É português, chama-se Nuno Plati e descobrimo-lo como desenhador nos super-heróis da Marvel. No início de Janeiro deste ano, fez a sua estreia no mercado franco-belga em Métanöide, que serviu de pretexto para a conversa por mail que se segue.
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05/02/2020
Nuno Plati: “O franco-belga era um sonho de criança”
É português, chama-se Nuno Plati e descobrimo-lo como desenhador nos super-heróis da Marvel. No início de Janeiro deste ano, fez a sua estreia no mercado franco-belga em Métanöide, que serviu de pretexto para a conversa por mail que se segue.
13/01/2020
Métanöide
Recém-editado em França, este livro marca a primeira publicação de um autor português no estrangeiro este ano [o que, reconheço, só por si, vale o que vale…]
No
caso, Nuno Plati que, depois de diversas edições na Marvel, se
estreia agora no mercado franco-belga.
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19/12/2017
Comic Con 2017: Autógrafos (I)
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05/11/2015
Milagreiro
Pelo percurso recente do argumentista, pela pré-leitura do
capítulo inicial – que não o era… - e pelo conjunto de desenhadores aqui
reunidos, este era um dos títulos recém-lançados no Amadora BD 2015 que mais me
despertava a atenção.
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04/11/2015
Leitura Nova: Milagreiro
Na sequência da misteriosa morte do seu irmão Cyril, Aya desafia
a mais poderosa e obscura organização do mundo para descobrir o que realmente aconteceu.
Com a ajuda de Heron, um assassino profissional à beira da reforma,
e movida pela força da sua própria coragem, vai descer ao inferno... para perceber
se afinal há ou não milagres.
“Milagreiro” é uma banda desenhada em cinco capítulos que cruza
os universos da acção e do fantástico, através da arte de alguns dos mais talentosos
ilustradores portugueses.
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23/10/2014
X-Women: Mulheres da Marvel
Aquelas que pareciam ser umas férias de sonho acabam por se
transformar numa armadilha mortal, em que as heroínas dos X-Men têm de
enfrentar um inimigo misterioso, que as conseguiu raptar e despojar dos seus
poderes.
Este é o ponto de partida da história que o lendário Chris
Claremont escreveu por medida para o talento ímpar de Milo Manara, o mestre
europeu do erotismo na BD, que, na sua estreia na Casa das Ideias, consegue
transmitir uma sensualidade única às mulheres do universo Marvel.
Mais pormenores e as primeiras pranchas já de seguida.
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16/10/2014
Contos de Fadas Marvel
É distribuído hoje com o Público o 15.º tomo da colecção
Universo Marvel, que merece destaque especial pelo facto de cerca de dois
terços das suas páginas serem desenhados por portugueses.
Já a seguir descubra um pouco mais acerca deste projecto que
levou os mais conhecidos super-heróis da Casa das Ideias a revisitar alguns dos
mais famosos contos infantis, através de entrevistas com João Lemos e Nuno
Plati, efectuadas aquando do lançamento original nos Estados Unidos, e de
algumas páginas do livro.
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24/03/2013
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20/02/2013
A arte de... Nuno Plati
Alpha: Big Time #1
Joshuah Fialkov (argumento)
Nuno Plati (desenho)
Marvel Comics
USA, 20 de Fevereiro de 2013
170 x 260 mm, 32 p., cor, comic-book
$USD 2,99
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06/01/2013
A arte de… Nuno Plati
Ultimate Spider-Man #7
Jacob Semahn e Clay
McLeod Chapman (argumento)
Nuno Plati (desenho e cor)
Ty Templeton (desenho)
Marvel Comics
(EUA, 24 de Outubro de 2012)
170 x 260 mm, 32 p.,
cor, comic-book mensal
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06/11/2012
Heróis Marvel II - #3 Homem de Ferro - Extremis
Warren Ellis, Adam Warren, Mark Haven Britt, Matteo Casali, Tim Fish (argumento)
Adi Granov, Salva Espin, Nuno Plati, Steve Kurth e Filipe Andrade
(desenho)
Levoir/Público (Portugal, 1 de Novembro de 2012)
170 x 260 mm, 216 p., cor, cartonado
8,90 €
Assumida e
recorrentemente tenho destacado aqui em As Leituras do Pedro a publicação de
autores portugueses pela Marvel, nomeadamente de Filipe Andrade e Nuno Plati, sem
dúvida os mais produtivos.
Nuno Plati em cima) e Filipe Andrade (em baixo) |
Por isso,
quanto mais não fosse por uma questão de coerência, não podia deixar de referir
a sua estreia em português (enquanto autores da Marvel claro está).
Isso
aconteceu na passada quinta-feira, no terceiro tomo da segunda série da
colecção Heróis Marvel, publicada semanalmente com o jornal Público.
Os seus
trabalhos – histórias curtas - estão incluídos na mini-série Titanium, um
one-shot publicado nos EUA à boleia da versão cinematográfica do Homem de
Ferro, sobre a qual não me vou alargar, uma vez que na altura escrevi sobre ela
aqui.
E também
porque, apesar de tudo, esta “estreia portuguesa” de Andrade e Plati terá
apenas um valor simbólico e, acima de tudo, o valor que cada um deles lhe
quiser dar.
(Deixo
apenas a estranheza de este tomo concluir com uma mini-entrevista e alguns
extras de Filipe Andrade desta sua primeira BD publicada pela Marvel e não ter
sido dado a Nuno Plati o mesmo tratamento. Opção editorial ou algo mais?)
O seu prato
forte é a banda desenhada Extremis, que abre o livro e que de alguma forma relança a personagem e o seu
alter-ego Tony Stark e faz a ponte para o uniforme mais moderno apresentado no
cinema.
Na sua
origem está um Tony Stark atormentado pelos efeitos causados pelas armas que
desenvolve e vende e a tentar justificar-se perante si próprio da
inevitabilidade desse comércio para conseguir concretizar outros aspectos mais
benéficos para o ser humano, igualmente desenvolvidos pelas suas empresas.
(Um Tony
Stark algo deprimido e com pena de si próprio, de certa forma a evocar o
período em que dependeu do álcool…)
Entretanto,
o roubo por um grupo terrorista (uma temática que os super-heróis têm abordado
muitas vezes nos últimos anos) de um protótipo de uma nova versão, mais
potente, do soro do super-soldado que esteve na origem do Capitão América, obriga-o
a acelerar o processo de desenvolvimento de uma nova armadura.
A história
é narrada de forma directa e enleante por Warren Ellis, que faz as pontes
necessárias entre o passado e o presente para situar o herói e basear os seus
temores e indecisões, e combina em doses equilibradas cenas intimistas com
outra de acção (com um grau de violência invulgares nos comics de
super-heróis).
A
transformação experimentada pelo terrorista, o seu ataque a uma dependência do
FBI, a sequência entre o flashback que recria a origem do fato do Homem de
Ferro e a passagem para a sua versão hipermoderna ou o combate final, são
momentos altos desta história que justificam por si só a sua leitura.
Mas o
final, com um inesperado volte-face é também uma mais-valia.
Acresce a
isto o trabalho gráfico de Adi Gramov, mais eficaz nas cenas de acção do que seria
de esperar dado o seu registo algo estático e possivelmente de base
fotográfica, pese embora a sua inegável beleza estética.
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23/10/2012
The Amazing Spider-Man #692
Marvel Comics (EUA, Outubro 2012)
170 x 260 mm, 64 p., cor, comic-book mensal
$5,99 US
Este é um
número integrado na comemoração dos 50 anos do Homem-Aranha
e também da proximidade do “redondo” #700 – no qual o título vai acabar. Sem
grandes razões para além da febre dos “números 1” que afecta actualmente a indústria
dos comics norte-americana e para dar origem a um ainda (inexplicado) “Superior
Spider-man”.
Inspirou-me
três leituras diferentes, correspondentes ao trio de bandas desenhadas nele incluídas.
Alpha - Part 1: Point
of Origin
Dan Slott (argumento)
Huberto Ramos (desenho)
Victor Olazaba (arte-final)
Edgar Delgado (cor)
Esta é a
história de um jovem liceal, mal-amado pelos colegas, vítima das suas partidas,
que um dia, ao visitar um laboratório científico, é acidentalmente… não, não
foi mordido por uma aranha radioactiva e por isso não se chama Peter Parker.
Embora este, alguns anos mais velho do que aquilo que normalmente vemos, estivesse
no laboratório como seu responsável.
O jovem em
questão, Andy Maguire (evidente referência a Andrew Garfield e Tobey Maguire,
os actores que interpretaram o herói aracnídeo no cinema), é sim atingido por uma
dose de radiação, transformando-se no mais poderoso adolescente conhecido - com
um (incongruente) visual à Lanterna Verde.
Devido à
sua inexperiência e predisposição para avançar sem pensar, precisará de alguém
para o orientar, sendo o Homem-Aranha naturalmente a encarregar-se disso, numa
relação nem sempre pacífica, num registo algo atabalhoado e pouco credível, que
recupera num novo contexto a moda dos parceiros adolescentes dos super-heróis (e
não só).
Mais um
truque comercial? Mais um avanço na completa descaracterização do herói
aracnídeo que agora comemora 50 anos? A combinação dos dois? Seja o que for, espero
que passe depressa – embora a chamada para o desenhar do excelente Humberto Ramos
faça temer que não… - e nos devolva o Peter Parker que conhecemos.
Spider-Man for a night
Dean Haspiel
(argumento e desenho)
Giulia Brusco (cor)
Numa das
vertentes em que está a ser assinalado meio século do herói das teias, esta BD
toma como ponto de partida um dos momentos fortes desses 50 anos: quando um
desiludido e abalado Peter Parker deixa no caixote do lixo o seu uniforme,
decidido a nunca mais o vestir.
Se, naturalmente,
todos sabemos que voltou atrás, desconhecia-se o que aconteceu ao fato durante
os (longos) minutos em que o Homem-Aranha não existiu.
Dean Haspiel
revela esse segredo, numa história de tom humano, bem construída e
desenvolvida, que convence pela forma como combina o desespero de um assaltante
que só quer dinheiro para pagar o tratamento da neta com a mística do Homem-Aranha.
Just Right
Joshua Fialkov
(argumento)
Nuno Plati (desenho e cor)
Finalmente,
na terceira BD, destaco o desenhador, o português Nuno Plati, pois a sua
presença numa edição com este relevo não deixa de ser significativa.
Plati, fiel
ao traço esguio e dinâmico – e à cor baseada em tons quentes - com que tem
repetidamente retratado o Homem-Aranha, assina mais uma parceria com o
argumentista Josh Fialkov, que enriquece a narrativa com um bem conseguido toque
de humor.
Juntos, em
duas dezenas de pranchas, narram um dia (não) do Homem-Aranha, que é salvo não
pelos seus feitos heróicos, mas sim pela sua capacidade de manter o seu
estatuto humano – mesmo com grandes poderes – e dar a um adolescente perseguido
por colegas – mais um… - alguns momentos inesquecíveis.
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17/10/2012
Heróis Marvel continuam no Público
Uma semana
após a publicação do 15º e último volume da primeira série da colecção Heróis Marvel, os super-heróis da casa das Ideias regressam com o jornal Público já a partir de amanhã, para
uma segunda série que contará 10 tomos.
Uma segunda
série e não o prolongamento da primeira, por motivos legais, pois no início
destes coleccionáveis é obrigatório indicar o número de volumes e o custo total
da colecção.
Antes de
apresentar a listagem dos novos títulos (baseada no suplemento que o Público
incluiu na sua edição de domingo passado, quero destacar três aspectos que me
parecem desde já positivos:
Em primeiro
lugar, desta vez a selecção baseia-se em obras mais recentes, o que me parece
que as torna mais apelativas.
Em segundo
lugar, a inclusão de heróis "em falta" na primeira série, como Daredevil e Homem de Ferro.
Em terceiro lugar, ao contrário da série anterior, “importada” das colecções italiana e
espanhola, alguns dos volumes foram pensados para Portugal, o que permitiu,
entre outros aspectos, a inclusão no volume dedicado ao Homem de Ferro das
histórias da colectânea Titanium, entre as quais duas desenhadas pelos portugueses Filipe Andrade e Nuno Plati.
A terminar
fica o desejo que esta segunda vida dos Heróis Marvel – que merecia ter tido
uma divulgação junto dos meios especializados - possa ter uma distribuição
melhor que a anterior, aspecto que me parece absolutamente necessário para o
seu sucesso.
18 de
Outubro
Dinastia
de M
Brian
Michael Bendis (argumento)
Olivier
Copiel e Tim Towsed (desenho)
25 de
Outubro
X-Men:
A Saga da Fénix Negra
Chris
Claremont (argumento)
John
Byrne (desenho)
1 de
Novembro
Homem
de Ferro: Extremis
Warren Ellis, Adam Warren, Mark
Haven Britt, Matteo Casali, Tim Fish (argumento)
Adi
Granov, Salva Espin, Nuno Plati, Steve Kurth e Filipe Andrade (desenho)
8 de
Novembro
Surfista
Prateado: Parábola
Stan
Lee (argumento)
Moebius
e John Buscema (desenho)
15 de
Novembro
Wolverine:
O velho Logan
Mark
Millar (argumento)
Steve
McNiven e Dexter Vines (desenho)
22 de
Novembro
Dr.
Estranho: o Juramento
Brian K. Vaughan, Stan Lee
(argumento)
Marcos
Martin e Steve Ditko (desenho)
29 de
Novembro
Homem-Aranha:
O Reino
Kaare
Andrews (argumento e desenho)
6 de
Dezembro
Demolidor:
Renascido
Frank
Miller (argumento)
David
Mazzucchelli (desenho)
13 de
Dezembro
Wolverine:
Arma X
Barry Windsor-Smith, Chris Claremont
(argumento)
Barry
Windsor-Smith (desenho)
20 de
Dezembro
Guerra
Civil
Mark
Millar (argumento)
Steve
McNiven e Dexter Vines (desenho)
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Público
20/08/2012
Homem-Aranha: 50 anos com grandes poderes
Há 50 anos,
o jovem e tímido Peter Parker, após ser mordido por uma aranha radioactiva,
ficou com força sobre-humana, um sexto sentido e a capacidade de escalar
paredes. Rapidamente viria a descobrir que esses grandes poderes lhe traziam
grandes responsabilidades…
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04/07/2012
Ultimate Spider-Man #2
Notes from underground
Eugene Son (argumento)
Ramon Bachs (desenho)
Raul Fonts (arte-final)
“Look Ma, no webs!”
Jacob Semahn (argumento)
Nuno Plati (desenho e cor)
Marvel Comics (EUA, Julho 2012)
170x260 mm, 32 p.,
cor, comic-book mensal
$ 2,99
1.
Um dos aspectos que denota a existência de um
verdadeiro mercado de BD – o que me interessa no presente caso – é a oferta de
títulos para diferentes segmentos etários e/ou sócio-económicos.
2.
Sendo uma realidade visível – a diferentes
níveis ou com diferentes manifestações – no Japão, no contexto francófono ou
nos EUA, assume, obviamente, uma vertente marcadamente comercial – algo inevitável,
embora por tantos não entendido, quando se aplica o conceito de “mercado”.
3.
(Independentemente da admissão/aceitação de um
segmento vincadamente artístico.)
4.
É neste contexto – antes do mais – que deverá
ser entendido (mais) este novo título da Marvel.
5.
Que, apesar de protagonizado pelo Homem-Aranha –
um dos bastiões da Casa das Ideias - não inocentemente bebe a sua inspiração na
série animada televisiva (que por sua vez se inspirou nas façanhas do herói no
papel…).
6.
Procurando assim captar para os quadradinhos uma
geração (pelo menos) que habitualmente manifesta pouca predisposição para a
leitura, o que não deixa de ser uma estratégia (comercial) inteligente.
7.
[E se não considero de menor importância o que
até aqui escrevi, confesso que a razão primeira deste texto foi a presença de
Nuno Plati como um dos autores regulares de “Ultimate Spider-Man” - o que acontece pela primeira vez com
um português na Marvel e não é nada de desprezar - …
9.
Terminado este parêntesis, retomando a ideia que
ele interrompeu, não foi por acaso que Plati referiu
como uma das razões para estar satisfeito com este trabalho, “o facto de poder
mostrar à minha filha daqui a um anito ou dois (ela tem 2 anos), os comics que
desenho”.
10. Por
isso, as histórias já mostradas nos dois números disponíveis, ancoradas na
verão mais clássica do herói (ainda adolescente) com inimigos tradicionais e
outros herdados da TV, são simples e lineares, praticamente despojadas da
habitual componente psicológica do herói, condimentadas com muito humor,
narradas em ritmo rápido e visualmente chamativas (o que inclui alguns
pormenores de inspiração manga).
11.
O trabalho de Plati (que para além do desenho completo
faz também a cor), está por isso muito próximo do visual animado do herói
aracnídeo, com um traço elegante e expressivo, que denota grande legibilidade e
dinamismo.
12. E
é especialmente vocacio-nado para os leitores mais jovens, ao contrário do
demonstrado até agora pelos seus “colegas de título”, mais direccionados para
os pré-adolescentes.
13. Não
sendo um título incontornável do Homem-Aranha (mais a mais nos EUA, onde a
oferta é grande) é aquele que gostaria de poder ler em português - para ser lido
pelos meus filhos de 6 e 10 anos e por um grande número de potenciais futuros
leitores da Marvel.
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21/05/2012
Autores portugueses mostram-se ao mundo
O que há de comum entre o Homem-Aranha, Gog Mendonça e Pizza
Boy, John Carter de Marte e relatos autobiográficos? A resposta tem tanto de
simples quanto de surpreendente: são desenhados por autores portugueses e estão
a ser publicados no estrangeiro.
E se a publicação de autores nacionais de banda desenhada fora
de portas, nomeadamente nos EUA, já não é novidade, não deixa de surpreender a simultaneidade
num espaço de tempo curto de várias publicações numa mão cheia de países.
Uma delas é a nova revista “Marvel Universe: Ultimate
Spider-Man”, lançada nos EUA no final de Abril e acabada de chegar às lojas
especializadas portuguesas.
Baseada nas aventuras animadas do Homem-Aranha tem como um
dos desenhadores o português Nuno Plati que, após diversas colaborações soltas
com a Marvel, surge aqui como artista regular da revista “a desenhar uma das
histórias todos os meses” tendo já 3 histórias entregues.
Plati confessa-se triplamente satisfeito porque “para além
de estar a trabalhar regularmente, estou a trabalhar para um publico mais
jovem, o que me agrada, porque não sou fã do chamado grim and gritty, e
confesso que estar a trabalhar em algo relacionado de alguma maneira com animação,
é algo que me dá bastante gozo”.
E acrescenta: “o facto de poder mostrar à minha filha daqui
a um anito ou dois (ela tem 2 anos), os comics que desenho, diz-me muito. Não
passam de histórias divertidas, muito light e sem o mínimo de pomposidade, e
isso satisfaz me plenamente”.
Também para a Marvel trabalha Filipe Andrade, o desenhador
português com maior número de obras publicadas naquela editora, cujo trabalho mais
recente foi “John Carter: A Princess of Mars”, cuja edição terminou nos EUA em
Março último e que serviu de introdução ao filme da Disney, baseado no universo
criado por Edgar Rice Burroughs.
Andrade considera este o seu trabalho “mais importante em termos criativos, artísticos e de impacto público até hoje”, apesar de “a nível de carreira” ainda não ter tirado “grandes dividendos; veremos o que o futuro trará”.
Andrade considera este o seu trabalho “mais importante em termos criativos, artísticos e de impacto público até hoje”, apesar de “a nível de carreira” ainda não ter tirado “grandes dividendos; veremos o que o futuro trará”.
Bem acolhido pela crítica norte-americana, os 5 tomos desta
mini-série foram compilados num único volume, recentemente editado nos EUA,
França e Espanha, tendo neste último país a Panini disponibilizado uma longa
entrevista com o desenhador português
.
Trajecto diferente é o de Dog Mendonça e PizzaBoy,
personagens criadas por Filipe Melo e desenhadas pelo argentino Juan Cavia.
Depois do sucesso em Portugal, onde os dois volumes com as suas aventuras editados
pela Tinta-da-China já vão em 2ª edição, a Dark Horse Comics encomendou-lhes
histórias curtas inéditas, “porque John Landis, o autor do nosso primeiro
prefácio, enviou uma cópia do livro ao Mike Richardson, presidente da editora.
Quando recebi um mail com o convite não podia acreditar e pensei sempre que
algo correria mal e que não aconteceu”.
As referidas histórias curtas, inseridas nos números 4 a 7
da nova vida da revista “DHP - Dark Horse Presents” no final de 2011, tiveram boa
aceitação dos leitores, o que possibilitou que no início de Junho surja nas
livrarias especializadas norte-americanas “The Incredible Adventures of DogMendonça and Pizza Boy”, já “com algumas "advance reviews" que,
felizmente, têm sido boas. É bom saber que estamos a ser bem recebidos e que
querem mais trabalhos nossos, especialmente em tempos difíceis como estes”.
A edição brasileira correspondente, da responsabilidade da
Devir Livraria, “está prevista para o fim do Verão”, devendo na mesma altura sair
nos EUA "The Untold Tales of Dog Mendonça and Pizzaboy", a compilação
“com as histórias escritas para a DHP”, revela Melo que adianta estar já a
escrever o argumento do terceiro volume, que deverá estar pronto “para 2014”.
Finalmente, longe deste circuito mais comercial, pelo seu
tom autobiográfico e intimista, apresenta-se "O Amor Infinito que tetenho e outras histórias" (da Polvo, já em 2º edição), distinguido como Melhor Álbum de 2011 pelos Troféus Central Comics
e pelo Amadora BD.
Da autoria de Paulo Monteiro, que admite estar “muito feliz”
e a viver “uma fase muito mágica da vida enquanto autor”, será em breve
“publicado no Brasil pela Balão Editorial” e “em Fevereiro do ano que vem, no
Reino Unido e na Irlanda, pela Blank Slate Books” onde Paulo Monteiro já tem “página
e tudo! ,
caraças!!!!”
Isto, não impede que o autor, também director do Festival de
BD de Beja, já esteja a “trabalhar num novo livro, que ainda não tem nome, mas
será uma história com cerca de 120/130 pranchas” que pensa concluir “para o
final de 2014”.
No entanto, as propostas de autores portugueses de BD para fora
de portas não se esgotam nos livros apresentados.
Filipe Andrade, depois de “John Carter” e de uma paragem
forçada de três meses devido a um braço partido, vai voltar “aos contactos estabelecidos
em Angoulême, em Janeiro” havendo “algumas hipóteses de edição tanto em França
como nos EUA”.
Jorge Coelho, que há dois anos participou em “Forgetless”, uma
mini-série da Image, trabalha neste momento “para a italiana Passenger Press,
em “Odisea Nera", uma BD escrita por Valentino Sergi, que será publicada
em Novembro, no Festival de Lucca” e, em paralelo, desenha “a série
"Suckers", a partir de um argumento de Eric Skillman”, que surgirá “primeiro
em versão webcomic no site Trip City”, adiantando que “depois se verá quanto a uma
versão impressa. Começará a ser publicada em Agosto e terá episódios mensais de
6/8 pranchas”.
Quanto a Ricardo Tércio, já com trabalhos publicados nos EUA
e em França, dedica-se de momento “a um livro da colecção Dofus Monster,
escrito por Olivier Dobbs, para a editora francesa Ankama, que deverá sair em
2013”.
(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de
21 de Maio de 2012)
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