos novos títulos (baseada no suplemento que o Público incluiu na sua edição de domingo passado, quero destacar três aspectos que me parecem desde já positivos:
Em primeiro lugar, desta vez a selecção baseia-se em obras mais recentes, o que me parece que as torna mais apelativas.
Em segundo lugar, a inclusão de heróis "em falta" na primeira série, como Daredevil e Homem de Ferro.
Em terceiro lugar, ao contrário da série anterior, “importada” das colecções italiana e espanhola, alguns dos volumes foram pensados para Portugal, o que permitiu, entre outros aspectos, a inclusão no volume dedicado ao Homem de Ferro das histórias da colectânea Titanium, entre as quais duas desenhadas pelos portugueses Filipe Andrade e Nuno Plati.
A terminar fica o desejo que esta segunda vida dos Heróis Marvel – que merecia ter tido uma divulgação junto dos meios especializados - possa ter uma distribuição melhor que a anterior, aspecto que me parece absolutamente necessário para o seu sucesso.
 
18 de Outubro
Dinastia de M
Brian Michael Bendis (argumento)
Olivier Copiel e Tim Towsed (desenho)
 
25 de Outubro
X-Men: A Saga da Fénix Negra
Chris Claremont (argumento)
John Byrne (desenho)
 
1 de Novembro
Homem de Ferro: Extremis
Warren Ellis, Adam Warren, Mark Haven Britt, Matteo Casali, Tim Fish (argumento)
Adi Granov, Salva Espin, Nuno Plati, Steve Kurth e Filipe Andrade (desenho)
 
8 de Novembro
Surfista Prateado: Parábola
Stan Lee (argumento)
Moebius e John Buscema (desenho)
 
15 de Novembro
Wolverine: O velho Logan
Mark Millar (argumento)
Steve McNiven e Dexter Vines (desenho)
 
22 de Novembro
Dr. Estranho: o Juramento
Brian K. Vaughan, Stan Lee (argumento)
Marcos Martin e Steve Ditko (desenho)
 
29 de Novembro
Homem-Aranha: O Reino
Kaare Andrews (argumento e desenho)
 
6 de Dezembro
Demolidor: Renascido
Frank Miller (argumento)
David Mazzucchelli (desenho)
 
13 de Dezembro
Wolverine: Arma X
Barry Windsor-Smith, Chris Claremont (argumento)
Barry Windsor-Smith (desenho)
 
20 de Dezembro
Guerra Civil
Mark Millar (argumento)
Steve McNiven e Dexter Vines (desenho)

20/08/2012

Homem-Aranha: 50 anos com grandes poderes





















Há 50 anos, o jovem e tímido Peter Parker, após ser mordido por uma aranha radioactiva, ficou com força sobre-humana, um sexto sentido e a capacidade de escalar paredes. Rapidamente viria a descobrir que esses grandes poderes lhe traziam grandes responsabilidades…

04/07/2012

Ultimate Spider-Man #2






Notes from underground
Eugene Son (argumento)
Ramon Bachs (desenho)
Raul Fonts (arte-final)

“Look Ma, no webs!”
Jacob Semahn (argumento)
Nuno Plati (desenho e cor)
Marvel Comics (EUA, Julho 2012)
170x260 mm, 32 p., cor, comic-book mensal
$ 2,99



1.       Um dos aspectos que denota a existência de um verdadeiro mercado de BD – o que me interessa no presente caso – é a oferta de títulos para diferentes segmentos etários e/ou sócio-económicos.
2.      Sendo uma realidade visível – a diferentes níveis ou com diferentes manifestações – no Japão, no contexto francófono ou nos EUA, assume, obviamente, uma vertente marcadamente comercial – algo inevitável, embora por tantos não entendido, quando se aplica o conceito de “mercado”.
3.      (Independentemente da admissão/aceitação de um segmento vincadamente artístico.)
4.      É neste contexto – antes do mais – que deverá ser entendido (mais) este novo título da Marvel.
5.      Que, apesar de protagonizado pelo Homem-Aranha – um dos bastiões da Casa das Ideias - não inocentemente bebe a sua inspiração na série animada televisiva (que por sua vez se inspirou nas façanhas do herói no papel…).
6.      Procurando assim captar para os quadradinhos uma geração (pelo menos) que habitualmente manifesta pouca predisposição para a leitura, o que não deixa de ser uma estratégia (comercial) inteligente.
7.      [E se não considero de menor importância o que até aqui escrevi, confesso que a razão primeira deste texto foi a presença de Nuno Plati como um dos autores regulares de “Ultimate Spider-Man” - o que acontece pela primeira vez com um português na Marvel e não é nada de desprezar - …
8.     … tendo por isso sido entrevistado pelo Marvel Animation Age)]
9.      Terminado este parêntesis, retomando a ideia que ele interrompeu, não foi por acaso que Plati referiu como uma das razões para estar satisfeito com este trabalho, “o facto de poder mostrar à minha filha daqui a um anito ou dois (ela tem 2 anos), os comics que desenho”.
10.  Por isso, as histórias já mostradas nos dois números disponíveis, ancoradas na verão mais clássica do herói (ainda adolescente) com inimigos tradicionais e outros herdados da TV, são simples e lineares, praticamente despojadas da habitual componente psicológica do herói, condimentadas com muito humor, narradas em ritmo rápido e visualmente chamativas (o que inclui alguns pormenores de inspiração manga).
11.   O trabalho de Plati (que para além do desenho completo faz também a cor), está por isso muito próximo do visual animado do herói aracnídeo, com um traço elegante e expressivo, que denota grande legibilidade e dinamismo.
12.  E é especialmente vocacio-nado para os leitores mais jovens, ao contrário do demonstrado até agora pelos seus “colegas de título”, mais direccionados para os pré-adolescentes.
13.  Não sendo um título incontornável do Homem-Aranha (mais a mais nos EUA, onde a oferta é grande) é aquele que gostaria de poder ler em português - para ser lido pelos meus filhos de 6 e 10 anos e por um grande número de potenciais futuros leitores da Marvel.


21/05/2012

Autores portugueses mostram-se ao mundo


O que há de comum entre o Homem-Aranha, Gog Mendonça e Pizza Boy, John Carter de Marte e relatos autobiográficos? A resposta tem tanto de simples quanto de surpreendente: são desenhados por autores portugueses e estão a ser publicados no estrangeiro.
E se a publicação de autores nacionais de banda desenhada fora de portas, nomeadamente nos EUA, já não é novidade, não deixa de surpreender a simultaneidade num espaço de tempo curto de várias publicações numa mão cheia de países.

Uma delas é a nova revista “Marvel Universe: Ultimate Spider-Man”, lançada nos EUA no final de Abril e acabada de chegar às lojas especializadas portuguesas.
Baseada nas aventuras animadas do Homem-Aranha tem como um dos desenhadores o português Nuno Plati que, após diversas colaborações soltas com a Marvel, surge aqui como artista regular da revista “a desenhar uma das histórias todos os meses” tendo já 3 histórias entregues.
Plati confessa-se triplamente satisfeito porque “para além de estar a trabalhar regularmente, estou a trabalhar para um publico mais jovem, o que me agrada, porque não sou fã do chamado grim and gritty, e confesso que estar a trabalhar em algo relacionado de alguma maneira com animação, é algo que me dá bastante gozo”.
E acrescenta: “o facto de poder mostrar à minha filha daqui a um anito ou dois (ela tem 2 anos), os comics que desenho, diz-me muito. Não passam de histórias divertidas, muito light e sem o mínimo de pomposidade, e isso satisfaz me plenamente”.

Também para a Marvel trabalha Filipe Andrade, o desenhador português com maior número de obras publicadas naquela editora, cujo trabalho mais recente foi “John Carter: A Princess of Mars”, cuja edição terminou nos EUA em Março último e que serviu de introdução ao filme da Disney, baseado no universo criado por Edgar Rice Burroughs.
Andrade considera este o seu trabalho “mais importante em termos criativos, artísticos e de impacto público até hoje”, apesar de “a nível de carreira” ainda não ter tirado “grandes dividendos; veremos o que o futuro trará”.
Bem acolhido pela crítica norte-americana, os 5 tomos desta mini-série foram compilados num único volume, recentemente editado nos EUA, França e Espanha, tendo neste último país a Panini disponibilizado uma longa entrevista com o desenhador português .

Trajecto diferente é o de Dog Mendonça e PizzaBoy, personagens criadas por Filipe Melo e desenhadas pelo argentino Juan Cavia. Depois do sucesso em Portugal, onde os dois volumes com as suas aventuras editados pela Tinta-da-China já vão em 2ª edição, a Dark Horse Comics encomendou-lhes histórias curtas inéditas, “porque John Landis, o autor do nosso primeiro prefácio, enviou uma cópia do livro ao Mike Richardson, presidente da editora. Quando recebi um mail com o convite não podia acreditar e pensei sempre que algo correria mal e que não aconteceu”.
As referidas histórias curtas, inseridas nos números 4 a 7 da nova vida da revista “DHP - Dark Horse Presents” no final de 2011, tiveram boa aceitação dos leitores, o que possibilitou que no início de Junho surja nas livrarias especializadas norte-americanas “The Incredible Adventures of DogMendonça and Pizza Boy”, já “com algumas "advance reviews" que, felizmente, têm sido boas. É bom saber que estamos a ser bem recebidos e que querem mais trabalhos nossos, especialmente em tempos difíceis como estes”.
A edição brasileira correspondente, da responsabilidade da Devir Livraria, “está prevista para o fim do Verão”, devendo na mesma altura sair nos EUA "The Untold Tales of Dog Mendonça and Pizzaboy", a compilação “com as histórias escritas para a DHP”, revela Melo que adianta estar já a escrever o argumento do terceiro volume, que deverá estar pronto “para 2014”.

Finalmente, longe deste circuito mais comercial, pelo seu tom autobiográfico e intimista, apresenta-se "O Amor Infinito que tetenho e outras histórias" (da Polvo, já em 2º edição), distinguido como Melhor Álbum de 2011 pelos Troféus Central Comics e pelo Amadora BD.
Da autoria de Paulo Monteiro, que admite estar “muito feliz” e a viver “uma fase muito mágica da vida enquanto autor”, será em breve “publicado no Brasil pela Balão Editorial” e “em Fevereiro do ano que vem, no Reino Unido e na Irlanda, pela Blank Slate Books” onde Paulo Monteiro já tem “página e tudo! , caraças!!!!”
Isto, não impede que o autor, também director do Festival de BD de Beja, já esteja a “trabalhar num novo livro, que ainda não tem nome, mas será uma história com cerca de 120/130 pranchas” que pensa concluir “para o final de 2014”.

No entanto, as propostas de autores portugueses de BD para fora de portas não se esgotam nos livros apresentados.
Filipe Andrade, depois de “John Carter” e de uma paragem forçada de três meses devido a um braço partido, vai voltar “aos contactos estabelecidos em Angoulême, em Janeiro” havendo “algumas hipóteses de edição tanto em França como nos EUA”.
Jorge Coelho, que há dois anos participou em “Forgetless”, uma mini-série da Image, trabalha neste momento “para a italiana Passenger Press, em “Odisea Nera", uma BD escrita por Valentino Sergi, que será publicada em Novembro, no Festival de Lucca” e, em paralelo, desenha “a série "Suckers", a partir de um argumento de Eric Skillman”, que surgirá “primeiro em versão webcomic no site Trip City”, adiantando que “depois se verá quanto a uma versão impressa. Começará a ser publicada em Agosto e terá episódios mensais de 6/8 pranchas”.
Quanto a Ricardo Tércio, já com trabalhos publicados nos EUA e em França, dedica-se de momento “a um livro da colecção Dofus Monster, escrito por Olivier Dobbs, para a editora francesa Ankama, que deverá sair em 2013”.

(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 21 de Maio de 2012)
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